American Horror Story Coven - The Aftermath escrita por AHSfan


Capítulo 14
Descoberta e Despreparada


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Estamos em um ponto crucial da fic.
Espero que gostem e boa leitura!



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– Dimitry! Você está bem? – Grito batendo desesperadamente na porta do quarto dele. Tento entrar, mas quando meus dedos se fecham no trinco são imediatamente eletrocutados. Urro de dor dessa vez. Alexei vai para outro cômodo e volta com uma espécie de espingarda nas mãos.

– Saia do meio, bruxa. – Ele diz mirando na trinca da porta e dando um tiro. Fico surda por um segundo. Meus ouvidos ficam zunindo graças ao destrutivo som do cartucho sendo disparado, mas não hesito em empurrar a porta e entrar no quarto de Dimitry. Várias farpas e lascas de madeira estão em meus braços, mas a dor só me deixa mais alerta.

– Dimtry! – Posso sentir em mim, que algo está errado. Todo meu corpo instintivamente deseja afastar-se, dar meia volta e correr. A cama está coberta em sangue o quarto está todo revirado, como se saqueadores o tivessem invadido. O guarda roupa está caído no chão, folhas voam e a janela está aberta, enviando uma brisa estranhamente fria. Há uma trilha de sangue que vai da cama até outra porta no quarto e Alexei é mais rápido, ele abre caminho entre o mar de roupas e objetos caídos no chão levando-se até essa porta no canto esquerdo do quarto. Alexei segura a espingarda nas mãos como um verdadeiro caçador faria e o olhar que ele carrega é voraz e insano. Engulo em seco e aproximo-me dele.

– Dimitry? – Alexei pergunta empurrando a porta semifechada com o pé. E lá está ele com uma perna pendendo da banheira. Estamos em um banheiro e o cheiro metálico de sangue é angustiante. Ponho as mãos em minha boca e luto para não começar a soluçar agora mesmo. Alexei larga a arma e ajoelha-se ao lado da banheira. Eu faço o mesmo sem pensar e vejo o corpo imóvel de Dimitry. Seu peito está rasgado, como se alguém o tivesse arranhado com garras gigantes, o músculo é visível e está em carne viva em uma cor de vermelho brilhante. O rosto de Dimitry é uma máscara deformada, seus olhos tão brilhantes estão abertos e tem um pavor indescritível impregnado enquanto a boca cospe algum sangue. E então eu noto as narinas de Dimitry se dilatando como se ele estivesse buscando... Respirar.

– Ele não está morto! – Sussurro sentindo uma ideia se formular e vou agindo o mais rápido que consigo. Pego meu celular no bolso da calça e ligo para Catherine. Ela atende no primeiro toque.

– É inútil. – Alexei diz sem esperança. – Nenhuma ambulância chegará aqui a tempo.

– Catherine! Pelo amor de Deus, traga as gêmeas de cabelo prateado para a casa dos vizinhos, agora! – Do outro lado da linha Catherine parece confusa, mas entende a urgência em minha voz e diz que trará as gêmeas o mais rápido possível.

– Ele já está morto. – A voz cética de Alexei me irrita.

– Ele vai ficar bem! – Rebato segurando a mão fria de Dimitry.

– Foi o demônio. - Quando me viro na direção de Alexei observo que ele não está mais ajoelhado ao meu lado, mas sim de pé em frente a um espelho. E no espelho tem algo escrito em sangue. Demoro um tempo para fazer sentido da frase escrita apesar de conseguir lê-la.

“Vocês deveriam ter fugido.”

Alexei começa a xingar vários palavrões em inglês e na língua nativa dele, seja qual for. Então escuto a voz de Catherine e passos apressados na escada.

– Jennifer? Onde você está? – Pergunta Catherine.

– Aqui! No quarto! – Informo entre choros e soluços. Em pouquíssimo tempo Catherine aparece com as gêmeas de cabelo prateado atrás dela e Elena a tira colo.

