Diversas escrita por Natalia Stryder


Capítulo 3
Suzanne Parks, Pequena Amélia e O Homem Invisível


Notas iniciais do capítulo

Tentei retratar nesses poemas algumas realidades não muito abordadas, a primeira por se tratar de uma suicida e a segunda por se tratar de um morador de rua.



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Suzanne Parks

Ela olhava para o nada

Atenta a tudo

Tentava decorar tudo que estava a sua volta

Desde do tom cinza da parede

Até os vincos do piso de madeira

Ela não queria deixar nada de lado

Não queria ignorar nenhum detalhe

Aquela seria a sua grande noite

A noite em que seu desejo mais profundo se realizaria

Um desejo que ela nunca foi capaz de pronunciar em voz alta

Pois sempre teve medo do que isso lhe acarretaria

Vinda de uma família extremamente católica

Esse desejo se torna pecado aos ouvidos de seus pais

Mas ela não se importava mais

Encontrou a coragem que lhe faltava

Contou até dez lentamente

E deixou seu corpo cair para longe da cadeira

Sentindo uma grande ardência no pescoço

Seguida pela falta de ar

Não demorou muito para ela finalmente encontrar a sua paz

Quem diria que, Suzanne Parks, teria essa coragem?

~//~

Pequena Amélia

O sol brilhava

Os pássaros cantavam

Cantavam uma melodia triste

Em homenagem a pequena garota que acabara de partir

Seu nome era Amélia

Ela tinha apenas cinco anos

Uma garota cheia de vida

Uma aventureira nata

Não podia ouvir um mísero 'não'

Tinha uma linda família

Pais amorosos e protetores

Eles viviam em função da vida da pequena

Porém a vida nem sempre é justa

O carro do casal simplesmente capotou na estrada

E fez somente uma vítima

A pequena Amélia

Ela tinha um grande futuro pela frente

Uma vida cheia de escolhas

Entretanto, o destino tinha outros planos para ela

~//~

O Homem Invisível

Ele estava na miséria

Não tinha nada a perder

Muito menos algo a ganhar

A rua virara sua casa

Um pedaço de papelão virara sua cama

E o céu se transformara em seu teto

Ele não gostava dessa vida

Porém, não a odiava

Por ser invisível para grande parte da sociedade

Ele conseguia ver coisas que muito sequer sonhariam em ver

Ele sabia de todos os segredos daqueles que moravam a sua volta

Sabia que a moça do prédio da frente era casada, mas tinha um amante

Também descobrira que um pai de família saia periodicamente atras de prostitutas

As vezes, mas só as vezes

Ele se sentia como Deus

Sabia de tudo que ocorria e ninguém sequer sonha com a sua existência

Ele gostava de ser invisível

Menos quando via sua filha passar pela sua frente

Ignorando-o como todos os outros

E nesses momentos,

Ele realmente odiava passar por despercebido


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que vocês tenham gostado (: