Queimar Ou Não Queimar? escrita por gio


Capítulo 2
Capítulo 2 - Ele não é nada burro


Notas iniciais do capítulo

Aqui estoy yo! Demorei? Não? Sim? Sim?! Ah mals, é que eu quero terminar a fic dia 17 então eu estou tentado demorar um pouco!
Sem mais delongas e aí vai a fic!



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"I try to speak but girl you got me tongue-tied

I try to breathe but I'm f-f-f-frozen inside

I try to move but I'm stuck in my shoes

You got me paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed

I see you walking, but all you do is pass me by

Can't even talk, cause words don't come into my mind

I'd make a move if I had the guts to

But I'm paralyzed, paralyzed, p-p-p-paralyzed."

–Big Time Rush

Quando cheguei naquele lugar que deveria chamar de casa, fui logo limpar o chão que estava sujo de lama e logo após tomei uma surra, a pior de todas que havia tomado. Aquele velho inútil, que só usa roupas de marca e tenta parecer um jovem de dezessete anos, me batia sempre que eu fazia algo errado, e bem fugir foi algo errado a se fazer, eu já tentei fugir muitas vezes e só havia conseguido naquele dia, mas o velho me achara, fiquei sem saída, sem lugar para fugir, por um momento naquela casa hospital eu me senti segura, eu sabia que podia contar com eles.

Fazia uns dois dias que eu havia voltado da fuga, e naquela manhã eles me mandaram buscar água em um rio aqui perto, o qual nunca ouvi falar. Arrumei-me com um dos meus poucos vestidos, era um vestido pequeno e florido, o melhor vestido que eu havia ganhado deles, já que tinha crescido e não poderia fica usando roupas de seis, oito, dez anos.

Desci para o rio pela grama completamente descuidada da casa descalça e segurando um jarro de água. Estava suspeitando que aquela água não fosse para eles e sim para mim, pois a água que eu bebia tinha um gosto ruim, eles não se importavam comigo, só me mantinham por não ter um lugar para me enterrar e por preguiça de cavar uma cova, seria mais provável eles pedirem para eu cavar uma cova para mim mesma.

Estava andando lentamente, ferindo meu pé descalço sempre que pisava em espinhos, vendo lesmas e outros animais nojentos em algumas árvores, quando vejo um rio um rio realmente limpo, totalmente cristalinas, paradas e com a aparecia confortante. Fazia algumas horas que eu não tomava banho então resolvi entrar, para um banho relaxante. Despi meu vestido ficando somente com uma blusa branca, que eu sempre usava por baixo de meus vestidos – vai que eu precise tomar banho em um rio e não quisesse ficar somente com as roupas intimas? – e minha calcinha. Larguei o vaso na grama e me joguei no rio.

Não era tão fundo e nem tão raso, a água tinha a temperatura perfeita. Mergulhei e senti-me leve, senti-me livre, senti-me em outra dimensão. Era como se todos os meus problemas tivessem sido cortados pela raiz, eu sentia um alivio enorme naquele rio, voltei á superfície ofegante e de olhos fechados.

–Essa água é realmente refrescante – disse uma voz masculina.

Passei a mão no rosto tirando a água e abri os olhos imediatamente e vi ele sentado na beira do rio me olhando.

–Como?- perguntei confusa, como ele conhecia aquele lugar? Ninguém nunca vai ali.

–Ah, quando seu pai – começou e olhei-o com uma cara feia o que fez ele ficar assustado – falou que você fugiu da casa abandonada, eu suspeitei que fosse a perto do rio, já que é a única casa abandonada.

–Esperto você, mas aquele velho imundo não é meu pai – resmunguei.

–Ah desculpe, então... Roberta, belo nome.

O seu nome é melhor que o meu, pensei.

–É?!

–Sim – ele olhou paro o nada deixando um silencio insuportável no ar.

Eu estava encarando-o quando eu falei sem perceber:

– Que silencio entediante – ele me olhou com um sorriso, levantou pegou meu vestido e jogou para mim.

–Se veste, quero mostrar um lugar para você.

–Oh, claro – peguei o vestido no ar e me vesti ali dentro mesmo.

Sai da água, obviamente, encharcada.

Tentei segui-lo, mas ele era muito rápido para meus passos de tartaruga que teve que parar ao menos cinco vezes, e finalmente chegamos lá.

