O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Seguindo....



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CAPÍTULO 19 - UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL CHEIO DE ESCURIDÃO

Eu não pensei muito depois de ler o papel, quando minha razão voltou William já tinha desligado o telefone e estava á caminho.

Eu liguei para o Hãnsel.

– Alexis, que diabos aconteceu aqui? - já estava me perguntando o que tinha acontecido á Olaf, quando ele entrou no quarto assustado, olhando para os vidros.

– Do que você está falando?

– Dos vidros, é claro.

– Que vidros?

– Os que estão quebrados do lado da sua cama.

– Ah, esses vidros - olhei em direção aos vidros tentando desesperadamente achar uma desculpa.

– E então...?

– O quê?

– O que aconteceu, Alexis? - ele olhou para a janela quebrada e depois para mim - Eu estava no banho e ouvi um barulho.Nunca me arrumei tão rápido em toda minha vida, sabia?E agora quero saber o que houve.

– Não sei - era verdade, pelo menos - Eu estava aqui e de repente jogaram pedras na janela.

– Do nada?

– Basicamente - tentei ser soar menos assustada do que estava

– Que droga - ele chegou mais perto dos vidros e chutou alguns - Por que fizeram isso?

– Eu não sei não.

– Se machucou?

– Não estava perto na hora, estou bem.

Escutamos um grito agudo na rua e depois de olhar para Olaf e o mesmo olhar para mim por alguns segundos, corremos para fora de casa.

Algumas pessoas, em frente á nossa casa, olhavam para alguma coisa no meio da rua, enquanto murmuravam algumas coisas umas para as outras.Uma mulher chorava um pouco afastado daquele amontoado de pessoas, sendo amparada por duas mulheres loiras.

– O que houve? - Olaf perguntou para ninguém em particular, ao mesmo tempo que empurrávamos algumas pessoas para ver o que elas estavam vendo - Ah, droga. - Olaf arfou quando finalmente conseguiu ver alguma coisa.Eu o empurrei para o lado e também vi.

Os meus ''seguranças'' estavam mortos.

Um ao lado do outro, com suas gargantas cortadas.

– Ah, minha nossa - falei - O que houve? - essa pergunta estava ficando mais comum e, de novo, ninguém respondeu - Alguém, por favor?O que houve?

– Não sabemos muto - uma mulher falou ao meu lado.Ela tinha cabelos grisalhos, olhos escuros e uma pele parda, e parecia bem cansada também - A senhora Peter, a que está chorando em algum lugar, foi quem os encontrou.Ouvi o grito dela e corri para ver e foi isso que vi - ela apontou para os corpos no chão.

Os corpos ainda sangravam excessivamente e seus anéis ainda estavam em seus dedos também.

O que tinha acontecido aqui?

– Miller? - alguém me virou e percebi que esse alguém era William - O que aconteceu?Sua casa estava toda aberta e... - O Hãnsel parou de falar quando eu arredei de sua frente e ele, sem duvida, conseguiu ver os corpos.

– São os seus..? - sua voz parecia falha.

– Sim, são - interrompi.

– Preciso ligar para Ashley, não saia de perto de Olaf - mandou.

Ele não esperou minha confirmação e se foi, por entre as pessoas.

– Conhece William Hãnsel, Alexis? - Olaf me encarava e parecia curioso.O mal dos Miller.

– Ah, sim - falei meio incerta - Somos meio amigos.

– Como meio amigos?

– Somos amigos - disse de uma vez - Algum problema?

– Por quê? deveria existir algum? - Olaf respondeu e olhou para os corpos de novo.William era péssimo em conhecer as pessoas.Ele achava que Olaf iria me proibir de vê-lo e Olaf nem ao menos se importou.

Fiquei olhando para os corpos e me desculpando, mesmo que não tivesse tanta culpa.Na verdade, eu tinha um pouco.

Eles estavam me protegendo e morreram por isso.

– Miller, vem cá - escutei William me chamar, atrás de mim.

– O quê?

– Vem logo, garota - falou e desapareceu de novo.

– Ah, Olaf? - meu tio me deu atenção - Eu vou bem ali e já volto.

– Um adulto responsável jamais deixaria você sair por ai, com tudo isso acontecendo.

– Você não é exatamente um adulto responsável, Olaf.

– Mas me preocupo mesmo assim.

– Eu sei - confirmei - Mas os assassinos já devem estar longe e olha - Apontei para um carro no começo da rua - A polícia acabou de chegar.

– Tudo bem, rápido - Olaf me liberou e eu sai daquela pequena confusão de pessoas.

Assim que consegui respirar melhor, senti alguém puxar meu braço e meu coração acelerou.Todavia, era apenas William com um olhar sério.

Eu nunca o vi assim.

