The Walking Dead - Rio de Janeiro escrita por HershelGreene


Capítulo 12
Capítulo Doze - Olhos inexpressivos


Notas iniciais do capítulo

Quem não consegue imaginar a cena, está uma ajuda: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/CCBB-RJ_03.jpg



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A recepção do Banco do Brasil era algo deslumbrante no passado. Uma gigante sala redonda com portas em todos os cantos. Do alto, um brilhante domo de vidro irradiava luz para as bancadas de mármores dos andares superiores. Deveria ter sido bonito no passado. Agora, não passava de uma ruína esquecida.

O teto havia desmoronado e seus cacos jaziam espalhados pelo salão. As balaustradas estavam quebradas e as paredes estavam manchadas de sangue. O pior de tudo, porém, era a multidão de mortos que avançava para dentro do prédio rangendo os dentes e sedentos por carne.

Os outros alunos que haviam ficado de guarda nos portões agora se encontravam no meio do pátio, disparando contra a parede de mortos. Pedro tinha o rosto arranhado e Bernardo tinha um corte feio na testa. Os outros, Felipe e Bruno, atiravam contra a multidão e coalhavam o chão de corpos. Pela quantidade de cápsulas jogadas, eles logo estariam em perigo.

Gabriel foi o primeiro a chegar. Tirou a arma do cinto e disparou contra um mordedor próximo a ele. Depois, pegou Bernardo no colo e correu para dentro do edifício. Silas e Beto seguiram seu exemplo, sem disparar um único tiro. Eu e os outros havíamos ficado para tentar diminuir a multidão que avançava. Júnior jogou um revólver para Clara e os dois se puseram atrás de um balcão abandonado.

— Puxa vida! – exclamou Júnior – Vamos morrer aqui!

Corri para perto de Pedro no instante certo. Houve um clique seco que indicava a falta de balas na arma dele. Pus-me na frente dele e comecei a atirar com a pistola. Ele continuou atrás de mim, insistindo em participar.

— Leve Felipe e Bruno para perto do balcão! – gritei para ele – Fiquem perto do Júnior e da Clara!

Ele permaneceu onde estava. A multidão desviou-se para a nós.

— Forme uma barreira lá! – continuei – Ande logo, desgraça!

Ele compreendeu a situação e acenou para os outros. Juntos, corremos para a cafeteria e deslizamos por cima do balcão, caindo sobre dezenas de xícaras rachadas. Um dos cacos de porcelana cortou a perna de Felipe, fazendo a calça se empapar de sangue. Bruno se adiantou para o ferimento e segurou um guardanapo contra o sangue.

— Tem que fechar o sangramento! – gritou a voz de Clara abafada pelo som dos tiros.

Ela e Júnior estavam escondidos atrás da caixa registradora e disparavam centenas de tiros por segundo. Eram os melhores atiradores do grupo.

— Não sei fazer isso! – respondeu Bruno.

— Minha mãe era médica – gritou Clara – Acho que eu consigo limpar!

— Não! – falei – Você precisa continuar atirando! Vou ver se consigo um pano de prato na cozinha para amarrar isso!

Ela concordou com aceno e continuou atirando contra a multidão. Felizmente, Clara havia pego as bolsas de armas do prédio e carregado consigo. Sem ela, estaríamos mortos naquele momento.

A escuridão da cozinha tinha um fedor horrível. Parecia a combinação de comida estragada e sacos de lixo. Pelo que tudo indicava, a dispensa estava cheia de comida não perecível que estragava rápido. Tentei me manter alerta para os mordedores, mas a única coisa que via era alguns fogões sujos e geladeiras esquecidas. Havia também uma coleção de ganchos presos na parede com utensílios para cozinhar. O pano de prato estava entre eles.

Avancei para ele, mas fui rapidamente surpreendido por uma mão esquelética saindo debaixo do fogão. Ela agarrou meu tornozelo e puxou-o para si, me jogando no chão. Meu machado saiu voando e desapareceu de vista. Sabia que estava morto. Ia ser em poucos segundos.

