– ... você nunca deve virar- se para o mundo, principalmente quando ele quer. Você é especial meu filho, e eu sei que você fará coisas maravilhosas para o mundo... eu te amo. – essas foram as ultimas palavras que o pequeno Rick ouviu de sua mãe aos treze anos de idade.

A mãe de Rick tinha câncer, ela morreu umas duas semanas antes de seu aniversario de quatorze anos. Esse foi o pior ano da vida de Rick, sem dúvida. Além de tudo, teve de aguentar os colegas de classe dizendo: “ Meu Deus, sinto muito Soluço. Minha bisavó morreu no ano passado e foi muito difícil par mim. Eu sei exatamente pelo que você está passando.” E Rick queria gritar: “ Sua bisavó tinha noventa e cinco anos e vivia numa casa de repouso e você a visitava três vezes por ano e ainda sim nem ligava, como você pode saber pelo que eu estou passando? Minha mãe morreu, seu idiota!” mas ao em vez disso ele apenas assentia, ele não conseguiria disser nada desse gênero para qualquer pessoa.

Rick sempre foi o garoto exemplar na escola, sempre dedicado, nunca faltava nas aulas e sempre tirava as melhores notas, mas em compensação nas atividades que exigia esforço físico ele era péssimo. Com três anos ele teve um ataque de soluço no meio da aula até o fim do dia e desde então ele foi apelidado de Soluço. Soluço, apesar de ser nerd nunca lhe faltou amigos, ele era pelo menos o terceiro melhor amigo de todo mundo. Era isso que a escola inteira escrevia no seu anuário escolar: “Foi ótimo ter te conhecido”! Você é muito legal!” ou “Acho você uma pessoa muito, muito legal, continue assim!”. Com o tempo Soluço descobriu que “Legal” queria disser que ninguém realmente o conhecia e que ele não havia feito nada que tivesse marcado alguém.

Em um sábado Soluço estava apenas estudando como sempre, estava sozinho em casa. Seu pai havia saído para seu primeiro encontro, depois de 3 anos, com uma mulher que não era sua mãe. Soluço não sabia se isso era bom ou ruim, por um lado seu pai daria um sorriso depois de anos isso é bom, mas por outro ele estaria saindo com uma mulher que substituiria sua mãe, então ele não sabia se deveria pedir para seguir em frente ou não, era uma faca de dois cortes.

Enquanto estudava ouviu por algo chamando seu nome, ele apenas ignorou, mas ele continuava a ouvir e isso o incomodava. Quando ele olha na direção da voz ele não compreende, parecia uma chama azul com braços e pernas que estava pedindo para segui-la. Soluço nunca seguiria aquele “bicho”,mas um vozinha dizia para que ele fizesse isso. Não demorou muito para descobrir que havia uma trilha delas, Soluço estava com muito medo, mas o que tinha a perder?

Quando se deu conta ele já estava muito longe de sua casa e de sua cidade, e estava em um espécie de bosque. Quando de repente avista uma menina loira que aparentemente estava seguindo as luzes também.

– Hey! – A menina se virou e logo ergueu uma frigideira.

– Quem é você?

– Calma eu só... isso é uma frigideira?

– Sim! E eu vou acerta ela na sua cara!

– Acerta-la! – A menina começou a ficar brava.

– Então... você também está vendo essas luzes?

– Sim... como... eu achei que eu era a única.

– Eu também. – Soluço da uma risadinha e a garota também.

– Vamos segui-las? – Disse a menina.

– Já estava antes, e já estou muito longe para parar. – E os dois foram juntos floresta a dentro seguindo as luzes azuis.

– Qual é o seu nome? – Perguntou Soluço.

– Rapunzel.

– Nome legal! O meu é Rick, mas pode e chamar de Soluço.

– Soluço?

– Longa historia.

Continua...