Sempre que acontece algo assim eu não sei o que fazer, isso é estranho, pois eu já devia estar acostumado com essas situações em que Gabe sai do nada puto da vida, mas eu só fiquei parado esperando que alguma garota bonita(e rodada) do colégio que, por algum milagre ainda simpatizava com a minha pessoa, viesse cochicar no meu ouvido o que tinha acontecido, mas não foi bem isso que rolou.
– Felipe! Hey tá olhando o que homem? Vai entrar pro clube de jardinagem? - Peter chegou de surpresa.
– Eu não! - disse segurando o riso.
– Tá rindo de quê?
– Nada, é que não era bem você que eu estava pensando em encontrar.
– Ah tanto faz! Cadê o Gabriel?
– Hm...Ele já foi. - falei evasivo
– Então vamos só nós dois mesmo.
Caminhamos para o estacionamento, o colégio estava muito cheio mesmo, todas as turmas do turno matutino e algumas do vespertino do ensino médio e fundamental estavam pelos corredores.
Chegamos no carro e agora eu tinha que caçar a chave na mochila enquanto Peter batucava a lataria do Chevy ao som de Pumped up kicks do foster the people que ele mesclou inexplicávelmente em Brand new start do Little joy:
– Então Peter, você que sabe tanto das coisas que acontecem nessa escola - eu comecei disfarçando - Sabe o motivo dessa muvuca de hoje?
– Olha aqui você tá me chamando de fofoqueiro? - ele disse indignado
– Não! Claro que não! Você fofoqueiro? Nunca! Só um pouco talvez, mas totalmente aceitável. - eu sorri
– Hm, bem eu ouvi por aí que é pelo baile do nono ano mesmo, parece que os ingressos não foram o suficiente.
– Só isso?
– É! - ele disse desconfiado.
– Tem certeza?
– Ai Felipe pergunta de uma vez o que você quer saber! - Ele bateu o pé.
– Tá! Tá ok! É que, sei lá, tinha um povo me encarando hoje, eu acho que isso me deixou bolado só isso.
– Ah isso é que, bem você sabia que isso de você e o Gabe juntos ia chamar atenção do povo né? Ignora, nem todo mundo é inteligente, moderno e de boa como eu pra ver isso tudo simples do jeito que é! - ele sorriu
Eu revirei os olhos e voltei a procurar a chave, pensando que não era a falta de ingressos pro baile, nem as pessoas falando sobre nosso namoro que tinha deixado Gabe com raiva e também concluí que tinha que arranjar um chaveiro que brilhasse no escuro para a chave do Chevy.
– Nossa você tem certeza que a chave tá aí? - Peter falou impaciente.
– Tenho sim, onde mais estaria?
Ele só resmungou e eu achei a chave logo em seguida.
– Ótimo já estava até pensando em ir a pé!
– Para de reclamar e entra no carro!
Dirigir ia me fazer espairecer, apesar de que a última vez que eu saí pra espairecer de carro não deu muito certo, mas acho que não ia causar um acidente até a minha casa que ficava praticamente no final da rua.
Peter parou de resmungar, se aconchegou no banco do carona e me deu um sorriso um tanto infantil eu rolei os olhos e saí do estacionamento. Estávamos passando pela frente do colégio quando Peter deu um pulo no banco e gritou:
– Ei vai devagar! Quero ver o que é esse rebu ali na entrada!
– Ah e depois você não é fofoqueiro? - falei com desdém.
– Cala a boca e diminui!
Eu passei mais devagar na entrada e estou sem saber se isso foi bom ou ruim por que o motivo do tal rebu era Victoria. Ela realmente estava sumida esses diaa, mas eu nem tinha prestado atenção nisso, estava cercada de amigos e estava diferente.
– Aquela é a Victoria?
– É ela está... - eu comecei, mas não queria falar aquilo.
– Gorda!? - Peter disse confuso
– Não Peter, eu acho que ela está grávida.
A ficha caiu bem na minha cabeça, e vou te dizer que ela é muito, mas muito pesada mesmo!