Premonição - Deu a Loura na Clear escrita por Sra Rivers


Capítulo 3
Fama Perdida...


Notas iniciais do capítulo

Oh... Ganhei o troféu "dançarina do barro" e to começando a ficar rica e famosa... Será que escapei do furacão em vão e nada vai acontecer? Não.
Mas deixa a morte vim... Irei dar um tabefes na cara dela!
É isso.. Leiam e comentem!



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Estávamos todos na delegacia, sentados em torno de uma mesa. Enquanto um policial galã me fazia umas perguntas idiotas, eu às repugnava, respondendo “sim” e “não” aleatoriamente. O que eu realmente queria era ver os repórteres chegando, para me filmar e fotografar, e pedir autógrafos.

– Moça! – O galã pegou em minhas mãos, fazendo eu o olhar quente. – Tem certeza que é isso que aconteceu? Acho que você não prestou atenção em nada que eu perguntei!

– Agora que descobriu. Err... Quer dizer, mas que história é essa? Falei toda a verdade da minha vida, te juro!

– A é, então escute isso. Irei ler as perguntas e suas respectivas respostas. – Ele pegou uma folha e começou a lê-la. – Primeiro te perguntei “A Xuxa é Diabólica?” e você disse “não”. Depois questionei “O Justin GAYbbier é gay?” e você falou “não”. Por último foi “Você é morena?” e você respondeu “sim”. Essas respostas não se dispõem com a realidade, né?

– É... – Suspirei desatenta. – Que horas mesmo o pessoal do canal FBI vai chegar? Preciso dar a minha entrevista. Quero ficar famosa logo e mandar a Anita ir fazer seu showzinho de quinta no TV Xuxa!

– Eu não sei, mas FBI é...

– Olha aqui seu polícia. – Vanúbia se levantou enraivada. – Eu preciso ir embora. Já são 16hs, e eu costumo tomar sol na laje, com a calcinha enterrada no ânus, às 16hs. Então...

– Também tenho que fumar meu último pacotinho de cocaína, seu tira. – O maconheiro se levantou indignado.

– Tenho que atualizar o meu status no perfil do Facebookristão. – Dispôs o pastor. – De “Fiel repugnado” tenho que por “Bastardo aos prantos”.

– Eu também tenho que ir. – Um rapaz gordo deu sinal de vida. – Sei que sou um figurante que só tá aqui pra morrer no final, mas também tenho uma casa, falou?

– Eu tenho que levar minha filha pra escola! – A moça ruiva se levantou, puxando a garota pelo braço. – Se vocês me derem licença, tenho uma guria pra educar. E filhinha, não se misture com essas gentalhas! – As duas cambalearam até a porta, abrindo-a.

– Sim, mamãe. Apesar de não ter mais aula, quero ir ver Barbie e seus 1001 dálmatas. – A garota deu um sussurro, fazendo uma pose ridícula do Quico. – Gentalha, gentalha, bruu! – As duas saíram. Logo, todos os outros também foram até a porta.

Eu, triste, me contentei em me levantar e caminhar vagamente até a saída, recebendo os olhares de suspeita e de pena do policial. Como pode? Eu queria tanto ser gravada via satélite e aparecer na Sky HD-TV. É, sonho de pobre dura pouco!

– Ei, moça! – O policial me acordou dos meus pensamentos. – Poderia me fazer um favor? Tenha uma premonição e descubra quem vai ganhar a copa de 2014, vlw? Tomara que seja o Brasil.

– Tá... – Assenti e saí, suando o nariz ali na porta e enchendo o chão de catarro. Seu policial vesgo, apesar de bonitinho. Mesmo que eu veja quem vai ganhar a copa, eu vou jogar uma pedra na cabeça do Júlio Cesar só pro o Brasil perder.

“Pipipipi”. Meu relógio despertou, começando a vibrar dentro da minha calcinha. Senti uma sensação de prazer, sendo seguida por um friozinho estranho. Enfiei a mão lá e puxei o aparelho, vendo que já era a hora da aula de capoeira.

– Meu pai! – Enfiei o celular de volta e saí correndo, apressada. – Se eu não correr, não vou ter um saco-de-pancada pra treinar meu novo golpe “Shana da Macaca Gritante”.

