Hope escrita por Brenda


Capítulo 1
Everything will be fine.




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Carol continuava deitada, seus olhos encaravam o estrado da cama de cima do beliche. Ela não queria levantar, na noite passada, sua mente havia sido cruel com ela. As lembranças da vida de Carol á atingiram de forma devastadora. As surras, os xingamentos, todo o comportamento abusivo de Ed, seus anos de submissão, a perdade Sophia, a morte de tantas outras pessoas. Carol chorou silenciosamente a noite toda, só quando o sol nasceu ela sentiu que não havia mais lágrimas para chorar. Hoje ela não sairia da cama, não tinha mais a esperança de uma vida melhor como tinha todos os dias.






Todos na prisão estavam atarefados, zumbis precisavam ser mortos, a cerca precisava de reparos, mas ainda assim, com a mente sempre ocupada, muitos sentiram a falta de Carol. Já era meio-dia e ela ainda não havia aparecido, o que era completamente anormal no comportamento dela.






Daryl estava fazendo seu turno na torre de vigilância, mas seus pensamentos estavam além dos zumbis. Ele foi a pessoa que mais notou a falta de Carol. Seus olhos se estreitaram ao pensar que algo poderia ter acontecido com ela. Respirou fundo, arrastando para longe a vontade de ir vê-la. Seu turno ainda não havia terminado e mesmo que os zumbis não estivessem aparentando perigo algum nesse momento, qualquer descuido poderia ser fatal.





Maggie caminhava pelo Bloco C, indo em direção ao banheiro, quando parou na porta da cela de Carol. Seus olhos caíram sobre a figura imóvel sobre a cama. Por um segundo, ela pensou que Carol estava morta. Mas esse pensamento foi mandado para longe quando sentiu os olhos de Carol sobre si. Maggie caminhou até a cama e sentou-se na mesma, aos pés de Carol. Por alguns instantes, as duas mulheres apenas se encararam. Até que Maggie quebrou o silêncio:

– O que aconteceu, Carol? É a primeira vez que vejo você ser a última a sair da cama - A morena completou com o cenho franzido - ou nem sair.

Carol suspirou, talvez ela só precisasse conversar com alguém, ser entendida. Então sentou-se na cama, cuidando para não bater a cabeça na cama de cima. Ela olhou fixamente para o chão quando respondeu.

– Essa noite, eu pensei em tudo o que aconteceu comigo. Em como isso não é justo.

– Carol, nem sempre a vida é justa. Sei bem que o fim do mundo não é um lugar agradável para viver, mas nós temos uns aos outros, somos uma família.

Carol tomou fôlego antes de falar novamente:

– Eu não estou falando apenas do apocalipse, mas também sobre a minha vida antes de tudo isso. Em como eu fui enganada, sabe. Quando eu comecei a namorar com Ed, ele não era um monstro, ao menos não aparentava ser. E depois, cada vez que ele me tocava, não era uma sensação agradável, era nojento. Todas as marcas, cicatrizes não me deixam esquecer o que eu já passei. E Sophia, minha menininha. Como eu a queria aqui comigo. Mas eu tenho que tentar pensar que agora ela está bem, não está com frio, com fome, ela não está mais sozinha, não está com medo. Aqui nesse mundo, Maggie, nós perdemos tudo e todos que amamos, isso não é justo, não mesmo.

Maggie ouviu tudo calada, não sabia o que dizer. Carol deixou-se mais uma vez chorar. A morena apenas a abraçou.






Daryl fitava o horizonte quando sentiu uma mão em seu ombro. Virou-se e encarou Maggie, ela tinha um sorriso triste nos lábios. Ela falou primeiro:

– Eu assumo daqui, pode ir descansar um pouco.

Daryl riu.

– Descansar? Até parece. Eu vou ajudar Tyreese e Carl na cerca.

Os olhos de Maggie se estreitaram.

– Bom, já que você não vai descansar, vá falar com Carol. Ela não está nada bem.

Ao ouvir o nome de Carol, Daryl ficou ainda mais atento. Apenas o nome dela já causava sensações em seu peito que nem ele sabia o que era. E saber que ela não estava bem o deixava mal.

– O que ela tem?

Sua voz saiu mais alta. Maggie o olhou interrogativamente antes de responder:

– Eu falei com ela. Ela parece um pouco deprimida, na verdade, muito deprimida. Ela me falou sobre como era a vida dela com Ed, no quanto ela sofreu com os abusos. E disse o quanto sentia a falta de Sophia. - Os olhos de Maggie se tornaram tristes quando ela falou novamente - Eu tenho medo que ela faça alguma coisa contra ela mesma.

Antes que Daryl se desse conta, já estava correndo em direção ao Bloco C, deixando Maggie sozinha na torre.




Carol estava entrando em sua cela, depois de voltar do banheiro, quando viu Daryl vindo em sua direção. Quando o caipira a alcançou, puxou-a para dentro da cela. E quando a boca de Carol se abriu para falar, Daryl a apertou em seus braços, chocando os corpos um no outro. Suas bocas ficaram a poucos centímetros de distância, os olhares perdidos um no outro. Daryl percebeu os olhos de Carol vermelhos e inchados por causa do choro, aquilo o matou por dentro. Ela quebrou o silêncio, ofegante:

– O que...

Mas suas palavras foram interrompidas pelos lábios de Daryl. E nesse momento, durante o beijo, Carol sentiu que sua antiga esperança fora renovada e gentilmente colocada nela novamente pelos lábios de Daryl.

O beijo foi desesperado no começo, as línguas travavam uma batalha na qual não haviam perdedores. Mas depois, ficou calmo, carinhoso. Quando terminaram o beijo, o único som ouvido dentro da prisão por eles, era o de suas respirações ofegantes e dos corações descompassados. Daryl acariciou o rosto de Carol e sussurrou:

– Tudo vai ficar bem. - A voz dele deixava claro que aquilo era verdade.

Carol sorriu para Daryl.

– Eu sei.

A última coisa que Carol ouviu antes de ser beijada novamente foi ''Eu te amo''.


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Notas finais do capítulo

Então era isso, pessoal. Espero que tenham gostado da fanfic. Comentem e me deixem saber o que acharam. Beijos, xXx.



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