Shards of Love escrita por StardustWink


Capítulo 6
A floresta de Virídian.


Notas iniciais do capítulo

Yooooooo povo!!! Desculpa pelo atraso com o capítulo, eu fiz uma viagem de ~última hora~ ontem e só voltei hoje de manhã. Como estava sem pc nem internet, não pude colocar o cap aqui no sábado como prometido ;v; Mas o importante é que eu estou aqui agora, hehe!

Espero que vocês gostem!



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Blue olhava entediada para os lados, contando os segundos para o término da aula. Justo no dia em que ela planejava ter uma conversa séria com aquele Lance, a explicação da Lorelei parecia não ter fim!

Ela suspirou, lembrando novamente do que Yellow dissera para a mesma. Sua amiga sempre fora de fingir que estava tudo bem quando realmente era o contrário, e isso deixava a jovem de olhos azuis ainda mais aflita.

Ela olhou para o lado discretamente, só para encontrar seu amigo de olhos vermelhos olhando um tanto distraído para a janela, onde se podia ver o prédio do ensino fundamental. Ela riu baixinho ao ver o professor chamar a atenção do mesmo, e ponderou como sua amiga pudera atrapalhar totalmente a concentração de Red.

Ela foi tirada de seus pensamentos quando uma mão se pousou em seu braço esquerdo, fazendo-a se virar para o lado e ir de encontro a olhos verdes.

– Ficar olhando para o nada só vai te deixar com notas baixas, sabia. – Green sussurrou da carteira ao lado da dela, suspirando com um ar de desaprovação. A jovem sorriu brincalhona para ele e murmurou de volta:

– Com ciúmes, Green? Não se preocupe, a partir de agora eu vou só olhar para você enquanto me distraio. – Ele a encarou cinicamente, e virou-se para a aula.

A moça suspirou desapontada - Ele podia ao menos corar ou algo assim! Sério, não tinha graça quando suas implicações não surtiam efeito...

E isso ainda a tirara de seus pensamentos de antes... Sobre o que era mesmo? Ah sim, sobre aquele Lance... Só de lembrar esse nome, Blue já fechou suas mãos de raiva.

... Bem, era melhor que ela ao menos copiasse a matéria para poder estudar um pouco (e quando ela pensava estudar, imaginava em estar sozinha com o jovem de olhos verdes a seu lado, claro), e pegando seu lápis com uma pérola azul escura na ponta, começou a copiar as equações complicadas da lousa.

Justo quando todos finalmente se acertaram, e poderíamos ter um pouco de paz... Ela suspirou. Só espero que isso possa ser resolvido logo.

xxx

Kotone não gostava da situação em que estava. Mal tinha chegado a sua nova escola, mal tinha reencontrado seu motivo de estar na cidade... E acabara no meio de uma confusão.

Ela bufou levemente, seus orbes cor de caramelo escaneando as redondezas: podia ver uma garota de cabelos azuis presos em marias-chiquinhas - de um modo similar aos dela, a mesma percebeu - ao lado de Gold, este um pouco receoso. Um pouco perto dos dois, viu outra garota, esta de cabelos castanhos médios, seus olhos azuis parecendo procurar por alguém.

Viu também o aparentemente namorado da mesma garota, pois este segurava sua mão. O que parecia ser uma ‘cópia’ da garota que vira antes discutia com um garoto que usava uma touca branca na cabeça, e os dois pareciam um pouco ocupados demais para ligar que estavam sendo observados.

A garota que parecia estar sendo ‘perseguida’ do grupo estava sorrindo receosa para sua amiga de mechas ruivas, esta um pouco irritada e olhando excessivamente para os lados.

Não dá para perguntar para nenhum deles, estão todos conversando entre si ou... Ela arriscou olhar novamente para Gold. Já ocupados...

Foi aí que seus olhos notaram um rastro de vermelho perto de uma árvore, e ela avistou um garoto recostado ao tronco com os olhos presos ao céu.

Ah, essa pode ser minha chance! Seus olhos brilharam em felicidade. Ele deve saber o que está acontecendo!

Ela andou devagar até ele, um sorriso desenhando-se em seus lábios quando ele se virou.

– Olá! Você é da minha sala de história, não é?

O garoto a encarou, antes de murmurar um “sim” e virar o rosto.

Que rude! A garota fez bico ao ver que estava sendo ignorada. Mas tudo bem, eu não vou desistir tão fácil!

– Você sabe o que está acontecendo aqui? Eu cheguei há poucos dias na escola, então estou meio confusa... – Ela murmurou para ele, tendo cuidado para não ser ouvida pelos outros. O garoto a encarou como se dissesse algo para ela, e falou depois de alguns segundos:

– Você é amiga do Gold, não é?

– Sou sim! - Kotone sorriu mais ao ver que ele finalmente a tinha respondido.

– Então por que não vai perguntar isso para ele e me deixa em paz? - Silver estreitou os olhos.

– Eh...! Ora, seu... - Ela bufou, mãos fechando-se em punhos. - Tudo bem então! Passar bem, senhor cabeça dura!

