How Did Luke Died escrita por jisoo


Capítulo 3
Capítulo 2 - O cara estranho da turma de inglês.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, estou muito ocupada com meu estágio, escola e meu curso de dança, me perdoem, sério!



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Capítulo 2 - O cara estranho da turma de inglês.

Na semana seguinte decidimos ir a um bar, tinha uma banda cantando covers de Nirvana no palco improvisado, o bar estava cheio e era quase impossível de passar. Quando cheguei na mesa em que os garotos estavam me sentei ao lado do meu irmão, que por coincidência ficava de frente a Ryan. Passou um grupo de garotas ao nosso lado e Ryan fez o favor de bater nas nádegas de uma delas.

—Cara, você é retardado? — a garota perguntou se virando pra ele — Quem deixou você bater na minha bunda? Seu estúpido!

—Quem mandou você ter uma bunda tão gostosa?! — ele olhou pra ela e piscou o olho.

Por um momento achei que a garota ia ficar se jogando pra cima dele, só pela piscadinha. Mas ao contrário, ela lhe deu um soco certeiro no nariz, o que o fez cair no chão. Ele levantou irritado e ficou cara a cara com ela.

—Olha o que você fez, sua vagabunda! — ele xingou, colocando a mão no nariz.

—Ryan, deixa a garota em paz. Será que não cansou de agir igual um idiota? — Dougie perguntou logo após tomar um gole de sua cerveja.

—Cale-se, meu papo é com essa vadia aqui. — Ele segurou com força o cabelo dela. — Agora, você vai ter o que merece. — ele disse levantando a mão e a garota choramingou.

Sua mão voltou com força em direção ao rosto da garota e isso fez com que nos levantássemos da mesa, mas antes que alguém se mexesse o estalo do tapa foi ouvido. Ele levantou a mão novamente mas dessa vez eu segurei o braço dele.

—Você já deu um tapa Ryan e vai se arrepender disso, se você der outro, eu vou perder a paciência. — Ameacei empurrando o braço dele pra baixo.

—Não vamos deixar o Luke perder a paciência. Bla bla bla. — Ryan fez voz fina, ainda segurando a garota, agora pelo braço porém com mais força que antes.

Olhei para os lados vendo o grupo de garotas paradas nos observando, uma choramingava como se sentisse a dor da menina de cabelos castanhos que Ryan segurava. Voltei meu olhar pro garoto na minha frente e o puxei pela gola da camiseta, fazendo ele soltar a morena, que tropeçou um pouco antes de Dougie a segurar. O White me empurrou pra logo depois me segurar na parede e começar a me socar. Ainda estava um pouco atordoado do empurrão que me fez bater com a cabeça na parede, mas, mesmo assim, revidei; Quando notei eu já estava no chão com uma roda em volta, Soquei com mais força o rosto de Ryan, o que o fez sair de cima de mim e me levantei ajeitando a roupa.

—Não se bate numa mulher, otário. — disse após chutar o estômago dele —

Limpei o sangue que saia do meu nariz e fui em direção a porta de saída. Sentei no meio-fio esperando os garotos saírem e só saiu Tyler, Dougie e por incrível que pareça, o grupo de garotas que estavam assistindo a briga.

—Você tá bem? — Dougie perguntou —

—Cara, isso foi incrível, você acabou com ele. Por um momento achei que você ia apanhar tanto que eu teria que me meter, mas não… Você arrasou com ele. —Tyler falou fazendo movimentos com os braços, como se tivesse dando soco em alguém.

—Muito obrigada. — a garota de cabelos negros agradeceu e eu só movi levemente a cabeça.

—Por mim já deu por hoje, eu estou indo embora. — disse me levantando enquanto passava a mão na roupa, limpando..

—Nós também vamos. — Dougie puxou Tyler pela camisa, pois o mesmo ia voltar para o bar.

Olhei em direção a porta do bar e ali se encontrava um garoto que fazia aula de inglês comigo, olhei confuso pra ele, já que o mesmo me encarava sem nenhuma expressão no rosto. Quando viu que eu o olhava, voltou correndo pra dentro do bar.

[…]

Era manhã de um sábado quando eu decidi tentar fazer café da manhã pra agradar minha mãe… Na verdade eu só queria um videogame novo. Um pano de prato vermelho jogado em cima do fogão, a porta da cozinha foi aberta e por ela passou Tyler com uma toalha nos ombros e outra enrolada na cintura.

