A terceira eterna vida de Bree Tanner. escrita por Cactus Saint


Capítulo 6
Harold


Notas iniciais do capítulo

And so... O que eu posso dizer sobre esse capítulo? Bem, Eu terminei a base dele há um certo tempo, mas ainda necessitava de alguns ajustes e tal... E hoje foi o dia que eu escolhi para fazê-lo. Certo, hum... Eu estava relendo tudo o que eu já tinha escrito e eu ri em algumas partes e me perguntei de onde saiu aquilo.

Bem, sem mais delongas, boa leitura. E, ah, tentem entender o Diego (ou a Bree, sei lá).

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5. HAROLD

–– Ser, ou não ser –– a Srta. Stewart (também conhecida como Scarlett) fez uma pausa dramática ––, eis a questão. –– Ela então se calou e voltou a encarar a turma com uma expressão mais normal. E, quando volta a falar, sua voz está com aquele tom de jovialidade habitual. –– Essa é, certamente, a frase mais famosa de toda a literatura. A obra em que ela aparece é considerada a mais importante e profunda de William Shakespeare: Hamlet. Alguém pode me dizer o porquê? –– perguntou, e ninguém respondeu, o que a fez olhar para mim. –– Bree, querida, pode me responder isso?

Assenti, dando um leve sorriso para ela e tentando não olhar em volta, sabendo que todos mantinham seus olhos sobre mim.

–– Porque Hamlet é a primeira obra prima da modernidade, e a última medieval, Srta. Stewart.

–– Correto, querida. –– Ela sorriu para mim em aprovação, e voltou a falar avidamente.

Tá, eu tinha que admitir que a Srta. Stewart e eu éramos apaixonadas por Shakespeare, e sempre nos demos muito bem por isso.

–– Puxa saco! –– Kevin provocou, fingindo um espirro.

–– Inveja corrói por dentro, Kevin –– cantarolei por baixo da respiração, e o ouvi bufar.

Depois que a aula de literatura acabou, dei um tapa no cabeção de Kevin como despedida e saí para a minha próxima aula, química. Droga.

Não que eu seja ruim na matéria ou algo parecido, mas quando se tem o demônio da minha prima como parceira é o fim. Cheguei na sala e joguei o livro na bancada de granito. A mochila eu larguei no chão mesmo –– não é como se eu carregasse algo de valor ali dentro.

–– E aí, prima? –– Emma cumprimentou-me com um sorrisinho cínico no rosto.

Reprimi com muito esforço a vontade de revirar os olhos para ela.

–– Oi, Elizabeth –– e sentei ao seu lado.

Antes que ela pudesse me incomodar mais, o Sr. Stones entrou na sala.

–– Certo, classe –– começou ele. –– Hoje quero que em uma folha escrevam todos os elementos da tabela periódica e deem sete exemplos sobre em que eles são utilizados. Me entreguem ainda hoje.

–– Fará sozinha, idiota.

–– Claro, Lizzie –– sorri cínica. –– Mesmo te odiando, não quero que perca os neurônios que lhe restam.

Eu realmente fiz o trabalho sozinha, mas, como dizia a Abby, eu tinha saído de uma forma bem diva. E deixar Emma irritada era ótimo!

Depois da aula com Emma, eu tive outro tempo com a Srta. Stewart, e dessa vez o assunto era Bukowski.

–– Bem, acho que todos se lembram que na segunda eu pedi que todos lessem um pouco de Bukowski e trouxessem seu poema preferido dele. Não importa o tamanho, mas você devem explicar o porquê do poema ser seu preferido –– disse ela, enquanto caminhava pela sala. –– Certo, eu vou começar pela ordem de chamada, então tragam seus poemas consigo aqui pra frente e leiam.

A Srta. Stewart tirou da bolça a lista de presença e começou a chamada.

–– Anelise Acker.

Anne levantou-se de sua carteira e foi até a frente da turma.

–– Me diga, Anne, qual é o seu poema? –– perguntou Scarlett.

–– Meu poema preferido se chama “Confissão” –– disse Anne.

–– E porque é seu poema preferido?

–– Porque eu gosto da ideia de que embora ele, Henry, não tenha proferido, por falta de coragem, aquelas palavras que com certeza foram esperadas por ela durante tanto tempo, no fim ele diz eu te amo. E eu acho isso bonito; acho que é tocante –– falou Anne.

Eu gostei da forma que ela colocou o poema, Anne sempre tem opiniões interessantes e muitas vezes numa mesma linha que as minhas.

