Aprendendo a te amar escrita por GothicUnicorn


Capítulo 2
2


Notas iniciais do capítulo

Tão gay essa fic, mas estou amando ela



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– Quem está ai?

Sem saber o que fazer, José Miguel tentou sair para explicar a situação, mas a porta não queria abrir, ele estava preso, e desesperado ele batia na porta desesperado.

– Abra aqui, Ivana, por favor. – Gritava ele, enquanto batia incansavelmente na porta.

– Quem é você? – Dizia ela, com um vaso de flores na mão.

– Sou eu, José Miguel, abra a porta. – Mais aliviada, Ivana foi até a porta para tentar abri-la, quando ele a viu com o vaso na mão, não se conteve e disse. – Flores para mim? Não precisava, meu amor.

– Não seja estúpido, José Miguel, você realmente me assustou, eu poderia perder meu bebê. – Embora brava, Ivana estava feliz, pois ele estava com ela e a chamou de ‘meu amor’.

– Desculpe-me, não foi minha intenção, eu só queria falar com você. – Ele agarrou a mão dela, que logo soltou enfurecida.

– Eu não quero falar com você, já disse, e irei embora daqui, afinal disse que não queria te ver, e mesmo assim foi permitida sua visita. – Ela andava de um lado para o outro, suas mãos inquietas tinham somente um destino, o ventre, que já carregava um pedacinho de gente, que para ela era um mundo.

– Não culpe o dono do hotel, ele não permitiu minha subida, nem sabe que estou aqui, usei meios alternativos para chegar até você.

– Ah, sim, veio de helicóptero, é?

– Não, pulei a janela.

Quando Ivana ouviu a palavra janela não se conteve, caiu na gargalhada, deixando-o sem graça.

No te creo, onde estava com a cabeça? – Disse ela, ainda rindo.

– Em você e em nosso bebê. – Aquelas palavras fizeram com que ela se calasse, o sorriso que trazia no rosto sumiu, eles trocavam olhares ternos e doces.

– Mas hoje de manhã me disse que não acreditava que ele fosse seu, que nunca deixaria sua Valentina e que agora era eu por ele e ele por mim. – A ternura de seu olhar foi substituída pelas lágrimas, lágrimas doloridas que vinham do fundo de sua alma, aquela alma que ficava escondida pela dor e a rejeição que se expandiram como uma grossa armadura, que a cobriam toda a doçura e bondade daquele frágil ser.

– Ivana, olhe nos meus olhos. – Ele afagou seu rosto, limpando as lágrimas de seus marcantes olhos. – Me perdoe, pensei muito sobre tudo que te disse, da maneira que te expulsei de minha casa. Pensei por longas horas em como seria ser pai, como é trocar uma fralda, ter alguém para ser o herói e essa hora chegou, eu sinto isso. Agora eu me sinto pai, pai deste bebê que você carrega. – Ele passava as mãos sobre seu ventre, ambos sorriam e juntos acariciavam o ‘bebê’.

– Mas e Valentina? O que fará com o grande amor que ainda sente por ela?

– Ela aprenderá a viver sem mim, amor maior que qualquer um é o de um filho, este será um laço eterno, Valentina é uma das muitas que jurei amor eterno, mas amor eterno é o que tenho com você.

– Mas você não me ama, José Miguel, não quero te obrigar a nada. Antes eu via esse bebê como o laço que ia nos unir para sempre, hoje o vejo como muito mais que isso.

– Ainda não, mas aprenderei. – Ele a beijou na testa, deixando-a muito feliz. – O primeiro passo é voltarmos para nossa casa.

– Tem certeza, José Miguel?

– Tenho toda a certeza do mundo, vamos, Srª Ivana Dorantes de Montesinos. – Ele a pegou no colo, esses riam como dois adolescentes, despreocupados e felizes.

Com ela nos braços, José Miguel descia as escadas, quando foi interrompido pelo dono do hotel, que o fitava com raiva.

– Como o senhor entrou aqui?

– Pela... – Quando José Miguel ia dizer, Ivana o interrompeu dando um passo a frente.

– Eu o deixei entrar.

– Mas eu não o vi passar.

– Entrei aquela hora que estava uma confusão lá fora. – Disse ele, puxando-a pela cintura.

– Ah, sim, está bem. É que ela não queria te ver, achei que tivesse entrado escondido, afinal, o hotel tem uma entrada dos fundos.

– Imagine, jamais faria algo assim.

Aliviados, eles foram para fora e lá finalmente puderam rir.

Caray, eu me matei para subir em uma janela e tinha porta dos fundos?

