Papai?? escrita por Mila Guerra


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que gostem, leiam as notas finais!!



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Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo, sei parece clichê, mas o clichê agora está bom, define exatamente como me sinto.

Me imaginar pai, não, nunca se você me dissesse isso eu riria na sua cara, eu posso ter me descuidado as vezes, mas eu acho que saberia se ela tivesse engravidado. Engano total, ela que sempre foi imprevisível e logo quem me deu uma filha – linda, sim, a menina era uma graça – mas a Tânia, a mulher que eu mais amei e mais me magoou.

Eu sei confuso, preciso explicar a situação, porém para entenderem vocês tem que saber quem era Tânia e o efeito dela na minha vida. Ai assim vocês vão poder chegar na parte da filha.

Eu era jovem, primeiro ano de faculdade, medicina, bonito porém tímido. Conhecer Tânia, me ajudou muito, ela estava no mesmo curso que eu, me lembro como se fosse hoje quando o professor chamou nossos nomes, um trabalho importante precisava da nossa participação integral, combinamos de todo dia nos encontrar na minha casa, não demorou muito eu fiquei encantado, ela era doce, linda, tinha um corpo espetacular era uma boa pessoa, tudo que eu iria querer numa mulher.

Quando eu percebi estávamos juntos, saindo sério, namorando, ela dormia comigo quase toda noite, percebendo agora a gente se descuidou muito, mas nunca levei muito a sério, eu era louco por ela se ficasse grávida naquela época, eu iria amar.

Nós ficamos juntos a faculdade inteira, eu esperava o final, eu iria casar com ela, eu a amava loucamente. Só que descobrir que ela não queria o mesmo foi como tomar um murro. Ela se achava jovem não queria casar, até ai tudo bem eu esperava, mas ela tinha outros planos seu sonho sempre foi fazer uma especialização fora do país e a maneira como ela me disse isso foi a pior possível. Uma carta, eu tinha tanto ódio de cartas, depois de tudo todos os anos ela me deixou uma carta, sem beijo, sem abraço, sem tchau.

Uma carta fria:

Olha Edward, me desculpa, eu vou embora Não posso me despedir, foi muito em cima da hora e enfim, só me perdoe, ok?

Chorei por dias, ainda tenho a carta guardada, dizer que me recuperei é besteira, o que eu senti por ela eu acho que não vou sentir por mais ninguém, não com a mesma intensidade.

Eu me fechei pro mundo, minha mãe e minha família esquecidos, só um tempo depois eu voltei a me encontrar com eles. Mas eu não era o mesmo Edward, não triste, mas nem um pouco feliz, podia ter minha família toda, porém um homem solitário talvez um pouco amargurado com um por quê entalado na garganta, nunca sabendo a resposta e me consumindo com a dúvida.

Talvez eu a tivesse assustado com o pedido, mas eu me conformei em não casar e mesmo assim ela foi embora. Só uma pessoa conseguiu me acalmar um pouco, não no momento, na verdade eu fiquei com medo dela. Mas o que ela falou nunca me saiu da cabeça “Ei, Edward? Bola pra frente você precisa ser um homem forte, seu futuro tem muitas surpresas, você tem que reagi, ela te magoou? Sim, te fez sofrer? Sim, mas você não sabe o motivo, nem sabe se vai descobrir, então não adianta ficar remoendo as dores, vai passar, você não vai esquecer, mas vai parar de doer e um dia você vai pensar: Eu superei, eu consegui ser forte! E vai se abrir pra novas possibilidades”

Depois ela sumiu, fingiu que não me disse nada.

Então quando eu estava pronto pra dizer que superei, fui forte, batem na minha porta, e aparece uma criança e a irmã da Tânia.

- Oi Edward, você não deve estar entendendo nada mais se me deixar entrar, eu te explico tudo.

Não tive outra opção, descobri que a menininha se chamava Sophia e que era minha filha, isso mesmo filha, eu comecei a rir. A Kate – e a menininha também – me olhavam tão sérias que eu fiquei sem graça.

- Não pode ser.

- Olha eu sei é difícil de assimilar, mas eu tenho que ser breve meu voo sai daqui a pouco. A Tânia morreu, de câncer, e essa filha é de vocês, ela deixou na carta que queria que você conhecesse sua filha, mas eu não quis traze-la. Só que está difícil cria-la, eu não tenho dinheiro suficiente, e eu preciso, não, eu te imploro que cuide dela.

