A Turma M escrita por Jhlia


Capítulo 10
Capítulo X - Uma Cabana de lençol


Notas iniciais do capítulo

Calma... as coisas entre a Mônica e o DC vão avançar mais no próximo capítulo - mal posso esperar kkkk
Eu tô pulando de alegria pelo Nimbus!
E a Denise, coitada! Não é à toa que ela é toda problemática.
Leiam e se gostarem, comentem! - Se não... Comentem também! ^^



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Mônica desceu as escadas e chegou à recepção. Já havia enviado uma mensagem informando à Magali que já ia descendo ela respondeu que viria a seguir já que não encontrava o seu livro de matemática. Quando chegou no hall viu Cebola que aguardava sentado no sofá com a cabeça apoiada sobre a mão. Quando ele a viu pareceu estremecer. Ela se aproximou e sentou ao seu lado.

— Bom dia, Cebolinha!

— Sabe que eu odeio isso, né?

— Sei... E é justamente por isso que lhe chamo assim. — Ela sorriu para ele, e ele olhou para o chão.

— Então, animada para mais um dia de aula? — Ele disse fitando o piso.

— Surpreendentemente, sim.

— Nossa... Você sabe que temos história hoje, não sabe?

— Sei, e o meu dia só não melhora graças a isso. — Mônica esboçou um sorriso um pouco descontente.

— Ah... E como foi na biblioteca?

— Ótimo! Na verdade só estão participando do projeto eu, o Do Contra e um amigo dele, um tal de Vítor.

— O Do Contra? Pensando bem, é bem a cara dele mesmo...

— Pois é... E sabe de uma coisa, ele é completamente diferente de como eu pensei. Eu o conhecia, conversei algumas vezes, mas nunca cheguei a falar com ele de verdade, sabe? Ele sempre tava na dele. Ele não parecia tímido, só... fechado no mundo dele.

— Sei... Na verdade eu já conhecia ele melhor. Eu já joguei contra ele algumas vezes. — Cebola pareceu se lembrar de algo desagradável — Ele sempre tá fazendo gol.

Mônica, por mais que tenha tentado conter, exibiu um leve sorriso de satisfação.

Magali e Cascão desceram exaltados. Cascão a culpava por não o ter avisado do teste que viria a seguir. Ela se defendia dizendo que a culpa era dele por não fazer uso da agenda que ele sequer levava na bolsa. A discussão continuou por todo o trajeto até a escola.

O dia seguiu sem atribulações. Titi foi expulso durante o teste após ter sido pego colando e acabou por levar zero, o que foi motivo o suficiente para sair esbravejando maldições e pragas ao professor Falconi. Nimbus procurou pela imagem da Aninha todo o dia e era quase que clara a melancolia estampada em seu olhar. Mônica, Marina, Magali e Aninha não se desgrudavam comentando as novidades. Denise, por sua vez não saía do pé de Carmen durante os intervalos, pois essa era uma das únicas companhias da qual podia gozar. Titi mal deu atenção à Aninha, preferiu ficar na sua rodinha de amigos. Ela estava descontente com isso, mas preferia pensar que assim seria melhor, pois poderia passar mais tempo com as suas amigas. Durante a aula de Física e Química o professor Licurgo, num intuito de chamar a atenção, atirou o apagador do quadro em direção ao Cascão, que conversava, mas que por sorte não o atingiu. O resto da aula seguiu sem maiores complicações.

⇠△⇢

As aulas já haviam acabado e os alunos se dirigiam à saída. Ângelo morava a poucas quadras da casa do Nimbus, seu melhor amigo, por isso sempre iam os dois juntos para casa. Eles atravessaram a multidão e já se encontravam na frente do colégio quando Ângelo avistou Aninha a alguns metros de distância. Ela segurava os seus livros contra o peito e parecia aguardar por alguém. Ângelo puxou o Nimbus até a garota. Ele tentou fugir sem sucesso.

— E aí, Aninha! — Ângelo parou na frente dela largando o pulso do amigo que agora fitava tudo menos a garota à sua frente.

— Olá, meninos!

— Esperando o Franja?

— É... Vocês sabem onde ele tá?

— Não... — Ângelo disse e depois olhou para o Nimbus pensativo. — Na verdade... Acho que vi sim... Eu vi ele indo em bora há alguns minutos. Por quê? Queria falar com ele?

