O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi,
Espero que comentem...
Boa leitura.



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CAPÍTULO 8 - A VERDADE?

Não consegui inventar uma boa desculpa para Ashley, ou seja, eu estava sentada, nesse momento, ao seu lado no refeitório, agindo como se nada me preocupasse.O que não era verdade.

Brad, Gabriel e Ashley conversavam animadamente sobre alguma coisa, a qual eu não estava interessada e nem prestei muita atenção.Jessica falava tanto quanto eu e, estava com uma careta mal humorada.O que não me surpreendeu de nenhuma maneira.

– Cadê o Henry? - A morena em minha frente, suavizou a careta furiosa e me despertou para esse detalhe.Eu estava tão preocupada em parecer confortável com aquela conversa, que não percebi que Henry não estava entre nós.

– Ele está na sala - Ashley deu um leve sorriso - Estudando para a prova de amanhã.Ela é muito importante.

– Henry? - perguntei meio incrédula.O ruivo não me pareceu o tipo de pessoa que fica estudando na hora do intervalo.

– Sim, porquê?

– Nada de mais - falei meio sem jeito.

Eles voltaram a conversar e eu voltei para minha encenação.

Depois de alguns minutos, decidi que não conseguiria mais suportar o sorrisinho despreocupado que colocava em meus lábios e resolvi sair dali.

– Pessoal - eles se calaram - Eu tenho que ir agora.

– Mas já? - eu tinha quase certeza que Ashley falaria isso, mas quem falou foi Brad - Boneca, ainda nem deu o horário.

– Eu sei, eu sei.Só quero pegar um lugar legal na sala.

– Entendo - Ashley parecia pensativa - Então até mais

– Até mais - nem esperei resposta e sai apressada daquele lugar.

Quando tive a certeza que eles não conseguiam mais me ver, eu dei um leve suspiro.Estava aliviada.

Quanto mais tempo eu passava com aquelas pessoas, mais perguntas me atormentavam.

Eu me perguntava a todo minuto se todos eles sabiam o que Ashley faria com aquele homem ou, ainda, se eram cúmplices daquilo.

E Henry?Henry tinha ideia de que Ashley iria torturar e matar alguém?Ele estava metido nessa história também?

Eu não queria acreditar nessa possibilidade e resolvi esquecê-la, também resolvi que ir para a sala de aula era melhor que ficar andando sem rumo pela escola.

Enquanto caminhava entre os corredores - praticamente iguais - percebi que ainda não tinha aprendido o caminho até minha sala, ou seja, estava perdida.

– Que droga!Será que vou ficar me perdendo em qualquer lugar? - sussurrei para mim mesma raivosa.

O pior foi que poucas pessoas passavam pelos corredores naquela hora e, as pessoas que ainda passavam, me ignoravam e continuavam seu trajeto.Que droga.

Foi quando escutei a voz de Henry num corredor paralelo ao meu.

– Ah, Henry, que bom... - eu parei de falar quando o vi conversando com William.Na verdade, eles pareciam estar em meio á uma discussão.

Me escondi e eles não me notaram.

Será que William estava sempre discutindo?Ou pior, será que não podia sair da minha vida por um dia, pelo menos?

Resolvi deixar as perguntas para depois, já eu queria escutar o que discutiam.Eu sei, eu sei, sou uma péssima pessoa.Mas era o que eu era.

–Você simplesmente gosta disso, não é? - Henry parecia prestes a pular no pescoço de William - Gosta de deixar ela mais vulnerável, mais exposta...

– Eu não gosto, tudo bem? - William se defendeu e parecia igualmente furioso - É mais forte do que meu autocontrole...

–Ora,Will, sabemos que você não faz o tipo sentimentalista.Pare de mentir.

– Não estou mentindo, Phlips.

– Então se afaste dela,Will, só isso. - Henry sugeriu - Sei que vocês estão presos um ao outro, entretanto, pelo menos agora, tente se afastar.

William o fitou serio por alguns minutos e depois soltou uma sonora gargalhada.

– Está gostando dela, Philips? - falou depois de controlar o riso

– Fique quieto - ordenou - Você sabe que isso não afeta só você, afeta á todos nós.Ela é primordial para acabarmos com isso.

– Não sabemos disso - corrigiu - Sabemos que ela pode ser a peça decisiva, só não sabemos se para a nossa vitória ou a do inimigo.

