Sweeter Than Fiction escrita por Pérola
Notas iniciais do capítulo
"E neste tempo perfeito é como se não lembrássemos da chuva que achávamos que duraria para sempre..."
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Pov’s Rosalie:
Não, com certeza. O azar estava do meu lado naquela manhã.
Eu cometi o erro de deixar a janela aberta antes de ir dormir, e uma ventania invadiu meu quarto. Espalhou todos os papeis e os cadernos em cima da minha escrivaninha.
Eu acordei de cabelos em pé, literalmente.
– Bom dia pra você também, Vento. – gritei jogando de lado a colcha vermelha que me cobria.
O espelho mostrava meu desespero de primeiro dia de aula. Meu cabelo bagunçado e as unhas roídas.
Desci ainda com as pantufas de coelho no meu pé. Achava aquilo ridículo, porém fofo. Andei até a porta a esquerda do meu quarto e bati.
– Levanta! – gritei e uma miniatura de pessoa apareceu na minha frente, minha irmã mais nova, a Samantha. A única pessoa no mundo que me faz sorrir.
– Você ainda é uma irmã malvada. – ela coçava o olho.
– Eu sei bebê.
Dei um beijinho nela e desci as escadas, direto para a cozinha. Meus pais estavam na mesa e minha mãe veio até mim com um sorriso de orelha a orelha.
– Ah, meu bebê ainda não está pronta? – ela apertou minhas bochechas.
Minha mãe nutriu um enorme amor por mim depois da minha tentativa de suicídio. E agora ela acha que tudo pode ser motivo pra que eu me mate.
– É mãe, ainda não...
Me afastei dela dando um beijo na sua testa. – Oi Pai!
– Olá minha linda. – ele lia o jornal como sempre fazia.
Sentei-me na mesa e dei uma abocanhada no pão com mortadela como sempre, e os olhares de dirigiam a mim, porém mudaram quando a Samantha apareceu vestida com a roupa pelo avesso.
– Mamãe... – ela choramingou e eu fui até lá – Você não é a mamãe.
– Não, mas sou sua irmã, vamos subir e eu vou te trocar, tudo bem?
Ela fez que sim com a cabeça e subiu as escadas, incrível como para minha irmã tudo eram flores, enquanto pra mim, as trevas estavam a solta.
Assim que eu entrei no quarto corri pra fechar a janela.
– Sam... A chuva iria molhar todas as suas bonecas.
– Descul... Des... – ela estava tentando tirar a blusa e eu fui ajudá-la.
– Cadê você mocinha? Sumiu dentre os panos?
Ouvi a risadinha dela, depois de uns segundos ela estava com a blusa no lugar certo.
– Rosalie, eu não quero ir pra escola. – ela cruzou os braços.
– Que coisa, nem eu! – sorri – Mas a mamãe vai matar a gente se não estivermos lá em meia hora. Vamos descer.
Ela correu passando por debaixo de minhas pernas. Fui olhar como a chuva estava pela janela do quarto dela, e eu digo: Eu chegaria encharcada no colégio.
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Pov’s Peter:
Três da manhã.
Hora que define quando meu dia começa, se bem que ele já começou irritante.
Tinha chegado de uma festa na casa da Julie, e que festa. Fui recepcionado elegantemente pelo meu irmão mais velho, Connor, acho que ele foi criado pra me atormentar, é sempre ele que tem que me dá bronca.
“O que você está pensando? Não sabe os perigos que existe ai fora? Você ta a fim de se matar? Você acabou de receber seus dons e já quer perdê-los?”
E blá, blá, blá. Era sempre assim, passei direto por ele e corri pro meu quarto. Primeiro dia de aula. Pensamento vai, pensamento vem... Uma batida na porta.
– Quem é? – girei na cama e me sentei.
A criatura abriu a porta sem nem falar o nome, meu pai, Anthony Mason, o Senhor Mason. O coroa mais chato do mundo.
– Seu pai.
Ele se sentou na cadeira giratória e veio até mim.
