Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 19
Capitulo 19 - Sem se preocupar.


Notas iniciais do capítulo

Hey guys! Como vão? Enfim, eu estava ansiosa para postar esse capítulo, então ele ficou curtinho. Eu vou pra praia (uuuuuuh!) fim de semana que vem, então provavelmente eu não postarei, vou tentar postar antes de ir, quem sabe posto outro amanha mesmo? Mas não prometo nada. Enfim, esse capítulo ficou mais só resumindo o que aconteceu, e pensamentos e tal. Espero que gostem!



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Muitas coisas mudaram depois do ataque do Governador. Desde a prisão em si – agora temos até uma horta!– até as pessoas. Graças à chegada de todas aquelas pessoas de Woodbury as coisas se tornaram mais humanas, até Daryl está mais sociável. Mas também há o lado ruim: mais gente, mais comida; fazendo as buscas se tornarem mais frequentes, mais riscos e mortes.

Eu não superei ainda, e acho que nunca vou superar por completo a morte de Piter. Quer dizer, tantas pessoas que eram especiais para mim morreram, mas meio que a de Piter foi o estopim. Claro, eu não sou aquele tipo de garota que só fica nos cantos e desejando a própria morte, claro que não. Eu sou do tipo que continua sorrindo, e quer fazer com que cada segundo da minha vida valha a pena, e que a morte de todas essas pessoas maravilhosas não foi em vão.

Porém, às vezes isso não é o suficiente, e eu não sou tão feliz e determinada assim. Bom, a determinação pela vingança continua, e isso me deixa um pouco assustada, já que eu nunca fui do tipo que se vinga. Mas sei la, parece justo e até mesmo necessário. E eu não vou desistir.

Não tenho nada para reclamar do meu relacionamento com Carl. Estou realmente e incrivelmente feliz com ele, que me ajudou muito a superar minha perda. Ele também mudou. Depois que soube que ele matou um cara, eu comecei a levar ele mais a sério – não que eu não o levasse, mas a típica coisa do príncipe encantado não ajudava em nada-, e eu não o julgo pelo o que ele fez. Claro que aquele garoto poderia ser bom, e até não ter feito nada prejudicial para nós, mas ele também poderia ser mau e ter matado alguém. Melhor prevenir do que remediar.

Outros casais se formaram na prisão também, como Karen e Ty – que são realmente lindos juntos-, Willi-Will e Beth voltaram novamente, e pelo que me parece eles estão bem. Aparentemente Rick também superou de vez Lori, ou quase, pelo menos ele não tem mais as “visões” com a mesma.

Ando até a mesa de piquenique no pátio, encontrando Patrick sentando na mesma. A gente virou realmente amigos, mesmo com o incidente do ônibus. Ele é bem legal até, para conversar sobre coisas banais, ele tem uma aura que faz a gente esquecer que estamos em um apocalipse.

– Ei, Kath! Quer jogar verdade ou desafio? – pergunta Patrick ainda sentando na mesa. Percebo que há outras crianças ao lado dele, aproximadamente dá minha idade também.

– Claro – respondo sorrindo. – Vou chamar o Carl – Informo já correndo em direção à horta.

Ele está alimentando os porcos, que Daryl conseguiu em uma fazenda na região. É, depois do incidente que com o garoto, Rick proibiu que Carl andasse até mesmo com a arma, aliás, ele restringiu até o meu uso, então minha arma está sempre na cela, ao contrário de minha fiel adaga, que está na minha cintura.

– Você fica realmente lindo com essa pegada de fazendeiro. – digo atrás dele, analisando-o minuciosamente. Ele olha para mim, com um sorrindo de canto no rosto.

– Devo dizer que você também fica realmente provocante com esse short – o encaro tentado parecer brava, mas sinto que estou corando.

– Ta, ta. Quer jogar verdade ou desafio com o Patrick e os outros?

– Pode ser. – responde indo guardar o saco de grãos.

Passamos o resto da tarde jogando todos os jogos existentes, e até mesmo os que eu nunca pensei que existiam. Foi bom ser criança de novo, e até ter um dia normal, sem se preocupar com nada.

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E assim se foi por semanas: as crianças e adolescentes fazendo tarefas normais ou brincando, mulheres cozinhando, homens em buscas e todos ajudando nas cercas. Esse é a única coisa que está incomodando a todos agora, de uma hora para outras os zumbis começaram a se aglomerar em locais específicos das cercas, como se lá houvesse algo diferente ou chamativo, aumentando as chances da única coisa que nos protege do mundo lá fora cair.

Mas depois do incidente na ultima busca eu percebi que não estamos protegidos da realidade logo depois dos muros. Zach morreu, e isso me deixou tremendamente triste. Ele estava lá, tentando trazer comida para os outros, sendo útil e do nada zumbis literalmente caem do céu e o matam, simples assim. Ele não merecia, ninguém merece, era apenas um garoto gentil que me emprestava livros de vez em quando.

Lembro-me que era pra eu estar no lugar dele, talvez até ter morrido por ele, já que não havia pessoas para ir, e então me pediram para ir. Mas como eu precisava estar na cerca da torre três e Zach acabou por se oferecer pra ir então não fui. Talvez tenha sido sorte. Ou não.

Penso nisso tudo deitada encarando a parede bolorenta acima de mim, os braços de Carl repousam sobre minha barriga, enquanto ele dorme em um sono agitado. Fico observando ele por um tempo, uma das ultimas coisas boas da minha vida. Tenho até medo de admitir isso hoje em dia, já que tudo que eu me afeiçoo foge de mim para o mais longe possível. Suspiro pesadamente quando concluo esse raciocínio.

Logo meus pensamentos se voltam para a “brincadeira” de Rick e sua decisão de não ser mais um líder está enchendo. Tudo bem que ele precisa de um tempo, mas o mundo não vai espera-lo brincar de casinha, muito menos os zumbis. E com certeza a comida não será buscada sozinha, não se tomam decisões apenas plantando um tomate, e a morte está pouco se importando se você não está aguentando mais e quer ignorar sua realidade.

Olho uma ultima vez para Carl, tentando memorizar cada detalhe perfeito de seu rosto. E com a imagem dele em meus pensamentos mergulho na inconsequência tranquila, mal sabendo o que iria acontecer logo depois, que comprova a teoria de que a morte está pouco se importando para você, o que importa é o trabalho que ela precisa cumprir. Trabalho, aliás, que ela faz terrivelmente bem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? O que será que aconteceu? E esse tempo que passou? E essas mudanças? E E E E... Esse gif do Carl ~suspirando~ai ai. COMENTEM!