Dura realidade escrita por Carol Bandeira


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Então agora está tudo no seu devido lugar... finalmente! Obrigada por avisarem da confusão que fiz! Foi mal :/



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–Você me acha estúpido, pai?

Grissom se assustou com a pergunta do filho. Guardou o jornal de domingo que lia enquanto tomava seu café para poder dar atenção ao seu filho , agora com 10 anos.

–Mas é claro que não! Você é o garoto de 10 anos mais esperto que eu conheço! Por que essa pergunta agora, campeão?

–Porque as vezes eu acho que o Bryan pensa isso... que todo adulto pensa que nós crianças somos burras...

Em sua mente Gil já estava imaginando mil maneiras de fazer aquele boçal do Bryan pagar por fazer seu filho se sentir diminuído. O que Sara estaria pensando ao deixar isso acontecer? Mas antes de qualquer coisa ele tinha que se manter calmo. Afinal, sabia como funcionava a mente de uma criança, e a de seu filho mais ainda. Tinha que descobrir direitinho o que Gabriel estava falando.

– E o que te fez ter essa impressão?

Gabriel sabia o que seu pai queria, que ele lhe desse evidências do que estava falando. Sua mãe era a mesma coisa. Aparentemente você pode tirar um CSI do laboratório, mas não o laboratório do CSI...

– É o que ele diz... ou não diz... – ao olhar de seu pai Gabriel elaborou- eu estava ouvindo música bem baixinho na sala, e a mãe tava na cozinha fazendo almoço. Aí o Bryan chegou e me viu, e acho que ele não gosta que eu esteja sempre em casa, porque ele reclamou com a mãe que eu não tenho muitos amigos e passo o dia como um eremita... aí eu perguntei o que era eremita e minha mãe disse que era uma pessoa calma. Mas eu procurei no google, e o que eu li... eu não gostei do que ele me chamou... – quando Gabirel começou, ele não pode mais parar.

Grissom já não gostava muito do cara, que sempre que o via ficava todo territorial com Sara, beijando-a e segurando-a. Era óbvio que ele queria dizer que a mulher era dele, e Gil podia ver que isso incomodava a Sara. Ela também não gostava muito de demonstrações públicas de afeto. Mas por incrível que pareça ela não reclamava com Bryan. A única coisa que salvava aquele homem da ira de Grissom era o fato de que ele parecia fazer bem a Sara e a seu filho. Mas pelo visto isso não era o caso. Gil teria que tomar providências.

–Filho, nunca deixe ninguém te dizer que você é estúpido. Estúpidos são aqueles que tentam se engrandecer diminuindo os outros, ok?

Gabriel sorriu e abraçou o pai. Falar com ele sempre o fazia se sentir melhor.

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01/07/2016

–Não sei se é uma boa ideia, Grissom.

–É pelo Gabriel, Sara, e é uma conversa delicada, não gostaria de tê-la em qualquer lugar.

Os dois estavam esperando por Gabriel, depois de uma apresentação pelo dia da independência. Sara nunca se negava a discutir questões de Gabriel com Grissom, mas ele queria que eles o fizessem na casa dele. Sara sempre evitava entrar nos domínios de Grissom sempre que podia, seja em seu escritório na faculdade, seja na casa dele. Ela teria sugerido que fossem até sua casa, mas desde que Bryan passara a morar lá Gil preferia não frequentá-la. Sabia que Bryan não gostava que ele passasse muito tempo lá dentro. Por outro lado, ele também não gostaria que ela fosse se encontrar sozinha com Grissom- ela também não gostaria se as situações estivessem invertidas.

–Griss... sério, você quer que eu me meta em confusão com o Bryan?

–Você tem medo dele?

–Mas é claro que não! Você me conhece, se fosse essa a situação eu não estaria com ele ainda- Sara percebeu que Gil ficou mais relaxado com isso.

–O que os olhos não veem o coração não sente- ele respondeu simplesmente, como se tivesse só feito um comentário qualquer.

–grissom! Não acredito nisso!

–Qual é, Sara. Por favor, eu não pediria se não fosse importante. Eu já quebrei alguma promessa para você desde que Gabe nasceu?

–Ok...

Gabriel chegou e ficou muito feliz ao descobrir que os pais iriam para casa juntos.

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–Você sabia disso?

–Não totalmente... quero dizer, sabia que Bryan acha que o Gabe é uma criança muito introspectiva... mas não que Biel soubesse e ficasse mal com isso.

