Ray escrita por Raquel Franco


Capítulo 32
Você não tem querer


Notas iniciais do capítulo

Tá bom demaaaaaaaaaais!!! 2 capítulos só hoje. Como a minha amiga disse, RAY está chegando ao fim (aaaahhh), mas não desanimem. Aguardem o último capítulo que vocês terão uma grande surpresa. Pois é, se divirtam (ou não) com esse capítulo.



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Por Carol

Acordei meio zonza, mas sem dor de cabeça nem nada. Ainda estava com a mesma roupa de ontem mas jogada no chão da sala de casa. Bando de filhas de uma puta.

Ontem foi a melhor noite de todas, pude me divertir com minhas amigas, conhecer pessoas novas e muitas outras coisas.

Passei o dia ligando e enviando mensagens para Theodore, mas ele não respondia e o celular estava dando fora de área. Isso me deixou totalmente emputecida.

Me levantei e fui escovar os dentes, as meninas ainda estão dormindo. Fui para a varanda de casa, mas aquilo tava chato. Me arrumei (1), peguei um taxi e fui até o Pier 39. Comprei um milk-shake e fiquei vendo as focas, não sei porque mas achei aquilo engraçado. Enquanto eu virava para olhar a multidão, avistei Matheus. O que esse Calenzzoni tá fazendo aqui? Segui em direção a ele, mas ele não me percebera e tinha virado de costas falando ao telefone.

─ Oi? ─ falei calmamente e depois sorri.

─ OI, CAROL!! ─ ele me abraçou com um grande sorriso nos lábios. Pude sentir que ele estava usando o mesmo perfume de Theodore e isso fez com que uma pontada em meu coração surgisse, mas logo passou ─ O que você tá fazendo aqui?

─ Eu que pergunto isso a você. O que faz aqui? Não deveria estar em Amsterdã?

─ Ãn, sim, mas meus pais resolveram passar as férias aqui. Então... tô aqui ─ ele sorriu ─ Continuando, e você?

─ Ah, eu também tô passando as férias aqui com as meninas. Inclusive, beberam muito ontem e estão dormindo.

─ Você pulou na piscina do iate do Alaric né?

Fiquei perplexa com o que ele disse.

─ O QUE? Você estava lá?

Ele sorriu timidamente e olhou em meus olhos

─ Não, o Edu tava lá. Não deu pra eu ir.

─ Ah, ele tá aqui também né? ─ se Anna souber...

─ Aham, ér, você quer almoçar comigo?

─ Bom, se a Angelic não estiver lá para ficar beijando você em minha frente, eu aceito!

Ele gargalhou alto

─ Relaxa, é só você e eu. Ah, você fica linda com essa cor. Na realidade, você sempre é linda, não importa. ─ ele se xingou bem baixinho quase inaudível.

Fiquei calada e senti meu rosto ficar quente de vergonha. Chegamos no restaurante assim.

─ E aí? Como você tá? ─ eu perguntei.

─ Continuo a mesma coisa, lindo, gostoso e arisco. ─ ele sorri, passa a mão no cabelo e dá uma piscadela. Depois muda a feição ─ É mentira.

─ Olha, eu não duvido nada. ─ tomei um pouco do suco de morango que pedira.

─ Para, é sério. Tô sentindo falta de Nova York, meus amigos...

─ Angelic...

─ Não, inclusive, não quero vê-la nunca mais.

─ Matheus, vem cá, o que você disse aquele dia lá naquela Starbucks, sobre Angelic. Eu não entendi.

Ele suspirou e se aproximou mais um pouco de mim.

─ A Angelic tá armando pra cima de você e da Anna atingindo principalmente os seus pontos fracos. No caso, eu era seu namorado, só que eu fui muito besta

─ Foi mesmo ─ vi seu pomo de adão subir e descer e depois ele continuou.

─ E ela me seduziu. Eu era obrigado a fazer coisas ruins para você se não ela machucaria você e eu não queria isso.

Não consigo acreditar

─ Mas me machucou Matheus, machucou muito que até certo tempo eu não conseguia superar. Mas o Theodore apareceu na minha vida e tudo mudou.

