Muse escrita por AloeGreen


Capítulo 11
Capítulo XI - Copying


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, imagino que muitos leitores desapareceram, sim?
Sei que atrasei pácas, e nem tenho desculpa. Foi falta de motivação, vontade e pura preguiça mesmo, blargh!
Mas hoje esse capítulo tá recheado de ação para compensar ;)
Beijos.
PS: Fiquem ansiosos pelo monstro,hueheue.



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Muse

A imaginação oferece às pessoas consolação por aquilo que não podem ser e humor por aquilo que efetivamente são

Albert Camus

Capítulo XI:

Copying

Turno: Sakura Haruno

Não me surpreendi por acordar em uma cama de hospital, não.

– Que coisa, em?- A cabeleira loira estava mais desgrenhada que o normal. Provavelmente deveria estar dormindo no sofá, no momento em que o carro de Tsunade capotou.- Fiquei preocupado quando tocaram a campainha. Não sabia se atendia ou não.

– Desculpe, Naruto.- Me sentia deveras culpada.

– Por está se desculpando, Sakura?- Perdi o instante da expiração. Não gostava quando Naruto me chamava pelo nome.

– Não faz nem um mês que viemos pra cá e eu já estou causando problemas.- A cada palavra que encompridava a frase, minha voz ficava com aquele timbre de choro. Aquele timbre irritante e agudo. O loiro me abraçou fortemente e eu fiquei ali um bom tempo sujando sua camisa cinza de dormir. Ele estava preocupado. Deveria estar arrependido de vir comigo. Mas não queria admitir.

– Com licença.- Um pigarro fora presenciado. Era o doutor, com um jaleco branco comprido e uma enfermeira atrás do mesmo, pronta para receber qualquer ordem.- Como se sente, senhorita?- Ele trazia consigo uma prancheta, anotando algo. Parecia simpático.

– Bem, só com um pouco de dor de cabeça.- Joguei meus cabelos pra trás com a mão, massageando as têmporas instantaneamente.

– Isso é apenas o processo dos remédios. Vai ficar tudo bem.- Ele sorriu amigavelmente para mim.- Agora, queremos que você nos acompanhe até a sala de sua tia. É tia, não?

– Sim, é. Como ela está?- Perguntei preocupada. Já ia me esquecendo que não havia só eu naquele carro.

– Por favor, nos acompanhe.- Ele abaixou moderadamente os óculos e pediu a enfermeira que me ajudasse a levantar-me da cama. Seguimos num curto e silencioso corredor. Imaginei que deveria ser tarde da madrugada já. Entramos numa sala igual a minha e Tsunade estava sentada numa cama hospitalar, tomando algo numa caneca. Ela tinha um sorriso no rosto, um sorriso que eu nunca vi.

– Bem, ela bateu a cabeça no volante por causa do acidente. E ela acabou perdendo algumas memórias antigas do seu consciente.- O médico suspirou, pousando sua mão no ombro de Tsunade.

– Sakura, você sabia que os hospitais funcionam mesmo depois do toque de recolher?- Bebeu até a última gota de seu chá.

– Sabia, tia. Sabia.- Fiquei torcendo os lábios por um bom tempo, com medo. Como seria de agora em diante?

– As memórias recentes delas ainda estão bem frescas e intactas. Acredito que aos poucos suas lembranças antigas voltam á tona.- Fiquei mais aliviada quando o doutor explicou melhor.- Você e sua tia já podem sair hoje, se acharem melhor.- Concordei com a cabeça e um sorriso. Naruto parecia confuso e preocupado também. E então o médico e a enfermeira saíram, deixando eu, Naruto e Tsunade naquele quarto.

– Eu quero ir pra casa. Seu pai deve ter queimado o jantar.- Ela se levantou bruscamente, jogando as cobertas no chão. Suspirei pesadamente enquanto Naruto a parava. Fiz ela se sentar novamente, a acalmando. Então, comecei a encaracolar seus cabelos com o dedo, igual ela fazia comigo.

– Papai não está mais aqui, tia. Ele já foi embora faz um bom tempo.- Eu não me emocionava com isso. Nem uma gota caía de minha lágrima; afinal, meu pai deixou minha mãe a um bom tempo. Dizem que ele morreu.

