Um Bonito Nome escrita por Yokichan


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Coitado do Minato, ele merece uma fic decente ç__ç (?)
Ah, a foto está meio 'assim' porque fui eu que fiz ela, não sou muito boa com isso. q
EHAUHEUAHEUHAUEH

Deixem coments ;*



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Obs: Recomendo que leiam a fic ao som dessa música. Fica kawaii. q

http://www.youtube.com/watch?v=HR9m1QU7nKI

 

 

 

A água acariciou agradavelmente meu rosto quando, na palma de minhas mãos, eu a joguei contra a face pálida refletida no espelho. A torneira ainda aberta molhava a sutil cavidade da pia, enquanto o som da água caindo pelo ralo me era confortável. Se alguém entrasse no frívolo banheiro no qual eu me encontrava naquele momento aliviando o suor de minha tez, certamente teria a impressão de que eu não estava em boas condições de saúde. Meu semblante ora corado, ora pálido, fazia-me lembrar as cores mutáveis de um camaleão. Minhas mãos antes trêmulas, agora tentavam inconscientemente esmagar a orla da pia na qual eu me apoiava. Esquisita e eufórica era aquela sensação. Meu filho nasceria em breve, e aquilo bastava para explicar todo o meu peculiar sofrimento de pai.

 

"- Naruto, será que você será parecido comigo?" - perguntei em silêncio para a imagem vacilante no espelho, para a minha imagem.

 

         Sorri, tão tolo e inocente feito um garoto presenteado com doces. Meu sorriso de rosto inteiro planou naquela superfície espelhada, mas embora o rosto refletido fosse o meu, o que eu via era outro. Um rosto doce, meigo, cativante. O rosto pelo qual eu havia me apaixonado. Kushina, minha amada Kushina. Seus olhos vibrantes dançaram delicadamente perante os meus e sua face de porcelana cara permaneceu naquela visão ilusória.

 

"Minato, está na hora."

 

         Sua voz macia surgiu em meus pensamentos, tão suave como a música que ela deixava fluir de seus lábios para meus ouvidos todas as manhãs. A figura loura sumiu do espelho, e repentinamente eu havia me deixado cegar por aquela recordação não tão distante.

 

 

 

Quatro horas antes.

 

 

         O ruído de metal vindo da cozinha despertou minha leitura. Como de costume, eu me encontrava concentrado em uma leve leitura na sala de minha casa. Entardecia, lentamente. A claridade alaranjada que vinha do horizonte de Konoha transpassava pelas largas janelas, clareando as páginas do pequeno livro em minhas mãos. Afastei os olhos das palavras por um momento, lançando-os com preocupação na direção da porta da cozinha.

 

- Kushina? - chamei, ainda acomodado na poltrona de estofado azul marinho.

 

- Não se preocupe, querido! Apenas deixei cair uma colher. - ela disse com sua voz afável, como se não se cansasse de sorrir.

 

- Precisa de ajuda? - perguntei, abrindo um sorriso ao baixar os olhos novamente para o livro.

 

- Eu estou bem. - ela afirmou sutil e delicada - Logo o jantar estará pronto. - anunciou por fim, de modo que pude sentir o timbre de seu sorriso enquanto falava.

 

         Não importava o quanto ela prometesse que estava bem e que não tardaria em me chamar com sua voz de algodão para o jantar, a leitura já não mais me prendia. Com um sorriso satisfeito, levantei-me e depositei o livro fechado sobre a estante. Era incrível que mesmo depois de termos nos casado, eu ainda me sentia perdidamente atraído por aquela mulher. Kushina não perdera nem um pouco do brilho que tinha no olhar quando eu a conheci.