– Sem noção.
Foi apenas o que ele falou.
– Pai, os tempos mudaram, não posso ser o que você era antigamente. Finalmente consegui fazer amigos, finalmente consegui o que você queria, não ser mais um dentre tantos Swots.
– Ah, Peter. Você acha? Vai achar quando ficar de castigo um mês e aprender a se comportar.
Ele gritou comigo, o que me deixou irritado. Ninguém grita comigo e se safa desse jeito. Nem meu próprio pai.
– Eu não tenho a culpa de ter nascido desse jeito se é o que você quer saber. Por mim a minha vida não seria essa merda que é agora! – eu me levantei aumentando o tom de voz com ele.
A porta do meu quarto começou a bater e a janela abriu, o vento ficou forte e provavelmente eu havia causado aquilo.
– Pare Peter. – meu pai tentava se manter calmo.
– EU NÃO VOU PARAR ATÉ PODER TER UMA VIDA, PAI. EU QUERO SER ALGUÉM. NÃO QUERO FICAR TRANCADO NESSA PORCARIA DE QUARTO APRENDER A USAR UM DOM DE MERDA QUE MINHA FAMÍLIA CARREGA HÁ SÉCULOS.
De repente começou a chover. Uma chuva forte. E ele percebeu que eu não iria mesmo parar.
– O que está acontecendo aqui?
Minha mãe entrou no quarto. Senhora Eleonora Mason. Com os belos cabelos loiros e os olhos azuis, provavelmente de quem eu herdei os meus.
– Nada mãe. – o vento foi diminuindo, mas a chuva ainda continuava.
Ela olhou para mim, um olhar do tipo: Desça agora antes que eu quebre a sua cara. E eu entendi.
Corri escada abaixo e sentei-me à mesa. Pelo jeito iria me atrasar pra aula, mas isso agora não importava, o que eu mais queria era distância da minha família. Pra ser exato do meu pai. Então... Comi depressa tudo o que tinha na mesa, ouvi alguns gritos vindos do meu quarto, ignorei e peguei a bolsa em cima do sofá.
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Pov’s Rosalie:
Meu pai não quis me levar até a escola, ótimo. Eu iria com o ônibus escolar. Uma merda de lataria.
As pessoas que falavam mal de mim na quarta série andavam nele, o que me dava mais receio de ir à escola. Eu tinha que tentar, era melhor do que usar os pulsos.
Fiquei tentando segurar o guarda-chuva. Uma tentativa de nada, a chuva estava forte demais, porém sem vento. Naquele momento em que eu iria ter um belo de um banho, o ônibus parou e eu subi.
– Iaê Rosalie? Vai uma toalha? – um cara chamado Vince me atormentava.
O ignorei e me sentei na quinta cadeira. O ônibus era desconfortável, os bancos não eram de veludo nem nada, ferro. Era o que eu teria que aguentar.
A cada freada que o motorista dava, eu tinha chances de bater minha testa na cadeira da frente o que era um perigo pra mim.
Até que uma parada no meio do nada aconteceu.
Um garoto completamente encharcado entrou sorrindo do ônibus, ele tinha os olhos azuis, completamente azuis. O cabelo castanho caia sobre os olhos, alguns caras como o Vince gritaram o nome dele.
– EI, PETER. TEM MAIS UMA NERD PRA GENTE ATORMENTAR ESSE ANO, AH, E A JULIE QUER TE VER LOGO.
Peter... Até que eu percebi de qual nerd estavam falando.
Quando ele passou por mim, iria gritar algo para os caras lá trás, quando o motorista acelerou de vez e uma coisa estranha aconteceu. A minha mão encostou-se à perna dele por causa do solavanco e pelo visto, o Peter também percebeu. Recebemos uma descarga elétrica, não tão forte, mas deixou meu braço dormente.
Gritei.
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Então pipous, esse é o meu primeiro capítulo *u* o que acham? Essa fic tem algum futuro? kkkk Bjiins Meus *3*