— Não, é que ele iria me acompanhar até casa e... — Ângelo a interrompeu.

— Não seja por isso, venha conosco! Moramos perto mesmo. — Ele sorriu para ela.

— ...Tá bem.

Os três seguiram caminho em direção às suas casas que ficava na direção contrária do condomínio Mond. Nimbus foi ficando mais à vontade com a presença de Aninha e passou a conversar com ela que lhe respondia a tudo sempre com simpatia.

Passaram-se vinte minutos e eles chegaram à porta da casa Ângelo, que ficava antes da deles.

— Bom, eu fico por aqui. Até! — Ele disse e depois piscou para o Nimbus que o ameaçou com gestos.

— Então... — A Aninha retomou a conversa quando eles voltaram a andar. — ...Você nunca foi no Quim?

— Não. Na verdade eu já moro aqui há muito tempo mais quase não conheço as redondezas. — Ele disse e ela levou as mãos à boca em sinal de surpresa.

— Isso é uma afronta, Nimbus! — Aninha falou o fazendo rir. — Não... É o seguinte, amanhã depois da aula iremos para o Quim, ouviu? — Ela falou com um tom de ameaça em sua voz, mas estava sorrindo como sempre. Ele assentiu. — Bom, obrigada por me acompanhar, Nimbus. — Ela disse já em frente à sua casa.

— Por nada, Aninha.

— Então a gente se vê amanhã, e não se esqueça do nosso compromisso, tá? — Aninha disse e Nimbus sorriu.

— Pode deixar... Tchau!

— Tchau!

Seria custoso dizer a felicidade pela qual o Nimbus foi consumido depois disso. Atreverei-me a dizer apenas que naquela noite ele sonhou com uma garota de vestido azul que dançava em meio a um jardim enquanto o seu vestido esvoaçava.

⇠△⇢

Mônica cumprimentou a Dona Amélia e seguiu para as mesas que ficavam ao fundo da biblioteca onde Do Contra e Vítor já aguardavam.

— Olá, meninos. — Ela disse enquanto se sentava.

— Oi Mônica. — Eles disseram em uníssono.

— Quem diria, eu fazendo a certidão de nascimento desses trecos... — Vítor dizia enquanto apanhava a “orelha” do livro e segurava como se fosse feito de uma coisa gosmenta.

— ...É, é o fim do mundo mesmo. — Do Contra disse lançando um olhar reprovador para o seu amigo.

— Não é tão mal assim. É até divertido... — Mônica disse e Do Contra concordou com a cabeça.

— Vocês são muito esquisitos... — O Vítor disse enquanto ainda lutava com o livro. — Têm que casarem mesmo... Cruzes! — Ele largou o livro em cima da mesa e Mônica e Do Contra riram.

⇠△⇢

Na sala da casa de Franaja, Marina rabiscava em seu caderno enquanto estava deitada no colo dele. Ele lia um livro sobre a Grécia Antiga, o que era de suma importância já que trabalhava no museu da cidade como estagiário do Professor Falconi, dono do museu e, por sua vez, gerente do Franja.

— O que você preferiria, o seu celular tocar durante a aula de português ou a sua caneta ficar sem tinta durante o teste? — Franja perguntou enquanto passava uma página.

— Hum... Acho que a caneta. Eu diria à professora que precisava de outra e provavelmente ela me deixaria pegar outra caneta.

— Pode ser...

— Minha vez! O que você preferiria, ter de comer ovo frito com yogurt ou beber água do mar?

— Cruel... Acho que o ovo frito é o menos pior... Se bem que depois ficaria com uma baita dor de barriga.

— Sua vez.

— O que você preferiria, esquecer o seu celular em um ônibus ou o seu cachorro ser abduzido por aliens?

— Num sei... Nos dois eu morro. — Ela sorriu — Acho que o celular. Minha vez! O que você preferiria, dormir em cima de milhares de baratas ou comer terra com pimenta malagueta?

— Tu quer matar o teu namorado, né?

— Barata não mata.

— Ah, que apostar que mata? Se eu jogar uma barata em você, você me mata!

Ela riu.

— Tá, tá. Agora me responde!

— Er... Euficocomapimenta! — Ele disse rápido e de olhos fechados como se tirasse um Band-aid.

— ...Eu ficaria com a barata...

