All Too Well escrita por Clá


Capítulo 1
Capítulo 1: Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Ai gente, não resisti e tive que fazer uma long- fic do casal mais lindo de todos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470890/chapter/1

– Carneirinho! Vamos logo, criatura! As crianças devem estar torrando dentro do carro! – gritei da porta de casa

– Tô indo, calma! – Niko grita enquanto se encaminha para a porta onde estou batendo o pé impacientemente – Estava pegando mais alguns casacos para o Fabricio, não sei como está o clima em São Paulo...

– Carneirinho, não começa a ser Bicha Burra de novo! Não tá sentindo esse calor insuportável? E você ainda pega casaco? Se na praia está quente, na cidade deve estar a filial do inferno! Por mim a gente nem levava roupa...

– Nem levava roupa, é? – Niko diz malicioso e se aproximando – Eu até acho boa essa ideia

– SAFADO! Eu sei que sou irresistível – Digo enquanto me aproximo daqueles lindos olhos verdes – o que você tem em mente?

– Só te conto quando se desculpar por me chamar de Bicha Burra – Niko sussurra e depois se afasta com uma gargalhada, espero a vontade abaixar um pouco e vou até o carro, assim que chego partimos.

Depois de algumas horas de viagem, decidimos parar, Jaiminho estava faminto e Papi precisava esticar as pernas. Assim que encontramos um pequeno restaurante estacionamos, ajudei Papi a sair do carro enquanto Niko arrumava a cadeira de rodas, as crianças já tinham saído correndo com a Adriana atrás.

Um ano se passara desde que estive em São Paulo, a única visita constante era de Jonathan. Morria de saudades de Mami Poderosa, da Márcia... até mesmo da Paloma. Sabendo disso, Niko instantaneamente confirmou presença na festa de aniversário do Bernardo e aqui estamos, indo ver a minha irmã.

– Felix – Niko disse carinhosamente em meu ouvido – Você não está com uma cara boa. Parece que engoliu uma bola de pelo.

– É medo, Carneirinho –respondi enquanto apertava sua mão embaixo da mesa

– Medo? Medo do quê?

– Medo da reação das pessoas. Ninguém vê bondade em mim naquela cidade. Sempre serei o cara que superfaturou as contas do hospital e jogou um bebê na caçamba...

– Meu bem, pode parar! Você não é só isso há muito tempo! Olha você agora! Está sentado com sua família, cuidando do seu pai, administrando dois restaurantes... seria ridículo não ver sua mudança.

Era por isso que gostava tanto da companhia do Carneirinho, ele tinha essa fé em mim sabe? E isso me dava forças para continuar sendo melhor, acho que se ele fosse embora, eu voltaria a ser o velho Felix.

– Será? Por que imagina a cena, eu indo conhecer meu sobrinho sendo que a última sobrinha que peguei no colo eu joguei no lixo... Eu não salguei a Santa Ceia, eu apimentei também porque só pode.

– Você é incapaz de jogar novamente um criança na caçamba, Felix – Niko me diz com ternura

– Ai, criatura a gente nunca sabe. Mas vamos logo, quanto antes esse pesadelo acabar melhor.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

– Felix! Meu filho quanto tempo!

– Mami Poderosa! Estou vendo que essa distância não te fez muito bem! Olha esse sapatos! H-O-R-R-I-V-E-I-S! – Não resisti, tinha que falar dos sapatos, era tipo tara pessoal.

– Pilar, eu achei seus sapatos lindos! A senhora está uma dama como sempre – Niko disse simpático

– Você diz isso porque é brega! – Alfinetei

– BREGA? REPETE ISSO, FELIX – Niko me encarou exaltado.

– Repito mesmo, BREGA E BURRO. – não pude fazer nada a não ser rir da cara de indignação do Carneirinho, tadinho, eu sou Bicha má mesmo. Me aproximei dele e lhe dei um abraço, então sussurrei – Mas é por isso que eu te amo.

– Bobo! – Ele disse sem graça – Se me chamar de Burro de novo, vai se ver comigo.

– Ui, gelei agora – disse rindo enquanto pegava Fabricio e entrava na mansão dos Khoury. Por muito tempo tive coragem de chamar aquilo de casa, mas depois desse último ano percebi que um lugar sem meus filhos e sem o Niko jamais seria um lar.

– Jonathan, meu filho, seu pai chegou! – Gritei

– Pai! – Meu filho vem correndo – que saudade! Meu avô também veio?

– Veio, o Maciel o levou para o quarto!

– É tão bom te ver aqui, pai, essa casa é tão sem graça sem você!

– Eu sei que ilumino ambientes – brinquei – tenho que ir lá em cima arrumar as coisas, nos vemos no almoço tá?

Assim que cheguei ao meu quarto, as lembranças invadiram a minha mente e tive vontade de chorar. Lembrei de todas as vezes que tive que fingir atração pela Edith, todos os xingamentos que ouvi do meu pai, lembrei da repulsa de todos quando a história da Paulinha veio à tona... não tinha nada ali que me lembrasse de coisas felizes. Coloquei o Fabricio deitado na cama, ele ficou tão cansado da viagem que acabou dormindo, dei um beijinho em sua bochecha e fui desarrumar as malas.

Depois de guardar tudo, abri o compartimento especial da bagagem e senti meu coração acelerando, peguei a pequena caixinha de veludo e pensei novamente se essa seria a atitude certa.

– Felix, o almoço está pronto! – Niko gritou lá de baixo

– Já vou!

Casamento. Isso era um passo grande. Talvez grande demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, podem sugerir, criticar! A fic é para vocês :D