         Ao chegar à porta da cozinha, a vi diante da larga pia a mover seus ombros delicadamente enquanto fatiava um legume. Ao contrário do dia em que eu a conhecera, agora diante de meus olhos ela era extremamente mais bonita. Seu corpo havia abandonado a silhueta marcada por finas curvas para adaptar-se à chegada de nosso filho. Seu ventre graciosamente protuberante lhe preenchia de uma maneira que me fascinava. Por nove meses eu havia acompanhado o crescimento daquela criança, durante dias e noites inteiras, ansiando por um momento em que meu menino se movesse no interior do corpo de Kushina e eu pudesse senti-lo na palma da minha mão. Por longos nove meses eu havia me perdido naquele encanto paternal, e então estando tão perto de finalmente poder ver o rosto de meu filho, eu encontrava-me nervoso. Meu coração palpitava quando eu imaginava uma criança em meus braços, minha criança.

 

- Minato? - Kushina fitava-me curiosa, ainda rente à pia - Você está bem? - sondou ela, aproximando-se de mim.

 

- Ahn, sim. - sorri largamente ao notar o quanto eu havia parecido nostálgico, perdido em meus pensamentos.

 

- Você está inquieto hoje, querido. - ela lembrou com um doce sorriso, pousando sua mão de fada em meu rosto.

 

- Hum, não é nada. Só estou pensando no nosso menino. - expliquei, acariciando sua mão sobre meu rosto.

 

- Oh! - sibilou ela, surpresa repentinamente - Ele mexeu outra vez. - disse Kushina comovida, conduzindo minha mão para o centro de seu palpitante ventre.

 

- De novo?! - senti meu coração descontrolar-se como em todas as vezes que aquilo acontecia.

 

         Então, graciosamente, senti o tênue movimento no interior da barriga que abrigava meu herdeiro. Não era apenas um movimento qualquer, era especial. Era como se eu pudesse sentir aquela palpitação dentro de meu próprio corpo, como se eu e aquela criança estivéssemos perfeitamente conectados. Ajoelhado diante do corpo de Kushina, eu deliciei-me com aquele momento. Minhas mãos repousavam em seu quadril enquanto minha orelha não ousava se afastar da barriga enorme que ela sustentava. Em todos os anos de experiência que eu havia adquirido, mesmo sendo o Hokage de Konoha, mesmo imaginando ter visto tudo que o mundo tinha para me oferecer, eu ainda não sabia como explicar o sentimento que tomava conta de mim quando refletia sobre a novidade de ser pai, quando sentia meu filho tão perto de mim como naquele momento. Oh, e como eu tinha planos para quando aquela criança chegasse! Durante noites e madrugadas eu permanecia de olhos abertos e um sorriso no rosto, imaginando o quão completo estaria eu quando meu filho nascesse. Eu o levaria para a Academia Ninja, o ajudaria com seus treinamentos, o ensinaria todas as minhas técnicas como shinobi, o levaria nas tardes quentes para tomar sorvete e nas noites estreladas para comer ramén no Ichiraku. Eu seguraria em sua pequena mão quando ele sentisse medo, e lhe indicaria o melhor caminho para enfrentar o escuro. Oh, como eu fantasiava aqueles momentos. Meu filho seria um homem ainda mais forte que eu.

 

- HAHA! Kushina, você sentiu isso?! - festejei em gritos eufóricos, abraçando carinhosamente a barriga de minha amada.

 

- Minato, você parece tão bobo. - ela comentou divertida, e quando ergui os olhos para lhe fitar, notei que ela sorria radiante.

 

- Oras, não fale essas coisas de mim. - pedi risonho, levantando os joelhos do chão - O que nosso filho vai pensar? – brinquei.

 

- Ah, querido! Lembrei de uma coisa. - ela disse pensativa, pousando suas mãos frágeis nos meus ombros rígidos - Ainda não escolhemos um nome para ele. - comentou Kushina, erguendo docemente as sobrancelhas.

 

- Hum, é mesmo. - concordei, fitando seus reluzentes orbes escarlate - Precisamos pensar em um nome. - refleti em voz alta, afastando-me até o centro da sala. A claridade do crepúsculo quase abandonava o horizonte.

