My Home is Neverland escrita por Bezzus


Capítulo 2
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Hey *-* Sentiram minha falta? Creio que todos devem agradecer primeiramente a linda Isadora Merendi pela Betagem super Show. Para quem quiser betagens é só pedir no site - Perfect Design e encomendar com ela ;)
Segundamente, peço desculpas a todos pela demora, o motivo eu já havia deixado claro nas notas finais (atualizadas) no prologo e no meu perfil.
Terceiramente, eu agradeço com milhões de abraços e beijos para quem está acompanhando/comentando/favoritando *~~* xonei por vocês



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“Por mais que pareça um conto de fadas, a vida de meu irmão estava em jogo. Por mais que pareça divertido, era irreal. Como algo assim poderia existir?”

...

Meu último suspiro fora entrecortado, quando a sombra agarrou-me com suas mãos frias e escuras e levantou voo.

A paisagem que se corria pelo lado de fora do carro era divertida. As ruas de Londres estavam bastantes movimentadas. Como era noite - e meu pai também colaborava pela velocidade do carro -, as luzes das lojas pareciam como as estrelas cadentes. E, apesar de estar frio, eu sentia um calor flamejante.
Olhei para Rafael que há poucos instantes dormia como um bebê. Havia bochechas finas, nariz liso e pontudo, lábios pequenos e olhos castanhos. Ao certo, ele apenas tinha oito anos de idade. Ele não parecia estar empolgado como minha mãe ou meu pai para esta mudança de casa, parecia isolado e perdido. Mas sei que ele está bem, afinal, eu “supostamente” enchi a cabeça dele de contos que lia – ou que nossa mãe contava-me - e ele acabou gostando disso, e quando está nesse mau-humor, é porque está buscando por algo que ainda não encontrou, um livro talvez.
Mas como faltava alguns minutos para chegarmos, ele pesquisava algo em seu tablet.
– Como estão aí atrás? – Minha mãe olhou para nós do banco do passageiro. Sorri e dei um tapinha em Rafael.
– Ei! – Ele retrucou com um tapinha ainda mais forte e voltou a teclar na tela do aparelho.
– Nós estamos bem, mãe. – Respondi, ignorando meu impulso de bater no garoto ao meu lado.
Acho que todos os irmãos são assim, certo? Primeiramente, eles dizem “Eu te amo”, depois é só porrada. Mas como o garoto ao meu lado é o mais novo, às vezes sobra para mim. Mas mesmo assim, com todas essas brigas, chantagens e lutas piores que Jogos Vorazes; ainda restam os abraços, beijos e parcerias em video games.
O carro finalmente parou e ao meu lado direito, encontrava-se fileiras de casas iguais. Suspirei e sorri levemente. Alguma casa dali seria meu novo lar. Tirei o cinto e abri a porta sentindo uma brisa gelada e comum que Londres me servia.
– Acalme-se, Helena. – Minha mãe gritou, saindo do carro e sorriu abertamente ao olhar as casas. Depois pegou um papelzinho em seu bolso do casaco. – É a do número 7.
Busquei rapidamente entre as casas a minha frente e logo corri ao lado de minha mãe.
– É essa mesmo? – Perguntei, apontando para a da nossa frente, com as portas e janelas claras e plantas em vários cantos. Era absolutamente linda e delicada - e igual as outras – mas, sentia que aquela era especial.
– Sim. – Ela respondeu olhando para o carro. – Vamos, Rafa.
O garoto finalmente parou de olhar para a tela do aparelho, e olhou para nós.
– É essa? –Ele perguntou saindo do carro. Minha mãe assentiu, virando-se para meu pai, que descarregava o porta-malas.
– Quer ajuda? – Ela perguntou sorrindo. O grande homem de cabelos escuros e com mechas grisalhas mostrou seu rosto que se formou em uma careta.
– Seria bom. – Ele respondeu, pegando para si duas malas minhas. Agradeço pelo porta-malas ser bastante extenso, afinal o caminhão do resto das minhas bagagens só viriam amanhã. Minha mãe caminhou até ele e antes que pudesse ver o desfecho, Rafael me cutucou e um sorriso sapeca se formou em seus lábios.
