– Deixa ver se eu entendi Sofia. – Anita continuou atônita. Fitando a irmã. – Você e o Sidney. – Proferiu ela, ainda parecendo não acreditar.

– Sim, Anita, minha primeira vez, foi com o desgraçado do Sidney, pra ele me chutar na manhã seguinte, como se eu fosse um nada. – A loira confirmou novamente, sentindo seus olhos marejarem.

– Sofia quando foi isso. – Questionou Anita, se deslocando de onde estava e sentando na cama da menina, ao lado dela.

– Foi uns dias depois de toda aquela história do vídeo, que o Antônio divulgou. – Explicou Sofia. – Satisfeita. – Esbravejou ela, sentindo um pouco e raiva de si mesma pela própria confissão.

– Não, eu só não imaginava que você chegaria tão longe com ele. – Disse Anita, sem saber muito o que falar. – Sofia é sério que você que acha, que eu ficaria feliz com uma situação dessas. – Cobrou Anita, calculando o tamanho da distância, que tanto ela como a loira, haviam criado entre as duas.

– Acho que não mesmo. – Falou ela em tom irônico, disfarçando uma lágrima que escorreu por eu rosto. – Você é correta demais pra isso. – Riu.

– Porque a gente deixou nossa relação, chegar nisso, porque a gente não tentou reverter isso quando dava, talvez se nós pudéssemos ter nos ajudado tanto Sofia, naqueles momentos que eram só eu e você. – Anita lamentou entristecida.

– Não sei Anita, só sei que essa sensação de impotência, solidão é horrível. – Respondeu Sofia, também não sabendo uma explicação exata.

– Eu sei, era horrível ter que lidar com os fantasmas da minha cabeça e com a sensação de ser, esnobada, descartada. – Confessou Anita. – Mesmo que, hoje eu saiba, que apesar da exposição, o Ben, não teve nada a ver com aquilo. – Acrescentou.

– Deve ser estranho pra você, pensar na tua primeira vez com o Ben né. – Sofia indagou, se dando por conta de que pelo menos esse mal, ela não teve que lidar.

– Eu não penso, eu percebi que pensar nisso não vale mais a pena. – Anita afirmou.

– E como eu faço isso Anita. – Questionou. – Porque eu não sei, não consigo, não consigo perdoar o Sidney, por mais que eu queira. – A loira confidenciou se debulhando em lágrimas.

– Não fica assim vai. – De repente Anita se viu consolando a menina, mesmo depois de toda ira, instantes antes. – Se tem uma coisa, que eu sou extremamente ciente hoje, é que tudo na vida acaba passando mais cedo ou mais tarde. – Alegou Anita, confortando a irmã com um abraço.

– Eu, eu quero muito, mais muito acreditar nisso Anita, mais às vezes fica difícil. – Disse a loirinha entre lágrimas e soluços. – Não sei mesmo, como você conseguiu esquecer essa história do vídeo. – Disse ela, pensando que talvez a irmã fosse muito mais forte do que ela mesmo.

– Eu não esqueci Sofia. – Afirmou a menina, olhando nos olhos da irmã. – Eu só percebi que um dia eu teria que seguir em frente, e deixar de lamentar, simplesmente pra voltar a me sentir feliz de novo. – Pronunciou Anita, querendo ajudar à loira.

– Não sei, se um dia, eu vou pensar assim. – A patricinha respondeu desacreditada.

– Eu sei que você é forte. – Declarou Anita, voltando a abraça-la.

– Boa noite. – Ben entrou sorridente pela porta de casa.

– Oi Ben. – Falou Pedro indo cumprimentá-lo.

– Tudo certo. – Disse Ben. – Tá um silêncio aqui né. – Reparou Ben estranhando.

– É, eu sei, mais acho que tem climão no ar, mais sou o último a saber, ou melhor eu nunca sei. – Rebateu Pedro com esperteza, também concordando.

– Hahaha, tá certo. – Ben fez um carinho, no cabelo do menino. – E a Anita, cadê. – Ele perguntou ao não avistar a menina.

– Tá no quarto. – O pequeno informou.

– Eu vou falar com ela então. – Pensou Ben.

