I Am Watching You escrita por laah-way


Capítulo 14
O grande dia


Notas iniciais do capítulo

E, pra acabar com a curiosidade de todo mundo: o segredo é revelado. Rs, espero que gostem, ok?



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Era hoje. Eu mal tinha dormido só pensando nisso. Era incrível como tudo tinha ido a meu favor. Conseguir a chave, Henry sair no outro dia, era tudo conveniente demais, eu ainda não estava acreditando. Mas, depois de uma – péssima, diga-se de passagem- noite de sono, eu tinha que fazer isso. Meu lado curioso estava falando muito mais alto agora, nem me reconhecia. Mas meu maior desejo era entrar lá pra mostrar a Natalie que ela estava errada. Que Henry não era o que ela pensava. Olhei para o ursinho Henry. Definitivamente, ela estava errada.

-x-

Cheguei à portaria do prédio de Henry, quando o porteiro fez o favor de falar o que eu já sabia:

- O Senhor Adams não está.

- Hum... Eu sei, vou fazer uma surpresa pra ele. Então, er, agradeceria se você não contasse que eu estive aqui, certo?  - Ele parecia muito desconfiado, ficou me olhando com cara de “lógico que eu vou contar!” então tive que fazer isso. Eca. Seduzir o porteiro. - Senão você vai, hum... – Cheguei perto e balancei o cabelo. – estragar a surpresa. – Pisquei com um olho só e fiz minha maior cara de pidona, mordendo o lábio inferior. – Você pode fazer isso por mim?

Como esperado, o velho ficou embasbacado.

- Cl-Claro, senhora Carter. Como desejar.

- Sabia que poderia. – Dei o meu melhor – falso – sorriso e virei-me. – Obrigada.

Fiz uma careta de nojo quando virei de costas. A que ponto eu tinha chegado? Esperei o elevador sem paciência, e quando finalmente chegou ao terceiro andar, praticamente corri até a porta, com um sorriso triunfante nos lábios. Peguei a chave na bolsa, e coloquei na fechadura. Era agora. O sorriso sumiu, estava abismada. Estava em choque. A chave não girava. Não. Girava. Como podia? Encostei-me de costas à porta e me permiti deslizar até o chão, com as mãos na cabeça, xingando o mundo inteiro por minha estupidez de ter pegado a chave errada. Que ódio. Ódio, ódio, ódio.

Suspirei, vencida, levantando-me para ir embora quando olhei para a porta da cozinha. Tinha que ser essa, tinha que ser essa, se for, eu vou ter uma sorte danada e GIROU. Ai meu Deus, a chave girou, girou! Abri a porta sorrindo, e fui direto para a gaveta de chaves, peguei um punhado e corri para a maldita porta. Tentei todas, mas nenhuma era a chave certa. Voltei lá e peguei o resto, tentei cada uma, mas nada. E agora? Coloquei tudo em seu devido lugar e olhei em volta. Essa chave devia estar em algum lugar.

Fui para o quarto de Henry, revirei – mas tomando todo o cuidado de deixar as coisas como estavam – todos os lugares. Nada. Nada. Nada. Fui ao banheiro, mesmo sabendo que era improvável ter uma chave ali. Ou não. Talvez era justamente por isso, por achar que era improvável, que deveria estar ali. Às vezes eu me surpreendia com minha inteligência. Mas advinha? Não tinha nada em canto nenhum. Nem no cesto de roupas sujas que –argh- tive a indiscrição de olhar. Mas aí, como num passe de mágica, e ignorando todas as trilhas sonoras que apareciam em minha cabeça, me deparei com aquele pequeno objeto brilhante atrás do vaso sanitário. Só podia ser essa. Nota mental de perguntar a Henry se não tinha um lugar melhor pra esconder uma chave. Brincadeira.

Abriu. Eu – abri – o – quarto – secreto. Comecei a rir. Não me pergunte o porquê, mas eu estava eufórica. Ok, Amanda, respira. Olhei em volta. Ah, o computador, algumas coisas no fundo do quarto, nada demais. Natalie estava errada, afinal de contas. Mas já que estava lá dentro, não custava nada olhar mais a fundo. Fui até o final onde a parede estava lotada de fotos, mas não estava olhando pra isso. Tinha uma pequena cômoda que me chamava a atenção, e eu abri a primeira gaveta. E aí começou. Tudo o que menos esperava, tudo o que eu não queria ver, estava lá. Sorrindo pra mim, como se dissesse “tá vendo?”. Identidades, passaportes, carteiras de motorista. Henry Adams. Josh Brown. Kevin Baker. E vários outros que eu não tive mais a capacidade de olhar. Todos com a foto de Henry, ou seja lá quem ele era. Eu tremia e chorava. Isso não podia estar acontecendo. Nas outras gavetas, apenas filmes, e muitos filmes de câmera profissional. No chão algumas pastas, que definitivamente precisava de tempo para lê-las calmamente, então deixei-as por último. Levantei os olhos e foi aí que eu vi. A parede estava repleta de fotos minhas. Antes de nos conhecermos. Saindo do trabalho, chegando em casa, saindo de casa... Com Mark. Mark. Chorei mais ainda. Ele não estaria morto, se... agora não era hora para “se”. Então, um papel com as seguintes palavras: I am watching you, can’t hide!* e todas as iniciais estavam circuladas, e logo abaixo, o que tinha formado das iniciais “iwy.ch” O e-mail. As lágrimas jorravam, e eu já não tentava pará-las. Logo após, fotos minhas viajando, fotos da minha família. A partir de um ponto, as fotos eram minhas dentro do apartamento. Eu não acreditava que ele tinha comprado o apartamento em frente ao meu. Ele vigiava cada passo. Fotos minhas saindo com Natalie. Apenas de Natalie. Eu coloquei a vida de minha amiga em perigo. Coloquei a vida de todos em minha volta em perigo. Não. Não podia ser. Fotos de Mark. Mark. Morto. Esfaqueado, bem ali na minha frente. Não, Henry não era um assassino. Tremia muito, mas lembrei que precisava sair dali em um estado aceitável. Sair dali. Eu precisava sair dali, agora. Se Henry vigiava cada passo meu, ele sabia que eu estava ali. Ele sabia. Desesperadamente, corri para a porta quando vi no canto do quarto um saco preto, luvas, uma faca, roupas meladas de sangue e... Corri, sem olhar pra trás. Tudo o que eu menos precisava agora era olhar as armas do crime do meu namorado. Meu namorado. Tranquei a porta, nervosa, e coloquei a chave no mesmo lugar onde estava. Desliguei todas as luzes e dei uma última olhada para saber se tudo estava no lugar certo. Corri para a porta da cozinha e saí. Quando se está nervosa, parece que tudo vai mal. A chave parece que não entra, tudo escorrega e cai no chão. Mas eu finalmente fechei a porta.

Viro de costas, tentando me acalmar, mas como era possível com aquele par de olhos negros me encarando com cara de assassino?

 

 

*Estou te observando, não pode se esconder!


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Notas finais do capítulo

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Er, não precisa ser nenhum Henry pra perceber que a fic tá chegando ao fim né? :$ Bom, como eu já disse, tá acabando ): mas é assim mesmo, despedidas só no último capítulo, kaka. beijos, e reviews, né gente linda?