Estava na casa de banho da minha escola, de repente por impulso olhei para o chão e lá estava ele (um diário). Parecia um diário, era um diário! Decidi lê-lo, mas tinha que ter um sítio silencioso para o poder ler em silêncio. Fui para atrás do ginásio. Na sub-capa tinha Carolina Mendes, uns desenhos a caneta azul uma morada e um numero de telemóvel. Na página seguinte tinha:

«Vida ou morte? Que escolherias? Se tivesses opção. Desde o 5º ano sempre pensei que quisesse morrer, mas quando tive quase a morrer quis viver. Isto é ser masoquista? Quando fui atropelada e estive inconsciente 17 dias tive os piores dias da minha vida. Não me lembro de nada que se passou nesses dias, sinto que nesses dias a minha cabeça teve um apagão. Depois deste susto passei a ter aulas particulares em casa, passava todos os dias em casa. Muitas das vezes estava a olhar da janela do meu quarto para o mundo exterior. Num dia mudaram-se novos vizinhos para a casa da frente que por acaso tinham uma filha da minha idade. Às vezes através da minha janela eu via-la a se vestir e a despir, cheguei-a a ver toda nua. Não queria ou na verdade talvez quisesse ver. De todas as vezes que a via queria a ver ainda mais. Eu não gostava de raparigas mas comecei a gosta por causa dela. Ela era morena, bastante parecida com a Megan Fox em muitas maneiras. Meses depois eu decidi que não queria estudar mais em casa porque estava a perder muito da minha vida metida nesta casa. Fui para a escola das Taipas, fui transferida a meio do primeiro período, e para a minha surpresa na minha turma estava a minha vizinha da frente. Aquela que sempre olho. Apresentei-me á turma e ao stor

-Eu sou a Carolina Mendes.

-De onde és? -perguntou-me o professor

-Ah! Sou de Ronfe.

-Senta-te ali. - o stor parece que adivinhou porque me mandou me sentar á beira da rapariga da frente da minha casa.

-Não estudavas em casa?

-Eu? Sim estudava.

-Não precisas de ficar envergonhada, já nos conhecemos. Mais ou menos, tu olhavas-me eu olhava-te.

-Tu também me observavas?

-Sim, eu tenho o mesmo direito, certo?

-Ah. Sim tens.