Lembranças - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Alou alou, pessoal!

Aqui vai o segundo capítulo, um pouquinho maior xD

Juro que levei um susto quando vi que a fic foi visualizada 63 vezes, tipo, OI??? :O
Mas até agora só apareceram 2 comentários, então, comentem e deixem a tia Éfa feliz :DD

Enfim, divirtam-se! ;)



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Olho para o chão e encontro uma peruca dourada, que me fez lembrar os acessórios que usamos para o massacre para mostrar a todos que éramos uma equipe.

Ainda somos uma equipe. Nenhum deles morreu. Se eles sobreviveram aos jogos, então sairão dessa. Eu os verei novamente.

Sento-me no chão, abraçando a peruca com toda a força que eu tenho, lembrando-me de quando Katniss e Peeta venceram os jogos.

Estávamos todos sentados na sala, Haymitch com seu copo de whisky, assistindo a cena das amoras.

Lágrimas corriam pelo meu rosto, e com certeza não eram de felicidade por ter um vitorioso do Distrito 12, mas porque um deles iria morrer.

Iria.

De repente todos na sala começaram a comemorar. Levei quase dois segundos para assimilar o que acabara de acontecer: eles venceram! Os dois venceram!

Me levantei subitamente e abracei Cinna e Portia que estavam cantando vitória sem parar. Então me virei para Haymitch e senti meu estômago revirar. “Por que estou sentindo isso?”

Fui até ele e o abracei, sentindo-o retribuir. Por um momento senti-me segura, protegida em seus braços.

Nos afastamos um pouco, mas ainda continuávamos abraçados.

– Bom trabalho, mentor – eu disse, sorrindo um pouco nervosa.

– Ei, o trabalho não foi só meu – disse Haymitch. Então percebi que ele me segurava pela cintura com as duas mãos, logo, ele largara o whisky. Ele sorriu de volta.

Eu queria um beijo dele. Sim, eu queria. Mas Cinna e Portia iriam ver. Lancei um olhar em direção a eles e percebi Haymitch fazer o mesmo. Será que ele estava pensando a mesma coisa que eu?

A resposta para a minha pergunta veio quando o senti me puxar pela cintura, beijando-me rapidamente.

Tentei disfarçar meu rosto corado assim que nos afastamos, torcendo para que os outros não tenham visto a cena. Lancei um olhar ladino para Haymitch e encontrei seus olhos de cor cinza fazendo o mesmo.

– Bom – começou Cinna, batendo palmas – vou descer e arrumar as coisas para comemorarmos.

– Vou com você – disse Portia, se apressando para alcançá-lo.

– Eu vou retocar a maquiagem e já desço – eu disse, rumando devagar até o corredor que leva ao meu quarto.

– Podem ir na frente – disse Haymitch. Pude sentir seu olhar sobre mim assim que a porta se fechou.

Parei antes de entrar no corredor e me virei para olhá-lo.

– Depois de todo esse tempo aturando você, acho que finalmente o esforço valeu a pena.

– Não considere um esforço, princesa – ele respondeu, largando novamente seu copo no centro e vindo em minha direção. – Pode dizer que foi um prazer trabalhar comigo.

Haymitch parou bem próximo a mim. O cheiro de álcool nunca iria cessar, deduzi.

– Na verdade continuarei tendo que aturar você caso venhamos a ser mentores nas próximas edições dos Jogos – continuei, um pouco cabisbaixa. Minha visão dos Jogos Vorazes mudara depois que presenciei a cena em que Katniss se voluntariou como tributo pela sua irmã. Cheguei a conclusão de que “Feliz Jogos Vorazes” nunca fez sentido algum. Abri, então, um sorriso forçado, mas acho que Haymitch percebeu. – Mas não vamos pensar nisso agora. Temos um...

– Grande, grande, grande dia pela frente – ele completou. Sorri com o fato de Haymitch ter me completado. Tudo bem, essa é a frase que eu mais digo. Mas tê-lo visto dizer isso me fez sentir algo estranho no estômago. Por um momento senti minha face corar.

– Isso – eu disse, olhando em seus olhos, mordendo o lábio para disfarçar a timidez.

