Capítulo 7

Sakuras.... Pegável .

Seria uma linda e facilmente percebível mentira se eu dissesse que eu estava plenamente confortável com a situação. Já faziam apenas 10 minutos que eu havia chegado na casa de Erza -e coincidentemente de Natsu- , mas eu sentia como se fosse explodir de tão nervosa que eu estava. Natsu estava sentado em um dos sofás ao lado de seus pais enquanto eu estava no meio de Erza e Jellal, acho que fui colocada ali estrategicamente pela ruiva para que eles não se atacassem no meio da conversa. Imagino se sobreviverei ou eles pularam em cima um do outro no final desse jantar.

– Erza nos falou bastante de você, Lucy.- Falou a mãe de Erza. A mulher era linda e invejável. Sua elegância desde os movimentos até suas falas era notável.

Acho mais que justo eu ter corado, já estava nervosa agora saber que a minha linda amiguinha falava de mim é motivo para eu entrar em erupção.

–Espero que tenham sido coisas boas.- Eu digo olhando para a mulher, na qual abria um sorriso honesto com seus lindos e certinhos dentes brancos, como os de Natsu - mesmo que eu ache o sorriso do rosado irresistível.

–Ela me falou o básico. Idade, nome, características... - Disse levando a taça de cristal de champagne que fora oferecida pelos empregados logo após chegarmos na sala.

–E também falei alguns dos seus defeitos.- Falou Erza sorrindo de canto. E é agora que a ruiva vai começar a me constranger.

–Já era de se esperar.- Falei fazendo-a rir abafado enquanto bebericava sua bebida.

–Bem, nos fale sobre você.- Pediu Maya.

–Hã.. Não tem realmente muita coisa a dizer sobre mim. -Falei. Eu realmente odeio quando sou o centro das atenções, o que geralmente acontece.

– Você não parece ser do tipo de pessoa chata.- Disse Natsu. Claro que ele diria algo, estava quieto e me encarava desde que eu cheguei- Essa não era um das razões de eu estar corada.. Talvez um pouco.

–Obrigada, eu acho.- Olhei para ele e percebi que abriu um leve sorriso de canto.

–Não tem que agradecer. Mas por que não conta a todos o que me disse no nosso encontro.- Estou começando que hoje não é o meu dia.

–Vocês se encontraram?- A ruiva ao meu lado me olhava incrédula.

–Foi.. Acidentalmente.- Disse a olhando.

–Quando foi isso?

–Bem recentemente.

–Pera! - Começo a me relembrar de nossa conversa hoje bem cedo.

Flash Back

Meu celular tocou, era bem cedo, mas eu não atrevi-me a olhar o relógio. Era o toque de Erza. Me estiquei um pouco para pegar o celular em cima da cabeceira da cama e apertei o botão para atender.

–Bom dia, flor do dia.- Falou a mulher que interferiu meus lindos soninhos.

–Oi - Dizer que eu estava animada para falar com ela seria mentira.

–Nossa! Que animação para quem vai vir aqui e conhecer minha linda família depois de mais de 5 anos de amizade, hein!- Disse. Eu me sentiria meio culpada se eu não estivesse com um sono de despencar.

–Claro. Enfim....

–“Enfim” que eu quero falar com você. - Falou

–Erzita, iremos nos falar hoje a noite, espere e eu estarei pessoalmente ouvindo-a.

–Não quero esperar, e você tem que levantar. Aqui rimei para te despertar.- Falou. Eu odeio rimas. Muito. Muito mesmo, mas pior que isso são rimas matinais.

–Eu odeio você

–Eu também te amo, amore.

–O que quer, Erza?- Pergunto

–Eu estou entediada, okey? Jella foi para a escola e eu não consigo mais dormir, eu preciso de distração até ele voltar.- Falou. Obviamente ela quer acordar outra pessoas -eu- e fazê-la de boba da corte, para entreter.

–...

–Me fale qualquer coisa que possa me animar um pouquinho, Jellal não deve demorar.

–Não tenho nada.

–Ahh qual é! Quer dizer que a loira peituda e bunduda que sempre está andando pelas ruas não chamou a atenção de ninguém?- Disse- Em que mundo nós vivemos? Ao existem mais homens que gostam de mulheres nas ruas?

–Não.

–Que curta.- Falou

–Deixa eu pensar... Ahh....- Nada vem a minha cabeça. Abro um olho e a primeira coisa que eu vejo é o despertador rosa.. rosa - Tem um cara.

–Graças aos céus.