Srta. Stewart deu um leve e quase nulo sorriso, porém verdadeiro.

–– Agora leia o poema para nós, Anne –– propôs Scarlett.

Anne assentiu e começou a leitura.

–– Esperando pela morte como um gato que vai pular na cama. Sinto muita pena de minha mulher. Ela vai ver este corpo rijo e branco. Vai sacudi-lo e talvez sacudi-lo de novo: “Henry!” E Henry não vai responder. Não é minha morte que me preocupa, é minha mulher deixada sozinha com este monte de coisa nenhuma. No entanto, eu quero que ela saiba que dormir todas as noites a seu lado e mesmo as discussões mais banais eram coisas realmente esplêndidas e as palavras difíceis que sempre tive medo de dizer podem agora ser ditas: eu te amo.

Anne fechou o livro em um baque meio surdo e foi nossa deixa para aplaudir, mas a Srta. Stewart não nos deu muito tempo isso e chamou outra pessoa.

Logo após o último aluno com o nome iniciado em “a”, foi a minha vez.

–– Bree Tanner –– Scarlet me chamou e eu fui para o mesmo lugar ocupado por Anne e todos os outros “A´s”.

–– Poema? –– Scarlet perguntou-me.

–– Oh, sim.

Ela arqueou uma sobrancelha para mim.

–– Por quê? –– inquiriu ela.

Eu dei de ombros. Nem eu mesma entendia o motivo.

–– Não sei dizer ao certo... –– comecei, um tanto hesitante. –– Você sabe que eu amo Bukowski, e adoro todos os poemas que conheço dele, mas esse em questão se torna realmente poesia para mim. É algo que realmente me toca, principalmente a última frase.

Ela sorriu de forma singela para mim, e fez um pequeno gesto para que eu o recitasse.

Respirei fundo por um momento antes de fazê-lo.

–– Há coisas piores que estar só. Mas nos custam décadas até que percebamos e geralmente quando conseguimos é tarde demais. –– Foi necessária uma pequena pausa para que eu conseguisse continuar. –– E não há nada pior que ser tarde demais.

Uma pergunta surgiu em minha mente: eu ou algo ou alguém havia sido tarde demais? Bem, eu não tinha resposta para aquilo.

A Srta. Stewart me elogiou e eu voltei para minha carteira. Depois eu não prestei muita atenção nos que se seguiram, porém o poema escolhido por um certo alguém me chamou atenção –– mesmo que eu não quisesse, mas quando é alguém que você sabe que não é lá muito brilhante... Bem, eu tinha que ver aquilo. E sim, uma pequena –– ah, tá, pequena, ne? –– parte minha me alertou que eu iria me arrepender daquilo...

–– Robert Roberts, mais conhecido com RR –– brincou ela, e as líderes de torcida sorriram para o preferido do basquete.

Nota sobre o RR: ele é ume estupido ridículo (tanto quanto seu apelido idiota). Então, no momento em que ele levantou da carteira arrancando suspiros de algumas criaturas sem cérebro e/ou com péssimo mau gosto e caminhou até o lugar que antes foi ocupado por Anne, eu sabia que não viria nada de grandioso daquilo.

–– Qual o nome do poema que você escolheu, Robert? –– perguntou a Srta. Stewart.

–– Garotas de meia calça, Scarlet querida.

E as “garotas de meia calça” da sala se agitaram rapidinho.

–– Comece logo, Sr. Roberts –– cortou a Srta. Stewart.

Antes de começar, o idiota limpou a garganta teatralmente. Idiota, idiota, idiota, cantarolei mentalmente, tentando não revirar os olhos para aquilo.

