In a Garden. escrita por Docette


Capítulo 1
In a Garden.




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Ajeitando o óculos, o mordomo observava o garoto jogado sobre o canteiro de rosas, com sua face em desespero. Adormecido em um pesadelo, Alois se debatia contra as flores, suava frio e pedia para que não o deixassem sozinho. Claude abaixou-se e enxugou a pequena lágrima que brotara no rosto de loiro, que cada vez mais deixava escapar algumas outras. O garoto agarrou-se em um punhado de flores, arrancando-as, e em um arquear de costas, acordou em um grito.

O loiro ofegava e com seus olhos arregalados, olhava o lugar onde estava. Suas orbes cruzaram-se com as de Cluade, o deixando mais calmo. O pequeno conde agarrou um das pernas de seu mordomo, fazendo o mesmo perder o equilíbrio e cair no chão, esmagando algumas rosas. Aproveitando-se da situação, Alois deitou em cima do maior, segurando firme o colarinho de seu uniforme, aproximando ambos os rostos.

Você não pode me deixar, nunca, Claude– falava com um desespero calmo e angustiado.

Claude já esperava por aquele pedido. O maior segurou o rosto delicado do garoto, fitando suas orbes, disse:– Nunca lhe abandonarei, highness.

Um sorriso formou-se nos lábios de Alois, afinal, ele não estaria sozinho, nunca. Era o que acreditava quando Claude estava por perto. Aproximou-se mais do maior– que não o impediu–, fazendo seu nariz tocar com o do outro.

Você me ama como eu te amo, Claude?– perguntou inseguro.

Mas que pergunta idiota. Claude, um demônio, não possuía sentimentos, e mesmo que possuísse, seria incapaz de amar algo tão repugnante quanto os humanos.

Não– respondeu o maior, curto e grosso.

Aquele fora o fim do comprimido para alguém quem permanecerá doente por toda uma vida. A perda do último grão de arroz para quem tem uma fome inacabável, a seca da última gota para quem está perdido em um deserto, o fim da última brisa quente para quem está preso eternamente em um inverno.

Alois parou de respirar por alguns segundos, e em seguida desferiu um tapa no rosto do maior. Jogou-se de cima do seu mordomo até as rosas ao lado esquerdo, as lágrimas borravam sua visão, mas mesmo assim, ainda conseguia enxergar os desenhos que as nuvens formavam. Claude, que já notara o quanto machucou o garoto, tentou secar as lágrimas do loiro, que apenas afastou-se em resposta.

Claude se pós por cima do garoto, e o fitando, perguntou:– Por que ficar triste por uma coisa tão insignificante?

Não é insignificante pra mim, porque eu amo você– disse entre soluços.

Sem saber o que dizer, Claude distribuiu beijos cálidos por toda extensão do pescoço do menor, provocando arrepios no outro. Alois não iria afastá-lo, ele queria aquilo, mas também não gostaria que Claude brincasse com o seus sentimentos daquela maneira. O mordomo uniu os lábios com os do garoto em um selinho, que o conde teve questão de transformar em um beijo, apenas um roçar de lábios.

Me desculpe, highness– pediu, quando finalmente separaram os lábios.

Se não me ama, então vá embora– falou impulsivo.

Claude ficou surpreso por instantes.

Não posso, preciso de você– falou.

Mentiroso, eu não acredito. Você só quer almas para se alimentar– berrou o garoto.

Sim, quero almas, qualquer alma pode me alimentar. Mas se estou aqui, é porque quero estar– afirmou.

No fundo, tanto Claude como Alois sabiam que aquilo era uma declaração. O mordomo não disse da forma que Alois desejava, tanto porque o garoto não deveria saber daquilo. Demônios não podem amar, não deveriam, mas Claude acabou por quebrar aquela regra. O loiro sorriu vitorioso para o maior. Claude saiu de cima do outro e deitou ao seu lado, ficaram encarando-se por horas, até o menor adormecer. Desta vez, um sonho tranquilo, onde estava eternamente ao lado de quem ama. Em um jardim, com Claude.


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Notas finais do capítulo

Talvez, em outra oportunidade eu escreva um lemon entre eles. Comentem. Elogios, críticas?



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