─ Olhe, não ponha muita fé nisso. Viu que ela acabou com a vida da sua amiga? Primeiro foi o Edu e agora o Beto. Ela quer acabar com a sua também Carol, ela quer Theodore.

Senti um calafrio em meu corpo e lembrei de tudo e consegui encaixar cada detalhe.

─ Eu preciso voltar pra Nova York.

─ Calma Carol, se controle.

─ MATHEUS EU SINTO QUE TEM ALGO DE ERRADO ACONTECENDO. ANGELIC QUER THEODORE. ELA NÃO SE CONTENTA. PUTA É ASSIM MESMO.

─ Carolina ─ ele me sacolejou e apertou meus ombros olhando firmemente em meus olhos ─ se controle, agora eu sou seu amigo e estou aqui para o que você precisar. ─ ele me abraçou ─ Se acalme.

Passei a mão no rosto e depois na cabeça.

─ Matheus, você sabe. Eu tenho medo de tudo que pode acontecer, eu amo Théo e não quero que nosso amor acabe só por causa dessa vadia. Ontem eu liguei tanto pra ele mas ele não atendia.

Ele passou a mão em meus cabelos e depois segurou em meus ante braços.

─ Olha, vamos passear. Sair um pouco daqui, esfriar a cabeça. Não pense mais nisso tá bom?

─ É MEU NAMORADO!

─ CALMA CAROLINA, você não veio pra cá para relaxar e curtir? ─ balancei a cabeça em afirmação ─ Pois então, vamos nos divertir. Eu ainda não fiz amigos aqui, inclusive estava ligando para Edu mas ele não dormiu em casa, e bom, você a última opção que me resta.

─ Eu sou sua última opção? Me erra.

─ É sério sua boba, vamos logo.

Passamos a tarde toda conversando e falando besteira, pondo apelidos nas pessoas da rua, nos batendo e fazendo competição de quem dava mais estrelas na areia (lógico que ele ganhou porque eu tava de vestido). Me deitei na areia olhando para o céu e rindo da piada que ele acabara de fazer.

─ Ai ai, não me lembrava o quão era bom passar uma tarde conversando com você. Você continua divertida. E linda. ─ ele disse dando um sorriso magnificamente branco e esplendoroso.

─ E você continua mentiroso! ─ sentei-me me espanando, tirando um pouco da areia que grudara em minha panturrilha.

─ Caramba, você não perde a ignorância também né? ─ ele moveu seus olhos azuis em minha direção e soltou um riso leve.

─ Bom, digamos que essa é minha marca. ─ sorri.

─ Sim, acho convincente.

─ Me ajuda a levantar?

─ É claro.

Ele se levanta e em seguida me puxa com tanta força que me faz dar de conta com seu peitoral.

─ Me desculpe!

─ Relaxa. ─ ele me abraça colocando seu rosto perto de meu pescoço.

─ Você tá usando o perfume que eu te dei. ─ ele disse e senti que ele sorriu.

Puts, nem lembrava disso.

─ Ah, ãn, obrigada!? Hahaha

Ele me abraçou mais forte e depois, devagar nos soltamos. Ele olhou em meus olhos e eu não senti mais nada. Ele me beijou. Delicadamente e calmamente sentou seus lábios ao meus, depois passei a mão sobre seu pescoço e ele aprofundou o beijo tornando-o mais sexy e selvagem, quente e gostoso. Sua boca tinha gosto de eucalipto e isso deixava o beijo com um toque a mais de sensualidade. Depois me toquei que aquilo estava errado, tudo estava errado, eu não poderia ter feito isso. Descolei meus lábios dos dele.

─ Me desculpe, eu não podia ter feito isso. Não podia. Tenho que ir pra casa.

─ Calma, eu posso te levar.

Eu já estava correndo em direção a um ponto de taxi.

─ Não, relaxa. Outro dia a gente conversa.

Vi que ele tinha passado a mão sobre a cabeça e estava meio sem jeito.

─ Tudo bem.

