O assassinato do Leão escrita por Andhromeda


Capítulo 4
O enterro do Rei I: Boas intenções


Notas iniciais do capítulo

O Nyah voltouuuuu.... – e consequentemente, eu também!
Desculpe a demora nas postagens, vou me tornar mais responsável – e constante.
Espero que gostem.



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Sansa olhou em volta e não se surpreendeu em nada com a magnitude do evento, afinal, se tem uma coisa que os Lannister adoravam era um bom espetáculo – independente da “tristeza” da situação.

A capela escolhida era pequena, mas ficava no centro e era uma das mais antigas e renomadas da cidade. Estava lotada de políticos, celebridades e os empresários mais influentes do país, do lado de fora, jornalistas e curiosos – que eram mortas demais para se juntar a festa particular dos Deuses – se acotovelavam por uma boa espiada do que estava sendo chamado pela mídia de “ O enterro do Rei”

Arya se mexeu desconfortavelmente ao seu lado, o que rendeu uma severa repreenda da sua irmã mais velha.

– Por que veio vestida assim?

– Assim como? – Arya deu uma olhada em seu vestido preto simples de mangas curtas, que sua mãe praticamente prometeu deserdá-la se não vestisse.

– Com esses sapatos – Sansa olhou reprovadoramente para o sapato All Star amarelo canário que a caçula usava, um sapato que já seria chamativo em ocasiões normas, e que num enterro se tornava uma coisa quase obscena.

– Gosto deles – respondeu dando de ombros – reflete meu estado de espírito.

– É desrespeitoso, um enterro não é pra ser uma ocasião feliz.

– O enterro do Rei é – disse Arya com um quase sorriso, pois uma coisa era colocar o sapato mais feliz que tinha, outra bem diferente era demonstrar abertamente toda essa felicidade – 90% das pessoas aqui estão tão felizes quanto eu, se não mais, só que são hipócritas demais pra demonstrar.

– Nem todos – disse Sansa encarando a Senhora Lannister, que estava sendo desnecessariamente amparada pelo irmão Jaime, pois como boa burguesa que era, nenhuma lagrima veio dali, mesmo sendo o enterro do seu filho.

– Se você diz – disse a morena dando de ombros – os Deuses sabem que eu só vim aqui pra ter certeza de que ele esta mesmo morto.

A ruiva apenas suspirou, já que na verdade também havia vindo pelo mesmo motivo.

– Arya, quieta – repreendeu à senhora Stark – Sansa, não gostaria de ir se despedir do Jhoffrey?

Não, ela não gostaria, mas achou que seria a coisa errada a se dizer para sua mãe.

– Eu posso ir com você – Catelyn se ofereceu.

– Não – a ruiva respondeu, rápido demais, percebeu quando foi fuzilada pelo olhar confuso da sua mãe – quero dizer, Arya se ofereceu para me acompanhar, ela também ira se despedir.

Catelyn as encarou, o brilho em seu olhar dizendo que não tinha acreditado em uma só palavra, conhecia suas filhas bem demais para isso, mas Sansa sabia que não seria questionada, pois desde o inicio da semana quando recebeu a noticia, sua mãe a estava tratando como uma criança frágil e perdida.

As duas irmãs se encaminharam ao altar da igreja sem esperar por uma resposta de sua mãe.

No centro do altar, cercado de flores – suntuosas demais para a ocasião – e luzes estrategicamente postas, estava o caixão polido e escuro, com alças de ouro – nada menos para os Lannister. Dentro dele, Jhoffrey usava um terno caro, cinza, feito sob medida, sua pele pálida acentuava ainda mais seu rosto de menino.

Na paz da sua morte parecia ate um ser humano comum, Sansa pensou quando se aproximou.

– Ele parece morto mesmo pra mim – disse Arya, arrancando um quase sorriso da sua irmã.

– Pra mim também – comentou Sansa, deixando transparecer por alguns segundos seus verdadeiros sentimentos.

Por dentro seu coração batia a cada segundo mais aliviado.

Ele estava morto e nada nesse mundo poderia trazê-lo de volta.

*

Sandor entrou na capela acompanhado de Brienne.

Usava uma calça de lavagem escura e camisa preta, o que chamava muita atenção em um lugar minúsculo – em sua opinião – e cheio de gente com ternos italianos feitos sob medida e vestidos que provavelmente custavam mais que o seu carro. Mas se sua roupa – ou a cicatriz de queimadura no rosto – não fosse o bastante, sempre haveria seus 1, 98cm e suas armas presas ao coldre, totalmente amostra.

– De uma volta por ai e deixe as pessoas inquietas com a sua cara de policial – Sandor ordenou a Brienne.

– Por quê? – questionou ela, não entendendo a lógica da sua ordem.

– Gosto de vê as pessoas inquietas – e um assassino inquieto é muito mais fácil de identificar, porque certo como o inferno, esse filho da puta não perderia esse espetáculo por nada, pensou.

Meio a contra gosto a loira saiu andando pela capela, porem depois do terceiro passo olhou para traz, o encarando. Sandor viu o exato momento em que o brilho de compreensão apareceu em seus olhos azuis.

Brienne havia entendido o motivo da sua ordem, entre tanto, nenhuma palavra foi trocada, apenas um sorriso de admiração por parte dela.

**

Sandor olhava em volta, enjoado com toda aquela ostentação, se perguntando quanto dinheiro seria preciso ter para ser convidado a um evento tão... importante.

Um homem careca e gordo se aproximou dele, trazia no rosto uma expressão serena, poderia passar facilmente por um dos abades, se não fosse por seu terno Armani risca de giz.