–– Estudantes de meia-calça sentadas nas paradas de ônibus. Parecendo cansadas aos 13 com seus batons de framboesa. Está quente sob o sol e o dia na escola se foi maçante, e ir pra casa é maçante, e eu dirijo meu carro e dou uma espiada naquelas pernas quentes –– RR piscou para Jena Cooper, que suspirou pondo a mão no peito. Idiotas, idiotas, idiotas, e eu continuava cantarolando. –– Seus olhos não estão focados em nada –– dessa vez ele pareceu olhar para mim, e me senti realmente tentada em dar um soco nele. Idiota, idiota, idiota. ––, elas foram avisadas sobre os veteranos tarados e cruéis; eles não desistirão assim tão fácil. E ainda assim é maçante passar aqueles minutos no banco e os anos em casa, e os livros que elas carregam são maçantes –– mais uma olhada para mim. Idiota, idiota, idiota! –– e aquilo de que se alimentam é maçante, e até mesmo os veteranos tarados e cruéis são maçantes. As garotas de meia-calça esperam, esperam pelo momento e hora exatos para só então se mover e certamente conquistar –– mais uma vez RR olhou para mim, e eu me perguntei se aquilo era algum tipo de piada ridícula. Idiota, idiota, idiota ––. Circulo com o meu carro, espiando suas pernas satisfeito por saber que jamais farei parte nem de seus paraísos –– dessa vez ele olhou para Emma, que estava um tanto distraída dele, só não estranhei porque eu sabia que Emma não dava a mínima para RR –– nem de seus infernos –– mais uma longa olhada para mim ––. Mas os batons escarlates naquelas tristes bocas que esperam! Seria delicioso beijar cada uma delas, uma vez que fosse, por completo, e então devolvê-las. Mas o ônibus as pegará primeiro.

As meninas ridículas aplaudiram, mas nem eu, nem Anne ou Emma fizemos questão disso. Veja bem, é claro que eu amo Bukowski, mas quando o RR recitou as linhas incríveis dele, foi como se uma dona de casa sem habilidade artística nenhuma decidisse restaurar uma obra prima: um verdadeiro desastre.

***

O dia passava de forma tão chata e entediante que se tivesse coragem teria matado todas as aulas e Emma só para ter alguma diversão. Mas não, eu tinha medo de ser pega fora da sala e gostava muito de minha tia para acabar com Emma. Tá, e eu só estou sendo tremendamente exagerada e dramática.

Porém, na minha última aula, a de Biologia, tive certa surpresa. Bem, aconteceu o seguinte.

A aula biologia é a única que não tenho nenhum irmão, melhor amiga ou prima chata num mesmo cômodo por uma hora. Eu tenho a Penny, mas não é como se isso contasse. Eu também não tenho um parceiro nessa bendita aula. Então imagine qual foi minha surpresa ao entrar no meu modo toda-diva-que-tropeça-no-vento na sala de aula e ver que havia um ser sentado na minha mesa? Eu não gostei nadinha disso, pensei, enquanto caminhava lentamente até minha mesa. Notei que a pessoa que agora dividiria uma bancada comigo era um garoto, e que eu não lembrava de tê-lo visto pela escola, pela cidade ou por qualquer outro lugar. Ele não olhava para mim, pra o lado ou para qualquer outro ponto em específico, era como se tivesse nada que prendesse sua atenção naquele lugar, ou como se ele estivesse em outra dimensão. Ah, que ótimo, um drogado, pensei irônica. Já que ele vinha com esse pequeno acréscimo defeituoso de fábrica, era seguro olhar para ele sem ser pega no flagra.

A primeira coisa que chamou minha atenção foi sua pele, que era extremamente branca –– tão clara quanto a de Edward. A segunda coisa foi o tom bonito de seus olhos. Eram, basicamente, de um tom estranho de ocre, mas ainda assim, bonitos, e davam grande contraste com sua pele clara e o cabelo castanho. Ele é bonito, pensei, sorrindo quase que inconscientemente. Ou talvez rindo, já que quando eu sorri, a cabeça dele virou em minha direção e o olhar dele cruzou o meu. Abaixei a cabeça, constrangida de acha-lo bonito, de “sorrir” por esse fato e de ser pega em ação.

Senti vontade de dar a volta e correr para Abby sem olhar para trás. Mas então algumas coisas me ocorreram.

Primeiro, Abby me chutaria da enfermaria até aqui de novo. Segundo, eu o deixaria com uma impressão ainda mais estranha minha –– não que alguém me considerasse uma referência para uma pessoa normal, mas... Tudo tem um limite! Terceiro, Eu realmente não queria que ele me achasse muito esquisita. Quarto, bem, que se dane! Ele é drogado mesmo, vai ver nem está olhando pra mim. Ou está, mas vê uma fada mística.

Estava decidido, e contando meus últimos passos –– um... dois... três... –– finalmente cheguei à bancada e joguei minha mochila no chão, sentando logo em seguida. Eu ainda não tinha olhado para ele de novo; e eu queria fazê-lo, mas também não queria. Achei que seria mais prudente esperar que ele viesse e falasse comigo.

Porém ele não o fez.

