Pais e Filhos escrita por EviGrangerChase


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa one-shoot, ela foi feita com carinho. Eu quero saber o que acharam, por isso me mandem reviews, pleease!! Abraços, Evii *.*



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POV Percy

Eu estava começando a ficar impaciente. Annabeth estava demorando demais. Ela não devia ter permitido que as filhas de Afrodite a arrumassem. Eu estava em frente à Casa Grande esperando. Thalia – isso mesmo, a filha de Zeus – e as filhas de Afrodite - incluindo Piper, que dizia não gostar de maquiagem e esse tipo de coisa – haviam me trancado do lado de fora da Casa. Eu havia me arrumado especialmente para esse momento, ansiava ter Annabeth de novo só para mim depois de tudo que passamos.

Convidei Annabeth há uma semana atrás, depois de uma reunião na fogueira. Ela não esperava o convite. Annabeth havia contado para Piper e Thalia e desde então, não falavam de outra coisa senão a roupa que vestiriam em Annabeth, pois insistiram tanto para que a arrumassem que ela acabou cedendo. Pelo que eu sabia, as próprias filhas de Afrodite fizeram a roupa de Annabeth. Eu só esperava que não a transformassem demais a ponto de deixá-la irreconhecível.

Você deve estar se perguntando como iremos à Nova York se ainda estamos em Long Island, mas acontece que eu havia ganhado um carro de presente da minha mãe e do meu padrasto Paul. Isso mesmo, um carro, eu não conseguia acreditar. Não era nada demais, mas era novo e bonito. Mas o melhor é que ele era azul.

Escutei a porta ser destrancada e me levantei com meu coração disparando. Pensei que era Annabeth, mas eram Thalia e Piper.

-Ela está quase pronta. – falou Piper. – Annabeth está à garota mais bonita que eu já vi.

-Você precisa descer as escadas. – falou Thalia.

-Por quê? – perguntei. Thalia revirou os olhos como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

-Para que você a veja descendo. – respondeu Thalia e vendo que eu ainda não tinha entendido, completou. - Lacy falou que o garoto ver a namorada descendo as escadas é romântico.

-É a primeira vez que escuto isso. – resmunguei descendo as escadas contra vontade.

Parei no pé da escada e olhei para cima. As duas garotas haviam entrado novamente na casa. Enquanto esperava, fiquei pensando em como Thalia havia mudado depois que começara a namorar Leo. É eu sei. Foi uma surpresa e tanto quando soubemos que os dois se amavam. Ela teve que abandonar seu posto de Caçadora, mas estava mais feliz do que eu jamais a vira.

Enquanto estava imerso em meus pensamentos – porque eu penso também, não sou um lerdo total – escutei a porta abrir-se mais uma vez, mas dessa vez era Annabeth.

Ela estava irreconhecível, mas não como eu pensei que estaria. Ela estava deslumbrante, mais do que já era. Annabeth descia as escadas com uma mão no corrimão. Comecei a reparar como ela estava linda. Ela usava sapatos com um salto muito alto. As tiras eram prateadas e a sola e o salto, pretos. O vestido de Annabeth era de um azul escuro tomara que caia que ficava lindo em Annabeth,como se tivesse sido feito para ela – o que era verdade, claro. Ele era simples, com apenas uma fina cinta na cintura. Pendurada em seu ombro, uma pequena bolsinha prateada e brilhante. Em seu pescoço, havia um delicado colar com um floco e neve. Em sua mão, o anel de namoro que eu havia dado a ela apenas algumas semanas atrás. Pequenos e delicados brincos enfeitavam suas orelhas. O cabelo loiro estava preso em um coque delicado. Annabeth estava maquiada, algo que eu devia imaginar, já que foi arrumada pelas filhas da deusa da beleza, mas que mesmo assim me surpreendeu. Os olhos cinza estavam tão claros que pareciam quase azuis. Eles estavam contornados e os longos cílios delineados. Seus lábios estavam rosados e sua boca, exibia o sorriso mais lindo que eu já vira.

ANNABETH: http://www.polyvore.com/look/set?id=112820519

Eu devia estar com cara de idiota, pois Annabeth deu uma risada baixinha quando chegou onde eu estava.