O cozinheiro da cafeteria saiu se arrastando do vão escuro. Sua boca ensanguentada se aproximava da minha perna e mordia o ar, como se estivesse comendo moscas. Procurei por ajuda e encontrei uma colher de pau abandonada. Estiquei minha mão até ela e consegui segurar o cabo de madeira. O mordedor colocou a outra mão em minha perna e se preparou para morder. Num segundo de adrenalina, levantei a cabeça do cozinheiro e cravei o cabo da colher em seu olho esquerdo. Ele largou minha perna e eu rapidamente engatinhei para perto do machado.

— Caras – murmurei para o mordedor – Que susto!

E cravei o machado no crânio do indivíduo.

A situação do lado de fora estava complicada. Os mortos haviam se aproximado e estavam a poucos metros do balcão. Pedro e Júnior continuavam atirando enquanto Clara estava ajoelhada perto do semiconsciente Felipe. Passei pelos atiradores e me juntei a ela.

— Onde você esteve?! – perguntou ela – Ele está quase desmaiando!

Clara reparou na minha camisa manchada pelo sangue do cozinheiro.

— Havia um mordedor – murmurei em resposta – Gordo.

Ela pegou o pano de minhas mãos e amarrou no ferimento.

— Temos que sair daqui! – gritou Clara – Ele já perdeu muito sangue!

Houve um barulho de vidro se partindo e um carro enorme entrou na rotunda, jogando os mordedores para longe. Gabriel saiu do banco do motorista e disparou tiros certeiros contra os que ainda estavam de pé. Silas e Beto surgiram atrás dele.

— Anda! – disse Gabriel – Temos poucos segundos antes que a entrada se encha de novo!

Passei o braço de Felipe no meu pescoço e ergui o corpo inconsciente. Clara se levantou e me ajudou a jogá-lo no banco de trás. Gabriel reparou no ferimento do aluno e perguntou silenciosamente para mim

— Depois eu te explico – respondi – Primeiro vamos...

Beto se curvou para frente e caiu no chão. O ferimento na perna havia vencido e ele morrera de hemorragia. Silas virou o corpo para cima e deitou a cabeça no peito do homem.

— Morto – suspirou.

Bernardo começou a choramingar atrás de Gabriel. O menino estava passando por momentos difíceis.

— Cala a boca desse infeliz! – rugiu Silas para Gabriel.

Olhei incrédulo para ele.

— Cala a boca você seu idiota! – rosnou Clara – Ele só tem dez anos!

O tapa de Silas bateu com força no rosto de Clara. Ela caiu para trás com os olhos cheios de lágrimas.

— Sua vadia imunda! – berrou ele.

Todos olharam paralisados para ele. Houve um segundo de silêncio, depois o som cortante de um tiro. Silas caiu de joelhos apertando o ombro atingido. Bernardo havia pego a arma do cinto de Gabriel e disparado.

— Não chame minha amiga de vadia! – gritou ele.

Gabriel olhou para o irmão com os olhos arregalados. Silas puxou sua pistola e apontou para a cabeça de Bernardo.

— Seu ratinho desgraçado! – berrou Silas – Eu vou acabar com você...

Disparei contra ele e acertei a mão que segurava a arma. Ele gritou de dor e caiu de costas no chão. Nenhum dos outros manifestava qualquer sinal de perdão. Ele havia ido longe demais.

— Vocês vão pagar por...

Beto acordou como mordedor a avançou para Silas. Ele cravou os dentes no pescoço do diretor antes que qualquer um pudesse impedi-lo. Logo em seguida, Júnior finalizou o militar.

— Ah Jannette... – murmurou Silas para o teto de vidro – Estou indo querida...

Seus olhos ficaram vazios e inexpressivos.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, colocarei meu PC no conserto e não sei quando ele voltará!
Acho que ficarei um tempo sem atualizar a história! Se isto vier acontecer, não abandonem a fic!

Sr. Weasley



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