Não consegui desgrudar meus olhos de Haymitch. Até que automaticamente eles se fecham ao sentir seus lábios tocarem os meus. De início acreditei que seria apenas um beijo roubado, como o de mais cedo na sala, mas me envolveu em seus braços e abriu sua boca, deixando o beijo mais intenso. Passei meus braços pelo seu pescoço e o puxei para mais próximo, grudando nossos corpos.

Senti suas mãos acariciando minhas costas e seu corpo me fazendo andar para trás, até que Haymitch me apoiou numa mesinha e acabei batendo num vaso, deixando quebrar-se no chão. O barulho me assustou e larguei Haymitch no mesmo instante.

Olhei para o chão, onde os cacos estavam espalhados e notei minha respiração pesada.

– Não devíamos ter feito isso – eu disse, ainda fitando o que antes era um lindo vaso. Ainda estava sentada na mesa, as mãos de Haymitch segurando minhas coxas. Olhei, então, para ele, mas achei errado demais. A vontade de beijá-lo só fez aumentar. Mordi o lábio tentando me conter.

– Mas já estamos fazendo, princesa – ele retrucou, me beijando novamente. Senti suas mãos me puxando pelas pernas, logo depois pousaram nas minhas costas, enquanto eu segurava seu rosto.

– Haymitch – sussurro, enquanto ele distribui beijos pelo meu rosto. – Haymitch, para – tento soar firme, mas meu sussurro sai com menos força. – Haymitch – senti a excitação na minha voz, mas precisávamos parar. Alguém iria nos pegar ali e que resposta poderíamos dar? – Agora não, para! – desta vez consegui fazê-lo parar. Ele se afastou o suficiente para evitar que nos beijássemos de novo. Senti meus lábios inchados e minhas pernas trêmulas. Olhei para o meu vestido amarrotado e não consegui conter minha vontade de bater em Haymitch.

– Ei! Ei! – ele gritou enquanto eu o estapeava, colocando as mãos na frente do rosto para se proteger das minhas unhas. – O que foi que eu fiz?

– Olhe o estado do meu vestido! – minha voz saiu mais fina do que o habitual. – O que as pessoas vão dizer?

– Que você estava se divertindo – em seguida me lançou um sorriso malicioso, dando um passo a frente. Mas eu fui mais rápida e desci da mesinha a tempo de evitar ser agarrada por ele mais uma vez.

– Não, Haymitch – eu disse, passando direto por ele. – As pessoas não podem me ver assim! Principalmente se você aparecer na mesma hora que eu! As pessoas vão achar que eu e você...

– Mas se foi isso que aconteceu – disse ele, aumentando um pouco seu tom de voz. Acho que eu estava falando muito alto, ou então não estava correspondendo às expectativas dele. Na verdade, não estava correspondendo nem as minhas próprias. Mas não era o momento para pensar nisso.

– É melhor descermos – eu disse, passando a mão no meu vestido, tentando arrumá-lo. – Não vamos mais discutir sobre isso.

Caminhei até a porta e me virei, percebendo que Haymitch continuava sentado no braço do sofá, agora com seu copo de whisky na mão.

– Você não vem?

Haymitch suspirou e pousou seu copo no centro.

– Claro, princesa.

Eu sabia que ele estava chateado. Sabia que tinha algo de errado, e esse “algo” era eu. Eu e meu bloqueio. Eu e meu medo excessivo de me entregar a algo que, a meu ver, nunca iria para frente. Eu adorava o beijo de Haymitch, mas o fato de sentir essa atração por ele depois de tanto tempo criou uma visão estranha de tudo que estava acontecendo.

Naquela noite ele vomitou no meu vestido de novo. Era disso que eu estava falando para mim mesma. Como eu iria aguentar ficar com alguém que vive a base de álcool? Que suja todos os meus vestidos?

Confesso que o que realmente animou minha noite foi ver Katniss e Peeta novamente. Ver o time reunido me fez realmente feliz. Poder abraçá-los e dizer o quanto senti saudades e como fiquei feliz por ter os dois como vitoriosos.

