Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 3
Eu vos declaro marido e mulher, de novo !


Notas iniciais do capítulo

Chorei rs. Esses dois são muito fofos :D
Quero reviews em ^^
Me deixem saber o que vocês acharam ok !



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Ensaiamos por 2 horas. Ter de encenar com Dean foi um tanto, intenso. Seus olhos me queimavam e constantemente eu repetia alguma frase, ou simplesmente esquecia alguma fala. No texto éramos Hans e Emmy, um casal alemã condenado a viver separados por serem meio irmãos. Emmy fora adotada pela família de Hans quando tinha apenas 10 anos, e desde então, Hans a ama. A trama se passa na época da Segunda Guerra. Com 18 anos Hans se alista e alguns anos depois para seu desespero, ele descobre que sua amada descende de judeus. A história é muito triste ao meu ver, mas tão bela quanto uma peça de Shakespeare.

Quando por fim podemos voltar para o hotel, temos nada mais do que um par de horas para a hora da estreia. Estou uma pilha de nervos e graças aos céus, Andrew não toca no assunto “Dean”.

Dean sempre era um assunto, Andrew apenas o suportava, embora não entendesse como minha família o adorava. Até mesmo para mim, este sempre seria um mistério.

Depois de paramos para pegar meu vestido, agora limpo e engomado, voltamos para o hotel. Tudo o que eu queria era um banho e um bom vinho. Andrew não bebia, preferia algo como água com limão. Nojento eu sei.

Walt o levou para um dos quartos dos rapazes, torci para que este não fosse o de Dean. Não acho que seria inteligente deixa-los juntos.

Relaxando na banheira com uma taça de vinho, ponderei sobre tudo o que havia acontecido em tão pouco tempo. A apenas dois dias tínhamos pousado aqui em Vegas, a menos de 24 horas eu me casara com o garoto por quem nutro sentimentos contraditórios e agora estou a apenas 2 horas do maior ato de minha vida.

Suspirei, deliciando-me com o sabor do vinho.

Após deixar a banheira, vesti um roupão e enrolei o cabelo. Quando abri a porta que dava acesso ao quarto, vi Megan e Sophie perto de minha cama, com expressões sonhadoras estampadas em seus rostos. Caminhei até elas sem entender o porquê de todo aquele alvoroço. Então meus olhos o encontraram. Ele era azul, azul como os olhos dele, como os meus. Tremendo tomei o tecido do vestido em minhas mãos, era ainda mais suave do que a seda, algo digno de uma princesa. Lágrimas ameaçavam transbordar de meus olhos, como ele se atrevia?

– Andrew é perfeito Em. Tenho certeza que ele comprou o vestido mais caro de toda Vegas. – Megan não sabia, aquele vestido não fora presente de meu noivo.

Olhei para Sophie, ela era esperta o suficiente para saber.

Ainda acariciando o belo vestido, notei um pequeno cartão preso a ele, delicadamente o peguei.

“Algo velho e azul para a comemoração”

O que ele queria dizer com aquilo? Velho? Aquele vestido parecia ter saído de uma loja a pouco.

Levantando-me, o coloquei em um daqueles plásticos feitos para transportar vestidos, vesti uma blusa de minha banda favorita, um jeans, meu All- Star, penteei o cabelo, peguei minha bolsa e deixei o quarto, eu precisava de ar.

Uma hora depois estávamos todos trocados, maquiados e preparados. Eu tremia e andava de uma lado para o outro nos bastidores, a algum tempo Andrew se fora para encontrar um lugar onde pudesse assistir a peça, e desde então eu estava tão inquieta que temia gastar toda a sola de meus sapatos.

Esquerda, direita, esquerda, direita, direita...