Mas eu consegui descobrir um pouco sobre ele naquele dia. Ele havia se mudado do Canadá para Forks com os irmãos e pais adotivos. Se chamava Diego Cullen e tinha dezesseis anos. É, ele era irmão do Edward, dã. E não, eu não precisei da Penny para descobrir tudo isso, o Sr. Osment fez esse favor pra mim quando pediu que Diego se apresentasse para toda a turma. E sim, eu confesso que seria capaz de pedir a Penny pra colher informações –– leia-se: dar uma de “repórter” biruta e enquanto assusta sua pobre vítima arranca dela tudo o que precisa. Credo, essa descrição ficou bizarra. –– pra mim. E não, eu não estou interessada nele! Um pouco, talvez. Mas qual é, não é todo dia que se encontra um cara que é um tremendo gato nesse ponto frio e verde e gosmento chamado Forks.

O Sr. Osment não passou nada de interessante naquele dia, acho que ele apenas revisava sobre as fazes da mitose, mas não tenho certeza. E eu não tenho certeza porque eu não prestei atenção na aula. Eu estava mais preocupada em receber algum tipo de atenção daquele garoto lindo e estranho –– mais estranho que eu, a Tanner problemática.

Por isso eu passei cada centésimo de segundo tentando chamar a atenção dele. Mas parecia que ele estava me ignorando de forma inconsciente, ou fazendo isso de forma conscienciosa. E eu nem sabia dizer o que era pior entre essas duas opções.

Depois da longa e incômoda aula, caminhei para fora do prédio 2 e fui para o estacionamento, ao encontro dos gêmeos e de Amy, já que hoje eu iria deixa-la em casa. Eu o vi caminhando calmamente até o carro preto e brilhante –– que por coincidência era idêntico ao do meu pai –– onde se encontravam seus irmãos. Notei que haviam mais quatro pessoas que eu não conhecia, mas supus que deviam ser os outros Cullens. Eram três homens e uma mulher. Dois dos rapazes eram loiros e o outro moreno. De aspecto físico o moreno ganhava (ele tinha quase o tamanho de um urso), e por algum motivo olhar pra ele me lembrou de uma criança. Os dois garotos loiros empatavam em corpo, altura e a textura dos fios, já que ambos tinham fios encaracolados, mas a variação de loiro de seus cabelos era bem distinta; enquanto um tinha o cabelo em um loiro dourado, o outro tinha um tom de louro mais suave e bonito. Por alguma razão eu gostei do segundo loiro, o que tinha um tom de cabelo mais suave, por mais que eu não tenha conseguido olhá-lo por mais que alguns segundos; era como se alguma coisa me fizesse desviar o olhar, algum tipo de repulsa, não sei. Fiquei confusa com isso, porque eu realmente tinha gostado dele com apenas um olhar.

Balancei a cabeça e olhei para a menina loura. Ela era, de forma bem direta, linda. Com cabelos dourados que desciam em uma leve cascata ondulada, um corpo de dar inveja a qualquer garota e um rosto suave com traços retos e perfeitos.

Parei de olhar e cumprimentei meus irmãos e Amy, que também me esperavam ao lado da Monstrenga. Meu carro precisava urgentemente de uma nova pintura. Eu cogitava a ideia de deixa-lo em uma cor só –– uma cor bem discreta ––, mas aí eu olhava pra ele e desistia, e quando ia pintar, comprava tinta para retocá-lo, para ele sempre ter um ar vibrante naquela cidade nebulosa.

–– E aí? –– falei, entrando no carro e procurando a chave na mochila. E, tenho que falar, aquilo estava uma verdadeira bagunça! Há quanto tempo eu não jogava o lixo fora? Tinha papel de bala de duzentos anos ali.

–– Olá, Bree, minha queridinha –– Amy cantarolou, entrando no carro e sentando do lado do passageiro, os gêmeos foram para os bancos traseiros. Lá vem, pensei.

–– O que você quer, Amélia? Diga logo, estou tendo um surto aqui com a minha bolça nojenta –– murmurei.

Amy bufou, mal-humorada com sua falta de sucesso em seu teatrinho.

–– Posso dormir na sua casa hoje? –– foi direta, cruzando suas mãos em forma de súplica.

Arqueei uma sobrancelha para ela, que em resposta fez um biquinho.

