Raivas Insubstituíveis escrita por Beatriz


Capítulo 5
Capítulo 5 - Jardim Do Amor, Ou Não


Notas iniciais do capítulo

Esse é um dos capítulos que eu mais gostei de escrever... então eu espero mesmo que vocês curtam ler.



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Então era agora... era a minha vez. Me movi para o centro da sala e esperei pelo Professor Santana.

– Eu ainda acredito que há algum poder em um de vocês que ainda não foi descoberto. É impossível alguém não o ter. – Ao mesmo tempo que falava, ele andou até um armário e pegou alguns objetos, que eu só reconheci quando ele chegou perto. – Srta. Ferreira... olhe atentamente para estes objetos que estão colocados no chão. – Certo, uma pedra, uma escova de dentes, um livro e um copo de vidro. – Qual lhe agrada mais?

– Hum... acho que o livro.

– E por que?

– Porque, hum... eu gosto de ler.

– Muito bem. Então olhe somente para ele. – Eu o obedeci. – O que você deseja fazer com ele? Como pegá-lo sem usar as mãos?

– Eu... não sei professor, desculpe.

– Concentre-se! – Ele gritou confiante. – Olhe para o livro e tente pegá-lo, Catarina! – Fiz o que ele pediu, mas cada vez que eu tentava eu soava mais. – Concentre-se Catarina! – Respirei fundo e olhei atentamente ao livro. Algumas imagens vieram pra minha cabeça, algumas letras, números, pessoas, e finalmente o livro. Fiz alguma força mental para tentar movê-lo, e ele se moveu para o lado. – Isso! Continue, garota! Está indo bem!

– Professor, pare de me pressionar, fico nervosa! – Gritei e na hora ele parou de falar. Concentrei-me novamente e tive resultado, o livro começou a levitar. Pensei em trazê-lo para mais perto, fiz mais um pouco de força e ele chegou aos meu pés. Claro que não muito alto, mas veio até a minha pessoa.

– Parabéns, Catarina! Mas vamos tentar mais algumas coisas. – Disse o Professor Santana.

Me senti feliz por saber que pelo menos eu movia objetos com a força de minha mente, já era o bastante, mas pra completar, eu também dominava a água. Agora eu entendia porque eu era a líder do Clube Água, meu pai me deu essa herança, este poder. A única coisa que pude saber sobre ele é que ele também era líder de seu Clube e também dominava a água. Meu coração agora estava mais tranquilo quanto aos poderes que eu possuía.

– Duda, você vai descobrir seus poderes ainda. Todos descobrem, até porque se você não tivesse poderes não seria Sendoa, e não estaria aqui. – Ouvi Aline consolando Maria Eduarda enquanto saíamos da sala de testes.

– Verdade Dudinha, não fique triste! – Pedro a abraçou e eu fiz o mesmo.

Eu já estava bem cansada dessa rotina de ir pra escola, depois ir pra casa da Aline e voltar pra minha de novo. Então resolvi sair. O Sol já começava a ir embora, para sua querida casa que eu não faço ideia de onde fica, quando cheguei em casa e avisei minha mãe que sairia com alguém.

– Mãe, hoje eu vou sair, tudo bem? – Disse, entrando na cozinha e sentindo aquele cheiro maravilhoso de panquecas, mas não panquecas normais, aquelas eram as panquecas da minha mãe que continham todos os ingredientes doces possíveis.

– Onde a senhorita vai? – Minha mãe era do tipo: “Eu posso sair quando quero sem te dar explicações, mas se você vai sair, diga-me onde/com quem/que horas volta/por quê/ o que vai fazer e use proteção.”

– Mãe, vou sair. Onde não sei, e nem com quem.

– Mas como não, filha?

– Eu só fico em casa, fiquei com vontade de sair mas não tenho nada marcado...

– Saia com o Gustavo, vocês podem ir para o Jardim do Amor. – Ela riu histericamente.

O que ela chamava de Jardim do Amor era uma praça onde namorados super apaixonados se encontravam para ter uma noite romântica com um jantar especial do chefe de cozinha mais famoso da nossa cidade. Mas por quê ela falou isso? Porque desde que conheci o Gustavo, dez anos atrás, ela acha que eu e ele temos uma leve química.

– Mãe! – Gritei. – Eu não vou sair com o Gustavo, e nem vou ir para o Jardim do Amor com ele! Vê se tira essa ideia da cabeça, meu Deus! – Terminei de dizer e subi correndo para o meu quarto.

Tomei banho e coloquei o meu querido short preto com bottons de bandas, minha bota estilo militar, e, como eu exalo esperteza, roubei a uma blusa branca da minha mãe. Certifiquei-me que estava com dinheiro e celular antes de sair e mandei uma mensagem.

– Ei, essa blusa não é minha? – Minha mãe perguntou quando eu abri a porta da sala.

– Não... achei no meu guarda roupa.

– Ah, tudo bem... Cuidado.

Atravessei a rua e toquei a campainha. Me peguei tentando adivinhar como seria a primeira prova do FCJ, será que eu iria usar meus poderes? Será que seria difícil? E foi assim, pensando no colégio, que eu percebi que eu ainda estava plantada na frente da minha casa esperando meu vizinho me atender.

– E ai. – Depois de alguns minutos perdidos, - Porque eu poderia já estar em algum lugar, com alguém, fazendo alguma coisa. - o morador da casa me respondeu. Conhecia o morador mais como o meu melhor amigo.

– Gustavo, se veste. Vamos sair.

– Sair? Quem disse? – Ele riu.

– Eu disse, te mandei uma mensagem. Vai logo, tira essa roupa horrorosa e rasgada.

– Ai meu Deus... Entra, Catarina. – Guga abriu mais o portão e entrou pra sua casa.

Ele subiu pro quarto e eu esperei na sala, fiquei confusa pois a essa hora os pais dele já deveriam estar em casa. Sentei no sofá e ouvi Gustavo dizendo que estava sem roupas e blá, parecendo mulherzinha. Fui para seu quarto e arrumei, sim, uma roupa pra ele.

– Calça jeans preta, camiseta cinza e agora coloque seu tênis. – Ordenei. – Rápido pois já vai dar sete horas.

O caminho todo Gustavo me perguntava onde iríamos, mas nem eu sabia, como ia responder aquilo? Passamos pela padaria de sempre, era esquisito de noite, o senhor não estava lá. Acho que sem ele, essa padaria não é a mesma.

Paramos em uma praça – que não era a do Jardim do Amor – e ficamos conversando sobre diversas coisas, a noite inteira. Os meteorologistas erraram feio em questão ao tempo que faria de noite, no estado de São Paulo, porque o frio invadiu a cidade e a minha pele também.

– Que frio.

– Ninguém mandou você vir de short. – Gustavo riu.

– Ninguém mandou fazer frio.

– Ai meu Deus, vem aqui. – Guga, o tal meu melhor amigo, me abraçou. “O tal” porque o abraço dele era quente e aconchegante, senti-me bem em seus braços. Sua mão estava depositada na minha cintura, mas ele parou de segurá-la e deixou-a cair sobre a lateral da minha coxa direita. – Desculpa. – Ele disse quando percebeu que eu fiquei constrangida quando isso aconteceu.

– Não tem por que... quer dizer, tudo bem. – Essa hora estávamos nos olhando fixamente, e ele estava MUITO perto do meu rosto.

Quando foi acontecer o que eu acho que iria acontecer, e o que eu acho que vocês acham que iria acontecer... começou a chover.

– Vamos! – Ele se levantou pegando na minha mão e saiu correndo me puxando junto.


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Notas finais do capítulo

Esse climaaaaa *-*



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