– Mas meu irmão, eu sei que ele está fazendo o jantar.- Até ela própria parecia duvidar do que dizia.

– Vamos pra casa, tia. Aí eu faço alguma coisa pra você comer, se está com fome.- Tornei a passar meu braço por suas costas e a aconchega-la. Levamos um tempo para chamar um táxi, já que viemos para cá de ambulância. Mas conseguimos chegar em casa á salvo, passando pelo lugar do acidente. Estava cheio de faixas de segurança amarelas e alguns policiais estavam investigando o lugar. Eles bem que viram eu e Tsunade no táxi e nos lançaram um olhar estranho. Ignorei e entramos em casa, não iríamos querer ser interrogadas á essa hora da madrugada, faça-me favor!

O resto da noite foi longa. Tsunade não queria ir para cama pois cismava que seu irmão, meu pai, iria queimar o jantar. Mas aí, eu acabei cedendo o conhaque á mesma e ela acabou dormindo na poltrona. Logo depois, a cobri com uma manta quente e dormi no sofá com medo de ela acordar novamente. Eu dormi pouco. O dia amanheceu então e eu recebi uma visita inesperada de Hinata.

– Hinata?- Atendi a porta com um olhar interrogativo.

– Eu senti algo estranho. Aconteceu algo com você, não é?- Ela estava um pouco atônita, e neste momento, passou a mão pela minha nuca que estava enfaixada.

– Sim, eu sofri um acidente com a Tsunade na volta da casa dos Uchihas.- Uma espécie de tensão parece pairar sobre a aura da azulada. E então ela perguntou:

– O que você fazia na casa daqueles vermes?- Ela permaneceu com seu olhar sombrio e o rosto ligeiramente abaixado. Eu não soube o que responder, minha curiosidade apenas se aguçou mais ainda por todo esse ódio.- Esqueça. Ah, tem uns policiais alí atrás querendo falar com você e sua tia.- Olhei por trás de seu ombro, encontrando uma dupla de sargentos conversando entre si. Eles voltaram seus olhos da casa á mim, e se endireitaram-se.

– Ok, Hina. Até amanhã.- Me despedi da mesma, mantendo meus olhos disfarçadamente nos policiais. Ela saiu da minha vista instantaneamente e então, os sargentos vieram até a porta.- Entrem.- Eu já sabia do que se tratava e meus pés já estavam doendo, então fechei a porta atrás dos mesmos e pedi que eles se confortassem. Sentei na poltrona de Tsunade com as pernas cruzadas.

– Você é Sakura Haruno, certo?- Um dos policiais, até que jovem, deveria ter seus vinte e poucos anos, perguntou-me mordiscando a ponta de uma caneta e brincando com um olhar cômico. Eu apenas afirmei num manejar de cabeça.

– Ainda estamos investigando a causa do- Não deixei que o outro policial terminasse e já fui me adiantando.

– Tsunade estava bêbada, ela perdeu a direção do volante.- Era óbvio; eles conheciam a minha ficha.

– Sim, pelos exames, podemos afirmar que havia álcool no corpo dela. Porém, não acho que tenha sido só isso.- O policial mais jovem se apresentou novamente, com seus olhos que agora me incomodavam. Eu não poderia falar sobre aquele monstro da estrada; achariam que eu sou louca e me colocariam no hospício.

– Estávamos voltando de uma festa, ok? A estrada estava escura, o piso molhado e ela bêbada. O que vocês esperavam?- Achei que meu tom de voz já estava elevado o suficiente e toda a minha segurança pareceu me incriminar mais ainda. Então se levantaram num pigarro e uma tossida fora ouvida nos andares superiores. Era Tsunade.

– Sua tia está bem?- Novamente, o policial mais jovem voltou a falar. Despercebidamente, pude ver em seu uniforme, o crachá preso com um grampo logo acima do bolso da camisa, “Sai”. Era o nome dele, então, certo.

– Ela perdeu parte das memórias antigas. O médico disse que com o tempo elas voltam.- Revirei os olhos, apertando as mãos contra os meio das coxas.