–– E desde quando você precisa pedir, criatura? –– quando eu disse isso, tanto eu, quanto Kevin e Amy gritamos, assustando Harry que pulou no banco e bateu a cabeça no teto do carro. Ele e ela gritaram em contentamento por Amy poder dormir lá em casa, eu gritei porque meus dedos encostaram em alguma coisa gelada e molenga, fazendo-me correr pra fora do carro chorando e gritando. –– Sapo, sapo! Tem um sapo na minha mochila! Ah, que nojo, sapo, sapo! –– Nesse momento eu já estava no meio do estacionamento e como quase ninguém tinha ido embora, todos pararam para ver meu vexame. –– Que nojentinho, tem um sapo na minha mochila! –– choraminguei. –– Harry, Kevin, Becky, Abby! Alguém! –– Harry veio correndo me amparar, que como uma boa dramática estava a ponto de um desmaio, e ele realmente teve que me firmar em seus braços para ficar em pé. –– Harry –– chorei –– tem um sapo na minha mochila!

–– Bree! –– Abby exclamou, preocupada com meu estado. –– O que foi, queria? Você se machucou? –– Ela começou a me examinar ali mesmo, procurando algum ferimento.

–– Sapo –– sussurrei, à beira da histeria, e a expressão dela se iluminou, voltando a ficar preocupada novamente.

–– Ah, não, Bree –– murmurou.

–– Hey, maninha –– Kevin disse, ofegante pela corrida que fez para chegar onde eu estava ––, não era um sapo, era só uma gosma estranha que eu acho que um dia foi uma gelatina. É sério, cara, você precisa limpar aquela sua bolça. Até o meu quarto está melhor que aquilo –– ele fez uma careta de nojo e se abaixou pra pegar alguma coisa. Era a minha touca; eu nem notara quando saiu da minha cabeça. Mas ele não me devolveu, deu para Amy segurar e ajeitou meu cabelo, que com certeza devia estar um desastre. Foi aí que eu lembrei do meu showzinho para toda Forks High e senti minhas bochechas corando.

–– Com licença, vou procurar um lugar calmo para eu me bater –– falei enjoada e quando me virei para sumir dali, dei de cara com o ser mais nojento enviado do tártaro. É, era um sapo. Um sapo nojento, verde e gosmento. Foi o que bastou para eu gritar de novo e em seguida desmaiar.

Quando eu acordei, os gêmeos, Amy, Becky, Abby e até mesmo a maldita da Emma estavam ao meu redor, preocupados. Quer dizer, quase todos, já que Emma mantinha o cenho franzido em frustração; aquilo não era preocupação.

–– Olá, pessoal –– sorri fraco, tentando entender toda aquela cena. Meu cérebro ainda estava um tanto lento.

–– Abelha! –– suspirou Becky, pondo a mão no peito. –– Por que você assustou o Harold? Sabe quanto tempo eu demorei para pegá-lo de volta? –– relhou ela, me deixando confusa.

–– Harold é o sapo –– foi Emma quem tirou minha dúvida sobre o que a louca estava falando. Ela soltou o ar com certa força e franziu ainda mais as sobrancelhas. –– Como você está? Sente alguma tontura, algo do tipo? –– perguntou baixinho, como se realmente estivesse preocupada comigo.

Fechei a cara para ela.

–– O quê, quer saber quanto tempo eu duro? Desculpe querida, mas não foi dessa vez que você se viu livre de mim.

Com essas palavras qualquer vestígio de preocupação desapareceu do rosto dela, e o que tomou lugar foi uma expressão sombria.

–– Quer saber? Da próxima vez que você passar mal eu nem chego perto. Vou para uma boa loja escolher meu figurino para o funeral –– Emma pegou sua bolça na poltrona que ficava ao lado da maca onde eu estava deitada e saiu da enfermaria a passos duros, me deixando com uma mistura de descrença e culpa.

–– Argh! –– rosnei irritada, levantei rapidamente da maca e segui para o estacionamento. –– Estou esperando no carro –– avisei antes de bater a porta da enfermaria.

Os gêmeos não demoraram em me seguir, e logo eu já estava dando partida no carro e saindo do estacionamento, agora vazio.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do Harold? hehehheh Eu SEI que você provavelmente esperavam por outra coisa. Não é nada certo, mas eu achoq eu ele pode aparecer no(s) próximo(s) capítulo(s).

Mas aí, quem consegui entender o Diego? E os pensamentos da Bree sobre ele?

E o RR? Gostaram dele? Acham que a Bree tem uma queda por ele e só não admite para si mesma? E o RR, gosta dela?

Ah, e alguém entrou no tumblr da fic? Gostaram? Tá bonitinho? Acho que ainda hoje eu posto mais uma ficha sobre algum deles.

Bem, eu espero comentários, queridos.
Beijos,
Elle.
Gente, eu ainda tô babando por essa capa nova que a Marii fez pra mim....