- Quando foi que aconteceu?

- O que?

- A morte da Tânia?

- Faz mais ou menos um ano

Na época que tudo aconteceu, eu tinha 22 anos, isso queria dizer que a menininha, quer dizer, a Sophia tinha 4 anos.

- Então, ela te deixou essa carta.

Ela me entregou uma carta endereçada a mim receosa eu a abri:

Querido Edward,

Eu sei que te decepcionei, te deixando daquela forma, acredite foi tão difícil pra mim quanto pra você. A Sophia vai aparecer na sua vida de surpresa, mas eu acredito que com o tempo você vai ver o quanto essa surpresa vai ser boa, pra você e pra ela.

Eu fugi Edward, assustada, casar não era realmente o que eu queria, não naquele momento, mas esse não foi o único motivo, não vem ao caso discutir isso agora. Eu descobri que estava grávida um pouco depois, só que eu fiquei com medo de voltar, e você não acreditar, ou pior acreditar e tirá-la de mim.

Ela é muito parecida com você, no jeito e na aparência, enfim, ela sofreu muito Edward, principalmente quando eu fiquei doente. Eu quero que ela tenha um futuro incrível, e sei que só você pode proporcionar isso a ela, você vai ser um bom pai, como iria ser um bom marido. Me desculpe por te privar de conhecer a sua filha, mas eu tive medo.

Eu sempre me prometia que ela te conheceria, mas ai eu fiquei doente, e tudo desmoronou. Me desculpe novamente, não espero que você me perdoe, mas que pelo menos a ame, como você me amou, só que da forma mais pura sem magoas e ela diferente de mim nunca vai te deixar.

Com amor, Tânia.

- Então Edward você fica com ela?

Eu assenti, meio desnorteado, eu ouvi meio ao longe ele se despedir e a porta bater.

Só agora eu tinha parado para olhar a minha filha, Sophie, sim ela era a minha cara, cabelos bronze, formato do rosto, nariz, só os olhos, esses olhos que um dia me fizeram ficar completamente alucinado. Ela tinha os olhos da Tânia, minha filha, minha Sophie.

Eu senti algo tão especial crescer dentro de mim, que me ajoelhei e fiquei do tamanho dela sentada.

- Ei pequena, cadê as suas coisas? – ela apontou pra porta, fui lá e a abri, tinha duas malas no chão. Eu as peguei e chamei a Sophie para coloca-la num dos quartos de hospedes, fiz uma nota mental de chamar a Alice para decorar um dos quartos para ela.

Depois de acomodada a levei para a cozinha ela não falou nada até agora e eu estava ficando assustado, sentei na mesa com ela e quis tranquiliza-la.

- Olha só pequena, eu sei que você está com medo, mas eu estou aqui com você agora ok?

- O senhor é meu papai? Porque a minha tia me disse que o senhor era meu pai.

Eu fiquei espantado com clareza com que ela falava, e com a pergunta. Eu queria ser um pai pra essa pequena, mas como?

- Eu quero muito ser seu pai sim, mas pra isso você precisa me dizer como ok? Eu te ajudo e você me ajuda e assim a gente vai seguindo em frente. Nós somos uma equipe agora, e você é a pessoa mais importante da minha vida.

- Mas você não vai embora vai? Por que minha mãe disse que não ia embora e foi.

Me cortou o coração vê-la falando assim, seus olhos enchendo de lágrimas, esses olhos que me dizem tanto.

- Ela não fez por mal, meu amor. Eu não posso te prometer nada, mas olha só, se eu te deixar é por que eu sou maluco, ninguém deixa uma menina linda assim, ok? – ela assentiu.

O abraço que ela me deu tirou todas as minhas dúvidas, eu queria ser alguém pra essa criança, eu não sabia como, mas eu seria. Por ela eu seria tudo, amigo, companheiro enfim o que ela quisesse de mim. Eu não a decepcionaria, nunca, como eu disse só se eu fosse maluco.


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Notas finais do capítulo

Então se vocês gostarem e comentarem muito eu posto um bônus com a Bela na história, super romântico, ai a família vai ficar completa.
Aceito criticas, construtivas claro.
Muito obrigada, desde já a vocês que leram!!



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