 

- Um nome forte como o vento, que nunca se perderá. - disse ela, parada na porta da cozinha a me fitar pelas costas. Eu tinha certeza de que naquele momento seus olhos e seus cabelos rubros estavam brilhando com a tênue luz que entrava pela janela.

 

- Naruto. - disse eu, sorrindo para mim mesmo. Logo, achei engraçado dar para meu filho um nome que significava a força de um redemoinho, mas que como Kushina dissera, jamais se perderia.

 

- Naruto... - pensou ela por alguns instantes, depois concluiu satisfeita - É um bonito nome.

 

         Estava decidido. Meu filho, meu Naruto, logo estaria em meus braços. Então eu poderia ouvir seu pranto inocente, ver seu rosto minúsculo, tocar sua frágil mão. Era daquele modo que um pai iniciante se sentia, afinal? Se fosse, eu não me importaria de ser o homem mais tolo do mundo, o mais deslumbrado, o mais protetor. O amor que eu sentia por aquele menino, era eterno.

 

 

 

Horas depois.

 

 

         Voltei ao quarto de hospital. Meu sangue ferveu novamente quando reparei as mãos de Kushina repentinamente apertadas contra o alto ventre. Foi como se lavar o rosto não tivesse servido para coisa alguma, afinal eu ainda encontrava-me ansioso diante daquela situação. Por quanta tortura mais teríamos que passar até que Naruto encontrasse a luz de nosso mundo? A espera pelo momento do nascimento era angustiante, ainda mais quando eu percebia que Kushina tentava esconder a dor das contrações.

 

 

"Voltarei em meia hora, mas não se preocupem com as contrações. Isso é normal."

 

        

         Lembrei da face sorridente e pálida do médico que nos deixara momentos antes. Eu não havia imaginado que um nascimento poderia demorar tanto. No final das contas, eu era homem e nada entendia daquelas situações. O que me restava a fazer era estar ao lado de minha doce Kushina o tempo inteiro, segurando fortemente sua mão.

         Ela parecia desgastada pelas dores internas, fraca, pálida demais. Tentei repetir frequentemente as palavras do médico para convencer-me de que tudo estava bem, mas ao olhar para o semblante frágil de Kushina eu realmente descontrolava-me. Aproximei-me da cama branca, agachando-me ao lado da mesma. Minha doce esposa olhou-me, fracamente sorridente. Pousei a mão sobre a barriga dela, acariciando-a suavemente.

 

- Não fique tão preocupado assim. - pediu ela, sorrindo com sua delicadeza impecável.

 

- Você mesmo disse que eu era um pai bobo. - lembrei, observando minha mão sobre o ventre coberto de Kushina.

 

- Minato. - ela sibilou o meu nome e então pousou sua mão suada sobre a minha, no alto de sua grande barriga - Eu estou bem. - afirmou sorridente, percebendo o quão eu estava nervoso.

 

- Logo voltaremos para casa com nosso Naruto, não é? - sondei tolamente lacrimejante, apertando sua mão ao redor de meus dedos. Os olhos rubros dela também comoveram-se, mas ao contrário de chorar, ela apenas assentiu sorridente.

 

- Sim, querido. Com nosso Naruto. - repetiu confiante, e naquele momento eu soube que ela estava realmente bem.

 

         Envolvi sua pequena mão com as minhas e a ergui na altura de minha testa, permanecendo ali cabisbaixo. De olhos fechados, pedi aos céus com toda a minha devoção para que eu pudesse proteger minha mulher e meu filho, para que eu pudesse os fazer feliz como uma família. Pedi para que eu pudesse estar sempre ao lado deles, para que eu pudesse ver sorrisos em seus rostos. Pedi tantas coisas naquele momento, tantas que mal posso me lembrar de todas. Mas a mais importante, foi para que Naruto se tornasse um homem que pudesse um dia me superar. Foi o que eu realmente quis, ter orgulho de meu precioso filho.

 

 

 

 

“Não imaginei que eu não poderia vê-lo crescer, mas onde quer que eu estivesse, eu acreditaria em meu filho.”


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