— Minha vez, agora. Vejamos... — Franja parou pensativo — O que você preferiria, ir ao cinema ou ao boliche?

Marina parou de rabiscar e se virou para o Franja o fitando com uma expressão descrente. Ele tentava se conter para não sorrir.

— Acho que... Boliche.

— Sabia!

— O quê?

— Nada, só... uma dúvida. Escuta, você vai fazer alguma coisa depois de amanhã?

— Hum... Acho que não. — Ela disse sorrindo.

— Ótimo. Só pra saber.

⇠△⇢

Denise estava trancada em seu quarto enquanto lia uma revista para não se render ao tédio. Seu quarto era o seu refúgio e passava quase que todo o tempo lá dentro esperando o tempo passar.

Não almoçava à mesa. Na verdade pedir que ela fizesse isso seria como uma afronta, pois não havia coisa que ela mais detestasse do que ter de passar vários minutos tendo de olhar para a sua família. O Hugo era na verdade a única pessoa com quem ela mantinha contato – E apresso. Seu irmão era a pessoa que ela mais amava.

Ela ouviu uma batida na porta.

— Que é?! — Ela disse em um tom furioso.

— Dení... Dení... — Uma voz doce e meiga se fez ouvir.

Denise levantou da cama em um pulo e correu à porta a abrindo. Um garotinho de cerca de três anos a olhava.

— Dení...

— Que foi Huguinho? — Ela se ajoelhou ficando à mesma altura da criança.

— Tenho fome...

— Tá com fome? E o seu pai, onde está?

— Num sei... Tô com fome, Dení...

— Ok, ok. Espera aí no meu quarto que eu vou ali, tá? — Ela disse afagando os cabelos de seu irmão que deitou em sua cama e ela fechou a porta do quarto em seguida.

Denise saiu do corredor e foi em direção à sala onde um homem estava sentado no sofá com as pernas sobre um pufe e com um notebook ao colo.

— Fábio, o seu filho está com fome. — Ela disse ao homem mas esse olhava para o notebook que sequer a respondeu. — Fábio!

— Que é Denise? — Ele disse desdenhoso ainda olhando para o notebook.

— O Hugo está com fome.

— Tá, mas agora eu estou ocupado.

— Fábio, o Hugo tá com fome, para aí um pouquinho. — Ela já começava a se irritar.

— Não dá, Denise. Eu estou trabalhando.

— Fábio, dá pra você parar aí um pouco? O seu filho tá com fome, não ouviu?! — Ela disse conseguindo desviar o olhar do homem do notebook que agora a olhava zangado.

— Qual é Denise, eu tô trabalhando! Eu tenho que entregar essas fotos ainda hoje senão me matam! Se o garoto tá com tanta fome, dá comida você a ele!

Denise saiu da sala pisando forte morrendo de ódio, “Idiota, filho da mãe! Desgraçado! Tomara que morra! Tomara que morra!”. Ela foi até a cozinha apanhou todos os pacotes de salgados, biscoitos e caixinhas de suco, e levou tudo para o quarto enquanto fechou a porta e a trancou. Seu irmão estava sobre a cama dela brincando com as suas bonecas que estavam sobre a escrivaninha. Ela colocou todo o carregamento de suprimentos sobre a mesa do computador e tentou ao máximo se recompor, não queria que o seu irmão lhe visse assim.

— Huguinho, Bora brincar de acampamento? — O rosto do garotinho se iluminou.

— Acampamento? Bora! Bora!

— Ok, me ajuda a montar a tenda!

Eles colocaram uma cadeira sobre a cama e a cobriram com o lençol. Denise depois jogou toda a comida lá dentro, bem como os brinquedos, fechou as cortinas deixando o quarto no breu e apanhou uma lanterna na gaveta da escrivaninha. Eles ficaram debaixo da “tenda do acampamento” conversando e brincando enquanto comiam salgadinhos e biscoitos. Ali ninguém seria capaz de fazer mal a ela nem ao seu irmão, “Nem o Fábio, nem a minha mãe, nem as idiotas do colégio... Ninguém!”. Era só ela e o seu irmão. Nada mais para se preocupar.


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Notas finais do capítulo

Tenso, né? Posso falar a verdade? Os POVs da Denise são uns dos meus favoritos...
Gente, pura fofura Mari e Franja, não é?
Beijocax e me digam o que vocês mais gostaram! XD



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