– Eu conversei com a mulher que os encontrou antes de todo mundo, a senhora Peter - ele me disse - Ela falou que não viu o rosto dos assassinos, apenas a sombra.

– E então?

– No começo ela não queria me falar nada, estava com medo que eu a chamasse de louca, mas depois revelou.Ela viu duas sombras - ele falou - Uma delas tinha o tamanho de um jogador de basquete, uns 2 metros, pelo menos, segundo ela.O outro era do tamanho de uma criança e tinha três braços.

– O que isso... calma ai, três braços?

– Sim, três braços - William mexeu no cabelo e olhou para os lados de maneira preocupada - Deveriam ser Drake e Chuck.

– Quem são?

– Aberrações - falou - Estão á serviço das bruxas.

...

Quando voltei para casa com Olaf, esperei meu tio dormir como uma pedra e abri a porta para William.

Subimos até meu quarto e, depois de falar que Ashley, Brad e Henry, estavam á caminho, ele leu o bilhete atirado em minha janela algumas centenas de vezes.

– Por que Gabriel, Jessica e Georgia, não vem também? - perguntei em quanto ele lia, mais uma vez, o bilhete.

– Ashley deixou eles lá, para a proteção da biblioteca - ele não tirou os olhos do bilhete - Três bruxos são o suficiente.

– Deveria falar isso para os meu seguranças - falei - Eles eram dois, mas pareciam muito bem treinados e agora...

– Olha, Alexis - ele me encarou e percebi que ele não só estava preocupado, ele também estava casado; as poças marrons envolta de seus olhos confirmavam isso - Estamos fazendo a droga do possível e do impossível com sua segurança, e é o que temos.Fique calma.

– Meio difícil quando se recebe isso - apontei para o bilhete.

– Você mora em Owens agora - ele tentou sorrir - Se acostuma.

Foi ai que percebi o quão egoísta estava sedo com William.Eu sei, estava com o coração na boca pelo bilhete e também pelo assassinato, mas William deveria estar muito mais.Por conta do seu destino, de sua maldição... tudo.

A porta se abriu com um estrondo e uma loira furiosa passou por ela.

– William Hãnsel, me conte cada detalhe - pediu Ashley

– Ah, ótimo - resmungou William atrás de mim - O bom humor foi embora.

– Fale logo, Hãnsel - Henry falou

– Já disse o que sei, pelo telefone - William disse - Bilhete atirado pela janela, assassinato depois.

– Só isso? - gritou Ashley, de uma maneira educada e doce, e isso foi estranho.

– Não grite, Oliver, o Miller menos inconsequente está dormindo - William disse.

– E vai ficar assim até amanhã de manhã - ela caminhou até os vidros e os estudou por alguns minutos.Henry e Brad vieram para meu lado - Fiz um feitiço e ele dormirá mesmo.Não acordará por nada, até amanhã.

– Você está bem, Alexis? - Henry segurou meu braço e começou a me analisar dos pés á cabeça - Sem aranhões, cortes, hematomas...?

– Sim, sim, Henry - me soltei com calma de seu braços - Estou bem.Os seguranças...

– Serão enterrados com honra e louvor - Brad falou ao lado de William.Como sempre - Devem ter lutado muito bem, como bruxos.

– E agora estão mortos - falei.

– Miller, não venha com o blá blá blá de que a culpa é sua, porque ele estavam protegendo você e tal, que não vou aguentar - William se pronunciou - Eles eram bruxos e morreram em combate.Acontece.

– William, eles morreram... - comecei

– William tem razão, isso poderia acontecer em outras situações - Ashley falou, e em uma das mãos tinha uma pedra cheia de limo e alguma outra coisa na outra.

– O que é isso na sua mão? - indaguei á Ashley.

– É uma pedra - ela mostrou á mão ''errada''.

– A outra mão.

– Ah, sim - ela estudou um pouco mais a outra mão - É um pedaço de bromélia.

– O quê? - cruzei os braços rente ao corpo.

– Bromélia é uma planta que cresce em diferente lugares e com diferentes climas - Ashley explicou e eu resolvi não interromper, mesmo sabendo o que era uma bromélia - Essa é do tipo rupícola, que nasce em rochas.Mesmo sendo um planta bastante fácil de nascer em diferentes lugares, em Owens é difícil tê-las.Só uma, entre tantas pequenas matas em volta de Owens, as tem.

– Ei, só um minuto - William se aproximou de Ashley - Se, hipoteticamente falando, eles tivessem pegado essas pedras perto do esconderijo das bruxas descendes da maldição, isso quer dizer que...

– Sim, William - Ashley falou - Nós podemos encontra-las.


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Notas finais do capítulo

Está começando a minha parte favorita na história, finalmente