All Too Well escrita por Clá


Capítulo 3
Capítulo 3: Rachaduras


Notas iniciais do capítulo

Não me odeiem eu sei que demorei um tempão! Mas está tudo muito corrido e eu estava em um bloqueio criativo, espero que gostem desse capitulo tive um enorme prazer em escreve-lo!



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– Pessoal, se vocês me dão licença, vou procurar a Adriana para saber das crianças e vou me deitar – Niko disse um tanto choroso

– Eu posso ir com você... – sugeri

– Não, Félix, aproveita sua família e mais tarde você vai me encontrar lá cima – e dizendo isso, ele virou as costas e subiu enquanto soltei um suspiro pesado.

Eu sabia que deveria ir atrás dele, mas as palavras de Edith ainda pairavam na minha mente, ela me conhecia melhor do que eu pensara, ela sabia da minha insegurança e me atingiu exatamente nesse ponto e agora era Niko que estava sofrendo. Não queria que ele sofresse porque ele foi a pessoa que me resgatou do meu sofrer. Aquela quantidade de pensamentos me fez sentar e esconder minha cara com minhas mãos, estava tão confuso que mesmo querendo chorar nenhuma lágrima se atrevia a descer.

– Félix...- Vovó segurou minha mão e me fez olhar para ela- vai atrás dele.

– Mas, Vovó Trix, o que vou falar depois de todo esse drama da Edith? Ele deve estar cheio de dúvidas e eu não o culpo. – Respondia sincero

– Todo o relacionamento é inundando de dúvidas, Félix, nos cabe o papel de cessá-las uma por uma porque senão, o relacionamento acaba. Você quer que seu relacionamento com Niko termine?

–Não, claro que não! Só de pensar em terminar com ele, meu coração aperta.

– Então o que ainda faz aqui, meu neto? – aquilo foi o suficiente para me fazer levantar e ir atrás do Niko, assim que cheguei na porta do meu antigo quarto, consegui ouvir o som de choro, baixo mas presente, por entre a porta. Naquele momento eu acreditei que não teria forças para encará-lo, ainda nem sabia o que dizer e eu sempre fui uma pessoa de tantas palavras. Respirei fundo e abri a porta. Niko estava deitado com a cara enfiada no travesseiro e claramente ofegante, típica posição de pessoas que choraram muito e agora estão se acalmando, sentei perto dele e comecei a acariciar sua cabeça.

– Achei que fosse ficar aproveitando sua família – Niko disse quebrando o silêncio.

– Carneirinho, por que aproveitaria a minha família se posso aproveitar você? – disse com um risinho

– Não estou no clima para sexo, Félix – Ele me respondeu seco

– Apesar de adorar aproveitar o seu corpo, estava pensando mais em aproveitar sua companhia, mas você precisa olha para mim, pode fazer isso? – perguntei e ele tirou o rosto do travesseiro e me olhou, seu rosto estava vermelho e seus lindos olhos verdes estavam inchados e irritados, ver aquela cena fez com que todas as lágrimas que antes não saiam, jorrassem para fora.

– Carneirinho – sussurrei enquanto o puxava para um abraço e nós ficamos assim, chorando juntos por não sei quanto tempo até que ele se afastou

– Eu fui uma bicha burra não fui? – Essa pergunta dele me fez soltar uma gargalhada.

– Bofe bom é bofe burro, sempre te falei – Brinquei – mas não, Carneirinho, você não foi burro, eu entendo que esteja com dúvidas e inseguro…se estivesse comigo também estaria.

– Félix, não! Droga! Eu reagi errado! Eu estava com ciúmes da Edith e depois dela falar do Anjinho é como se eu tivesse revivido tudo que passei com o Eron só que dessa vez com você! Mas foi muito pior, Félix, doeu muito mais.

– Niko, nós já conversamos sobre o Anjinho...

– E já conversamos sobre o Eron e você sente ciúmes mesmo assim, não é? – agora ele tinha me pegado – as vezes eu acho que não te dou o que você quer, você não planejava ter uma família, e mesmo que você faça isso muito bem, fico com medo de acordar um dia e não te encontrar porque percebeu que essa nossa realidade não te satisfaz. – se abrir fez com que ele começasse a chorar de novo, eu larguei suas mãos e segurei seu rosto o obrigando a olhar nos meus olhos.

– Carneirinho, eu nunca quis uma família porque minha família é trágica, brigamos tanto que mal aproveitamos os momentos felizes, mas a nossa família? Nossa família é maravilhosa, nós estamos sempre rindo, sempre nos divertindo e isso me satisfaz. Me satisfaz acordar e te ver ao meu lado, me satisfaz ouvir você dizendo que me ama, me satisfaz ajudar o Jayminho com a escola, me satisfaz levar o Fabricio para brincar e o ouvir me chamar de pai... vocês me fazem feliz de um jeito que nada na minha vida conseguiu fazer antes. O meu único medo é não conseguir me manter “bom” e voltar a fazer todas as maldades que fazia antes porque isso prejudicaria vocês e eu jamais me perdoaria.

– Félix, eu acredito em você e sei que você não vai voltar a ser aquele homem de antes porque eu estou aqui com você e não vou deixar que isso aconteça, você é bom, meu amor. – Aquilo foi o suficiente para que eu selasse nossos lábios, nos beijamos com avidez tentando fazer daquele beijo a borracha de todo o sofrimento que sentimos um pouco antes, os meus medos ainda estavam lá afligindo o meu coração assim como os do Niko, mas naquele momento não queríamos pensar sobre isso só queríamos saborear aquele nosso amor. E foi quando começávamos a explorar nossos corpos mais a fundo que me levantei.

– Félix... – Niko me olhou surpreso

– Segura esse fogo, Carneirinho – disse, fui até a minha mala e abri o compartimento secreto, peguei a caixinha de veludo e respirei fundo, aquele era o momento ideal. Sem me virar pedi para que Niko se levantasse, e assim que ele o fez fui até ele e me ajoelhei.

– Nicolas, amor da minha vida, carneirinho do meu pasto, meu melhor amigo, te encontrar foi um presente, não, mais que isso, foi uma oportunidade que me deram para reconstruir a minha vida. Seus olhos são caminhos que me perco todos os dias quando acordo, seu cachinhos de ouro são caracóis que meus dedos brincam todas as vezes que te possuo, seu corpo é o refúgio da minha alma e do meu desejo, seu abraço é o porto que me abriga quando estou sofrendo e seu amor é a ancora que me mantem firme no objetivo de ser alguém melhor. Eu te amo tanto que nem sei explicar, mas também não quero porque sentimento não tem explicação ele só é. Você me ensinou isso, lembra? Eu te quero comigo para sempre, quero me reapaixonar por você todos os dias e ser eternamente o cara que preenche seus dias com afeto. É por isso que te faço uma pergunta: Carneirinho, você quer casar comigo?


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Notas finais do capítulo

Me ajudem a melhorar a fic cada vez mais, me deem opinião, sugestões e até elogios haha Até a próxima