– Entendo.- Eles não pareciam satisfeito; levantei-me convicta a manda-los embora. Caminhei com os mesmos até a porta da frente e fechei a porta antes de qualquer coisa. Deslizei pela mesma, até cair no chão. Esfreguei meu rosto com as mãos. Era nítido; acham que eu fiz algo no carro da Tsunade, igual no do Sasori. Querem ferrar comigo.

– Querem ferrar comigo...- Repeti a frase, jogando os cabelos para o lado.

[...]

Turno: Autora

Dois meses que pareceram torturantes e intermináveis para Sakura, finalmente tiveram um fim com as provas do primeiro bimestre. As flores iam se abrindo e logo, instantaneamente, congelando pelas brisas frias do horizonte que vinham dar suas boas vindas com a chegada do inverno. Flocos de neve caiam, enquanto a rosada esperava para receber seu boletim na secretaria. A calça de brim preta estava até desgastando com a tamanha demora e ela estava quase implorando para aproveitar o sábado.

– Maldição, quando que me entregarão essa merda?- Crispava os lábios ansiosa, xingando baixo.

– Creio que esteja esperando por isso.- Virou-se assustada, a rosada. Não esperava que a própria tia lhe entregasse o boletim.

– Que azar o meu, sim?- Pela cara da tia, Sakura imaginara ter ido mau e com um manear de cabeça concordando, a rosada tornou uma careta na face.

O caminho de volta fora silencioso. Tsunade voltara a aprender a dirigir aos poucos depois do acidente. Fora difícil, Sakura teve que concordar.

Sabia que a tia estava chateada com o pouco desempenho e esforço da sobrinha neste primeiro bimestre. Mas como ainda era o início do ano, conseguiu se livrar dos sermões de Tsunade, mesmo sabendo que teria de estudar o dobro neste próximo bimestre. Sakura pulou do carro de Tsunade logo em frente ao Outlet em que trabalhava, mesmo tendo que implorar para a tia a carona. A rosada estava se dando muito bem na loja; as meninas tentavam manter ela o mais longe possível das coisas sobrenaturais que as atormentavam. No entanto, semana passada Ino e Matsuri pediram um favor a Sakura; que a ajudassem a procurar pelo irmão das mesmas. Ela concordou, concluindo que seria o máximo que poderia fazer para agradecer pelo emprego. E então as meninas já estavam lhe esperando frente á porta da loja.

– Viu Ino? Não disse que ela viria!- Matsuri se empolgava ao lado da loira.

– Provou ser digna, Sakura.- Ino resvalou seus orbes celestes e selvagens nas esmeraldas da rosada, que pareceu se intimidar.- Só não vá se molhar quando for chegada a hora.- Num roce de ombros, as meninas passaram pela rosada. Sakura seguiu as duas profissionais para os fundos do Outlet, onde de imediato, entraram numa assombrosa e densa floresta; com vegetação costumeiramente conífera e com pequenos arbustos. Os altos pinheiros jaziam velhos com seus topos esbranquiçados pela neve fofa que caia sobre os mesmos e isso de cara impressionou a rosada.

– Esse tipo de coisa não se vê em Summerside.- Sakura deslumbrou as belas árvores, quase num sonho e totalmente distraída, ao virar-se deu de cara com um monstro amedrontador dando um grito agudo. Porém, percebera que era apenas uma fantasia para provavelmente espantar os xeretas.

– Não queremos que ninguém se machuque, sabe.- Ino crispou os lábios, dando concordância a hipótese de Sakura que imaginava os xeretas correndo assustados depois de ver aquela horrenda fantasia com garras e espinhos em sua corcunda, vestida por uma capa vermelha sangue. A rosada passou pela fantasia monstruosa, antes de dar uma bela olhada novamente e sorrir contente por não ser real, e continuou sua busca com as outras meninas.

“Eu sinto que ele está por aqui...consigo sentir sua presença”, pensava Matsuri na fé pela busca de seu irmão mais novo que ainda estava desaparecido.

– Ah, sim, temos um presente para você, Sakura.- Ino parou de súbito e tirou algo de trás de sua mochila, entregando a Sakura o objeto embrulhado.

– Achamos que você não tinha a cara de armas de fogo, então...- A morena, Matsuri, empurrava com os olhos na tentação de ver a reação de Sakura.