– Puta que... – É a primeira coisa que Catherine fala e então corre para o meu lado. Elena está pálida e mesmo as gêmeas externam seu horror em seus rostos.

– O que estão esperando?! – Falo com uma voz que não reconheço como minha de tanta autoridade. As gêmeas parecem sair do transe que as paralisava e empurram-me gentilmente para ficarem mais próximas de Dimitry. Nádia segura a mão direita dele e Nathalia pega a esquerda. Ambas compartilham um olhar e a luz prateada surge espalhando-se pelo corpo de Dimitry.

– Vamos dar algum espaço para elas. Isso vai demorar um pouco. – Pede Elena tomando um braço meu com muito cuidado pra não tocar em minha pele. Alexei é empurrado por Catherine e estamos os quatro do lado de fora do banheiro. Ninguém pergunta nada. Ninguém fala ou chora. Eu mesma estou calada e apreensiva, imersa em meus próprios pensamentos. Alexei não para de passar as mãos pelos cabelos curtos, ele respira pesadamente e só então percebo a preocupação em seu rosto. Elena está fumando como de costume e segura na outra mão um cantil com whisky, provavelmente é whisky. Catherine roí uma unha do dedo mindinho olhando para o teto, pensando em sabe Deus o que. Nesse momento entendo que não revelar a identidade do caçador para o conselho foi a melhor decisão, pois não existiria nenhuma chance delas virem ajudar Dimitry se soubessem que o irmão dele foi o responsável por sequestra-las e tortura-las na festa. Não, esse segredo vai ficar comigo enquanto eu puder guarda-lo.

Após cerca de quinze minutos, Nádia e Nathalia saem da sala suadas e com suas roupas arruinadas por manchas de sangue. Seus rostos, porém parecem satisfeitos e elas anunciam:

– O garoto bonito... – Nádia diz.

– Vai ficar bem. – Nathalia completa segurando a mão da irmã. Então Alexei e eu soltamos um enorme suspiro de alívio, Catherine sorri e Elena toma um gole muito generoso de whisky.

– Ele dormirá pra se recuperar...

– Por alguns dias, mas não se preocupem. – As gêmeas sorriem uma para a outra. Eu poderia abraça-las agora, mas antes que tenha a chance de fazer algo Elena diz:

– Agora você, novata, vai me explicar o que diabos aconteceu aqui.

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As gêmeas, Elena e Catherine começam a descer as escadas e esperam que eu vá junto, para que possamos conversar. Estou saindo do quarto quanto um toque suave, de uma mão áspera, segura meu ombro.

– Espere. – Alexei fala e posso ouvir a dor em sua voz. Viro-me e ele tem a cabeça baixa, mas uma expressão confusa.

– Você não contou pro seu Coven sobre mim. Por quê? – Ele indaga e então me olha nos olhos. Eu poderia dizer que não é do interesse dele e que isso só diz respeito a mim, mas estou cansada de mentir ou contar meias-verdades.

– Porque eu não confio no senso de justiça de todas as bruxas do meu coven. Desconfio especialmente do senso de justiça das minhas amigas que você sequestrou. Por enquanto é melhor assim. – Alexei assente com a cabeça e diz que irá colocar o irmão em outro quarto para que ele possa descansar.

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Estamos todas sentadas no sofá preto do andar debaixo. Narro para Elena, Catherine e as gêmeas de cabelo prateado meu sonho em detalhes. Falo que Alexei também estava lá e que o demônio ordenou que nós dois fugíssemos. Digo para Elena que não pude contar a verdade mais cedo, pois o mesmo demônio ameaçou-me para que a existência dele não fosse revelada. Confesso minha suspeita que alguém na academia invocou o demônio e que esta mesma pessoa provavelmente deve estar me observando atentamente.

Abaixo meus olhos de vergonha ao ser pega mentindo, mas não sei nem mesmo se posso confiar na reação de todas as pessoas que escutam o que estou dizendo, como as gêmeas ou a própria Elena que serve ao conselho agora. Um silêncio bem desconfortável se impõe enquanto as informações são absorvidas.

