Eles se aproximaram rápido, e logo estavam frente a frente comigo, Gil parecia meio desconcertado, mais a loira parecia bem confiante.

– Oi. - disse ela em um tom animado, devo dizer que nunca achei que aquele fosse o tipo do Gil, não que eu tenha parado pra pensar nisso.

– Oi. - eu disse olhando para os lados para ver se eles se tocavam com o meu desconforto.

– Oi. - disse Cath com um pequeno sorriso, igualmente sem graça.

– Oi. - disse Gil totalmente desanimado, e ele nem me olhava nos olhos.

– O que vocês querem? - eu disse por fim.

– Desculpe, eu sou Megan... Fiquei sabendo que você e Gil eram... Amigos. - não entendi a pausa que ela fez, eu e ele não tinhamos nada, nem mesmo a amizade que ela mencionou.

– Sei... Eu sou Sara, é bom conhecer você! - eu disse forçando um sorriso, eu estava fazendo muito isso ultimamente.

– Bom, eu vim até aqui porque você e Gil são amigos e eu queria convidar você e a sua amiguinha para a minha festa. - disse ela extremamente animada.

Gil parecia não ser o tipo de cara que sai com a garotas como aquela, e muito menos o tipo que ia a festas de escolas.

– Obrigada pelo convite mais... - tentei completar a minha fala mais Cath me interrompeu prontamente.

– Nós vamos adorar, obrigada pelo convite, tchauzinho!

Depois disso Cath me arrastou para longe pelo braço como se eu fosse um cachorrinho.

– Aquela vadia. - disse ela quando já estavamos mais distantes.

– O quê? - eu concordava, mais não ia dar esse gostinho ao mundo.

– Ela estava provocando você, o Gil deve falar de você pra ela, e ela deve ter ficado com ciúmes.

– Quem é ela? - eu estava viajando no fato de que alguem tão sombrio e estranho como ele estava com alguem como ela.

– Porque isso importa?

– Ele nunca me disse que estava com alguém, na verdade ele estava estranhamente sempre muito próximo de mim.

– Você esta com ciúmes? - disse a loira quase gritando.

– O quê? Não, claro que não.

– Esta sim, achou que ele estava afim de você e ele agora esta com outra... Isso é meio triste! - disse ela franzindo o senho.

– Eu tenho que ir agora, esta quase na hora da aula, e você sabe que eu sempre chego antes. - eu disse dando costas e andando rapidamente até o banheiro, entrei em uma cabine a fechei e começei a chorar

Meu peito estava cheio, cheio de dor por causa da saudade do meu pai, de preocupação com o novo bebê, de ódio da minha mãe por tê-lo levado a isso, e de ciúmes... É eu estava com ciúmes e não conseguia evitar, era estranho porque eu achava que o Gil era uma das poucas pessoas na terra que de alguma forma me entendiam por completo, mas não entendia ainda o que sentia por ele, e agora tudo estava explodindo dentro de mim. As lágrimas corriam e eu começei a soluçar, talvez eu só estivesse procurando em quem me apoiar, pelo fato de precisar tanto de alguem ao meu lado agora... Talvez eu nem estivesse gostando mesmo dele.

– Eu sou forte! - soltei um grande suspiro, o sinal já havia batido e felizmente o banheiro estava vazio.

Saí do banheiro e lavei meu rosto na pia, ainda bem que eu não era de usar maquiagem afinal estaria toda borrada agora, assim eu saí pela porta e andei lentamente pelo corredor.

– Não sabia que estava tão mal assim. - Era Gil, só que sozinho desta vez.

– Me deixa em paz... - eu disse apresando os passos, até ele me segurar pelo braço.

– Espera, eu só quero conversar.

– Eu não quero falar com você. - eu disse tentando me soltar de seu braço, mais ele era mais forte.

Ele me puxou para perto e em uma virada rápida eu estava cara a cara com ele, muito próximos.

– Eu prometo que vai ser rápido. - eu podia sentir seu hálito fresco.

– Hum... - eu murmurrei enquanto ainda o encarava.

Ele continuava a me encarar, cada vez mais perto.

– Foi bom conhecer a sua namorada! - eu disse colocando a mão em seu peito, e o empurrando para longe.

– Ela não é minha namorada!

– Diga a ela que eu não vou poder dividir um grandioso momento com vocês dois na festa.

– Eu também não vou a festa. - ele estava sendo rápido e direto, mas isso não diminuia a raiva que eu sentia.

– Bom pra você, é só isso? - eu disse revirando os olhos.

– Esta com ciúmes? - ele disse de novo com seu jeito mais debochado.

– O quê? - eu disse tentando me mostrar o mais indgnada possivél.

– Você esta. - ele disse mais debochado e com mais confiança.

– Vai pro inferno! - eu disse já dando costas novamente e tentanto andar para longe.

E ele me puxou mais uma vez para perto, mais desta vez a virada foi tão brusca que quando me dei conta estavamos com os lábios colados, e ele já invadia a minha boca com a sua lingua, eu mal tive tempo de pensar, o beijo era quente e o seu hálito fresco estava ainda mais saboroso agora, mas mais uma vez eu coloquei a mão em seu peito e o empurrei para longe, e logo depois disso um estalo alto do tapa que dei em eu rosto ecoou pelo corredor.