A rosada então, estimulada e ansiosa, desembrulhou o seu presente e espantou-se logo de cara. Era uma katana; uma formosa katana de madeira com seu cabo de apoio detalhado em cerejeiras que sangravam.

– Eu amei...amei, nem tenho como agradecer.- Sakura ainda estava bem surpresa e até sentia-se envergonhada por não saber como agradecer as meninas. Não sabia nenhuma técnica especial; só sabia fugir, isso ela fazia bem e tinha certeza disso.

– Não se preocupe com isso.- Matsuri deu uma piscadela confiante em Sakura, que guardou a espada em um apoio atrás de sua mochila.

A caminhada continuou; Ino e Matsuri pareciam confiantes. E pelo caminho, Ino ensinava algumas técnicas básicas a Sakura, para ela não ser pega desprevenida. Tudo ia bem, até que, a rosada para de repente, fazendo as meninas, que estavam atrás dela, baterem distraidamente na mesma.

– Ei, por que você parou...?- Ino voltou seus olhos para frente, então, deparando-se com a criatura de capa vermelha de antes. Crispou os lábios, detendo-se em duas possíveis conclusões.

– Não havíamos passado por ele, Ino?- Os lábios vermelhos e carnudos de Sakura, pareciam tremer um pouco; e seus olhos não se desgrudavam da criatura á poucos metros das mesmas.

– Pode ser um truque.- Matsuri segurou firmemente seus revólveres personalizados e estreitou os olhos com as sobrancelhas em V.- Podemos ter caído em uma espécie de ilusão circular.

– Como assim?- Sem tirar os olhos da criatura já conhecida, Sakura perguntou confusa.

– Um truque que nos faz andar em círculos.- Completou Matsuri, esclarecendo.

No entanto, excluindo essa hipótese, o monstro desaparece em um piscar de olhos; deixando todas as meninas ali em uma espécie de alerta. Sakura tinhas os punhos fechados, querendo não demonstrar o medo. No entanto, sua transpiração que fora percebida por Ino, negava isso.

– Ou pode ser um copiador.- Ino bufou atenta olhando para todos os lugares ao mesmo tempo. Num estalar de dedos, o monstro reaparece com sua cabeça de javali abaixada.- Definitivamente é um copiador.- A loira sorriu convicta, arremessando uma de suas machadinhas de ouro na criatura que nem se deu o trabalho de se mexer. O monstro fora arremessado brutalmente numa árvore e logo desapareceu como fumaça.

– O que aconteceu?!- Sakura perguntou e neste momento, quatro outras criaturas de mesma aparência apareceram.

– Um copiador toma a forma de uma criatura. Porém, só um é realmente o verdadeiro.- Matsuri explicava rapidamente para Sakura, sem tirar os olhos das criaturas que as impediam de fugir.

– E como descobrimos quem é o verdadeiro?!

– Eles possuem uma corda dourada no pescoço.- Completou Ino e então os monstros começaram a se movimentar em direção as meninas. Todas se separaram por um curto momento, atingindo seus oponentes. Sakura escondeu-se atrás de uma árvore, com sua respiração ofegante. Deu uma rápida olhada e captou a corda dourada no pescoço de um dos monstros. Xingou baixo e acabara por ser ouvida. O monstro virou-se rapidamente e pulou para uma corrida pesada. A rosada avistou mais ao fundo a machadinha de ouro de Ino que acertou o primeiro monstro e então ela sorriu de canto, sentindo-se vitoriosa. E num rápido movimento, enganou a criatura correndo para trás do tronco e atacando o monstro com uma machadada na nuca do mesmo. A criatura desapareceu e o laço de ouro brilhara no chão. Sakura rodara seus dedos pelo laço, que pousara no pulso transformando-se numa pulseira de grande história.

* * *

And her current just like my blood flows
Down from the hills, round aching bones to my restless heart

Passenger – Trecho de Feather on the Clyde


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Notas finais do capítulo

Pra quem ficou interessado no monstro,tá akie o link: http://uploads.socialspirit.com.br/fanfics/capitulos/fanfiction-naruto-muse-1853034,220420140221.jpg
bj bj



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