Lhana escrita por Lanna


Capítulo 1
Olhos Azuis!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471102/chapter/1

Ela não era normal pelos olhos das pessoas. Em um parque pouco frequentado, sempre ficará. Ali observando. 

Todas as manhãs e quase o anoitecer ela sempre estava lá observando o mundo, ela não chorava e não resmungava nem sequer palavras.

Ás pessoas naquele parque achava que era uma louca, Ninguém á entendia. A mesma sempre prendia uma flor azul sobre os cabelos alourados e enrolados.

Apenas um que ficava observando á. Um menino completamente diferente. Com olhos cinza claros não combinava com o azul claro e vivo. E nem seus cabelos vermelhos vivos que na real eram pinchados não sequer perfeiçoava com os delicados traços louros dela.

Ela tinha apenas 15 anos, não era velha o bastante. O cara deveria ter uns 17, ninguém iria saber a idade correta de cada um.

A jovem, nem sabia que estava sendo observada.

O jovem ruivo, o viu colocar suas finas mãos sobre a grama do parque. Mesmo sentado em um banco uma lata de coca, sentará perto da jovem tão misteriosa que envolvia o parque.

— Oi! – ele disse.

Ela ficará um pouco assustada com a voz. E logo se acalmara.

— Ah! Oi! – disse sorrindo.

— Por que o susto? – ele perguntará.

— Eu não tinha te visto.

Ele ficara sem palavras, ele fora passar na frente dela e sentado ao seu lado. Como poderia não ter o visto?

— Não tinha me visto?

— Ah! É que...

— Tudo bem! Eu sei que você vive um pouco no mundo da lua. – brincou ele.

— Bem... Não é isso. – disse suspirando.

— Qual é o seu nome?

— Lhana. E o seu?

— Castiel!

— É um prazer Castiel.

— O prazer é meu, Lhana.

Eles ficaram em silêncio, Castiel não tirava os olhos da menina e não entendia por que ela não ó olhava. Timidez?

— Então Lhana? O que vive fazendo aqui o tempo inteiro?

— Gosto de sentir o ar que me transcreve, gosto de ouvir o que as pessoas falam, gosto também de ouvir os pássaros que voam sobre esse parque, gosto de tocar na grama e nos brinquedos que envolvem aqui e sentir o cheiro de refrigerante, sorvete ou até pão de queijo que as pessoas comem.

Ele entendera o que Lhana falará, mas, de tudo o que disse, nem sequer tocou em enxergar.

— Você não gosta de ver as pessoas, os animais...? Você sempre está de olhos abertos e não fechados.

Lhana não havia respondido essa pergunta, pois apenas disse:

— Era o que eu queria.

Castiel não tinha entendido. Logo à noite começou a surgir. Ele deveria ir para casa.

— Bem, Lhana você não vai para casa?

— Daqui a pouco o meu pai vem me buscar. – disse sorrindo.

— Então, eu tenho que ir, tenho que alimentar Dragon, o meu cão que ficou em casa de preguiçoso.

— Está bem!

— Espero que te vejas amanhã.

— Eu também, só que de caso contrário, espero que te ouças chegar.

Ele não havia entendido, pensou que Lhana estava apenas fazendo gracinhas.

Em casa ele se deitara na cama, não entendia o que a jovem de lindos olhos e cabelos havia falado. Mas, uma coisa ele sabia, ele sentia se atraído por uma dócil jovem distraída. Desde que um dia foi aquele parque e encontrou-a sentada no banco comendo um sorvete de chocolate.

Seus pensamentos não tiravam mais as frases belas que ela havia falado.

“... Gosto de tocar a grama, gosto de cheirar o sorvete, gosto de sentir o ar...”.

Mas, nem sequer falou enxergar.

Durante muito tempo ao pensar, a sua ficha havia caído.

Lhana era cega. Tudo agora fez sentido para ele, o mesmo se sentia um tolo, falando que ela vivia num mundo da lua.

Por isso ela se assustou ao ouvir sua voz, por isso não olhava para ele, por isso falará todas aquelas expressões que fica o tempo inteiro naquele parque e por isso ela disse:

— “Só de caso contrário, espero que te ouças chegar!”