—Certo, isso foi porcos sangrentos* de se ver. — comentei e ele riu, vindo para o meu lado no fogão.

—Corrija-me se eu estiver errado… Você está fazendo isso pra comprar a mamãe!— Supos e eu o olhei sério.

—Comprar não seria a palavra exata, talvez quem sabe… Dizer que eu a amo muito mas que eu amaria mais caso ela comprasse um videogame novo?

—É, daria certo. — ele falou encostando no balcão.

—Vai realmente ficar seminu na cozinha enquanto eu estou aqui? — perguntei e ele se virou pra mim ameaçando tirar a toalha da cintura — Eca, tudo menos isso.

Voltei a cozinhar e só parei quando ouvi a Lize entrando na cozinha e reclamando pelo Tyler estar só de toalha ali. Me sentei na cadeira mais próxima observando minha irmã mais nova dar esporro no Tyler.

—Não existe só você nessa casa, você tem que entender que eu sou uma criança inocente e que só poderá ver um homem nu só depois de completar dezoito anos. — ela começou e eu me engasguei com a própria saliva.

—Quarenta e cinco, dezoito não! Muito nova, olha o Luke. Ele tem quinze e ainda não viu nem peitos de uma mulher. — Tyler disse.

—Verdade, quarenta e cinco e… Eu já vi seios. — o olhei irritado.

—Maninho, os seios que você viu infelizmente foram os da Sra. Madson da biblioteca, e… Eca. — ele alegou e eu inconscientemente concordei.

—Se o Lucas gosta de homem o problema é dele. — Lize continuou como se nunca tivéssemos falado nada.

—Ei ei, quem disse que eu gosto de homem? E que palhaçada é essa? — perguntei irritado.

—Fogo. — ela comentou —

—É, você está cheia de fogo nessa bunda branca. — Tyler afirmou com a mão na cintura e eu por um momento me lembrei da minha mãe.

—Não… Fogo! — ela apontou pro fogão e eu olhei pra lá onde a frigideira estava pegando fogo.

Peguei um pano qualquer e comecei a bater no fogão pra ver se abaixava o fogo, Tyler começou a me ajudar. Quando finalmente conseguimos, olhamos pra Lize que olhava pro meu irmão com os olhos arregalados.

—Mamãe! Tyler está pelado na cozinha! — ela correu pra fora e eu olhei pro Tyler, vendo que ele estava sem a toalha da cintura, já que a mesma se encontrava na minha mão.

—Foi mal. — falei e o entreguei de volta a toalha que ele pegou irritado e saiu da cozinha.

No fim acabou que o café da manhã que eu quis fazer não deu muito certo e eu obviamente tive que comprar, mas… Minha mãe acabou aceitando me dar um videogame novo e nem preciso dizer que eu fiz uma farra. Em meio a minha farra (mais a farra de Tyler) eu derrubei o vaso preferido dela e que ela haverá ganhado da vovó, cá estamos nós dois, Tyler e eu, nos refugiando na casa do defensor dos oprimidos e segurança dos ameaçados, vulgo Dougie.

—Tem 50% de chances dela não te dar mais o videogame. — comentou apertando o botão do mouse no char do time rival que apareceu na tela do computador.

—Esqueça as farras amigão, é capaz de ficarmos de castigo até morrermos. — Tyler comentou mexendo no laptop que mais parecia um tijolo.

—Bem… Prefiro castigo do que dizer adeus ao videogame. — me remexi na cama, tentando ver uma posição melhor para poder ler o mangá na minha mão.

—O caso aqui Lucas… É que você vai dormir com a bunda queimando. — Dougie riu enquanto me encarava pelo espelho que ele colocou do lado da mesa do computador.

—Você dormirá de rabo quente também se não ficar quieto, Douglas. — me virei de cabeça pra baixo na cama, ficando com os pés na parede e a cabeça quase no chão.

—Palmas pro palhaço Lucas Summer, viram a incrível manobra que esse garoto fez? É nosso menino prodígio. — Zombou Tyler.

Revirei os olhos e me calei enquanto lia calmamente meu mangá, Tyler estalou a língua fazendo olharmos para ele. Claramente teve uma ideia. Lá vinha problema.

—Poderíamos chamar os caras, aproveitar que a mãe do Dougie não está e só volta amanhã de noite e fazer uma festinha particular, quem sabe assim vocês não verão seios pela primeira vez? — perguntou e eu ia responder mas ele me interrompeu — Nem tente negar, como disse mais cedo, os seios da bibliotecária não valem. — sorriu como se tivesse ganhado um prêmio.

