The Shinigami's Love escrita por Ruki


Capítulo 4
Capítulo 4 - Marcas.




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Nos dirigimos até a casa e preferimos ir andando, voar ou teleportar seria chato demais.

Quando chegamos eu abaixo minha capa, e a deixo cair ao chão.Meu cabelo que agora é curto me traz nostalgia do passado, quando meu cabelo era realmente grande.Provavelmente devo ter mudado muito aos olhos de pessoas que notam em tudo, pensando em coisas do tipo eu suspiro levemente.

– Você realmente ficava mais fofa de cabelo grande. - Ocelot passa a mão sobre minha cabeça com um olhar de desapontado.

Nesse momento eu me lembro novamente daquele sorriso, aquele qual nunca sai da minha cabeça e eu sempre me lembro dele de tempos em tempos, a quem pertence esse sorriso?

Numa memoria, uma voz grossa sussurrava suavemente em meu ouvido, dizendo:

"Você ficaria linda com o cabelo curto, por quê não corta?"

A pequena frase trouxe à tona uma terrível e agonizante dor de cabeça.A morte..Sentindo dor?Malditas características de humanos.Com a dor incessante, eu apoio-me na parede próxima.

O que eu senti agora...Foram fragmentos de uma memoria dolorosa?

– O que houve? - Ocelot parecia preocupado.

– Uhm...Apenas uma pequena dor de cabeça... - Eu disse forçando um sorriso.

– Uma dor de cabeça?Que te fez forçar esse sorriso assustador?Se fosse uma pequena dorzinha abalaria a morte!? - Ele reforçou a palavra "pequena" e "a morte" com um tom bravo.

– Pensei que quisesse me matar...

– E quero!Só não desejo que te levem antes de mim, sabe como é.Quero ser conhecido como o homem que matou a morte.

– Foi só...Dor de cabeça. - Ele fez uma cara engraçada de surpreso, então eu ri.

– Por que tá rindo???Se doeu tanto, não deveria rir! - Ele soca minha cabeça, então solto um gemido de dor.

– Tá doendo...Idiota... - Viro-me para ele, e chuto seu joelho.

– Haahahahahahaha - Ele caiu na gargalhada.

– Eu vou...Tomar banho.

– Ok, então eu vou me divertir como um humano. - Com um olhar de dúvida eu o encaro. - Dormindo, é claro.

– Ah, vá.Aproveite suas férias.

– Falou estrela sombria. - Ele passa sua mão sobre minha cabeça e vai em direção ao quarto no final do corredor.

Adoro esse apelido, me pergunto de onde ele tirou isso.

No corredor de madeira, eu estou lá parada sozinha observando a escuridão da noite enquanto me dirijo ao banheiro.

Observo os moveis empoeirados, tudo de certo modo é muito nostálgico e solitário...Enquanto penso silenciosamente sobre os fatos da casa, eu chego ao banheiro.

Deslizo meus dedos sobre a banheira suja até chegar a torneira que estava enferrujada, abrindo-a lentamente...Até a água lamacenta começar a fluir e descer pelo ralo...

– Aquele sorriso... - Passo a mão sobre meu cabelo, e vou abrir a janela que era feita de madeira rustica.

Vejo a lua minguante através da janela e aceno levemente minha mão para ela.

– Tudo bem hoje?Espero que sim...Estou torcendo para que consiga iluminar mais uma noite sombria.

Encosto a porta e vejo que começou a fluir água limpa, então tampo o ralo e deixo a banheira enchendo enquanto desabotoo minhas vestes.

– Quem dera...A morte tomando banho...Haha...Ha...Ah... - Minha risada ia lentamente se tornando um suspiro.

Paro na frente do espelho e vejo meu vestido cair ao chão de uma só vez, nisso, todas as cicatrizes ficam visíveis, apenas de olhar uma pessoa normal sentiria minha dor na pele...Tudo marcado em meu corpo eram palavras marcadas profundamente em meu corpo, lamentos de humanos.

"Não quero morrer."

"Não me deixe morrer."

"Tenho medo de morrer."

"Por favor, não me deixe morrer sozinho."

"Morrer,morrer,morrer,morrer,morrer,morrer."

É a única coisa que os assusta tanto quanto o mito de um monstro em baixo da cama.

As dores deles...Eles sequer fazem ideia do quanto me machuca.

Ao entrar na banheira, eu fecho a torneira e entro na água.

Os lamentos deles são recentes, por isso não cicatrizaram.Como meu corpo é baseado em estruturas humanas, não apenas sinto dor como também sangro ao me cortar...

Lentamente fecho meus olhos...E sinto meus machucados se cicatrizarem ao minimo contato que tem com a água.

Sem que eu note, caio num sono profundo e começo a ver coisas...Talvez seja aquilo que se chamem de sonhar?

Dreamin' On.

– Kagome...Kagome.... - Tem crianças cantando, dando as mãos, circulando, como uma ciranda.

Tem uma garotinha no meio dessas crianças...

– O pássaro em uma gaiola...Quando você vai se libertar? - As crianças cantavam, provavelmente estão brincando. - O grou e a tartarua escorregaram e caem.Quem está atrás de você agora? - Eles param de circular e vejo que há uma criança no centro deles.

– Miles...? - Era uma garotinha no centro, completamente encolhida.

– Não, hahahaha - As crianças que a rodeavam começaram a chutá-la.

Já ouvi falar dessa brincadeira...É como uma ciranda macabra.

– Ei!! - Um garoto aparece repentinamente atrás do grupo de crianças. - Parem com isso, idiotas!

Essa cena....Parece que já a vi em algum lugar...

– Outro pássaro!Coloquem ele na gaiola!!

– Nnnnão...Nnnnão vão atrás dele por favor... - A garotinha que estava centralizada tentava impedi-los de ir, segurando a perna de um garoto.

– Uuh, a feia tá me tocando.Que nojo! - Ele o chuta.

– Cansei de vocês! - O garoto grita.

Tenho um mal pressentimento.....

Continua...


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Notas finais do capítulo

Kagome, Kagome, inspirada na lenda japonesa.
Dreamin' On ainda é narrado pela morte e irá continuar no próximo capítulo.



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