Tudo se encaixou naquela jovem, por isso ela era estranha com as coisas.

Na manhã seguinte, Castiel havia chegado ao uma floricultura e comprado botões de rosas azuis e brancas para Lhana. Ele queria afirmar que sabia que ela era cega, mas que gostava-a mesmo tendo um defeito tão desnecessário na vida.

Foi ao parque, mas antes disso, foi ao uma padaria mais próxima e comprou dois pães de queijo.

E foi diretamente encontrar Lhana. Ela estava em um dos balanços vazios, balançava lentamente, Castiel se colocou no outro balanço ao seu lado e se sentou.

— Olá Lhana!

— Oi! Castiel. Ouvi uma pessoa vinda aqui ao meu lado do balanço, mas sabia que era você.

Ele apenas sorriu.

— Eu trouxe um pão de queijo para você.

Ele colocou o pão nas mãos delicadas dela, e sentiu que era quentinha, mas no fundo fria.

— Obrigada! Você é um ótimo amigo.

Quando terminam de comer, Castiel havia colocado os botões de rosas azuis nas mãos de Lhana delicadamente.

Ela sentiu o cheiro e sorriu.

— Rosas... De que cores são?

— Azuis e brancas.

Seu sorriso havia desaparecido. E logo ela perguntou:

— Sei que foi uma pergunta idiota né? Eu deveria saber que cores eram, mas...

Ela foi interrompida, por um beijo suave de Castiel. Ela estava receosa, não sabia o que fazer. Apenas ficou ali parada saboreando o selinho que nunca provara.

— Por que me beijou?

— Sabe Lhana! Do mais que você é diferente de nós, eu gosto de você. Eu sei que você é...

— Você sabe?

— Sim!

Lhana voltou a sorri, ao menos que não sabia da aparência dele, ela sentia que ele era atraente, mas, não se importava com as aparências e sim com o coração, com a gentileza dele.

— Obrigada!

— Pelo quê?

— Por tudo, pelas flores e por gostar de mim como eu sou mesmo tendo um defeito que eu não queria.

Castiel apenas sorriu. E logo disse:

— Eu que devo agradecer.

— Mas por quê?

— Por me dar seu coração que eu tanto queria, por aquilo que me fazia falta. Eu gosto de você Lhana, não pela sua aparência e sim, por sua personalidade, você é gentil, carinhosa e perfeita por dentro, mesmo tendo um defeito, nunca deixarei você, quero ser seu amigo.

— Eu te conheci apenas ontem e hoje.

— Eu sei mais eu te conheci faz tempo, eu sempre vinha aqui e te observava. Até que um dia tive uma coragem, meu destino queria que eu conversasse com você.

Lhana sorriu e uma lágrima de seus olhos azuis vivos havia caído. Sentiu dedos delicados secando por entre sua face. Ela se sentia mais feliz por todos aqueles momentos, por alguém apreciar ela.

— Sabe por que eu sempre venho aqui no parque? – ela perguntou.

— Não!

— Por que eu estava procurando alguém que gostasse de mim. Assim como eu sou, e agora eu realmente pude saber que seria esse alguém.

Castiel procurou as mãos dela, e se aproximou, beijando á novamente, o beijo foi correspondido. Beijos eram leves e quentes. Perfeitos em trilhas simples.

Lhana agora da tarde ao anoitecer não ficava mais sozinha naquele parque. Ela agora tinha alguém ao seu lado que não apenas gostava dela e sim amava ela mais do que nunca. E prometeram que quando chegasse a hora eles iriam se casar e morar ao um lugar perfeito. E envelhecer e morrer de mãos dadas.

Castiel amava e ela também. Agora as pessoas entendiam a misteriosa jovem. Não faziam mais caretas de que ela era louca. Eles compreendiam o amor deles dois. E uma das pessoas disse:

“Gostamos das pessoas por suas qualidades, mas, amamos por seus defeitos.”

E apenas sorriu junto com o anoitecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem. Se quiserem e gostaram eu poderia fazer uma história com isso que tal?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lhana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.