Era assim que eu gostaria que tudo tivesse terminado. Realmente gostaria. Foi tudo igual até o momento em que Ino caminha até a borda do terraço.

Ela vai caminhando, caminhando.

– Não, Ino! - Gaara tenta correr até ela, mas a menina o para.

– Não vai não. - Ela diz, sorrindo cruelmente, enquanto jogava Gaara pelo outro lado, para fora. Gaara cai.

– Gaara! - Temari grita, em desespero. Corre até a borda e tudo o que vê é o corpo do irmão no chão, lá embaixo. - Ai meu Deus! - Ela já começa a chorar, quando ouvimos outro grito.

Ino havia pulado. Hinata corre até a borda dessa vez. Vira para nós com o rosto choroso, fazendo um sinal negativo com a cabeça. A menina ri.

– Dois já foram. - Ela diz maldosa.

– Não, não! - Temari gritava, apoiando-se na borda, segurando a cabeça. - Sua bruxa! O que você fez?! - Ela continua gritando enquanto a menina caminha até ela. Nenhum de nós conseguia se mexer. O choque fora grande.

– Isso. - Ela disse, enquanto empurrava Temari para fora. O grito foi abafado pelo baque do corpo.

– Temari! - Shikamaru gritou enquanto corria em vão para ver o corpo da namorada atirado em cima do corpo do irmão. A menina ria cada vez mais. Quando uma voz diferente apareceu.

– Megumi, o que está fazendo? - Um menino, do mesmo tamanho que a menina e aparentemente da mesma idade, com cabelos escuros e olhos da mesma cor, veio caminhando de um canto do terraço.

– Shun, não está vendo? Estou me divertindo. - Ela explicou, sorridente. O irmão parou do lado de Shikamaru.

– Desse jeito? - O garoto, chamado Shun, empurrou Shikamaru. Sem dó nem piedade. Outra morte. Era muito para aguentarmos. Só sobraram seis. O garoto riu. - É divertido. Os gritos, o som dos ossos quebrando.

– Vocês... O que... - Tentei dizer, mas estava muito difícil, para qualquer um de nós.

– Nós... O que? - Megumi olhava para nós seis e ria. Ela ria muito.

Ela e o irmão caminhavam em nossa direção. Nós nos juntamos em um canto do terraço, até sentirmos que estávamos sem saída. Nos abraçamos, todos juntos.

Com a risada final dos irmãos, também ouve nossos últimos suspiros. A queda não foi longa, nem muito dolorosa. Eu não senti nada na verdade. Não sei se é normal.

Nunca deveríamos ter brincado com aquele jogo, ou subestimado algum dos mistérios. Depois de um tempo, fomos esquecidos... Pelo menos nossa fisionomia e características, mas, os jovens que enfrentaram os mistérios por vontade própria e não sobreviveram ao terraço, ainda vivem, nos mitos, nos boatos...

Não enfrentamos mais os mistérios, até porque agora somos um deles. Uma página foi acrescentada no enorme livro sobre os mistérios, "os jovens estudantes", se não me engano. Não sei direito, não preciso mais dele. Estamos juntos, no final, de qualquer forma. Não foi tão ruim. Os nove mistérios do Colégio Sakurami ainda vivem.