– Vamos ver quem pega o melhor quarto primeiro?
Sorri e corri para a entrada antes de responder um “sim” como reposta. Mal pude perceber o ambiente do lugar que corria em minha visão, mas sei que pelo canto do olho, era aconchegante e simples. A escada surpresa a nossa frente parecia um grande obstáculo, não só porque deveria ter mais de 17 degraus, mas pelos empurrões que Rafael me dava. Foi difícil, mas acabou sendo pior quando as portas dos cômodos estavam fechadas, e mal se dava para perceber qual era o melhor quarto de solteiro.
Rafael foi o primeiro, entrando em uma porta que dava ao banheiro. Em seguida testei minha sorte e fui parar no quarto de casal que estava absolutamente certo que seria para meus pais. Ouvi um grito de Rafa e saí de lá aos passos vendo o garoto rindo e pulando em cima de uma cama. Entrei no quarto vendo seus detalhes simples e masculinos, então não havia um quarto especial... Mas minha mãe poderia ter deixado um para mim... Já que os quartos estão pintados e com enfeites definidos. Sorri vingativa e corri para outras portas, uma delas dava a outro banheiro, outra para o quarto de hóspedes e a última era o meu quarto.
Simples, aconchegante, calmo, delicado e meu. A cama estava ao lado de um criado-mudo que em cima havia um belo abajur. O guarda-roupa médio estava estacionado no canto esquerdo ao lado da porta, enquanto a mesa do computador estava em frente à janela.
Corri para lá e abri a janela sentindo que estaria pronta para voar. Meu suspiro foi calmo e gostoso como o vento frio que passava por meus fios de cabelo. As estrelas apresentavam um brilho cintilante, todas em diferentes pontos do céu.
– Pegue a segunda estrela à direita e siga ao amanhecer – Sussurro e sorrio timidamente. Sempre gostei dos contos de fadas, dependente que seja de príncipes ou vilões. Ou de aventuras em um mundo livre, conhecido como Neverland, Oz e No país das maravilhas.
– Então, venha comigo, onde nascem os sonhos, e o tempo nunca é planejado. Basta pensar em coisas alegres, e seu coração vai voar nas asas... Para sempre, em Neverland. – A voz de Rafael enche o quarto. Depois me virei para ele e rimos juntos. Tem algo melhor do que seu próprio irmão gostar das mesmas coisas que você?
– Então, Peter Pan é seu conto de hoje? – Perguntei arqueando a sobrancelha. Ele riu e assentiu.
– Eu descobri algo incomum hoje. – Ele argumentou bagunçando seus cabelos castanhos. Em seguida puxou minha mão e me levou até a janela.
– O que foi? – Perguntei curiosa. Ele não me olhou e mal respondeu minha pergunta, até que me beliscou. – Ei!
– Espere! – Ele sobressaltou. Depois ficando calado novamente. – Não funcionou.
– O que deveria funcionar Rafael? – Perguntei com as mãos na cintura, olhando para o garoto que saía do meu quarto.
– Nada, vou pesquisar mais. – Respondeu como um sussurro. Ouvi seu riso do corredor e revirei os olhos.
Garoto estranho, pensei rindo novamente.
Depois de ajudar papai a pegar minhas duas malas pequenas e minha mochila, acabei dando um jeito rápido de colocar tudo em ordem no meu novo quarto. Em seguida, ajudei minha mãe a arrumar o resto das bagagens que havíamos trazidos. Exceto Rafa que não ajudava, e mal dava sinal de vida – garoto preguiçoso –, poderia estar em seu mundo secreto, ou pesquisando sobre mais coisas foras do comum. Enquanto eu – com a maior irônica vontade – ajudava. Por fim, depois de organizar algumas coisas, minha mãe me dera uma última tarefa: arrumar as roupas do meu irmão.
É injusto ter de arrumar suas roupas, enquanto ele fica de bunda para cima em sua cama, pensei olhando para o garoto que prendia seus olhares na tela do tablet. Revirei os olhos e continuei a colocar suas blusas no cabide do seu guarda-roupa.