Eu congelei na hora, era o lugar mais lindo que eu já vira em toda minha vida, era um jardim cercado de árvores bem verdinhas, flores em ordem nas cores do arco-íris – algo que eu admirava desde pequena, já que quando eu ainda estava com meus pais minha mãe me levava para passear sempre depois das chuvas de verão e víamos o arco-íris, era tão lindo. Era tão doloroso pensar nisso e ao mesmo tempo feliz, pois eu me lembrava de estar junto a ela e também me lembrava de como ela morreu –, mais flores ao redor de um banquinho, algumas plantas diferentes, árvores coloridas. – algo que estranhei – Um sorriso brotou em meu rosto e eu olhei para o menino que estava ao meu lado ele sorria, seu sorriso era lindo e seus olhos diziam que aquele era um lugar realmente especial para ele, eu deveria me sentir honrada.

–Você é a primeira pessoa que trago aqui. – sua voz estava assustadoramente baixa.

Sorri para ele, aquele lugar me trouxe boas lembranças. Lembrei-me de minha mãe correndo no parque comigo tentando ensinar-me a falar quando tinha dois anos de idade e era a única das crianças que não sabia falar, lembrei-me também de meu pai chegando mais cedo do trabalho e me levando para passear, era tudo tão diferente naquela época, mas tudo acabou, eles haviam ido embora, deixaram a terra e, creio eu, foram para o céu. Andei lentamente até o banco, havia flores azuis nele o que o deixava lindo. Era incrível como um só lugar podia fazer você se sentir feliz.

–Percebi que você gostou daqui – observou o menino em pé com as mãos nos bolsos.

–Sim, lembra minha família – sorri.

–É lembra a minha também... – suspirou.

–O que houve com sua família? – perguntei encarando-o.

–Culpa toda minha – ele riu caminhando até o banco.

–O que foi culpa sua?

–A noticia de que eu iria fazer faculdade de musica os deixou muito abalados, começaram a me julgar dizendo que na musica você tem uma em um milhão de chances, então eu fugi – ele riu já sentado e olhou para o lado – Fugi de Brooke Diamond, fugi de todos me julgando, incluindo meu irmão.

–Eles têm razão, são poucas chances na musica...

–Até você? – bufou.

Revirei os olhos.

–Mas é um sonho e tanto, não interessa o que eles acham, você tem que seguir seus sonhos, suas oportunidades!

–Oh, como se eu virasse um cantor famoso da noite pro dia.

–Garoto, eu não disse que você viraria um cantor famoso da noite para o dia! – agora foi a minha vez de bufar.

Ele me olhou com aqueles olhos esverdeados e sorriu.

–Ok desculpe, mas agora me fale sobre você – sugeriu.

–O que? Ocupar seu precioso tempo com minha droga de vida? Hmm, melhor não! – sentei ao seu lado, uns trinta centímetros de distancia.

–Precioso? Eu moro com Logan, não trabalho, e só faço faculdade a noite, tenho tempo para sua história.

Contei tudo a ele, excluindo a parte que eles me seqüestraram e mataram meus pais. Quando terminei, ele olhou para mim boquiaberto, surpreso, como eu aprendi a ler sozinha na calada da noite, nunca estudei e tinha um português perfeito. Para ele isso era incrível.

Ri de como ele havia se surpreendido, não era qualquer um que gostaria de minha história, então ele coçou a cabeça e me perguntou:

–Que faculdade você quer cursar?

–Não sei, eu gosto de tanta coisa – suspirei – Acho que não tenho chances de entrar em uma faculdade, sem ao menos ter estudado, mas como eu queria.

Ele olhou para mim com pena, fez menção de por a mão dele em cima da minha, mas desistiu no caminho. Então um silencio inconfortável pairou sobre nós.

Eu olhei para o céu e vi que estava escurecendo, levantei mais rápido que qualquer animal. Olhei para ele e apontei para cima, ele tomou um susto e fez cara de “Nossa como o tempo passou tão rápido?” Eu ri e puxei-o do banco, correndo para o rio, ele ria como um louco e ao mesmo tempo tropeçava em seus próprios pés.

Peguei o vaso da margem, enchi-o de água, e dei até logo para ele, que virou-se em direção á estrada.

Quando voltei para casa, não havia ninguém. Rezei para que eles tivessem saído enquanto eu estava me divertindo com James. Fechei a porta atrás de mim, caminhei para a cozinha e coloquei o vaso em cima da mesa. Fui para meu quarto e cai na cama, pensando nele.


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Notas finais do capítulo

Então? Que tal? Leiam, favoritem, comentem e recomendem !



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