***

Cheguei “graúda” na roda de capoeira. Minha rival, Joelma, já me esperava, vibrando no sapateado e balançando a peruca de grife de liquidação. Tirei rapidamente minha tamanca “Martinê” 44, calçando uma rasteirinha feita de pele de caranguejo cozido. Virei um mortal pra trás e caí, chutando a inimiga, deixando Joelma nocauteada com seu Cdzinho clichê de“Calipso: A última rebolada”.

Recebi os aplausos de todos, sorrindo ternamente a eles, enquanto sentia o sexto dedo do meu pé esquerdo arder. Abaixei os olhos e vi que ele sangrava sem cessar. Coloquei as mãos na cabeça e comecei a correr desesperada.

– Çocorr... Meu sangue vai sair todo pelo dedo! – Nunca imaginei que fosse escapar de um raio pra morrer com um mini furo no dedo anormal do meu pé. Quem me mandou tomar o iogurte premiado da TopTherm? Bem feito pra mim.

– Não se desespere moça, eu estou aqui para te socorrer. – O professor gatinho abriu os braços musculosos a minha espera.

– Estou indo, meu amor! – Fingi um desmaio nos seus braços, mas o infeliz me deixou cair no chão, pegando um celular e, numa voz fininha, chamou “Uma ambulância urgente... Se demorarem eu vou enfartar!”. Era bom demais pra ser verdade...

Enquanto eu penava ali, quase dando um surto psicótico, senti os pelos da minha vagina começarem a arrepiar. Os caras bombados da capoeira foram se aproximando de mim, preocupados. E como não sou boba, aumentei10x o meu chilique, pondo minha mão ao beijo pra qualquer um. Porém, tudo que consegui, foi a baba de um vira-lata que passava ali próximo. Seus veados!

***

I soyrebede, quando no sigo losdemas...” – A garotinha cantava ôzada na sala, rebolando até o chão com um pedaço de cartolina enrolado perto da boca. Ela estava se achando a Dulce Maria, mas na realidade era um gato rasgando a garganta enquanto miava. Os vidros já estavam começando a trincar e a TV de 99 polegadas, sobre a estante, também.

– Jammy, chega minha filha. – A mãe chegou, fazendo alguns gestos com as mãos. A filha logo parou seu Show de grilagem. A ruiva tirou seus fones de algodão doce dos ouvidos, que já sangravam a certo ponto. – Eu sobrevivi a um tornado e vou morrer com essa taquara rachada? Além do mais, já conseguiu expulsar todos os demônios daqui. Não está feliz?

– Sim mamãe... – Jogou a cartolina longe, que bateu misteriosamente em uma vassoura, passou perto de um DVD e ricocheteou sobre a TV gigante, que ameaçou cair. Mas, o papel caiu próximo a uma bolinha de borracha avermelhada, que saiu rolando para os lados, com um pequeno prego preso em si. – Além do mais, o que eu realmente queria fazer, já consegui. – Ela agachou-se ao chão e pegou uma melancia dividida em duas bandas. – Rachei ela só com a força da voz.

– Mas também, pudera né... O que essa desafinação toda não racha?

A filha sorriu, sentando ao chão, embaixo da TV, e começando a comer, por partes, sua melancia. Eis que a bolinha de borracha bateu ao seu quinto dedo do pé direito, causando um furo com a ponta do prego. A garota deu um pequeno chio e passou o dedo no sangue e molhou a melancia com o líquido – O que não mata, engorda!

De repente, a vassoura caiu misteriosamente sobre o DVD, que também caiu da estante, causando algum efeito em cadeia que derrubou a televisão sobre a garota, esmagando-a.

– Filha! – A mãe ruiva gritou desesperada, enquanto sua alma clamava “Graças a Deus que esse traste morreu”.

– Eu estou bem! – A garota respondeu, se levantando sem nenhum arranhão do chão. – A TV era de segunda mão. Não conseguiu fazer nad... – Se engasgou com um pedaço de melancia, que entalara na sua goela, e morreu sufocada.


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Notas finais do capítulo

Se não quiserem morrer no sapateado da Xuxa, comentem seus fantasmas de araque!



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