-Annabeth... – eu estava sem palavras. – Você está... maravilhosa. – Embora maravilhosa não fosse a palavra que descrevesse Annabeth com perfeição naquele momento. Ela era maravilhosa sempre.

-Obrigado. – disse Annabeth corando. Annabeth era linda no dia-a-dia, mas agora ela estava simplesmente deslumbrante, como uma deusa, e se me permite dizer, mais bonita que a própria Afrodite. – Você também.

-Eu o que? – perguntei.

-Está maravilhoso – respondeu Annabeth rindo.

Segurei em sua mão e a conduzi até o meu carro.

Seguimos até Manhattan tranquilamente, como sempre fazíamos, mas devo admitir que eu sentia um friozinho na barriga. Eu quase não conseguia prestar atenção na estrada. A cada poucos segundos me virava para olhar Annabeth, para conferir que ela não havia desaparecido numa nuvem de fumaça como um sonho ou apenas para admirar sua beleza surreal, apesar de ser difícil de esquecer Annabeth ao meu lado, era como se um luz suave emanasse dela.

Chegamos ao restaurante que pretendíamos. Deixei o carro com o manobrista e entrei com Annabeth. Pude perceber que muitas cabeças viraram-se para nós. Algumas com inveja, outras com cobiça. Ignorei-as e segui para a mesa que eu havia reservado para nós.

POV Annabeth

Percy é a pessoa mais incrível que eu conheço. Ele pode não saber, mas está divino. Ele está com uma calça jeans escura, sapatos que estão entre sapatos sociais e tênis, uma camiseta cujo tom está entre o verde e o azul e uma corrente prateada no pescoço. Os cabelos estão na mesma desordem louca de sempre e os intensos olhos verdes brilhavam. Seu rosto exibia o mesmo sorriso que por muito tempo me irritara, mas que agora fazia meu coração derreter.

Além de sua beleza, me levou a um restaurante muito bem falado. Percebi que havia muitos casais e um em especial chamou minha atenção. Eles estavam se beijando quando passamos, mas o que me chamou atenção não foi o fato de estarem mergulhados em uma bolha particular de amor, e sim, o fato de se parecerem muito comigo e com Percy. A garota era loira, os cabelos estavam levemente presos no topo da cabeça e o homem tinha os mesmos cabelos despenteados de Percy. Eu tinha quase certeza de que os conhecia, ou pelo menos a garota, porém, não conseguia me lembrar quem era. Podia ser só uma coincidência, mas aquilo me inquietou.

Chegamos a nossa mesa. Fomos servidos com champagne enquanto esperávamos para fazermos nossos pedidos. Eu tentei, mas eu não conseguia parar de encarar o casal. Agora eles haviam parado o beijo e a mulher loira havia percebido meu olhar, mas aquilo não foi o suficiente para mim.

-Annabeth, o que está olhando? – falou Percy, que captou meu olhar e percebeu o que eu estava olhando. O casal agora estava novamente trocando beijos. – Ah, já entendi.

Percy se aproximou e encostou seus lábios nos meus. Apesar de não ser isso que eu estava olhando, eu adorei. Retribui o beijo esquecendo-me de tudo e de todos, mas ele se afastou cedo demais. Fiquei olhando em seus olhos verdes – eu nunca ia me acostumar com a intensidade daquela cor – e ele sustentou meu olhar. Não precisávamos dizer em voz alta tudo o que sentíamos, apenas um olhar dizia tudo.

Fomos servidos. A comida estava maravilhosa. A noite estava tão maravilhosa que eu acabei esquecendo o casal que estava naquela mesa e voltei apenas a me lembrar deles quando chegou a hora de irmos embora. Enquanto estávamos passando pelas mesas que continuavam lotadas, percebi que a mesa deles estava vazia, porém eles não haviam deixado ela há muito tempo. Foi quando chegamos ao caixa que finalmente descobri a quem a garota me lembrava.

Minha mãe. É loucura eu sei, mas quando chegamos ao caixa, eles ainda estavam lá e nos olhavam com olhares apavorados. Era a minha mãe, só podia ser ela, mas estava mais jovem, aparentava ser apenas poucos anos mais velha, não mais que cinco, mas reconheci os olhos cinzas, olhos que eu via toda vez que me olhava no espelho. Ela também havia me reconhecido.