Colidi em algo, ou alguém, que para meu desespero era Dean Hunt. Cair e literalmente quebrar a perna a essa altura da viajem não era uma opção. Rindo de minha idiotice o deixei me levantar, ou nos levantar já que eu o levara para o chão comigo. Esperei, mas ele não o fez, apenas ficou ali, sustentando-me sobre ele, me fitando com seus olhos safira. De repente eu estava em chamas sob seu olhar, meu corpo doía, eu o queria, queria tanto, deixei que meus olhos divagassem para seus lábios e me aproximei. Fechei os olhos e esperei que ele me tomasse, Deus eu o queria tanto.

Com um solavanco nada gentil ele nos pós de pé. Despertando, abri os olhos ainda um tanto tonta. Que merda era aquela?

Foco Adams. Tente não sair agarrando todos nos bastidores, eu posso ser uma marido muito ciumento. – com isso Dean-desprezível-Hunt, deixou-me ali, irritada, frustrada e excitada. Bastardo filho da puta.

Meu nervosismo se fora, sendo substituído por minha ira.

– 5 minutos Em.

E cinco minutos depois, pisei no palco, sob os holofotes e os olhares de mais espectadores do que já sonhei ter.

Meu meio irmão- soldado nazista, era extremamente arrogante e lindo, tentei com todo o meu ser não notar o quanto sua voz era rouca e suave ao mesmo tempo, ou a maneira com a qual ele passava a mão esquerda no cabelo sempre que aparentava estar frustrado. Em nosso primeiro quase beijo, precisei morder o canto da boca até sentir o gosto metálico do sangue, para não agarra-lo e obriga-lo a me beijar. Estava cada vez mais difícil estar no palco quanto finalmente chegou a hora do intervalo.

Corri para a pequena cozinha e sua geladeira, eu precisava de algo frio para apagar o fogo dentro de mim.

A abri e desesperadamente pequei uma garrafinha de seja lá o que aquilo era, a levei até minha testa e fiquei ali na frente da geladeira, tentando inutilmente não pensar em suas mãos calejadas passeando pelo meu corpo, ou na forma em que ele me beijava.

– Por que ainda tenta Emma? Mesmo sabendo que só eu posso faze-la... hum, Melhorar. – a voz dele encheu o cubículo onde eu estava. Foda-se!!!

Corri até ele e o beijei, desesperadamente. E ele me beijou, isso era tudo o que importava. Minhas mãos correram por seu abdome malditamente definido, eu queria mais, precisava de mais, puxei sua camisa e ele me ajudou.

Quando o pano já não me impedia, o toquei, deleitando-me com sua pele macia e levemente suada, não tive tempo de estuda-lo melhor, pois em um segundo eu estava em cima da mesa e Dean rasgava minha calcinha e se enfiava em mim.

Eu ainda queria mais.

A cada estocada, lágrimas transbordavam de meus olhos, tudo com ele era sempre tão intenso, tão perfeitamente grandioso. Mordi seu ombro e ele fez o mesmo com o meu para impedir que nossa pequena foda fosse descoberta. Era quase impossível ser silenciosa com Dean Hunt em cima de mim, me tomando para ele, possuindo minha alma como somente ele era capaz. Hora meus dedos estavam em seu cabelo perfeito, hora em suas costas, arranhando-o.

Juntos chegamos ao nosso clímax. Respirando com dificuldade nos olhávamos. Um sorriso debochado surgiu em seu rosto, seu sorriso e seu cabelo acompanhados de seus olhos, eram o pacote perfeito.

– UAU Ems, você podia ter mostrado esse seu lado selvagem ontem. – recobrando o juízo e corando bruscamente, o tirei de cima de mim e ajeitei meu vestido. – Espero tê-la ajudado com o seu probleminha. Talvez agora você possa se controlar no palco.

– Idiota.

Sorrindo abertamente ele fez uma reverencia bizarra - Sempre a sua disposição senhorita.

O assisti vestir sua camisa, e Deus, o fogo estava aqui novamente. Eu precisava de ar. Virei-me para deixar a sala quando o senti pegar meu braço. Dean escorregou sua mão direita para minha barriga e com um rápido movimento colou seu corpo ao meu.

