Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 97
Capítulo 97:


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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— Entra Anita. – disse Ben destrancando a porta do lugar que ele dividia com Omar.

— Ben, eu quero ir embora, me deixa ir. – relutou ela. – Eu vou embora. – a garota continuou se recusando, ela sabia que ficar sozinha com Ben não seria boa ideia, principalmente se ela quisesse continuar cedendo as chantagens de Antônio para protegê-lo.

— Entra agora. – ele ordenou em um tom arbitrário, enquanto a menina lhe encarava séria apenas. - Você vai entrar agora mesmo, ou eu vou ter que te arrastar pelo braço pra dentro. – falou Ben contrariado e já impaciente.

— Você acha que manda em mim, as coisas não são assim. – Anita quis argumentar, antes que Ben abrisse a boca para dizer algo, eles foram atrapalhados pelo som do celular de Anita apitando.

Ah e como são? – questionou ele irônico, fitando ela com o telefone em mãos. - Pode atender. – respondeu ele em um suspiro profundo.

Anita suplicou que fosse um assunto urgente que pudesse dar espaço para ela ir embora dali o mais rápido possível, mas a pessoa não era a salvação de seus problemas, pelo contrário, era a causa de todos eles, Antônio, ela sentiu vontade de espatifar o celular ao chão, tamanha estava seu nível de raiva e desprezo do garoto, logo depois, em sua mente ela temeu que ele soubesse ou desconfiasse de seu paradeiro naquele momento, então ficou em voltas enquanto decidia, atender ou não atender a ligação, já que Ben poderia também ouvir algo. Enquanto a menina tentava decidir-se Antônio optou por mandar um torpedo, onde continha a seguinte informação... “Estou indo passar dois dias fora, quando voltar nós acertaremos muita coisa, até lá continue com nosso plano. Um beijo”... Naquele momento lendo tais palavras, ela não só sentiu vontade de fazer o celular em mil pedaços, mas desejou que Antônio se desfase-se em mil pedaços, que ele desaparece para sempre, mesmo que sua crença para acreditar em milagres não estava nem um pouco otimista.

— Não é nada de importante. – disse ela desviando sua mente de seus devaneios, jogando o celular dentro da bolsa, suas coisas lá dentro pareciam ter sido só o que ficou imune a toda chuva.

— Quem era? – o garoto indagou mesmo sabendo que poderia ouvir uma resposta retorica de volta do tipo: “Não é de sua conta”...

— A Julia. – Mentiu Anita. – Eu tinha ficado de ir dormir lá. – Falou ela, mesmo sabendo que nem tinha comunicado a amiga sobre tal notícia.

— Ah você iria pra casa dela. – repetiu ele com um semblante sério. – Não errou muito o caminhou não. – quase zombou Ben.

— Ben eu tenho que ir pra casa. – ela procurou argumentar.

— Você disse que iria pra Julia. – proferiu ele em total confusão a ignorando. - Você vai bater em casa há está hora, e dizer o que sobre onde você estava, não né, porque eles devem estar achando que você está no decimo sono há essa hora. – afirmou ele encarando Anita, que parecia não saber como disfarçar todo incomodo. – Vai o que agora, vai bater na Julia, ou pior vai dormir na rua, no meio dessa chuva, pra não ficar perto de mim. – disparou Ben, não conseguido entender o que se passava entre ele e a menina, que parecia uma pessoa completamente diferente. – Eu já vou avisando que eu não vou deixar Anita, eu não vou deixar você se maltratar desse jeito, eu sempre vou cuidar de você, mesmo que você não me queira por perto. – garantiu ele.

Anita por sua vez, sentiu vontade de gritar, chorar, sumir dali, fazer qualquer coisa que a impedisse de vislumbrar toda tristeza e confusão que ela percebeu no olhar do garoto, o que a fez muito mal.

— Tá bom, eu fico. – ela concordou, mesmo sabendo que, não seria ceder a um pedido de Ben que resolveria alguma coisa. - Até porque, eu não tenho mesmo, como explicar pra ninguém lá de casa, o que houve, não quero preocupar eles átoa. – disfarçou a menina realmente querendo sustentar que ela havia somente se perdido na mata.

— Átoa, claro. – disse Ben sendo irônico. – Entra então. – pediu ele, querendo amenizar a tensão que os unia. – Eu vou pegar uma toalha pra você se secar e pra mim também né. – informou Ben fechando a porta com calma e indo até o guarda- roupa.

— Eu to legal, você não precisa se preocupar comigo. – respondeu Anita de forma seca, sendo consumida por dentro devido ao misto de apreensão e angustia que lhe dominava.

— Mas, vai acabar não ficando, se continuar molhada desse jeito. – disse Ben sorrindo por um momento. –Toma. – falou ele alcançando uma toalha e uma camiseta sua a ela. – Você não pode continuar pingando, melhor você tirar essa roupa molhada, colocar pra secar, não sei. – afirmou.

— Já disse que você não precisa se preocupar comigo. – Anita retrucou tensa, encarando o chão, de braços cruzados.

— Olha eu não sabia que além de esquisita, você também tinha virado cabeça dura. – afirmou Ben com o olhar firme em cima dela. – Ou melhor, você sempre foi não é Anita. – acusou.

— Falou o centrado, não é. – devolveu Anita, pegando a toalha juntamente com a camiseta da mão dele em um rompante, se deslocando de onde estava e virando-se para a janela, querendo evitar olhar nos olhos de Ben.

— Bom, eu já tentei me matar de diversas formas, mais nenhuma delas incluiu um passeio no bosque, à noite e no meio da chuva ainda por cima, é acho que você é bem sem sorte mesmo. – o garoto se fez de sarcástico fitando Anita de costas. – Porque eu não acho que foi isso, que você foi fazer por lá. – ele a fitou com desconfiança.

