Counting stars escrita por Quione


Capítulo 9
Assombrações


Notas iniciais do capítulo

eu sei que demorei demais para postar, mas eu simplesmente não me sentia motivada para postar alguma coisa, não queria escrever algo forçadamente, queria escrever com calma, mesmo estando enferrujada na escrita, eu me esforcei
espero que gostem ♥ beijos e chocolates



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Já se passaram três semanas, eu estou bem
Será que ninguém sentiu minha falta?
As caçadoras sabem onde me escondo quando nada vai bem, quando sou tomada por alguma tristeza momentânea. Sinto falta do acampamento, mas eu prefiro me isolar... não me sinto forte para voltar, nem quero. O outono já está chegando, o clima fica cada vez mais frio, as folhas começam a mudar de cor lentamente, eu me sinto estúpida por ter partido, mas ao mesmo tempo estou aliviada. Eu não quero causar uma guerra, minha vida não é tão valiosa a ponto de me colocar como causa de uma guerra, eu não nasci para tirar a vida de inocentes, não sou nenhuma Helena... não quero ser
Não posso ser
Eu odeio admitir, mas sinto falta do sol brilhante, do calor que o acampamento emanava, sinto falta de correr pelos campos de morango, sinto falta de ser livre, de estar em grupo, de rir.... Sinto falta dele.
Não posso admitir nem em meus pensamentos, mas eu sinto falta dele, meus sonhos continuam a me atormentar, vivo um pesadelo acordada, pois meu coração, meu corpo, tudo o que sou diz para eu voltar, diz que tudo irá ficar bem, que eu mereço um final feliz. Meus sonhos parecem tão reais, mais do que um simples devaneio, eu sinto cada minuto, cada detalhe, eu luto todas as noites para não dormir e todas as manhãs para não acordar.
Conto as estrelas todas as noites, observo as constelações, penso em um futuro incerto. Estou no meu pequeno apartamento de dois quartos em new Jersey, onde passei minha infância solitária, é um apartamento afastado da cidade que continuo mantendo com dracmas da caçada, ninguém sabe quem mora aqui, meus vizinhos acham que eu sou um fantasma, uma assombração... eu não passo disso.
Meu estômago ronca em agonia, são duas da manhã, eu devia estar dormindo, mas não consigo, meus pensamentos voam para longe, para uma colina, para plantações de morango, para um sorriso debochado de um certo italiano. Eu desisto, apenas me levanto, pego meu arco, uma faca e vou atrás de comida, nenhum vizinho vai me ver, eles estão velhos demais para lembrarem de mim, ou são novos demais para saber da minha existência.
Ando em direção ao supermercado mais próximo, este está vazio, ninguém para me perturbar, prefiro assim, jogo algumas coisas no carrinho e saio andando em direção ao caixa, a moça do caixa está dormindo em um sono profundo, resolvo não a acordar, apenas coloco uma nota pagando o que peguei e vou embora.
Caminho tranquilamente até o meu apartamento, não tenho medo de monstros, por que teria? Sou apenas filha de Afrodite, há semideuses mais importantes do que eu, ainda mais em uma cidade calma como a minha, nada acontece, porém se um deles me atacar, eu estou pronta. Chego ao meu apartamento e sinto a presença de alguém, não é nenhum deus, tenho certeza, tampouco um monstro, talvez seja a Thalia, ou a Anne, talvez apenas a minha mente pregando peças.
Vejo um par de olhos negros olhando em minha direção como se eu fosse um enigma, tentando me decifrar.
— Olá - digo sem jeito ajeitando meu cabelo rebelde.
— Por que você foi embora? – Ele me pergunta sério
— Você é bem direto – tento desconversar
— Apenas responda a minha pergunta- continua sério
— Porque eu quis, o que você está fazendo aqui? Como conseguiu meu endereço? – Pergunto atordoada, mesmo fazendo o meu melhor para permanecer confiante.
— Eu vim atrás de você, consegui seu endereço com meus contatos, você tem mania de sempre fugir de seus problemas, por quê? - Diz dando dois passos em minha direção
— Por que você veio atrás de mim? O que eu fiz para você? – Pergunto, que direito tinha ele de entrar na minha casa e exigir respostas? Pensou o meu lado irritado, enquanto meu lado sonhador de filha de Afrodite tinha uma leve esperança de que ele estava preocupado
— Por que você está fugindo? Já se passaram três semanas, todos têm seus problemas, será que você e tão egoísta a ponto de dar as costas a todos que se importam com você? Suas amigas caçadoras estão abaladas com a sua partida sem nenhuma despedida, todos no acampamento estão, droga, Zara, por que você está fazendo isso com todos? - Ele olha para mim, como se estivesse magoado
— Se eu tivesse ficado, eu iria magoar todo mundo, literalmente, não poderia ficar, eu queria ficar, queria completar meu objetivo e seguir com a caçada, mas há algo, alguém que me impede, se eu ficasse, eu iria decepciona-lo. Não quero que você compreenda, quero apenas que aceite minha decisão- tentei lutar contra minhas lágrimas que teimavam em cair, eu queria que ele fosse embora, queria que ele desaparecesse, que simplesmente sumisse, mas ele fez o oposto, nunca imaginei que fosse viver para ver um filho de Hades falar sobre sonhos, mas ele se sentou ao meu lado e falou.
— Eu tive um sonho, na verdade, estou tendo uma série de sonhos sobre meu futuro, são sonhos felizes, que eu nunca tive, você está neles, uh, nós estamos neles...- diz envergonhado como se fosse me ofender- eu sei que é impossível, você é filha da deusa do amor, eu sou a escuridão personificada, mas você não sai da minha cabeça, você está sempre lá, me assombrando como os meus fantasmas- fala timidamente. Ele faz um movimento para se levantar, mas eu seguro sua mão.
— Eu também tenho esses sonhos, se eu assombro você, é porque você também me assombra, você me persegue desde o momento que nos conhecemos. Eu sou uma caçadora, não posso ter esses pensamentos, mas por que você me incomoda tanto? Achei que esses sonhos não representassem nada, eram apenas uma realidade fantasiosa, alucinações da minha cabeça.
Não consigo terminar minha frase, ele está próximo demais...
— Às vezes, precisamos correr riscos, pois esses riscos podem nos levar a felicidade-ele fala calmamente com sua voz rouca.
Seus lábios encontram os meus, o beijo é lento, calmo, pacífico no início, me dando confiança, eu sorrio enquanto o os meus lábios tocam os dele, porque a dor passa, meu coração bate mais forte sem me preocupar com as consequências.
Se esse beijo for o motivo para uma guerra, quero deixar claro que eu não me arrependo


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Notas finais do capítulo

o que acharam? adoraria ouvir opiniões :)



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