– Só se você, der a volta por fora, entrar pela janela, ou ainda arrombar a porta. – Disse Pedro.

– Hãm que, que papo é esse Pedrinho. – Ben se viu confuso.

– Isso mesmo, mamãe trancou ela e a Sofia lá. – Pedro falou explicando.

– Mais por que. – Ele indagou.

– E alguém me conta alguma coisa. – Retrucou o garoto sério.

– Estranho. – Pronunciou Ben, jamais imaginando o motivo.

– Boa noite. – Disse Ronaldo, descendo a escada.

– Oi pai. – Respondeu Ben. – O pai, porque a Vera trancou a Anita com a Sofia no quarto. – Perguntou.

– É uma longa história meu filho. – Afirmou Ronaldo. – O que me lembra que eu preciso ter uma conversa com você. – Alegou ele.

– Comigo. – Ben permaneceu confuso. – Mais eu não fiz nada. – Garantiu ele.

– A controvérsias irmão. – Pedro ponderou. – Todo mundo é culpado até que se prove que não. – Zombou.

– É não que você esta certo. – Ronaldo disse achando graça.

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– Anita porque o Ben tava falando aquelas coisas do Antônio hoje cedo. – Sofia questionou ao lembrar das alfinetadas que deu na garota.

– Porque o Antônio. – Anita disse com o olhar vago.

– Ai Anita fala. – A loira disse, se assustando com a cara da garota, e ergueu-se na cama.

– Olha você mesma. – Disse Anita indo até sua gaveta do criado mudo e pegando alguns papéis em mãos. – Olha. – Pediu de volta, alcançando os papéis a ela.

– Que isso. – Se perguntou Sofia, pegando os papéis abrindo e lendo meio por cima, e ficando atônita. – De quem é isso Anita. – Questionou a loira, mudando sua expressão para um susto tremendo.

– Não sei Sofia, faz umas semanas que eu recebo isso. – Anita justificou. – Mais pra mim, é coisa do Antônio, só ele seria doente o suficiente pra isso. – Disse a menina, sentindo um aperto no peito, devido a angustia.

– Meu deus. – Sofia ficou boquiaberta. – Anita vocês tem que ir na policia, denunciar esse louco, Anita esse cara tá sem controle, isso pode ser perigoso. – Sofia alertou.

– Agora você entende, porque eu acho que a minha vida, nunca mais vai ter paz, enquanto o Antônio existir Sofia. – Anita suspirou abalada.

– Não tem que ter um jeito de parar esse garoto, ele é um doente, alguém tem que tirar esse louco do convívio de pessoa de bem. – A loira afirmou sentindo indignação.

– Eu não sei o que fazer Sofia, eu não tenho provas de nada que o Antônio fez. – Anita proferiu. – Eu vou dizer o que numa delegacia, que o irmão do meu namorado tá me perseguindo, quem vai dar razão. – Argumentou uma Anita, sem chão só de pensar.

– Não mais tem que ter um jeito, ah tem. – Afirmou Sofia. – Não fica assim vai. – Pediu ela. – Ele não vai fazer nada com você, nem que eu tenha que atacar aquele louco, com um sapato de salto de grife. – Brincou ela, fazendo Anita riu dos devaneios da irmã.

Na manhã seguinte.

– Oh amor ainda bem que a Vera liberou vocês. – Ben falou, ao ver a menina parada em sua frente depois dele abrir a porta. – Meu pai me contou o que houve. – Comunicou ele, enquanto Anita não esboçava reação nenhuma. – Anita. – Ele chamou atenção.

– Ben você por acaso sabia. – Anita pronunciou enquanto entrava e ele fechava a porta. - Que o Sidney, fez o que fez com a Sofia. – A menina quis saber.

– Como assim Anita. – Perguntou Ben um tanto desinformado a respeito do assunto.

– Que o Sidney, passou a noite com a Sofia e chutou a garota no outro dia. – Disparou Anita sem rodeios.

– Eu, Anita. – Ben não sabia como confirmar. – Eu soube, eu sabia. – Ele não negou.

– Então você me diz como você consegue ainda olhar na cara dele. – Esbravejou Anita, enfurecida, enquanto encarava um Ben perdido com a situação.

continua...