Mas foi no meio da noite, enquanto eu estava dormindo, que tive o meu sono interrompido por gritos. E eu já conhecia muito bem de onde vinham.

Dei um suspiro, um pouco impaciente, peguei meu robe e saí do meu quarto, indo em direção ao de Haymitch. Olhei para os lados, mas não vi sinal de ninguém. Abri a porta devagar e me deparei com Haymitch jogado na cama, suando como um porco, com uma garrafa na mão (mas será que ele nunca larga isso?).

Fechei a porta devagar, sem fazer barulho, e fui dando leves passos até me sentar na beirada da cama. Agora ele se debatia menos, mas ainda gritava um pouco. Parecia angustiado.

– Não – ele dizia. – Não, por favor. Eles não!

– Haymitch – murmurei, esticando minha mão até a garrafa, tomando-a dele instantaneamente, largando-a no chão. – Haymitch, sou eu – os gritos dele cessaram, mas ele ainda parecia inquieto. Estava com a testa franzida, tenso. Passei a mão pelo seu rosto, afastando seus cabelos.

Seus olhos se abriram devagar e ele conseguiu relaxar um pouco. Ele me olhou um pouco espantado.

– Eu acordei você? – perguntou.

– Sempre.

Abri um sorriso ainda com a mão no seu rosto e ele retribuiu o sorriso.

– Não sei por que ainda pergunto isso. Você deve estar farta disso.

– Na verdade acho que me acostumei.

Haymitch deixou um riso escapar.

– Está tudo bem? – perguntei, levantando as sobrancelhas.

– Agora sim – ele respondeu, segurando minha mão na sua. – Obrigado.

– OK. Então acho melhor eu... – comecei, me levantando, mas ele segurou minha mão, impedindo-me de me afastar.

– Não, fica – ele disse, me puxando de leve, fazendo-me sentar novamente na beirada da cama. – Por favor, fica. Eu não quero que você vá embora.

– Haymitch, eu não acho certo a gente...

– Só quero que fique – disse, me interrompendo. – Que durma aqui, nada mais, eu prometo.

Respirei fundo e vi em seus olhos que ele não estava tentando me enganar. Era só dormir e ponto. Ele nunca me pedira isso. Sempre que eu me acordava no meio da noite com seus gritos, eu voltava ao meu quarto e dormia – ou pelo menos tentava. – Mas dessa vez foi diferente.

– Tudo bem – disse, após revirar os olhos. Deitei-me ao seu lado na cama , apoiando minha cabeça em seu peito, enquanto ele acariciava meus cabelos.

– De todas as vezes que você acorda no meio da noite para me ajudar – ele disse – essa é a primeira vez que você vem, bom... naturalmente.

Entendi o que ele quis dizer quando bagunçou meus cabelos ao dizer a ultima palavra. Ah não! Sempre que eu ia até o quarto dele ver o que acontecera, eu colocava ao menos a peruca. Mas dessa vez eu simplesmente esqueci. Não pude deixar de evitar um sorriso ao olhar para ele.

– Parece que seu desejo finalmente se realizou, Abernathy.

– Acho que eu mereço um prêmio por isso – ele disse, levantando uma sobrancelha.

– E o que seria esse prêmio?

– Um beijo.

Abri a boca para dizer alguma coisa, mas logo mordi o lábio, pensando melhor.

– Acho melhor não – respondi.

– Só um beijo, eu prometo – disse, fazendo beicinho.

Hesitei de inicio, mas logo avancei até ele e o beijei. Senti sua mão na minha nuca e achei que não ia conseguir escapar. Um arrepio percorreu o meu corpo, pedindo por mais. Minha perna roçou na dele e eu percebi que se não parássemos naquele momento, chegaríamos longe demais.

Interrompi o beijo, contra a minha vontade, e o admirei por alguns segundos.

– Quero que durma agora, ta bom? – eu disse. – Vou ficar aqui com você.

Ele sorriu e me deixou apoiar a cabeça em seu peito novamente, adormecendo logo em seguida.

E aquela foi uma das melhores noites da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Comentários seeeeempre bem-vindos, amorecos! ;)



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