– Tenente Clegane – cumprimentou o homem.

– Nos conhecemos? – perguntou Sandor bruscamente.

– Oh, não – negou com um sorriso – mas o reconheci assim que entrou por aquelas portas – apontou com um gesto de cabeça, as portas entulhas de gente – devo admitir que um homem armado em um enterro chama bastante atenção.

Sandor não sorriu, apenas continuou o encarando.

– Devo me apresentar, a desconfiança nunca é uma boa base para uma nova amizade – as palavras foram ditas com descontração, mas nenhuma mão foi oferecida em comprimento – me chamo Varys e gostaria muito de ter uma ou duas palavras com o senhor – olhou em volta sugestivamente – em um lugar com menos ouvidos.

Sandor semicerrou os olhos, porem não disse nada, apenas seguiu o homem ate uma sala adjacente à capela.

– Fiquei feliz quando soube que você seria o responsável por essa investigação.

– Por quê? – questionou, não gostava da forma sorrateira que o homem o olhava.

Era policial há muito tempo e havia desenvolvido um forte senso de julgamento de caráter, pois conhecia o pior das pessoas e reconheceria suas formas e camadas a milhares de quilômetros de distancia. A ele, Varys parecia uma aranha, que tecia sua teia em volta da sua presa com tal maestria, que a mosca só perceberia que havia sido pega quando fosse tarde demais.

– Você é um bom policial, um tanto rústico, mas honesto – sorriu como se tivesse lembrado de uma piada particular – uma coisa rara nos dias de hoje.

– Aonde quer chegar com isso? – Sandor odiava a voz afável e calma do homem, cada palavra pronunciada arranhava um pouco mais o seu temperamento – facilmente irritadiço, segundo dizem.

– Só quero que tenha uma perspectiva clara da situação – juntou a ponta dos dedos das mãos, em uma postura de meditação, antes de continuar – as circunstâncias da morte do Jhoffrey podem ter sido um tanto violentas, mas acredito que não foi um crime movido exclusivamente pela raiva.

Violentas, pensou o Tenente, achando graça da forma que o homem usara a palavra, como se a morte do falecido tivesse acontecido em um campo de batalha cercado por corpos mutilados, e não na sala da diretoria de um dos prédios comerciais mais sofisticados da cidade.

– E porque mais seria? – perguntou, querendo saber ate aonde o homem chegava, pelo visto sua investigação seria uma coisa bem interessante.

Que sorte a minha, pensou com amargura.

– Jhoffrey era um bom menino, um tanto inquietante e temperamental quando contrariado, mas mesmo assim um bom menino – suspirou pesaroso – muitas responsabilidades pra alguém tão jovem.

– Pobre garoto rico – comentou o Tenente com sarcasmo.

– Acredito que mais que a metade das pessoas lá fora, talvez todas, tenham tanta empatia por Jhoffrey quanto você – disse com um sorriso cansado – quero que entenda Tenente, o Edifício Bathareon, não é apenas um negocio de família, mas um império milionário.

– O que isso tem a vê com minha investigação – rosnou Sandor, odiava pessoas enigmáticas, odiava ainda mais ser obrigado a pensar e interpretar de varias formas diferentes cada coisa que uma pessoa dizia, só por que o desgraçado não conseguia dizer diretamente à porra que queria – vá direto ao ponto.

– A empresa estava passando por uma auditoria, não uma superficial e rotineira, mas uma complexa e detalhista, Jhoffrey procurava algo – encarou Clegane nos olhos – me pergunto se encontrou antes que o matassem.

– Esta me dizendo que o mataram para encobrir alguma falcatrua na empresa?

– Não estou dizendo nada, apenas relatando os fatos – todo humor e descontração anterior deixaram sua voz – todos usam mascaras, Tenente.

– Inclusive você.

– Nem tanto, sou apenas um intervencionista.

– Onde esteve na segunda-feira, entre 21 às 23 horas? – perguntou Clegane, incisivo.

– Sou um suspeito, Tenente?

– Ate que me prove o contrario, todos naquela maldita sala são.

– Tão honesto – disse mais para si mesmo do que para ele.

– Onde? - repetiu Sandor, indiferente aos devaneios de Varys.

– Na minha casa, provavelmente dormindo, mas você pode confirmar com a minha empregada.

– Vou fazer isso – e aproveitar para trocar umas palavrinhas com seu porteiro, pensou Sandor ainda analisando o homem – não saia da cidade.

– Não sairei, algo me diz que nos veremos muito em breve, Tenente – e deu um sorriso que fez os pelos do pescoço de Sandor se arrepiarem.


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Notas finais do capítulo

E ai, como me sai com o dialogo do ARANHA? Consegui acertar? Sei que não ficou nem de perto tão celebre quanto ficaria se fosse escrito pelo George, mas acho que acertei na essência – e se não acertei, não me diga, pois demorou muito tempo p escrever e eu me recuso fervorosamente a admitir que foi um tempo jogado fora!
Uma curiosidade que tenho que compartilhar: O ator Rory McCann, que interpreta o meu querido Sandor, realmente tem 1,98cm – serio, eu pesquisei – o cara é enorme de grande!
No próximo cap. Teremos um vislumbre do Renly e a maravilhosa inteiração familiar em uma ocasião tão triste! (momento: destilando veneno)
Informação bônus – ou só pra deixar vocês curiosos msm: no próximo cap, também teremos o encontro na Sansa/Sandor – com participação super especial da Arya!
E ai, quem é o seu assassino? Ate à próxima...



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