Aprendendo a te amar escrita por GothicUnicorn


Capítulo 20
20


Notas iniciais do capítulo

Me inspirei no meu sonho SC para escrever o final desse capítulo. Por que amo tanto esses dois, SEM OR? Muito rainhos eles :v
E que os jogos comecem :v



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– Gostou mesmo? Preciso contratar alguém para limpar isso aqui, além do mais, preciso garantir o conforto das mulheres de minha vida.

– Também acho uma boa ideia. – Juntos eles olharam em todos os cantos da casa, a mobília dos quartos estava intacta, mas não as da sala de estar e jantar, afinal Leonor havia levado tudo para a fazenda, assim, além de uma boa faxina, a casa precisava de móveis, mas Ivana não estava disposta a escolhê-los, presumia ele, por isso José Miguel se encarregaria disto.

–Você quer me ajudar a escolher os móveis, Ivana? – Perguntou ele, afagando seu ombro.

– Sim, claro que sim. – Ela rodopiava no meio da sala vazia e empoeirada, fazendo-o rir. – José Miguel, vamos logo para a fazenda, pois quero voltar para cá logo.

José Miguel adorou o fato de Ivana gostar da casa. Ela cresceu em um padrão melhor que aquele, embora não fosse rica de berço, a fortuna de Valentina sempre a proporcionou tudo do bom e do melhor. A casa era grande e luxuosa, porém não estava em sua melhor fase, afinal ocorreram muitas coisas com ela, e com eles também, que não merecem ser citadas.

Eles deixaram a casa e assim seguiram para a estrada, onde, provavelmente, passariam toda a madrugada.

– Fique acordada comigo, Ivana, dirigir sozinho não é legal. – Disse ele, segurando em sua mão, enquanto abria a porta para que ela entrasse.

– Eu dirigi até aqui e não reclamei, mas como você não pode viver sem mim, tento fazer isso por você. – Nesse mesmo ritmo eles passaram quase toda a viagem, até que todo o carro foi tomado por um estranho silencio. Vagarosos cinco minutos de vácuo.

– José Miguel?

– O que?

– Conte-me coisas sobre você.

– Acho que já sabe tudo.

– Sempre há algo que não sabemos sobre o outro, algo do passado, ou algo que planejamos para o futuro, ou até mesmo sobre o presente.

– Não sei, se for algo do passado, acho que quando te conheci.

– O que tem sobre esse dia?

– Eu te achei maravilhosa. – Disse ele, sorrindo. – Olhei bem nos fundos dos seus olhos, esses que amo tanto, lá possuía um enigma, que por muito tempo me recusei a desvendar, desviei-me dele.

– E que enigma era esse? Conseguiu resposta para dele?

– Tantas perguntas.

– Responda-as, por favor.

– Bom, dentro dos seus olhos vi um misto de malicia e carência, de ardência e ternura, algo que ainda não sei explicar. E você, o que pensou de mim?

– Que era o único que poderia me completar. De primeiro instante te achei simplesmente bonito, mas fiquei pensando em você. Foi tão carinhoso comigo, muito diferente de como me tratou depois. – Ela abaixou a cabeça, embora tivesse o perdoado, não havia esquecido, afinal, perdoar não é esquecer, e a ferida em seu peito era tão recente.

– Ivana, você guarda mágoa de mim?

– Não. – Ríspida, ela queria desviar-se do assunto. – Quero te perguntar uma única coisa.

– Pergunte.

– Se eu te agradei tanto, se pareci tão mística, por que escolheu a Valentina?

– Sabe que também me pergunto? Primeiramente achei que você era algo de Horácio, não queria me meter com a mulher de meu amigo, então conheci Valentina e a ousadia dela me chamou muito a atenção, depois fiquei sabendo do seu caso com Alonso, te achei monstruosa, e estava muito apaixonado para acreditar em outro alguém que não fosse ela. Até pensei em dar uma chance a você, comentei isso com o padre Justino, mas ele me disse que você era muito instável para confiar, então desisti, mas a vida nos uniu com o bebê.

– Sério que ele disse isso? – Perguntou ela, colérica.

– Sim, me disse, mas não se zangue, afinal já passou. – Ivana sorriu ironicamente, naquele minuto que havia se passado, ela fuzilou o pobre padre diversas vezes. Seu ‘trabalho’ não era ajudar as pessoas? Então que diabos ele havia feito? Apenas fez seu sofrimento prolongar. – Está me ouvindo, Ivana?

– Hein? Estava falando comigo?

– Estava sim.

– Me desculpe. – Aquela conversa fez Ivana repensar sobre toda sua vida, ela apenas ouvia o som da voz de José Miguel, mas não o escutava, o som vinha de longe, longe de tudo que importava no momento; o som ouvido era o som de seus pensamentos, reflexões e mágoas, que embora insistisse em dizer que não as sentia, elas sempre estavam junto com ela. Ivana entrou em uma transe tão grande, que quando se deu conta, já estava em San Pedro.

– Ivana! – Gritou ele, depois de chamar diversas vezes seu nome sem sucesso.

– O que foi? – Disse, finalmente saindo de seu mundo privado.

– O que aconteceu com você? Estamos próximos a nuestro hogar.

– Que bom, meu amor. – Com as mãos repousas sobre o ventre ela seguiu até a fazenda. Passados alguns minutos já estavam no território dos Montesinos. Desceram, e como ainda amanhecia, não tinha ninguém para ajudá-los, assim José Miguel se virou sozinho, como sempre.

Já instalados, Ivana se jogou sobre a cama, já não eram mais os lençóis de seda, mas aquela cama era onde ela queria ficar.

– Ivana, vamos dormir um pouco, depois iremos falar com Valentina, resolverei alguns problemas e daqui a dois dias voltaremos para o México, tudo bem para você?

– Tudo sim, José Miguel.

Eles acomodaram as coisas no quarto, trocaram de roupa e foram dormir. Ivana estava quieta, ele reparou, mas se calou. Abraçados eles ficaram e dormiram por longas e ternas horas. Durante o tempo em que dormia, Ivana teve um sonho.

José Miguel estava sentado de costas, olhando para um berço rosa. O choro da menina era ensurdecedor, tão alto que fazia Ivana tapar os ouvidos. Em uma reflexão rápida, ela teve uma ideia do que poderia acalmar a menina, talvez seu colo a confortasse. Ela falava com José Miguel, mas ele não a ouvia, ela tentava o abraçar, mas era em vão, ele a rejeitava como fez por muito tempo, mas não era uma simples rejeição, ele parecia não vê-la. Será que ela estava morta?

Depois de muito tempo tentando chamar a atenção de José Miguel, ela voltou-se novamente para o berço, a menina já não mais chorava, e isso chamou sua atenção. Quando voltou-se totalmente, seus olhos não podiam acreditar no que viam, Valentina estava com a pequena no colo. Abraçava-a com uma ternura, que talvez, Ivana nunca havia sentindo. A menina se parecia muito com Ivana quando pequena, então ela olhou para seu ventre e viu que já não estava grávida. Desesperada, ela tentava chamar José Miguel, mas ele estava abraçado a Valentina e juntos sorriam para a pequena menina.

– Ela é minha filha! – Gritava Ivana, desnorteada. – Ela é minha filha!

– Minha, somente minha. – Gritou ela, despertando desesperada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :v



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