–Ele é... bonito.- Falei desinteressada. O fato de eu estar louca para andar na rua tentando ter a mínima sorte de conseguir encontrar o rosado não precisa ser mencionado.

–Nossa! Emocionante.

–Vá se ferrar, Erza. O que quer que eu diga?

–Que está louca para fazer...

–Shiu!! Cedo demais que ser pervertida.- Corar não é infantil. Corar não é infantil.

–Corar é infantil.- Disse

–Eu definitivamente não gosto de você

–Fale sobre ele.

–Ele é bonito, é simpático. Tem um lindo sorriso. Ele é charmoso, elegante, gracioso em tudo que faz. É atraente de maneira que todas as pessoas o olhem.

–Esse você bem que pegava

–Pegava mesmo.

Ouvi sua risada, era até que bom acordar e rir um pouquinho, mesmo que eu sinceramente quisesse dormir que nem a bela adormecida.

–E como ele é.. Cabelos castanhos

–Exótico. Olhos verdes. Corpo musculoso sem ser exagerado. Cabelos..

–Meu amor chegou, tenho que ir.- E ela desligou.

Claro, ela me desperta, me deixa pensando nele e depois me abandona. Vamos voltar a dormir, então.

Flash Back

–Sério?- Ela pergunta, querendo confirmar suas suspeitas.

–Hã...

–Ele - Ela apontou para Natsu e olhou para mim - É ele?- Sussurrou de modo que apenas eu pudesse ouvir.

–Sim. - Sussurrei par ela me encolhendo enquanto todos os olhos nos olhavam desconfiados ou curiosos.

–Isso é tão... Tão..- Erza Scarlet está sem palavras, isso é memorável- Tão.. não sei. Nojento?- Sua voz está normal e as pessoas ao nosso redor podem ouvir.

–Não é ”nojento”. Por que é nojento?- perguntou me virando para ela e esperando ela me responder em sussurros

–Porque você falou que “pegaria” meu irmão. E...” pegar” é a mesma coisa que “coisas” e eu não consigo imaginar a minha melhor amiga-quase-irmã, “pegando” o meu irmão-irmão-mesmo.- Sussurrou para mim.

–O que estão falando? - Perguntou Maya.

–Erza-chan! Você tem segredos de seu papai?- Perguntou Igneel.. Isso foi meio estranho devo dizer.

–O que estão falando sobre mim?- perguntou Natsu

–Senhores e senhoras. O jantar está na mesa.- Um dos empregados chega anunciando a comida servida. Eu acho nunca serei mais grata pela comida estar na minha vida.

Todos andamos até a mesa e nos sentamos. Maya-san e Igneel-san se sentaram nas pontas assim como era quando eu e minha família jantávamos em minha antiga casa. Erza e Jellal se sentam de um lado da mesa e eu sou praticamente jogada e obrigada a me sentar ao lado de Natsu- não que eu realmente me importe com isso.

O rosado puxa a cadeira em pura gentileza e elegância fazendo um breve e quanse imperceptível gesto para que eu me sente, agradeço em um murmuro baixo e rouco e me sento olhando para Erza na minha frente e pedindo com os olhos uma pequena explicação para ela ter preferido ficar ao lado do namorado do que da melhor amiga morrendo de nervosismo.

Tudo estava coberto com tampas de prata. A comida, mesmo coberta, tinha um cheiro bom e delicioso. Cada pessoa estava devidamente equipada com garfo, faca e colher dos lados certos, o guardanapo de tecido estava dobrado e neles estava “Dragneel’s escrito. Que charme!

Todos, inclusive eu, pegamos o guardanapo e colocamos sobre o colo. São nessas horas em que eu agradeço por minha mãe me dar aulas de etiqueta quando pequena, além do mais quando se é filha de um grade empresário e precisa participar de grandes reuniões, você tem que saber se comportar como uma dama - ou cavalheiro- restritamente.

Os empregados rondaram a mesa e abriram os pratos revelando as diversas comidas, carnes, saladas, grãos ou até mesmo molhos. Olhei para tudo aquilo e me deliciei. Ohh sim, eu era magra com muito esforço e comia como uma vaca com muito orgulho, porém as aparências serão mantidas essa noite. Somente essa noite.

–Ohh, está chegando! - Disse Maya parecendo empolgada.

Um dos empregados vestido em um terno veio e colocou uma bandeja de prata na mesa já completa de tudo e perfeita. A tampa logo foi aberta e lá continha um grande pernil, com algumas poucas rodelinhas de limão na ponta e enfeitado em cima e dos lados com pedaços de abacaxi grelhado

.....

Talvez essa não seja minha noite.