– Se tudo que você está dizendo é verdade, então é um grande golpe de sorte termos saído sem sermos vistas. – Elena sussurra mais pra si que pro resto de nós.

– Saímos pelo portão do quintal. – Explica Catherine dando ombros.

– Isso quer dizer que...

– Qualquer uma de nós pode ter invocado o demônio... – As gêmeas falam.

Elena olha para mim e suspira parecendo cansada. Ela acende um cigarro e parece pensar por um momento.

– Nós precisamos acobertar o que aconteceu. Se o demônio queria esse garoto morto há um motivo para isso, não podemos deixar nenhuma informação vazar daqui. Pra todos os efeitos ele morreu hoje. Entenderam?

Catherine assente com a cabeça e eu faço o mesmo. As gêmeas se entreolham e então dizem que também estão de acordo.

– E o conselho, o que você vai dizer? – Pergunto apertando minhas mãos em meu colo.

– Eu não sei. – Elena solta a fumaça pelo nariz lentamente. – Elas poderiam ajudar a organizar buscas pela academia e assim poderíamos identificar quem invocou o demônio mais facilmente. Por outro lado...

– Ao fazer uma busca assim, a pessoa que está por detrás disso poderia fugir mais facilmente. – Nádia e Nathalia dizem em uníssono.

– Cara, nós precisamos da ajuda de Callie. Com o poder da magia vodoo dela seria bem mais fácil encontrar quem está emanando energias demoníacas. - Catherine fala parecendo um pouco mais animada.

– Achei que Callie tivesse saído da cidade. – Digo chutando o carpete sob meus pés, lembrando-me da suspeita que ela lançou sobre mim.

– E ela saiu. – Elena informa parecendo desapontada. – Mas não temos mais a quem recorrer. Nossa magia não é radar de forças infernais, já a de Callie poderia prontamente se ajustar a isso.

– Posso ajuda-las com isso, bruxas. – Alexei desce as escadas e tem em mãos uma espécie de tabuleiro.

– E você é? – Catherine pergunta parecendo desconfiada.

– Alexei Petrov. Irmão mais velho de Dimitry Petrov, o cara que foi estraçalhado pelo demônio há pouco tempo. Não posso dizer que é um prazer conhecê-las, mas aqui estamos. – Ele senta-se no carpete, ficando de frente pra nós.

– Como você acha que poderá ajudar-nos? – Elena pergunta com descrença.

– Isso, bruxa, é um tabuleiro de energias demoníacas. – Ele estende o sinistro tabuleiro de formato octogonal a nossa frente. - Com ele é possível detectar a fonte de forças demoníacas e suas vertentes que estiverem em um raio de cinco quilômetros.

Observo a expressão de Catherine passar de desconfiada para raivosa em um piscar olhos. Elena ainda parece simplesmente confusa e as gêmeas do cabelo prateado tem um ar de entediadas.

– Tenho a impressão que já ouvi sua voz antes, inclusive dizendo algo bem parecido. – Catherine fica de pé e eu sei que ela está a um passo de pular no pescoço de Alexei.

– E você certamente ouviu, bruxa. Não irei negar nada. – Alexei sorri e observo que os dentes dele são tão perfeitos quanto os de Dimitry o que me deixa desconsertada.

– O que tá rolando aqui? – Elena pergunta para em seguida dar um gole ainda maior no whisky. Os punhos de Catherine se cerram e eu me levanto para ficar de frente pra ela. Tento chamar sua atenção, mas ela tem o olhar fixo em Alexei.

Você é o caçador de bruxas, não é? – Catherine indaga praticamente cuspindo a frase.

Você sabe que sim. – Alexei responde sorrindo cinicamente.


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Notas finais do capítulo

Olá! Obrigada por acompanhar a fic.
Deixe um comentário, caro leitor(a)! Qualquer crítica ou elogio será bem vindo.
Até a próxima :)