Sara estava sentada na cadeira do escritório de Grissom, de braços cruzados, enquanto Gil estava recostado na escrivaninha, tão próximo a ela que os joelhos se tocavam.

–Deus, Gil! Como não pude ver que o Gabe estava chateado!- Sara se levantou da cadeira com força e acabou se desequilibrando e se apoiando em Gil. Seus torsos se tocando como há muito tempo não faziam. Sentiram aquela tensão de sempre se apossar de seus corpos. Os olhos se encontraram, mas Gil não se arriscou. Ele a afastou e respondeu a pergunta dela.

–Também não sei...- a fala de Gil mostrava o desapontamento que ele sentia.

–O que? Vai me dizer que por causa disso eu sou uma péssima mãe e que quer tirar o Biel de mim? Nunca, Gil! Eu me separo de Bryan antes mesmo de você tentar!

Gil sorriu

–Abriria mão dele assim tão fácil? Não o ama?- Gil estava esperançoso.

–Ah, Gil... eu aprendi a amar o Bryan... pois ele me deu o que uma mulher sempre procura... o amor dele... e não o tomou de volta. Mas se for para o bem de nosso filho... eu posso viver sem esse tipo de amor.

–Não, Sara... nunca diga isso! Eu sei o que é viver sem alguém do seu lado... não queria isso para você. Não era isso que eu queria. So queria te alertar...

– O que eu faço então?

–Você o ama? Então faça ele entender que o Gabe tem um jeito diferente, que ele puxou a mim, mas que é completamente normal. Diga a ele que o trate melhor, que o que ele fez não é educar. Peça para ele ser mais compreensivo. Se ele não for... bem...

Sara teve que rir

–Gil, desde quando você é melhor nessas coisas do que eu?

Gil sorriu para Sara, pegou uma das mãos dela e a beijou.

–Desde quando se trata da parte mais importante da minha vida...

Mais uma vez os olhos deles se encontraram e ,hipnotizados pelo momento, as bocas foram se aproximando, os corações acelerando e os lábios se encontraram. Gil não perdeu tempo em envolver Sara em seu abraço, uma das mãos no pescoço dela e a outra na cintura, deixando Sara com as mãos presas entre seus torsos. De início casto, o beijo se aprofundou quando Gil mordeu o lábio inferior de Sara e passou a língua em uma carícia em seguida, o que levou Sara se separar alguns milímetros dele.

–Gil...

O homem simplesmente trouxe Sara de volta para seus lábios, aproveitando para invadir a boca dela com sua língua e matar a saudade que ele tinha de explorar todos os cantos possíveis.

Tão concentrado o casal estava que nenhum deles ouviu Gabriel se aproximar do escritório e presenciar aquela cena. Na cabeça do jovem isso significava que finalmente ele teria os seus pais juntos, como sua avó Betty vivia dizendo que deveria ser. E Gabriel saiu de fininho, feliz da vida.

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–Da onde você tirou essa ideia, Gabriel?

–Eu vi!

–O que você viu?

–Você e o papai... se beijando... isso significa que vocês se amam, não é?

Sara olhou para os lados, nervosa como que Gabriel disse, e depois o puxou para o quintal da casa.

–Filho- Sara se ajoelhou na frente de Gabe, ficando assim olho no olho com o filho- isso que você viu, você me promete que não vai contar a ninguém?

–Só se você me prometer que vai ficar com o meu pai!

–Ei, não grite comigo- Sara falou e colocou a mão no rosto de Gabriel- filho as coisas não funcionam assim... não é só porque eu beijei o seu pai que nós vamos ficar juntos. Temos o Bryan para considerar, você não gosta dele?

–Eu gostava... mas quando ele veio morar aqui eu não gostei mais.

Sara suspirou... Grissom tinha razão, seu filho estava magoado.

–Ok, ok...por que você não me disse nada antes?

Gabriel olhou para o chão e Sara pode ver lágrimas escorrendo pelas bochechas de seu filho.

–Ah, meu amor.... vem aqui com a mamãe.

Sara abraçou seu filho com força, sem saber ao certo o motivo do choro: se era por conta de Bryan ou por conta do que ela disse.

Neste momento a porta do quintal abre e Bryan aparece, fazendo uma cara de interrogação quando viu a cena a sua frente. Quando seus olhos se encontraram com os de Sara, ele entendeu bem o que ela queria dizer mais não podia:

“Precisamos conversar”


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