POV Taylor

Acordei com o despertador. Rapidamente desliguei aquele celular irritante. Eu ainda não acredito no que quase aconteceu ontem. E se tivesse acontecido? Como seria daqui pra frente? Ele por acaso iria terminar com a namoradinha dele? Eu acho que não, apesar das declarações que ele tem feito, eu acho que nada mudaria. Eu o impedi que acontecesse logo que eu pensei sobre isso. Tirei esses pensamentos de minha cabeça, isso estava me deixando triste. Tomei meu banho rapidamente e coloquei uma roupa (Look). Minha mãe diria que eu estou revoltada, por causa do que o Mickey está fazendo, apesar de eu achar que ela nem deixaria eu comprar essa blusa que está mais para um top, só que mais comprido. Fiz um coque rápido, deixando alguns fios para fora. Coloquei rapidamente meu Vans, e escovei meus dentes e desci as escadas. Dei um beijo rápido na testa de Troy e sai, sem tomar café da manhã. Fui para a escola mais cedo do que o normal, acho que para evitar Harry. Quando cheguei na escola fui em direção ao meu armário. Coloquei lá o diário de minha mãe e peguei o livro de história, seria minha primeira aula, antes de fechar meu armário senti braços me envolvendo por trás, logo pensei em Harry, mas meu pensamento logo foi desfeito. Agora ele tem namorada, não poderia me abraçar assim em público. Logo me virei e vi Peter me encarando com um sorriso no rosto, logo sorri de volta.

–Sabia que você está muito bonita?

–Eu não acho.

–Bom, eu acho- Ele disse retirando uma mecha de meu cabelo que havia caído em meu rosto- O que sua blusa quer dizer?- Ele apontou para o Mickey rebelde.

Eu ri.

–Eu também não sei, acho que ele cansou de ser o Mickey bonzinho que todos conhecem...

–E você?

–Quem disse que eu sempre fui boazinha?

Dei um sorriso de canto e rapidamente juntei nossos lábios.Ele passou seus braços ao redor de minha cintura e me puxou para mais perto dele, eu passei meus braços ao redor de seu pescoço. Mas ele logo interrompeu o beijo.

–Você sabe que estamos na escola e aqui é proibido contato físico desse jeito?

–Eu não estou nem aí.

–Esse é o seu lado rebelde?

–Talvez...

Tentei dar um sorrisinho sexy, mas sem nenhum sucesso, ele riu e balançou a cabeça negativamente. Me soltou e apenas se encostou ao armário ao meu lado.

–Que aula você vai ter?

–História e você?

–Ciências, acho que vou pedir para trocar de aula e ficar com história.

–Por que faria isso?

–Por dois motivos. Primeiro: Quero ficar perto de você- Eu corei, mas acho que ele não percebeu- Segundo: Harry e Sophie ficam nesse horário, não quero ver eles conversando com uma voz dengosa, é muito estranho.

–Eles falam assim um com o outro?- Eu falei engolindo seco.

–Infelizmente.

Vi Pérola correndo em minha direção.

–Taylor!! Você não acredita no que aconteceu! Ah, oi Peter- Ela o cumprimentou com um beijo na bochecha.

–Oi.

–O que ouve Pérola?

–Está tendo uma briga lá fora, pela *Vivi!!

–Quem está brigando por ela?

–Roger e Gustavo.

–Eu não sabia que Gustavo estudava aqui.

–E não estuda, mas ele veio trazer a Vivi aqui na escola, ninguém sabia que eles estavam juntos, mas... O Roger gosta dela desde... uns três meses. Então ele começou a provocar Gustavo e você já deve saber o que aconteceu. Vem- Ela disse puxando meu braço- Se não formos agora vamos perder a briga.

Ela largou meu braço e fez sinal para que eu a seguisse. Eu caminhei rapidamente até Peter e lhe dei um selinho rápido e corri atrás de Pérola. Mas Peter veio conosco e segurou minha mão. Sorri para ele e ele sorriu como resposta. Quando chegamos lá a têmpora de Gustavo estava cortada, e o sangue se espalhava por todo o seu rosto. Já Roger tinha a boca inchada e um pequeno corte. Gustava estava em cima de Roger e dando vários murros em seu rosto, todos olhavam assustados para os dois, mas não faziam nada, babacas. Vivi não estava lá.

–Peter?

–Hum?

–Vai lá e separa essa briga, já que aqueles outros babacas que só ficam vendo não tomam atitude.

Ele assentiu e cutucou outro garoto que eu não conhecia. Peter levantou Gustavo e ficou o segurando, para que ele não avançasse novamente em Roger. Roger por sua vez estava sem forças para atacar Gustavo, por isso nem precisou ser segurado.

–Ei, ei, ei, ei. O que está acontecendo aqui?- Laura(diretora) perguntou com uma cara cansada.

–Bom, esses dois estavam brigando. A senhora demorou muito para chegar, então a discussão já foi resolvida- Eu disse impaciente.

–Pelo qual motivo?- Ela disse em minha direção.

–Qual a senhora acha que é?

–Eu não sei.

–Se não faz a menor ideia é porque não está tão presente na vida dos alunos.

–Senhorita Beker, o que está insinuando.

–Nada, a não ser que não está muito presente na vida dos alunos e não está resolvendo as confusões. Esses dois estão brigando por uma garota.

Dito isso eu sai dali. Vi que ninguém estava me seguindo e fui para o jardim. Era nessas horas que eu queria estar com meu pai. Me abrir com ele, ele me entendia, mesmo não passando pelo que eu passo. Eu sentia angustia dentro de mim, mas não sabia de onde vinha. Eu tinha vontade de chorar, mas as lágrimas não saiam. Eu tinha impressão de que eu estava ficando louca. Acho que não tenho uma mãe para me botar na linha, não que eu fosse solta e essas coisas, mas sinto tanta falta de mandarem em mim, dizendo o que devo fazer e o que não devo fazer. Sinto falta da minha infância, onde eu tinha eles por perto. Sinto falta de sair com eles, conversar com eles, me abrir com eles. Eu não consigo me sentir eu mesma, um pedaço de mim, foi com eles. Isso eu já sabia, tive que abrir uma parte de mim, na verdade fui obrigada. Ninguém me avisou como seria a vida sem alguém com quem você pode contar caso suas amigas não puderem falar com você. Caso você precise falar com alguém. Alguém que você possa contar sempre, se abrir quando quiser, quando necessário. Eu sinto falta. Eu realmente sinto falta.