—Não sei não… — Dougie estava claramente dividido, uma parte queria a festa e a outra estava querendo ficar sossegado.

—Vamos lá Dougie, será divertido. Eu, vocês, os outros caras, garotas. Poderíamos até liberar a piscina, imagina só… Uma placa escrito “Só entra quem estiver nu!” Seria o máximo. — continuou com a ideia maluca e eu o encarei como se ele estivesse delirando.

—Eu sinto que vou me arrepender, porém… Tudo bem.

Nossa tarde (e o restinho da manhã) se resumiu a comprar coisas pra festa, avisar pro pessoal que tínhamos intimidade e a parte mais difícil com certeza foi ter que ir lá em casa pegar roupas e avisar pra minha mãe. Mas como ela não estava em casa, conseguimos comprar Lize.

—E eu poderei jogar todos os jogos do seu computador? — perguntou Lize como quem não quer nada.

—Claro, todos. — Tyler respondeu.

—Até aquele pornô? Que você pega as menininhas de uma casa onde todo mundo anda seminu? — não sei o que foi pior naquele momento, a cara do Dougie, a possível cara que eu estava ou o Tyler ficando vermelho enquanto se abanava.

—Esse… Esse não tem mais. — inventou e eu suspirei.

—Certo. A história então é: Lucas descobriu que gosta de homem e levou você pro mal caminho. Vocês foram parar num bar de gays e nunca mais voltaram.

—Que? Essa não era a história. Fomos na casa do Dougie, ele ficou doente, morrendo de febre. E a mãe dele preocupada nos pediu para ficarmos cuidando dele até ela voltar.

—A minha história era mais emocionante, mas tudo bem. Vão antes que eu mude de ideia.

E lá fomos nós correndo pros quartos para pegar quantas roupas conseguíssemos num tempo máximo de vinte minutos, se demorássemos um minuto a mais, Lize desistiria e contaria pra mamãe a verdade. Depois de prontos, já na casa de Dougie, começamos a arrumar o espaço. Os sofás novos da sala foram parar no escritório e os sofás mais velhos que estavam no porão foram parar no lugar dos novos. Os vasos caros, antigos ou de família foram trancados no escritório, junto com outras coisas importantes, como: vinhos antigos que seu pai vinha colecionando, o tocador de disco que a mãe dele dizia valer muito pois além de antigo pertenceu a rainha de algum país com nome complicado. Entre outras coisas. As comidas caras que a mãe dele fazia questão de comprar foram pra geladeira do porão, enquanto as bebidas e comidas que compramos iam pra geladeira nova. O tapete com estampa de cobra foi retirado da sala, para não sair com estragos e afastamos os sofás, os encostando na parede, para que pudéssemos limpar sem dificuldade o lugar. Enquanto eu limpava a sala e as varandas (as da frente e a que dava pra área da piscina), Tyler limpava os banheiros e cozinha, enquanto Dougie ficava com o mais complicado: A área da piscina e a própria piscina. Quando finalmente tudo estava limpo e as comidas em seus devidos lugares, assim como bebidas, o pessoal começou a chegar. A festa seria no máximo para umas 50 pessoas… Eu parei de contar quando chegou em 150.

—Eu realmente não sei da onde surgiu esse povo. — comentei enquanto via o pessoal se espremer na sala onde havia algumas pessoas para tentar ir até a piscina, onde estava com o som.

—Pela primeira vez eu não tenho culpa. Quando você disse para não chamar ninguém eu não chamei. — Ryan comentou enquanto dava uma tragada no cigarro.

—Eu realmente me surpreendi agora, você sempre faz merdas, qual vai ser a de hoje? Pegar uma garota de doze anos?! — provoquei e ele olhou pra minha cara como se quisesse me matar.

—Algum de vocês chamou o nerd esquisito super afim do Luke pra festa? — Tyler perguntou apontando discretamente para o mesmo garoto da porta do bar, e ele estava me encarando, nem sequer desviava o olhar.

—Eu nunca vi esse cara. — comentaram todos juntos.

—Ele é da minha turma de inglês, ele não fala com ninguém, me surpreendo por ele estar aqui. — comentei olhando pro garoto que agora sorria para uma garota que ficou do lado dele o resto da festa.


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Notas finais do capítulo

* Terrível; Péssimo; Depende do sentido da frase. Ali no caso, seria mais como terrível ou "uma coisa horrível"



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