– Eu não sou uma das suas piranhas! - eu disse irada antes de finalmente sair pelo corredor correndo.

E mais uma vez meus olhos estavam cheios de lágrimas, mais desta vez não era por ninguem, e sim por mim mesma, me sentei na escada que dava para o campus... Me sentia uma idiota... Ele devia ser só um conquistador barato que usava seu charme de solitário e distante pra ficar com quem quiser. Mas, quem era aquela garota? Nunca a vi antes, e creio que ela não estude na escola.

– Oi. - ouvi uma voz atrás de mim, e quando me virei, era ela.

– O quê? - eu disse rude. - O que quer?

– Beija o meu namorado e pergunta o que eu quero? - ela estava séria, e parecia bem mais parecida com o Gil agora.

– Eu não beijei ele, foi ele que me beijou.

– É melhor não mexer comigo. - ela deu um passo a frente, me encarou olhando nos olhos.

– É melhor VOCÊ não mexer comigo. - acentuei bem o "você", não ia deixar aquela vadia me ameaçar.

– Você não sabe com quem esta mexendo. - ela deu um sorriso de lado, que definitivamente me fez ver o que o Gil viu nela, ela era falsa quando na frente das outras pesssoas, mas agora eu podia ver quem ela realmente era.

– Se seu namorado resolve sair agarrando outras por aí, o problema e seu e dele, só quero que me deixe em paz.

– É melhor se afastar dele, ou vai sofrer consequências. - ela continuava séria e muito segura.

– Esta me ameaçando?

– Entenda como quiser, mas se considere avisada! - disse ela descendo as escadas e indo embora ao longe.

Ela definitivamente não estudava aqui, se não gostava de mim porquê me convidou para a sua festa? Talvez Cath estivesse certa e ela estava me provocando, mas eu não deixaria eles me abalarem... Eu iria aquela festa, e iria descobrir o máximo possivél sobre Gil e aquela vadia.

– Sara! - disse mais uma vez uma voz atrás de mim.

– Cameron. - eu exclamei desanimada, era só o que me faltava.

– Você tem que ir para aula, o sinal já bateu...

– Sim, senhor! - eu disse ajeitando minha mochila nas costas e indo até a sala, a qual eu entrei, pedi licensa ao senhor Wil que dava aula no momento e me sentei.

– Como eu estava dizendo... - continuou ele com seu discurso de aprendizado chato. - As provas serão na semana que vem, estudem e estejam preparados. - ele disse até se sentar e eu reparar que o quadro estava cheio de matéria, ele dava aula de história, ou seja eu teria muito que copiar e memorizar.

Depois de acabar as primeiras aulas, o sinal do almoço finalmente bateu e eu fui prontamente procurar por Cath.

– Oi amiga! - disse ela sorrindo e se agarrando ao meu braço.

– Oi. - eu disse totalmente desanimada.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa, né? Me diz agora.

– O Gil me beijou. - eu fui direto ao ponto, afinal entre mim e Cath não havia segredos.

– Como assim e a vadia loira?

– Ele disse que eles não eram namorados... Coisa que ela desmentiu logo depois quando eu estava sozinha na escada, pouco antes de me ameaçar.

– ESPERA AÍ... Ela te ameaçou? - disse ela quase gritando.

– Fala mais alto Cath, acho que o pessoal lá do outro lado da escola não ouviu você. - eu disse irônica.

– Desculpa... - falou ela olhando para os lados, vendo que tinha de fato atraído alguns olhares.

Nós estavamos andando e logo chegamos ao refeitório, não antes de passar no armário de Cath e pegar o seu lanche, nos sentamos na mesa bem no fundo daquele enorme lugar e ela dividiu o seu sanduiche comigo.

– Me conta agora o que aconteceu! - ela disse me encaranddo séria, e eu fiz questão de dar uma mordida no alimento e mastigar bem devagar só para conseguir respirar antes que ela derrubasse um mar de perguntas sobre mim;

– Bom. - eu disse engolindo por fim. - Eu estava no corredor logo após sair do banheiro, e eles estava lá, eu disse que não queria falar com ele e...

No fim, eu acabei contando tudo bem rapidamente e Cath ficou mais que irada.

– Quem aquela piranha pensa que é? E o Gil aquele cachorro... Você percebe que eles estão sim namorando e ele disse que não só pra te beijar, né?

– Não seja boba, eu não bejei ele, ele me agarrou.

– Sei... Mas, como assim quer ir aquela festa?

– Eles querem brincar comigo amiga, então eu vou brincar com eles! - eu disse confiante.

– Tudo bem pra mim... - Ela disse sorrindo.

Voltei para a casa assim que saí da escola, e após dar uma olhada para ver se minha mãe estava bem (estava até dormindo), voltei para a sala de estar, e enquanto encaminhava para a cozinha vi que havia uma carta no carpete da entrada que eu não havia notado quando entrei, abri o envelope e lá havia apenas um curto bilhete, e nele estava escrito:

O Bem e o mal estão mais próximos do que você imagina, as pessoas que você julga boas podem não ser tanto asssim, e talvez as que você julgue más estejam só querendo te proteger, preste mais atenção em quem você costuma ignorar, e se prepare porque o pior parte da sua vida esta para chegar.

– Um amigo