– Ligue sempre que estiver necessitada, eu ficarei extremamente feliz em ajuda-la, todas as noites se preferir, é pra isso que servem os maridos docinho.

Ele apertava sua ereção contra minha bunda, e era difícil pensar em qualquer outra coisa enquanto ele sussurrava em meu ouvido, promessas do que faria comigo. Acho que posso ter gemido algumas vezes.

– Você fica linda quando cora amor. – dizendo isso ele deixou o cômodo, rindo de minha fraqueza.

Eu ainda tinha 10 minutos então voltei para a geladeira.

Quando finalmente voltei para o palco todos já me esperavam, prontos para nosso grande desfecho.

Nossa ultima cena era a esperada cerimonia onde Hans e Emmy se casavam, então no fim da penúltima cena Dean e eu corremos para nos trocarmos.

Mais uma vez lá estava eu, lutando com o maldito fecho do vestido de noiva.

– DEAN?

– AGORA NÃO DOCINHO, ESTAMOS TRABALHANDO, NÃO SEJA TÃO GULOSA.

Revirando os olhos para sua criancice, continuei:

– PRECISO DE AJUDA COM O VESTIDO.

– SÓ UM SEGUNDO.

Quando ele apareceu estava mais do que apenas lindo em seu terno. Ele rapidamente me ajudou com o fecho, depositando um beijo em meu ombro.

– Pode me ajudar com a gravata esposa?

Revirei os olhos, mas não pude deixar de sorrir.

– Pronta para se casar comigo, outra vez? Mal posso esperar a lua de mel.

Ainda rindo dei um soco em seu braço.

– Vamos acabar logo com isso.

Posso ter visto sua expressão vacilar, mas rapidamente ele a substituiu pelo seu sorriso pós-foda.

...

– Você Emmy Beize aceita Hans Ahnert como seu marido, para amar e respeitar pelo resto de sua vida?

Essa era a parte que temia. Lembranças da noite passada inundavam-me.

Sorrindo com Emmy estaria feliz disse: – Sim. – pegando a aliança que devia por em seu dedo, continuei: – Aceito amar-te hoje, amanhã, e mesmo depois disso; aceito tê-lo junto a mim e lutarei por isso se preciso. – um pouco tonta, dei dois passos até estar tão próxima dele que podia ver o quão profundo seus olhos eram e continuei enquanto tomava seus dedos nos meus, e lhe presenteava com a aliança dourada. – Declaro-me sua de hoje em diante e para todo o sempre meu amor.

– E você Hans Ahnert, aceita Emmy Beize para amar e respeitar, para proteger e chamar de sua?

Ele tinha um sorriso de tirar o folego estampado em seu rosto quando respondeu, olhando-me com tamanha intensidade. Meus joelhos fraquejaram seu aperto em minha mão aumentou. Ele não me deixaria cair.

Dean fugiu do texto quando começou a ler um soneto de Shakespeare. Ele era lindo e tinha toda a minha atenção, sua voz acariciava meu corpo e fazia com que eu tremesse.

– De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera
Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante
Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfanje não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma, para a eternidade.
Se isto é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

Aceito amar-te hoje, amanhã, e mesmo depois disso; aceito tê-la junto a mim e lutarei por isso se preciso. – suas mãos pousaram uma em cada lado de meu rosto, fazendo com que eu o encarasse. Eu não poderia quebrar nosso contato de qualquer forma, eu estava hipnotizada por aquele homem a minha frente, mesmo sabendo que tudo o que saia dele não era verdade. – Declaro-me seu de hoje em diante e para todo o sempre Em.

Em momento algum os olhos de Dean deixaram os meus, eles queimavam-me, tão profundamente que seria impossível não perceber as marcas dele em mim. Dean Hunt havia me marcado e não acho que poderia voltar a ser a mesma, não mais.

Antes mesmo que o “padre” nos concebesse o resto de nossa benção eu estava nos braços de meu marido. Eu o beijava apaixonadamente e de alguma forma sabia que aquele era o meu lugar, sempre fora.


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Notas finais do capítulo

:D