Peguei meu taxi e fui direto para casa pensando no que acabara de fazer. Eu beijei meu ex, puta que pariu. Passei a mão sobre meus lábios e senti que sorria, mas logo tirei isso de meus pensamentos e cheguei em casa. Anna me esperava com uma cara fechada de “eu vou te matar sua lambisgoia desgraçada. Por onde você andou?”

─ Eu vou te matar sua lambisgoia desgraçada. Por onde você andou? ─ eu queria rir porque acabara de acertar o que ela iria falar, mas me recompus e fiquei quieta. ─ RESPONDE!

─ Pelo o que eu saiba, eu sou a mais velha aqui e não tenho que ficar falando pra onde quero ir ou não.

─ Tá Carol, desculpa. ─ ela abaixou a cabeça e passou a mão sobre a testa ─ É sério, por onde você andou? Eu fiquei preocupada.

─ Ah, eu fui dar uma volta ué. Encontrei o Matheus.

─ Ahhhhh, ele tá aqui também?

─ Por que? Você já encontrou o Edu e nem me contou nada?

─ Hahaha, foi. Nos beijamos!

─ SUA FILHA DA puta. Quer dizer que meu trabalho de acalmar a tua xana foi em vão?

─ HAHAHAHA, deixa de ser idiota. Foi bom sabe? Eu me senti melhor.

─ Ah bom.

─ E você com o Matheus? Bateu muito nele?

─ Não, eu fiz uma besteira. Eu beijei ele.

─ O QUE? TU TA TRAINDO O THÉO SUA PUTA?

─ NÃAAAAO, foi um erro. Uma tentação. Nunca mais farei isso. Mas tirando essa parte, vamos ter que voltar agora para Nova York.

─ POR QUE??????

Contei tudo a ela e ela ficou barbarizada. Chamamos as meninas e em 30 minutos já estávamos prontas.

─ Égua, eu ainda não tô bem. Preciso de um analgésico. ─ disse Lena (2) passando a mão nas têmporas.

─ Pois eu tô super bem. Aquele segurança fez um bom trabalho. ─ disse Lissa (3) pegando uma mecha de seu cabelo e enrolando em seus dedos.

─ Êta bando de vadia, não aguentam nem uma noitada e já começam a liberar geral. Eu hein! ─ disse Anna (4) jogando o celular e algumas balas na mala.

─ Eu sou inocente hahaha. ─ eu (5) disse enquanto procurava meus óculos.

─ HA HA HA, e eu sou a Santa Rita de Cássia. Me poupe Carol. ─ disse Anna já puxando a mala para fora de casa.

Pegamos um taxi e fomos para o aeroporto. O voo de NY demorou um pouco, mas conseguimos chegar em casa.

Todo o voo eu fiquei apreensiva pelo meu aniversário, queria ver Théo e ouvir que estava tudo bem, comer muito bolo e dormir, esperar para a viagem ao Canadá. Adormeci e acordei com uma Anna me balançando.

─ Vamos sua puta, acorda. Já chegamos. Você quer voltar pra Califórnia?

─ Ãn? Não. Vamos.

Fui andando meio zonza. Eram 6h30 da manhã, enquanto as meninas iam arrumar um taxi, eu fui comprar um chá. Voltei e fui atrás de Anna, ela estava falando ao telefone mas logo que me viu, se despediu rápido e desligou o telefone.

─ Oi P?

─ Oi, com quem você tava falando?

─ Com o Edu. Ele me ligou para saber se eu tinha chego bem.

─ Hmmm, esse já quer.

─ HAHAHA, sempre quis.

Pegamos o taxi e fomos para a casa da Anna.

─ Vou tomar um banho ─ grito da escada enquanto ela tá pegando sua mala no carro e fechando a porta.

─ Tá bom, cuidado pra um negão não te pegar quando o sabonete cair.

─ QUEM DERA ─ eu grito.

Abro a minha bolsa e vejo meu telefone

─ Vou ligar para o Théo.

Ligo, mas continua fora de área. O que será que tá acontecendo?

Vou tomar um banho rápido, me arrumo (6) e desço para tomar um café reforçado e ir dormir. Vejo que a casa tá escura. Já devem ter ido dormir, mas cadê a Anna?