A garota deu passos fortes até uma árvore oposta, cruzando os braços e reclinando-se a ela. Além de não saber o que estava acontecendo, a primeira pessoa para quem pergunta ainda a tratou mal! Mas ela realmente queria saber...

E também... Os olhos de Kotone gravitaram na direção de seu amigo de infância, que ria de algo que a jovem à sua frente falava para ele. Ele parece mesmo ter seguido em frente.

– Será que eu sou a única ainda presa ao passado? - A garota murmurou para si mesma, encarando o céu azul daquela manhã.

xxx

Red piscou, não esperando a resposta que o garoto ruivo à sua frente lhe dera. Floresta de Virídian? Já tinha ouvido falar desse nome em algum lugar, só que... Ah, claro!

– Virídian... Você quer dizer a escola antiga da Yellow, certo? - Ele comentou.

– Sim, e minha também. - Lance cruzou os braços antes de continuar. - Lá tem um bosque que é propriedade da escola desde que foi criada, e os alunos a chamam de “Floresta de Virídian”. Sempre houve o maior cuidado de cuidar de lá e dos animais que também vivem naquele lugar, mas...

O ruivo fez uma pausa, olhando em direção ao céu.

– Há alguns anos atrás, isso mudou. - Ele comentou. - O diretor resolveu vender a escola, e o cuidado com o bosque diminuiu muito. Os alunos começaram a não se importar mais com ele, e agora aquilo virou um lugar sujo e mal frequentado. É horrível.

– E... O que isso tem a ver com a Yellow? - Red perguntou em seguida, arqueando uma sobrancelha.

– Eu a conheci durante esse tempo, com uma vassoura e um saco de lixo tentando limpar aquilo tudo. - Lance abriu um sorriso pequeno, como se estivesse revendo a cena. - Aquela garota estava sempre lá, dando comida para os animais, limpando, até tentando expulsar alguns dos delinquentes da escola de lá.

O moreno sorriu também; Yellow seria mesmo de fazer isso. A loira tinha um carinho especial por natureza, pelo que ele podia ver quando saíam durante as férias. No entanto, ela também sempre ficava com um olhar melancólico ao olhar para as árvores... E pensar que o motivo era esse.

– Mas isso não era o bastante. - A voz do ruivo o acordou de seus devaneios, e Red ergueu os olhos para fitá-lo. - Só as tentativas de dois alunos não são páreo para todo o resto do corpo estudantil, e eu sabia disso. Yellow era inocente demais para ver que aquilo era apenas uma questão de tempo...

Lance pausou.

– Foi aí que eu fiz uma descoberta.

flashback.

Os dois estavam no bosque. A garota loira brincava distraidamente com alguns coelhos enquanto o outro garoto a olhava de relance. Ele parecia querer falar algo.

– Yellow? – A garota virou para Lance, rosto curioso. – Eu andei pensando em algo nesses dias.

– Sério? O quê? – Ela perguntou, levantando e tirando poeira de suas roupas.

– Nós podíamos fazer algo para fazer essas pessoas pararem de vir para a floresta. - O ruivo comentou, abaixando para pegar um pacote de biscoito vazio. - Eu estive pensando num fantasma, mas achei que seria muito complicado. Então resolvi dar uma olhada nos registros da escola na internet, e...

– Hm? - A loira tombou a cabeça para o lado.

– Por que não me contou que sua família era uma das fundadoras da escola? - Lance virou-se diretamente para ela. A garota congelou, arregalando os olhos.

– Eh? B-bom, nós saímos da direção de Virídian já há algum tempo, então eu não vi o porquê de falar disso-

– Você não está vendo? Essa é a nossa chance! - O garoto a interrompeu, com um olhar determinado. - A sua família não pode estar mais no comando, mas eles certamente ainda têm influência nas decisões da escola, certo? Então, se você e sua mãe forem conversar com o diretor, talvez possamos o convencer de vender o bosque para o prefeito ou fechá-lo para alunos...

– Não! - Yellow o cortou dessa vez, sua voz se elevando um pouco. - Não podemos fechar o bosque para os alunos, tem que haver outro jeito! - Ela pausou, olhando para o chão. - E, além disso... Minha mãe não...

– Yellow, nós temos que fazer isso. - Lance pressionou. - Esses alunos não merecem a floresta. Temos que fechá-la.

– O bosque foi aderido à escola para eles, fechá-lo iria contra a própria criação desse lugar. - A loira discordou, rosto sério. - Lance, eu não posso fazer isso. Por enquanto, vamos continuar só com o que fazemos-

NÃO É O BASTANTE!– O ruivo exclamou, a assustando e fazendo-a dar um passo para trás. - Nós faremos isso e ponto final! Agora ande e chame logo seus pais-

– Você não pode me convencer de fazer isso! - Ela falou, dando meia volta e desaparecendo por entre as árvores. Yellow era rápida; sabia que não conseguiria alcançá-la se resolvesse correr atrás dela.

No entanto... Não quer dizer que eu não possa recorrer a outros meios. Lance suspirou. Você me deixa sem escolhas, Yellow. Não há outro jeito, e eu vou fazer você ver isso.

fim do flashback.