– Sim, foi isso. – Eles gargalhavam muito, ele foi até o quarto e trouxe todas as malas de Ivana que o esperava na caminhonete.

– Pronto, agora podemos ir para a casa, já paguei sua diária e vamos.

– Obrigada por tudo, de verdade.

– Não precisa agradecer, agora você tem um pedacinho meu com você e não deixarei que nada nem ninguém machuque-os. – Ele acariciava sua ‘barriguinha’. A felicidade era plena, ela queria apenas estar com ele, em seus braços nada poderia lhe acontecer.

Quando finalmente arrumaram tudo, partiram, partiram para uma nova vida. Durante o caminho para a casa, José Miguel foi fazendo perguntas, perguntas sobre a vida de Ivana e sobre o bebê.

– Ivana, como foi sua infância? – Perguntou ele, enquanto dirigia em direção à Fazenda Montesinos.

– Péssima, éramos muito pobres, meu pai gastava todo nosso dinheiro com jogos e mulheres, muitas mulheres, cheguei até a passar fome. Quando a Valentina nasceu, mamãe foi ajudar a tia Cecília e me lembro nitidamente de ter visto ele com outra mulher em minha casa. Aquela cena nunca saiu de minha mente, fui uma criança normal por alguns anos, então ele morreu, nos deixando somente dívidas. Pouco tempo depois Valentina ficou órfã e minha mãe se viu obrigada a criá-la, para que ela não perdesse toda a mordomia que estava acostumada, fomos para sua casa, onde ela foi criada com o mesmo conforto de quando ainda seus pais estavam vivos, então com a falta de atenção me tornei uma criança má e assim cresci e bom, o resto você já sabe.

Surpreso com tudo que acabara de ouvir, José Miguel se sentia culpado. Ivana não era uma mulher má, era simplesmente uma criança grande que ainda precisava muito de atenção, a atenção que só um sentimento sincero poderia lhe dar.

– Você deve sentir muito rancor pelo seu pai, não?

– Para falar a verdade, não. Papai me ensinou muitas das coisas que sei, para ser sincera, até mais que mamãe, ele foi a figura de um homem que eu tive e mesmo sabendo que tudo que ele fazia não era certo, eu o via como um herói, meu herói. Mesmo pequena, lembro de quando ele me suspendia e me girava, eu me sentia a menina mais amada no mundo, talvez, esse tenha sido o único amor de verdade que recebi e agora estou prestes a recebê-lo novamente, de meu filho. – Lágrimas teimosas insistiam em saltar de seus olhos.

Ele voltou-se para ela e apenas sorriu. Em sua cabeça passava um turbilhão de coisas, a diferença entre Valentina e Ivana era clara: Valentina não podia sofrer calada, sempre chamava a atenção para si e expunha seus sentimentos. Ivana não, ela sofria em silêncio esperando que alguém algum dia pudesse compreendê-la, solitária, calada, ela guardava suas doloridas lágrimas para chorar escondido, sem que ninguém a notasse ou se preocupasse com seus sentimentos.

– Chegamos! – Disse ele, passando a mão em seu rosto ainda úmido pelas lágrimas.

– Ah, sim, estava tão distraída conversando com o bebê em pensamento que nem notei.

– Não fale mal de mim para ele, vocês mães são privilegiadas em poder carregá-los.

– Não falarei, yo juro, não quero que ele seja tão mal ou má como eu sou.

A cada palavra dita por Ivana, José Miguel usava para criar um novo conceito sobre ela, bem melhor que o anterior. Leonor já estava dormindo, fazendo da volta muito mais reconfortante. Juntos foram para o quarto, de mãos dadas e corações batendo na mesma freqüência.

– Onde dormirá, Ivana? – Perguntou ele, enquanto trazia as malas.

– Onde eu dormia antes, a maioria das minhas coisas estão lá.

Assim, José Miguel acatou a ordem e colocou seus pertences novamente no quarto, se despediram e ele saiu, tomou um bom banho e foi descansar. Antes que pudesse pegar no sono, ele refletia sobre tudo. – Ivana é uma mulher frágil que precisa de mim. Meu Deus, como fui burro, não via que a mulher que sempre me amou estava do meu lado, eu estava me iludindo com a Valentina, achando que ela era o amor da minha vida, quando a única que se designou a viver a vida que eu poderia lhe dar foi Ivana. – Pensava ele, inquieto. Não se aguentando mais, ele levantou e foi até a porta do quarto de Ivana e bateu. No terceiro toque à porta, a porta se abriu.

– Ivana, quer dormir comigo?


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