As bombas começaram a explodir.

De lá para cá, um zigue-zague de mortes, como um dominó. Katherine fechou os olhos. Ela seria a próxima.

Assim que os abriu, já não estava mais no Reino de Wasser.

Ela se virou. Sua imagem era refletida em vários e vários espelhos, como um circo. Em alguns, mais gorda. Em outros, mais magra e alta. O grande corredor tinha espelhos até o chão. Isso certamente não era o paraíso.

Mesmo na atual enrascada, Katherine continuava com uma postura digna de sua herança. Pilares brancos e altos erguiam-se em torno do corredor. Seus reflexos mudavam de posição, como uma câmara de tortura. O corredor inteiro tinha formato de um símbolo infinito, e não importa por onde Katherine tentasse correr, o corredor continuava, continuava, continuava. Katherine já estava ficando louca. Ela não queria – não queria mesmo – ficar vendo seu próprio reflexo, presa naquele infinito, para sempre.

Em um segundo, ela já não estava mais no amplo corredor.

Katherine agora se sentia fraca, como se estivesse pegado alguma gripe. Ela sentia terra em baixo dela, e estava cercada por uma grande variedade de plantas grandes como árvores, parecidas com canos, com folhas verdes e bonitas. Katherine ficou observando, deitada, duas dessas plantas que cresceram entrelaçadas.

Allan – Ela pensou.

Duas pessoas com roupas bege vieram correndo, falando línguas estranhas.

Casas de varas da mesma planta estavam espalhadas por um local capinado. Elas tinham diferentes formas geométricas, parecidas com as diferentes formas que uma pessoa pode fazer enquanto brinca de origami. Katherine foi levada até uma grande mansão no centro de todas as casas, uma mansão branca e com vários detalhes da mesma planta estranha.

Uma senhora de meia idade veio até ela, preocupada. Foi tudo que ela lembrou, até finalmente desmaiar.