Quê?

Quem era o inimigo?

Que vitória?

– A maldição diz... - Henry começou

– A maldição só começa com meus 18 anos, tudo pode mudar.

– Duvido que tudo mude em 2 meses.

– Pois não duvide, quando se trata de maldições idiotas, as bruxas são muito boas.

Que maldição?

– Não generalize.

– Ah, me desculpe se o ofendi - William disse irônico e eu fiquei sem entender seu comentário.Será...?

– Tenho certeza que Alexis pode ser a solução. - Alexis?Henry disse meu nome?

– Mas também pode ser o problema - Will replicou - E se tratando de uma Miller, eu acho que é mais um problema.

– Não a subestime.

– Não estou, até por que ser o que ela é, já me dá até medo. - o Hãnsel soltou uma riso divertido.

– Ela não é um mostro,William.

– Mas também não é um anjo, Henry.

– Não seja tão insensível.

– Se você nascesse com um fardo como o meu, não seria muito diferente.

– Não seja assim, pelo menos com ela - Henry falou - Alexis não sabe de nada.

– Alexis Miller é a garota mais curiosa e intrometida que conheço - William endireitou a mochila nos ombros - Duvido que não descubra tudo rapidinho.Por mim, já tínhamos contado.

O que eu tinha a ver com isso?

Contado o quê?

– Por você, teríamos entrado em uma dessas florestas e arriscado nossas vidas sem motivo.

– Sem motivo, Phlips?Acabar com essa maldição é um motivo, pelo menos para mim.

– Só que desse jeito não - Henry suspirou - Alexis está curiosa e se descobrir alguma coisa ficará assustada também.Temos que prepará-la.

– Como se prepara uma pessoa para grande notícia de que ela é a chave de tudo de ruim e bom que pode acontecer, por que Alexis Miller é isso, e você sabe - William parecia indignado - Ah, e não podemos esquecer a parte de que bruxos existem e que alguns querem matá-la - como assim?Eu... - Acha que terapia resolveria nosso problema?

– Will, não fale isso aqui de novo. - Henry repreendeu olhando para todas as direções, menos para a que eu estava.Sorte?Talvez.

– Ninguém vai ouvir, não precisamos de tanta cerimônia.

– Precisamos... - Henry foi interrompido por uma loira furiosa

– O que pensam que estão fazendo? - nunca vi Ashley tão aflita.

– Estamos conversando, Ash - Henry respondeu e parecia nervoso.William apenas revirou os olhos.

– Eu acho que isso é obvio - pelo visto William não era assim apenas comigo.

– Olha, os dois sabem muito bem que isso não é indicado aqui.E se... - então ela olhou em minha direção e, eu tive certeza, ela me viu.

Não pensei duas vezes e corri em alguma direção.Eu estava tão assutada com tudo que ouvi e com as perguntas que me rondavam que, naquela hora, não tinha outra saída.

Sim, sim eu esbarrei em alguém.

– Senhorita Miller, expliquei as regras duas vezes para você.Se me lembro bem, correr em meus corredores é proibido.- era a diretora Liverpool.

– Eu me perdi, não sei onde estou indo e corri... - me atrapalhei

– Certo, certo - abanou as mãos como se dissesse ''Fique quieta'' - Qual é sua sala?

– A da professora Clark. - informei.

– Jennifer Clark?

– Tem outra Clark?

– Mocinha, olha como fala.

– Não quis ser rude, só perguntei. - Na verdade, eu quis ser rude.Até onde eu sabia, só tinha uma professora com o sobrenome Clark, pelo menos, entre os meus professores.E se eu sabia disso, ela sem duvida também sabia.

– Vamos de uma vez. - ela foi andando em direção a um corredor e eu a segui.

***

Enquanto a professora Clark falava alguma coisa sobre o território nacional, eu pensava em tudo que escutei e, ainda, em tudo que poderia sofrer por ser tão curiosa.

O que eles fariam comigo?

Seria torturada - também - pela Ashley?

Eu estava nervosa e, pela primeira vez, eu queria que aquela aula nunca acabasse.Como eu não tenho nada que eu quero, o sinal tocou e meu coração o acompanhou.

Tentei enrolar o máximo possível, mas acabou que a professora paticamente me expulsou da sala.