– Lance. – Red começou, e os orbes alaranjados do garoto se viraram para ele novamente. – Eu não sei o que você passou naquele bosque. Aqueles animais também não merecem ter seu lar poluído, e algo sim deve ser feito. Mas eu também não concordo com o que quer fazer.

O garoto de cabelos ruivos bufou, aumentando seu tom de voz:

– Você sabe que se não for dessa maneira não vai dar certo. Ninguém vai fazer algo que não o beneficie sem que seja pela força! Humanos são todos individualistas.

Red piscou, e, passado alguns segundos, suspirou.

– Você está certo, humanos são egoístas e individualistas.

– Viu, não foi difícil admitir isso-

–... Eu posso dizer isso, se você quiser. Mas não é totalmente verdade. – O garoto parou por um tempo, seus orbes vermelhos se dirigindo para o céu azul. – Mesmo que existam muitas pessoas egoístas, ainda existem aquelas que fazem de tudo pelos outros. Que, não importa a situação, vão sempre ajudar quem acharem que precisa de ajuda. Você... Conhece alguém assim, não é?

Lance parou por um momento, memórias involuntariamente voltando para sua cabeça. Ele viu-se de frente a uma garota loira e baixinha, que acabara de expulsar alguns garotos mais velhos à base de gritos e insistência e agora estava agachada mexendo em algo no chão.

Pensando que fosse outra pessoa jogando coisas no mato, foi andando até lá pronto para expulsá-la dali quando ela se virou, e eles se olharam por um minuto. Em suas mãos estava um saco de lixo pequeno, e ela recolhia papéis de biscoito e latinhas, suas mãos delicadas já um pouco sujas por mexer na terra.

– Ah, olá! – Ela disse, sorrindo. Como o garoto não conseguiu fazer nada a não ser encará-la curiosamente, ele continuou. – Uh, você poderia me ajudar...? É que tem mais lixo aqui do que eu imaginei, e vai ficar difícil de coletar tudo isso sozinha...

– O que você está fazendo aqui? – Ele apenas perguntou, e a garota piscou, seu sorriso brevemente se extinguindo antes de retornar com força total.

– Bom, eu vinha muito nesse bosque na escola quando queria tirar um cochilo ou brincar com os animais antes. Mas aconteceram umas coisas lá em casa e... – Ele pôde notar que os olhos verdes da jovem se entristeceram por um momento.

– Eu não consegui vir aqui por um tempo. E, hoje, quando eu finalmente criei coragem para voltar, vi tudo isso e comecei a limpar por instinto...

– Huh. – Lance murmurou, uma sobrancelha arqueada. Ele ainda desconfiava da jovem, mas resolveu deixar o assunto de lado. Ao invés disso, ele percebeu que em uma das mãos da garota tinha um corte. – Sua mão está sangrando.

– Eh? – Ela perguntou, olhando para as mãos e notando o corte. – Ah, eu devo ter cortado enquanto pegava as latas. Mas tudo bem, é só lavar depois.

– Você devia tratar isso logo, pode infeccionar. – Ele comentou, chegando perto da jovem. Esta, por sua vez, negou com a cabeça, decidida.

– Não precisa. Esse bosque já sofreu demais com toda essa sujeira. Eu devia ter voltado aqui mais cedo e ajudado antes que chegasse a esse ponto... – A jovem olhou para o corte, e novamente para as árvores. – Eu posso aguentar um corte pequeno como esse comparado a tudo que ele suportou até hoje.

O garoto ficou sem palavras e, vagarosamente, foi até onde a outra estava e começou a ajudá-la. Mais tarde, quando estavam na enfermaria tratando o corte - que, felizmente, não infeccionou - ele descobriu que seu nome era Yellow.

Mas o mais estranho era que, todo o dia, ela estava fazendo a mesma coisa. Podia até acabar dormindo algumas vezes sem querer, mas ela sempre estava lá, diferentemente do resto da escola. E isso, de alguma forma, criou esperança no jovem que passou a vida toda pensando que eram todos os mesmos.

– Ela... – Ele murmurou, como se uma onda batesse de frente com seu corpo.

– Viu? Com tudo o que aconteceu, você esqueceu até de como ela era, não é mesmo? – Red disse, ainda sorrindo. – Acho que você tem algumas desculpas a fazer.

Vendo Lance não falar mais nada, ele se virou, e parou no meio do caminho.

– Ah sim. – O garoto se virou outra vez. – Depois de fazer isso, não incomode a Yellow outra vez. – Ele disse, com o olhar sério.

O jovem de olhos alaranjados suspirou, observando o jovem que agora já desaparecia por trás do grande prédio do ensino médio. Ele preferiu me entender e abrir meus olhos do que simplesmente me reprimir e ir embora.

– Tsk. Ela realmente arrumou alguém igual a si mesma, não é. – Murmurou para si mesmo com um sorriso pequeno.


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Notas finais do capítulo

Eeeeee começamos a nos aproximar do arco central da fic~ Vejo vocês semana que vem, seus lindos!

Até mais~



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