— Para de exagero, ver coisa onde não tem. – Anita quis desconversar, soltando suas coisas à mesa a seu lado, e virando para ele.

— Porque você tende a ser bem mais objetiva quando quer uma coisa. – ele quis sonda-la, enquanto livrava-se de sua jaqueta e da camiseta encharcadas.

— E você podia me fazer o favor de se trocar no banheiro e não na minha frente né. – Anita tentou se desviar do assunto, antes que ela não tivesse mais como fugir das suposições de Ben.

— Eu não pretendo não. – ele rebateu percebendo qual era a intenção dela. – Até mesmo porque, é você quem decide tudo, não decidiu também que iria terminar nosso namoro, mesmo sem nenhum argumento pra isso. – Ben disparou a acusando.

— Pois eu acabei de arrumar um ótimo, tua arrogância. – Anita afirmou incomodada com o medo de não conseguir sustentar sua mentira.

— Você é que foi arrogante Anita, mesmo depois de tudo que a gente superou, viveu e prometeu um pro outro, novamente você parece que esqueceu. – cobrou ele não escondendo que se encontrava bastante abalado.

— Ben, por favor, chega. – Anita suplicou com a voz embriagada por uma agonia que lhe dominava já por completo.

— Por favor, digo eu Anita. - insistiu Ben se aproximando mais um pouco para encará-la.

— Não chega perto, ou eu vou embora mesmo. – disse Anita desconcertada, realmente querendo sumir dali.

— Você tá fugindo, não precisa ser muito esperto pra sacar isso, você não olha no meu olho, é incapaz de trocar uma palavra comigo sem desviar o olhar. – falou Ben já cansado do jeito estranho da menina. – O que está acontecendo Anita, essa garota estranha, aqui na minha frente, não é você, você tá fazendo isso pra evitar que eu fique perto e descubra o que você tá escondendo. – alegou ele, tentando fazer com que ela fosse sincera com ele.

— Eu já disse que eu não escondo nada. – Anita garantiu desmentindo as observações de Ben. – Eu só cansei, quero ficar no meu canto, pensar em mim, custa entender. – mentiu entristecida por dentro.

— Eu até acreditaria nisso. – afirmou Ben. – Só que eu não consigo, porque a Anita que fala isso, mais parece um fantoche com frases feitas, do que a real, que sempre pontua e acentua as palavras que usa tão bem, não esse bando de frases feitas que parece que foi ensaiada na frente do espelho, que você está dizendo. – ele se negou a aceitar.

— Problema teu, mais é verdade, você é que tá se iludindo. – sustentou Anita com um nó se formando em sua garganta.

— Ah é. – pronunciou ele em uma mistura de ironia e falta de paciência. – Então vem cá. – Ben a pegou pela mão e a fez sentar a cama ao lado dele.

— Dá pra me deixar em paz. – Anita ficou sem chão, não sabendo mais o que fazer para convencê-lo de que não tinha nada de errado acontecendo.

— Eu vou sustentar o que eu te disse lá fora, não te procuro mais, nunca mais, te deixo em paz, como você quer. – prometeu ele, segurando a mão dela.

— Ben... – Anita se viu tremula dos pés a cabeça, acabou confundindo-se não sabendo se era por conta da chuva fria ou devido ao desespero que tomou conta de si, após as palavras do garoto.

— Fala Anita, fala que você não sente mais nada por mim, que não me ama mais, e que acabou mesmo. – insistiu ele, pedindo a sua mente que ela negasse.

— Acabou, acabou e acabou. – respondeu ela sentindo um vazio enorme se instalar dentro de seu coração. – Agora me deixa. – suplicou Anita percebendo seus olhos lacrimejarem. – Me esquece, vai viver a tua vida longe de mim, acredita é o melhor pra nós dois. – declarou ela desolada.

— Que verdade Anita, essa. – se perguntou Ben também sem chão. – Pois eu me recuso a acreditar nessa verdade. – afirmou ele apoiando as mãos no rosto dela.

— Mais é verdade. – Anita quis insistir mesmo não aguentando mais a situação.

— Você agindo assim, como se fosse indiferente, você não é a garota que eu amo, não essa. – disse Ben a olhando fixamente.

— É um pensamento teu, não meu. – Anita retrucou incomodada com a proximidade dos dois.

— Simplesmente porque não dá pra ser real, no fundo você sabe que não é. – disse ele juntando os lábios dos dois para um beijo terno e cheio de desejo.

— Ben para, eu não posso fazer isso e nem quero. – Anita argumentou tentando se afastar ofegante.

— Isso que você diz não é verdade, você sabe que não é. – garantiu o garoto encostando a testa dos dois novamente.

— É sim, pra. – balbuciou ela, deixando uma lágrima escapar.

— Não, não é. – respondeu ele. – Fica comigo vai, você sabe que a vida sem você é como um dia que nunca amanhasse. – falou ele beijando o pescoço dela.

— Eu, eu, eu... – gaguejou Anita confusa a cerca do que estava fazendo.

— Eu te amo, eu te amo. – declarou-se ele.

— Também. – Anita respondeu, emocionada. Os dois se olharam apenas, parecendo não saberem muito o que a vida os reservava dali em diante, mas sabendo apenas que o amor que os unia era mais forte do que qualquer coisa naquele momento, por isso os dois se beijaram com urgência, como forma de acabarem com seus medos, saudades e qualquer dúvidas que os unisse...

Continua


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Notas finais do capítulo

até breve...



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