– Já sei! – Ele gritou, dando-me um enorme susto. De repente o silêncio parou de existir, quando o garoto começou a pular e dar gargalhadas estranhas. Eu ri, tentando tirar meu coração de uma guerra de armas.
– O que aconteceu? – Perguntei pegando em seus braços, o impedindo de continuar a pular. Se isso resolveu? Não.
– Vem comigo! – Ele respondeu ainda animado, saindo correndo. Eu o segui até meu quarto, e o vi novamente em frente a minha janela. – Não fale nada! Apenas observe.
Assenti confusa e prendi o riso. Eu deveria ter exagerado muito contando essas histórias, ou melhor, extrapolado. Mas ainda sendo estranho – muito estranho –, era algo divertido.
Depois de alguns segundos, Rafael abriu a janela e a deixou encostada, depois se afastou. Franzi a testa e continuei olhando sem fazer perguntas que tentava segurar.
As luzes das estrelas pareceram brilhar em seu rosto, seus olhos estavam claros e suas mãos seguravam o aparelho em uma página que estava em outro idioma.
– Eu acredito.– Ele sussurrou. Suspirei, cruzando os braços.
– E então? –Perguntei, chegando perto dele.
– Não funcionou! – Ele respondeu jogando o tablet contra a minha cama. Por sorte, não havia quebrado. Arregalei os olhos e suspirei novamente.
– Ei, acalme-se. –Tranquilizei-o, passando as mãos em seu ombro e o puxando para se sentar na minha cama.
– Deveria ter funcionado, mas não tem problema, eu... – Um estrondo da janela o impediu de continuar, e assim que bati meus olhos na figura estranha que voava, meu corpo se arrepiou e afastei Rafael para trás de mim.
– O que é isto?! – Perguntei, arregalando os olhos à medida que a figura se movia. Deveria ser uma sombra de um homem ou garoto, mas era realmente estranho como os olhos brancos e vibrantes olhavam-me.
–Funcionou. – Rafael sussurrou. – Helena, saía.
– O que?! Não! – Franzi a testa, irritada, e pensei na possibilidade de gritar ajuda para meus pais, mas algo me dizia que a misteriosa figura pudesse fazer algo contra eles. Então encolhi-me e afastei Rafael para o canto da cama, fazendo uma defesa.
– Ele não irá embora enquanto alguém vá junto a ele para Neverland. – Rafael comentou neutro.
Engoli a seco.
Isto não poderia estar acontecendo, certo? Desde quando os contos estavam fazendo parte da realidade? Desde quando Neverland ou Peter Pan existiam? Como esta sombra estranha fazia parte do conto?
– Eu vou. – Disse Rafael, tirando minha concentração para achar algo concreto à isso que está acontecendo.
– Não vai! – Contradigo irritada, levantando-me da cama e encarando a sombra maligna. – Vá embora!
A sombra pareceu ficar mais movimentada ainda e tentou encostar em mim. Recuei assustada e olhei para Rafael que olhava tudo abismado.

Mesmo que parecesse rápido demais minha escolha, eu sabia oque seria certo para fazer. Alguém teria que ir com ela, e esse alguém teria de ser eu.

– Tem que ir alguém com ele, certo? – Perguntei já sabendo a resposta. Uma lágrima escorreu de minha bochecha. – Eu prometo que volto, não venha atrás de mim, está bem? Não precisa ficar preocupado, lembre-se de que o bem sempre vence o mal. Eu te amo.

Meu último suspiro fora entrecortado, quando a sombra agarrou-me bruscamente com suas mãos frias e escuras e levantou voo.


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Notas finais do capítulo

Não briguem comigo! Eu sei que foi rápido essa explicação como a Helena foi parar em Neverland, tudo isso por culpa do Rafael pessoal (então briguem com ele), mas ainda tem muito mais sobre revelar/escrever. Então acalmem-se e digam oque gostaram ou não, ou seja, comentem! :D
A cada pessoinha que comentar. Bom! Bom! Bom! capitulo.com. Já ganhou!
Meio escroto isso mas, é um incentivo ;)
Beijos e Abraços e mais um agradecimento a Isa