– Já é hora de ir, senhorita Miller - a professora tinha olhos escuros e cabelos claros, e enquanto falava parecia que queria me intimidar - Acho que não quer ficar aqui para sempre,não é?

Eu queria.

– Tem razão, vou indo então - me despedi e caminhei pra fora da escola.

Eu olhava para todos os lados esperando, a qualquer momento vê-los se aproximando, entretanto isso não aconteceu.Pelo menos, até aquele momento.

Acho que estava meio paranoica, tanto que quando meu celular vibrou no meu bolso quase pulei em cima de um garoto que passava ao meu lado.

Era apenas uma mensagem de Olaf.

''Tudo bem, tem minha permissão.Só que da próxima vez, me avisa antes, pirralha ''

O quê?

Olaf enlouqueceu?

– Acho que já recebeu a permissão do seu tio.

– Permissão? - perguntei enquanto encarava Ashley, Henry e Jessica á minha frente.Permaneci o mais firme que consegui diante deles.

– Você vai dormir na minha casa hoje, Alexis - Ashley pareceu bastante convicta

– Não, obrigada Ashley.Eu vou para minha casa. - passei por eles tentam me livrar daquela situação.

– Seu tio não vem pegá-la - Jessica parecia se divertir com a situação e eu me virei - Não tem como ir.

– Não tem problema, ligo para Olaf agora mesmo e resolvo esse problema - Jessica não ia me intimidar.

– Ou talvez não - não deu tempo de pensar em nada, Jessica pegou o celular da minha mão e jogou no chão, pisando em cima logo depois.Olhei incrédula para um monte de peças espalhas e quebradas no chão, que antes havia sido meu celular. - Ops!Foi mal.

– Eu vou te mostrar o que foi mal - Henry me segurou na hora que eu ia pular em cima de Jessica - Henry me solta!Me solta!

– Deixa ela, Henry - Jessica riu - Vou acabar com ela num minuto.Estava até ansiosa por esse momento.

– Jessica fique quieta - Ashley a olhou com fúria - Alexis você também.Você vai dormir na minha casa e pronto.

– Me solta, Henry!- pedi mais calma e ele acatou meu pedido - Eu não tenho nenhuma opção mesmo.Nem na minha mando mais, pelo visto. - A verdade?A verdade é que, como sempre, eu estava mas curiosa do que com medo, em relação a Ashley.A maior parte de mim queria ir, para poder desvendar todas as minhas perguntas.

– Sem drama, Miller.

– Quieta, Jessica - Ashley repreendeu.A loira em minha frente não era mais alta que Jessica e, muito menos, mais forte e, mesmo assim, Jessica a obedecia sem reclamar.Porquê?Duvido que seja em nome da amizade. - Alexis só precisamos explicar algumas coisas para você.

– Eu não quero ouvir, entretanto duvido que respeitem minha vontade. - eu queria ouvir, mas não era burra também.Eu tinha medo.

– Acertou em cheio. - Sim, foi Jessica que comentou isso.

– Chega, Jessica! - esbravejou Henry - Também não acho certo te levar desse jeito, mas você está assustada e de que outra maneira seria possível?Duvido que aceitaria tomar um café com a gente. - dessa vez, ele dirigia suas palavras á mim.

– Não gosto de café - comentei.

– E nem da gente - completou a morena.

– Jessica espere no carro - mandou Ashley.

– Mas...

– Agora! - Jessica apenas bufou e acatou a ordem.

– Como faz isso? - perguntei sem pensar

– Fazer o quê? - a loira parecia confusa

– Você faz com que ela te obedeça e cale á boca - não era para ser engraçado, no entanto Henry e Ashley sorriram.

– Vai entender. - ela tirou o sorriso do rosto - Precisamos te explicar, como disse, algumas coisas que você andou ouvindo.Acho que chegou a hora.

– Hora de quê?

– Da verdade, Alexis - foi Henry que me respondeu, olhando para meus olhos de um jeito penetrante - Da verdade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Tudo vai começar a se desenrolar agora.
Quero que saibam - e acho que perceberam - que a história tem um pouco de fantasia também.
Para quem não gosta de mistério com fantasia e com aventura e tudo mais, me desculpe.E para quem gosta, bate aqui !!!Espero que goste.