─ SURPRESAAAAA! ─ as luzes se acendem e vejo uma mesa repleta de coisas. Vejo a cozinha toda enfeitada e os avós, tios e prima da Anna. E as meninas também. Anna toda feliz veio me abraçar e quase quebra a minha cara.

─ PARABÉNS AMIGA, SÓ FALTA MAIS UM ANO PRA VOCÊ SER PRESA E USAR DROGAS À VONTADE. EU TE AMO MUITO P E PASSAR MAIS UM ANIVERSÁRIO AO SEU LADO E UMA COISA QUE EU QUERO ATÉ QUANDO ESTIVERMOS VELHAS, PORÉM, GOSTOSAS.

─ Ai, eu te amo caralha!!

Conforme foi, todos me abraçaram e desejaram aquelas coisas clichês e tudo mais.

─ Vamos começar o Parabéns!! ─ gritou dona Rose, a vó de Anna.

─ VAMOSSSS!

Cantamos o Parabéns e eu chorei emocionada, realmente, só faltava uma pessoa aqui. Quando acabamos, ouvi palmas vindo da sala e se aproximando da cozinha.

─ Parabéns meu amor, minha filhinha.

Anna olha para mim mais pálida que uma vela. Meu sangue gela, o ódio toma conta de meu corpo e eu não sei mais o que fazer. Era a minha mãe. Todo mundo para e olha para ela.

─ O que foi? Não posso participar de um de seus aniversários? ─ ela pergunta com um sorriso ávido no rosto.

─ O que você tá fazendo aqui? ─ eu pergunto.

─ Eu vim justamente para conversar com você e comer um bolinho com a minha filha. Por que? Não posso?

Puxei-a pelo o braço e levei-a até o quarto de Anna, tranquei a porta e a fiz sentar na cama.

─ Mãe? O que você quer?

─ Eu vim porque tava sentindo falta de você assim como o Joseph. Precisamos de você.

Meus olhos brilharam quando ouvi o nome de meu pai.

─ Ele veio? ─ falei quase sussurrando.

─ Ele não pode vir, mas ele lhe espera. Eu vim lhe buscar. Vamos ter que voltar para Londres.

─ O QUE? EU NÃO POSSO VOLTAR MÃE. EU TENHO UMA VIDA AQUI E MEUS ESTUDOS. NÃO POSSO IR.

─ VOCÊ NÃO TEM QUERER CAROLINA, VOCÊ VAI VOLTAR COMIGO PARA LONDRES QUEIRA OU NÃO. VOCÊ SÓ TEM UM DIA.

Ela saiu batendo a porta do quarto e foi embora.

Desci chorando e vi que ela não estava mais lá.

─ Cadê a Anne? ─ perguntou tia Rose.

─ Ela foi embora.

Anna me puxou para a sala e me interrogou.

─ O que ela queria Carol? Por que você tá chorando?

─ Ela quer que eu volte pra Inglaterra. Só tenho mais um dia aqui.

Anna olhou assustada para mim e vi que ela começara de lagrimar, depois ela me abraçou forte.

─ Você não pode ir, você é minha única amiga e irmã. Você não pode me deixar sozinha. Por favor, não vai.

─ Eu não tenho querer, Anna. Ela mesmo disse isso. Eu não quero ir.

Comecei a soluçar tão alto e chorar muito, com Anna acontecia a mesma coisa.

─ Eu vou subir. ─ avisei.

Deitei-me em uma cama, fiquei olhando para o teto e chorando. Eu não quero ir.

Eu não posso!


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Notas finais do capítulo

Ihhhhhh, rolou beijo da Carol e do Matheus? O que acharam? Ela não é puta tá gente? Só é louca. Continuem lendo e comentando meus amores, byeee! Até.

(1) (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=132995072&.locale=pt-br)
(2) (http://www.polyvore.com/trip_to_new_york_helena/set?id=132989715)
(3) (http://www.polyvore.com/trip_to_new_york_lissa/set?id=132993213)
(4) (http://www.polyvore.com/trip_to_new_york_anna/set?id=132991402)
(5) (http://www.polyvore.com/trip_to_new_york_carol/set?id=132987834)
(6) (http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_44/set?id=133006265)



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