Ela estava deslumbrante. O sapato era preto e com tiras. O vestido era sem decote, a parte de cima, era branca, possuía uma cinta prateada e a saia era preta. Usava uma pequena bolsa de mão também preta. A pulseira e os brincos combinavam com o resto da roupa. Seus cabelos, como eu havia visto antes, estavam presos no topo da cabeça. Sua maquiagem nos olhos era leve, mas usava um batom vermelho incrível e que dava um charme a mais ao seu look.

ATENA: http://www.polyvore.com/look/set?id=112821722

Eu não sabia quem era o homem ao seu lado, agora ele estava com um braço ao redor se sua cintura, a mesma postura que eu e Percy exibíamos agora que estávamos parados. Não me leve a mal, não estava irritada com ela, eu sabia que os deuses tinham muitos casos, mas eu nunca esperei encontrar minha mãe com um dos seus namorados. Eu estava chocada.

Percy estava imóvel ao meu lado. Perguntei-me se ele havia reconhecido minha mãe ou se conhecia o acompanhante dela. Tudo indicava que era a segunda opção.

Não consegui mais segurar o choque e falei ao mesmo tempo que Percy:

-MÃE!?

-PAI!? – Percy falou ao meu lado. Foi mais um choque para mim. Como sou boba. É claro! Os olhos verdes, os cabelos pretos e despenteados, só podia ser Poseidon. Uma réplica idêntica de Percy, porém mais velha, assim como minha mãe e eu. Parecia que Percy chegava à mesma conclusão sobre minha mãe.

-Percy... – falou Poseidon num tom quase inaudível, mas que mostrava claramente sua surpresa.

-Annabeth... Podemos explicar. – falou minha mãe em um tom mais claro, mas que dizia o quanto estava desesperada por ter sido pega no flagra.

-O que estão fazendo aqui? – eu praticamente gritei devido ao choque. Eles eram inimigos mortais, o que estavam fazendo em Manhattan, em um restaurante, à noite e aos beijos como um casal? Minha mãe parecia que tinha lido meus pensamentos

-Annabeth... – repetiu minha mãe, baixinho.

-Aqui não é lugar. Vamos conversar em outro lugar. – sugeriu Poseidon – Prometemos explicar tudo.

Antes que pudéssemos impedi-los, ele conduziu minha mãe e pagou a conta, a deles e a nossa, não me pergunte por que, mas se ele achava que isso ia fazer com que se redimissem, estava muito enganado. Percy não me soltara nem um minuto, ainda parecia estupefato.

Seguimos nossos pais e começamos a caminhar até que chegamos a uma praça que ficava próxima ao restaurante que estávamos. Nem nos demos ao trabalho de chamar o manobrista, quando voltássemos, iríamos buscar o carro.

Sentamos-nos em dois bancos, um de frete para o outro. Encarei minha mãe e Poseidon.

POV Atena

Eu estava constrangida. Ser pega com meu amante pela minha filha e o namorado dela, que é filho do meu amante. Na verdade, amante não é o termo correto, é mais como um amor proibido do que uma traição.

Agora eu teria que responder as perguntas. Eu estava sob o olhar de minha filha. Um olhar que eu me orgulhava de exibir, mas que agora caia sobre mim. Annabeth era muito parecida comigo e eu me orgulhava disso.

-Expliquem-se. Desde quando deixaram o status de inimigos para namorados? – perguntou Annabeth. A voz era firme, apesar do choque. Poderíamos ter desaparecido, mas eu sentia que devia isso a ela, principalmente depois de tudo que ela havia passado para recuperar a Atena Partenos, no Tártaro e na guerra que havia acabado recentemente. Quanto a Percy, não digo que morro de amores por ele, mas ele havia ajudado minha filha, apesar de tê-la feito sofrer muito tempo. Além disso, meu repudio a ele devia-se principalmente a eu odiar o pai dele, um sentimento que não existe mais.

-É uma longa história. – falei por fim.

