Diversas escrita por Natalia Stryder
Notas iniciais do capítulo
Tentei retratar nesses poemas algumas realidades não muito abordadas, a primeira por se tratar de uma suicida e a segunda por se tratar de um morador de rua.
Suzanne Parks
Ela olhava para o nada
Atenta a tudo
Tentava decorar tudo que estava a sua volta
Desde do tom cinza da parede
Até os vincos do piso de madeira
Ela não queria deixar nada de lado
Não queria ignorar nenhum detalhe
Aquela seria a sua grande noite
A noite em que seu desejo mais profundo se realizaria
Um desejo que ela nunca foi capaz de pronunciar em voz alta
Pois sempre teve medo do que isso lhe acarretaria
Vinda de uma família extremamente católica
Esse desejo se torna pecado aos ouvidos de seus pais
Mas ela não se importava mais
Encontrou a coragem que lhe faltava
Contou até dez lentamente
E deixou seu corpo cair para longe da cadeira
Sentindo uma grande ardência no pescoço
Seguida pela falta de ar
Não demorou muito para ela finalmente encontrar a sua paz
Quem diria que, Suzanne Parks, teria essa coragem?
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Pequena Amélia
O sol brilhava
Os pássaros cantavam
Cantavam uma melodia triste
Em homenagem a pequena garota que acabara de partir
Seu nome era Amélia
Ela tinha apenas cinco anos
Uma garota cheia de vida
Uma aventureira nata
Não podia ouvir um mísero 'não'
Tinha uma linda família
Pais amorosos e protetores
Eles viviam em função da vida da pequena
Porém a vida nem sempre é justa
O carro do casal simplesmente capotou na estrada
E fez somente uma vítima
A pequena Amélia
Ela tinha um grande futuro pela frente
Uma vida cheia de escolhas
Entretanto, o destino tinha outros planos para ela
~//~
O Homem Invisível
Ele estava na miséria
Não tinha nada a perder
Muito menos algo a ganhar
A rua virara sua casa
Um pedaço de papelão virara sua cama
E o céu se transformara em seu teto
Ele não gostava dessa vida
Porém, não a odiava
Por ser invisível para grande parte da sociedade
Ele conseguia ver coisas que muito sequer sonhariam em ver
Ele sabia de todos os segredos daqueles que moravam a sua volta
Sabia que a moça do prédio da frente era casada, mas tinha um amante
Também descobrira que um pai de família saia periodicamente atras de prostitutas
As vezes, mas só as vezes
Ele se sentia como Deus
Sabia de tudo que ocorria e ninguém sequer sonha com a sua existência
Ele gostava de ser invisível
Menos quando via sua filha passar pela sua frente
Ignorando-o como todos os outros
E nesses momentos,
Ele realmente odiava passar por despercebido
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Bem, espero que vocês tenham gostado (: