Apenas um olhar escrita por Eubha


Capítulo 91
Capítulo 91:




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Anita caminhou pelas ruas que davam até em casa, nem se quer sabendo como ela se locomoveu até ali, se foi rapidamente ou devagar, a garota não tinha consciência nenhuma de seus sentidos, não conseguia decifrá-los. . Ela chegou ao portão de casa e fitou a fachada de casa, perecendo não absorver qualquer reação do ambiente a sua volta, as coisas pareciam uma cena na televisão, com o volume abaixado ao máximo. Um desespero sem tamanho havia atordoado suas sensações, um medo misturado com uma enorme angustia, percorria seu corpo, sem que ela conseguisse controlar. Anita deu graças a deus, agradecendo a si mesma, quando entrou pela porta e encontrou a sala vazia, também de não ter que cumprimentar ninguém ou ser questionada do porque de sua cara de choro e seu jeito totalmente descompensado, quando corria pelos degraus da escada, para se trancar no quarto, ela ainda pode, ouvir vozes abafadas que ela identificou, como sendo de Vera e Sofia, que vinham do quintal. Anita suplicou não ser abordada por nenhuma das duas, o que ela desejava era, sumir dali, abrir uma porta que a levasse para uma dimensão que todo aquele sofrimento não existisse, que toda agonia e desespero que tirava sua respiração e dominava suas reações acabasse. Ela não sabia o que fazer, não sabia qual seria seu futuro depois dali, a garota se viu com medo, medo por ela e por todos que a cercavam, principalmente por Ben, pelo sofrimento que ela traria a ele, caso cumprisse o que Antônio pedia, o receio de subestimar o garoto caso tentasse outra forma de resolver tudo aquilo, e mesmo assim vir tudo a desandar, a menina só conseguiu se atirar em sua cama, chorando sem se conter.

Enquanto Anita se debulhava em lágrimas no quarto, Sofia tentava argumentar com Vera, para que a mãe lhe tratasse com menos frieza, depois dos últimos acontecimentos.

– É sério eu só queria. – Sofia falava com a voz rouca. – Além de que, mais que você me deixasse sair com a Flaviana, eu queria mais ainda, que você me perdoasse. – Sofia disse, já não suportando a indiferença que a mãe não fazia questão de esconder.

– Pois você pode voltar pro teu quarto, a Flaviana não vai morrer se ficar um dia sem te ver, aliás, a questão nem é essa, afinal as duas se viram na escola. – Vera se manteve irredutível.

– Você vai me odiar pra sempre. – A menina questionou temendo o que Vera responderia.

– Eu não te odeio, minha filha, mais eu não vou passar a mão na tua cabeça, depois de descobrir que você tentou acabar com meu próprio dia, o único dia que eu tive pra dedicar a mim. – Vera afirmou, ressentida e magoada pela atitude da filha. – Eu sinto que se eu não fizer isso agora, fazer você ter consciência, você pode entrar em um caminho sem volta, e eu não quero isso pra você. – Alegou ela, a loirinha que tentava controlar sua emoção. – Eu sei que você também não quer Sofia. – Disse Vera, olhando para a garota com um olhar carinhoso.

– Eu vou ligar pra Flaviana, avisar ela, que eu não vou. – Sofia se retirou, não sabendo mais o que dizer a mãe, em sua defesa.

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– Foi péssimo, mais eu to resignada, ou melhor, intimada a ficar trancada aqui. – Sofia falou, empurrando a porta do quarto e entrando, percebendo a presença de Anita, deitada a cama, escorada com a cabeça no travesseiro com uma almofada de lado, tapando o rosto.

– A mamãe eu acho que vai me deixar de castigo pra sempre. – Comentou ela, sentando nos pés de sua cama, virada para Anita. – O pior acho que nem é isso, mais também o olhar dela sabe. – Desabafou Sofia frustrada. – Anita o que foi. – Ela indagou, ao constatar que Anita permanecia inercia, sem qualquer reação. – Hei o que você tem hein. – Perguntou Sofia novamente enquanto ele continuava, muda apenas.

– Nada é, me deixa quieta Sofia. – Respondeu Anita, quando encontrou coragem. – Só estou com dor de cabeça. – Tomou ela como desculpa, tentando eliminar algumas lágrimas de seu rosto.

– Olha. – Proferiu Sofia não convencida. – Eu posso até não ser a melhor pessoa do mundo, mais tá na cara que você não esta bem. – A loira contrapôs, levantando e parando ao lado da cama de Anita.

– Impressão tua. – Quis passar Anita, com um tomo de voz apático.

– Não quer falar, a vantagem de falar com uma fracassada, como eu ando no momento, é que com certeza, nada do que tenha acontecido com você, vai ser mais vergonhoso e antiético, do que eu fiz. – Exclamou Sofia, permitindo-se rir da própria desgraça.

– Eu não tenho nada pra dizer, e nem você pode me ajudar também. – Afirmou ela com tristeza.

– Quanta contradição numa frase só. – Sofia acabou sendo irônica, constando que havia se passado algo sério com a irmã. – Anita eu não tenho nada pra fazer mesmo, além de olhar pras paredes, fato que eu já cansei, vai me conta, eu não vou falar pra ninguém, até porque quem iria acreditar em mim, então. – A loira tentou ser insistente, sentando ao lado de Anita.

– Minha vida acabou Sofia, e dessa vez, parece que não vai ter volta. – Anita disse, sendo guiada por um impulso.

– Não é drama não. – Sofia continuou confusa com o jeito de Anita.

– O que eu vou te dizer aqui, fica aqui, não quebra isso Sofia, ou você não vai só me ferrar, mais também ferrar com o esforço que eu vou ter que fazer, pra evitar que algo muito mais terrível aconteça. – Anita quis que ela entendesse, se erguendo e se apoiando na cabeceira da cama.

– Ai Anita, você tá com uma cara esquisita. – Sofia ficou afoita. – Eu já disse que eu não vou falar, no momento eu to mais preocupada em como resolver meus problemas, do que qualquer outra coisa. – Garantiu a garota.

– Você, você. – Anita proferiu buscando forças para continuar.

– Ai Anita vai fala logo, to ficando agoniada. – Sofia afirmou, aos gestos de inquietação.

– Você lembra das cartas que eu falei que eu tava recebendo. – Anita começou a contar. – Então eu descobri quem esta mandando, e essa pessoa me exigiu que eu me afaste do Ben, ou ela vai fazer com que isso aconteça de outro jeito. – Disse ela, com a voz engasgada, por um nó de desespero que se fazia presente em sua garganta.

– Tá ih. – A loira ficou pensativa, enquanto encarava Anita, parecendo com o rosto cansado a sua frente. – Ah não, você não tá querendo dizer, é o... – Sofia parecia precisar da confirmação de Anita para acreditar.

– Antônio. – Respondeu Anita, seguido de um profundo e longo suspiro. – Eu fui muito otária de achar que eu poderia me livrar do Antônio mesmo. – Falou Anita desacreditada.

– Então o Antônio quer que você se afaste do Ben, você não vai fazer isso, ou vai, porque e depois, como isso Anita. – Ela encheu a irmã de perguntas.

– Ele me disse que vai embora, ele tá aprontando alguma coisa com aquele pai louco dele, só que pra isso primeiro ele pretende destruir tudo, que eu lutei tanto pra reerguer depois de tudo que houve. – Afirmou Anita, com uma enorme raiva do garoto. –E que escolha eu tenho Sofia, ou você acha que o Antônio não seria capaz de acabar com a vida do Ben, só pra não ver nós dois juntos. – Questionou ela.

– Ai Anita, eu não quero de desesperar não, juro. – Sofia disse em um tom receoso. – Mais eu acho sim, tá na cara que o Antônio odeia o Ben, odeia mais ainda por você, depois de tudo ainda estar com ele, e também não se pode negar que ele é um louco, um desiquilibrado, um psicopata, ou sei lá o que pode ser pior. – A loira murmurou exasperada, mas de forma verdadeira.

– Então o que eu posso fazer da minha vida, ninguém vai conseguir parar o Antônio, se eu contar isso pra alguém, ele vai conseguir se safar de alguma forma, ele é esperto, eu to nas mãos dele mais uma vez. – Lamentou Anita, não vendo saída no momento.

– Mais Anita ok, ele separa vocês, você fica longe do Ben e depois, você acha mesmo que ele vai parar por aí, Anita isso esta ficando perigoso demais. – Sofia quis alertar ao temer pela menina.

– Eu não sei, eu já pensei nisso também, mais eu tenho que ganhar tempo, e a única forma que eu tenho pra fazer isso é o Antônio achar que eu to mesmo com medo dele, que eu vá fazer qualquer coisa que ele mandar. – Afirmou Anita como justificativa. – Nem que pra isso, eu tenha que mais uma vez, mandar o Ben embora da minha vida de novo, mesmo sabendo que dessa vez ele pode nunca mais me perdoar, porque eu prometi tanto pra ele que eu não iria fazer isso. – Falou ela, com lágrimas nos olhos novamente.

– E eu não estou gostando disso. – Sofia pronunciou, atônita.

– Você não vai contar isso pra ninguém, não é Sofia, Sofia, por favor, você me prometeu, nem pro Ben pra ninguém mesmo. – Anita pediu segredo.

– Tá eu não vou. – Garantiu a garota com a voz alterada. – Mais Anita, pelo amor de deus, cuidado, o Antônio, não sei, não to gostando nada disso. – Sofia disse de um jeito confuso.

– O Antônio, não tem compaixão sobre ninguém Sofia, ele é incapaz de se colocar no lugar de alguém, ele não é gente, ele só pensa nele, só nele, sempre ele acima de tudo e todos. – Anita exclamou, sentindo um ódio sem tamanho do garoto, que ela nem estava conseguindo controlar.

– Mais você já pensou em como você vai dizer, que não quer mais nada com o Ben, ele não vai acreditar nisso Anita, ele vai te odiar pra sempre, e sofrer também não é. – Sofia disse tensa. -- Mais em compensação se você não se mexer o louco da casa ao lado, também é capaz de cumprir a ameaça e depois sumir no mundo, e o tempo é um só, não volta, depois de uma coisa se concretizar não tem mais concerto, principalmente se for a vida da gente, e no final quem sofre e os que estão em volta, mesmo que o Antônio pague depois. – Proferiu ela, se vendo em pânico também.

– Não vai mudar nada, por isso que eu não posso arriscar Sofia, se é pro Ben ficar a salvo e ileso, que ele fiquei longe de mim, pra sempre se for o caso, ele ainda pode se livrar do Antônio, mais eu não, eu nunca vou conseguir eu acho. – Balbuciou a garota desesperada.

– Ai Anita não fica assim. – Sofia deu um abraço na irmã mais velha, ao não saber o que mais fazer.


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