-Não importa. – respondeu Percy encarando o pai ao invés de mim, que tinha falado. - Temos tempo.

-Tudo começou quando Hera sequestrou você e começou a misturar gregos e romanos. – falou Poseidon olhando para o filho. – Você havia desaparecido e ninguém sabia onde você estava, nem mesmo os deuses. No inicio, eu procurei você, mas as dores de cabeça começaram a aumentar. Atena tentou me ajudar, ou melhor, ajudar Annabeth, mas ela estava ainda pior que eu. Quando eu estava lúcido, tentava ajudá-la e ela a mim.

-Foi por isso que resolvemos deixar nosso ódio mútuo de lado. – falei. – Era para ser temporário, mas isso acabou despertando um sentimento que há muito tempo tinha sido afogado por nós. A paixão, pois o amor sempre tinha estado lá, apesar de ser mascarado pelo ódio.

-Então quer dizer que isso não é recente? – perguntou Annabeth.

Troquei um olhar com Poseidon, será que devíamos contar a verdade?

Optamos por sim.

-Não. Nossa relação começou ainda na Grécia. – falei.

Se eu tivesse uma câmera, poderia ter fotografado os dois. A cara de espanto deles chegou a ser engraçada. Mas a nossa situação, não era nada.

-Mas vocês se odiavam! – exclamou Percy por fim.

-Sim, realmente nos odiávamos. Mas nem sempre foi assim. – respondeu Poseidon.

-Nós nos encontrávamos escondidos – falei. – Meu pai não poderia saber ou então teríamos mais uma guerra entre os deuses. Passamos muitos anos escondendo isso, até que eu encontrei Poseidon aos beijos com uma sacerdotisa minha dentro de meu próprio templo. Vocês a conhecem por Medusa. Eu acho que nunca tinha sentido tanta raiva na minha vida. Amaldiçoei-a em um momento de raiva, mas não me arrependo. Então nós dois queríamos ser patrono da cidade de Atenas, que até então não passava de algumas casas. Foi aí que realmente brigamos.

-Até então, eu não sentia raiva de Atena. Eu queria falar com ela, me explicar, mas ela não me ouvia. – falou Poseidon. – Mas depois que ela venceu nossa disputa pela cidade, eu realmente passei a odiá-la. Fomos para Roma e isso não mudou. Achamos que o amor que sentíamos havia sido apagado pela raiva, mas descobrimos que ele estava apenas sufocado. Depois de tudo que passamos com a guerra, eu a ajudando e ela a mim, redescobrimos a amizade e em seguida o amor. – Poseidon terminou de dizer isso olhando para mim.

-Mas mãe, se você tem um... Namorado, – falou Annabeth. – por que fez um voto de castidade?

-Foi um momento de raiva, mas como sabe muito bem, não preciso quebrá-lo para ter um filho. – falei fazendo com que nós quatro corássemos por termos entrado em um assunto tão delicado.

-Não pedimos que aceitem nós dois como um casal, mas gostaríamos que não contassem a ninguém. Pelo menos por enquanto, até estarmos prontos para contar. – pediu Poseidon.

-Tudo bem, não diremos nada a ninguém se vocês preferem assim. – prometeu Percy.

POV Poseidon

Depois de tanto constrangimento, me senti mais leve ao poder contar nosso segredo para alguém. Eu confiava em meu filho e em Annabeth, que me lembrava muito Atena.

Conversamos por mais um tempo, mas estávamos mais parecidos com dois casais de amigos do que pais e filhos.

Voltamos ao restaurante e pegamos nossos carros. Annabeth e Percy provavelmente voltariam ao acampamento ou passeariam de carro pela cidade, como eu e Atena. Não estávamos com a mínima vontade de voltarmos ao Olimpo.

Estacionei o carro em uma rua não tão movimentada, mas também não deserta. Olhei para Atena, ela estava mais linda do que nunca. Sem trocar qualquer palavra, sabíamos o que cada um queria dizer ao outro. Aproximamos-nos e encostamos nossos lábios um no outro e foi como se nada mais existisse. Os séculos de inimizade pareceram evaporar, todas as brigas, todas as lágrimas. Era apenas eu e ela e isso bastava.

Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! ^.^