Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 5
Querer Sorte




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Os passarinhos que passavam por ali cantarolavam. O dia estava nublado e tenso.

CHALÉ DAS MENINAS, 4:30 DA MANHÃ

Cheiro de perfumes, cremes, produtos de beleza estavam impregnados nas paredes do aposento. Cabelos soltos, curtos e amarrados.

No meio de várias beliches cobertas por diferentes tons de cores, havia a cama da Fernanda. Ela parecia ser sonâmbula. Estava cochichando. Era possível ouvir sua voz desde a porta, que ficava a alguns metros de distância.

– Pooooor-quee –Ela gagueja tentando achar a palavra. – Pooor que está aaaqui? Me diigaa poorquee. Voocê não estava viaaajando?

Logo, um som tomou conta do chalé.

Um grito.

Todas as meninas levantaram e Fernanda estava se debatendo em sua cama.

– Volte, volte! –Ela berrava.

Giovanna segura os seus braços e dá um tapa em sua cara. Forte o bastante para que ela abra os olhos e pare de gritar.

– O que houve? –Giovanna pergunta.

– Ele...Ele está aqui.

– Quem está aqui, Fernanda? –Ana Clara se intromete.

– Ele. –Ela aponta para o móvel ao lado da cama da Giovanna. Ali estava uma foto: Dela, Bruno e Jonatas.

Mas Fernanda apontava para Bruno. Segundo ela, Bruno estava ali. No quarto. Conversando com ela, enquanto queria explicação.

Nenhuma menina acreditou, tentaram acalmar ela falando que ele estava viajando e para voltar a dormir.

Todos retornam para sua cama menos Giovanna, que permanece ao lado da beliche de Fernanda.

– Eu também queria que ele estivesse aqui. Mas não está.

#

Todos os adolescentes estavam reunidos no refeitório. Tomando o café da manhã.

– Então, o que houve no chalé de vocês? –Pergunta Jonatas a Giovanna.

– Ah, a Fernanda estava sonhando.

– Mas o que ela estava sonhando? Ela não disse? –Ele pergunta novamente.

– Sim. Ela disse que Bruno estava aqui. Tentando dizer algo.

José estava localizado a algumas cadeiras de distância. Mas o suficiente para ouvir o que se passava ali. Ele olha para os lados. Ele sabe que Bruno está ali. Ele sabe.

– Eu queria que ele estivesse aqui. –Giovanna diz.

– Eu também. –Jonatas fala tirando o garfo da boca, sem deixar nada em sua boca. – Tenho certeza que seria muito mais divertido.

– É. Seria.

Jonatas se movimenta e fica de frente para Giovanna.

– Ah, quer andar no lago hoje?

– Sim, claro. –Giovanna fica maravilhada com o pedido. – Quero dizer... Vou ver.

Os dois trocam sorridos felizes e verdadeiros.

#

Catete e Henrique Veras estavam caminhando tranquilamente pelo lago. Conversando sobre algo como um Clube do Coral em Atlos.

– E aí? O que acha? –Pergunta Catete.

– Acho uma boa idéia. –Henrique responde olhando além do lago. – Calma aí. –Diz ele confuso apontando para o outro lado do lago. – Aquilo é um tipo de floresta?

Catete assenti procurando entender o que seria aquele rio de mato. Depois de alguns momentos ali observando, soou um grito vindo das profundezas da floresta.

– O que foi isso? –Catete berra.

O grito de agonia continua e parece não querer parar.

Logo, eles avistam uma movimentação rápida na floresta. Algo vestindo vermelho e carregando um saco nas costas.

– V! –Exclama Catete.

– O que? –Henrique fica confuso, justamente por não saber quem é V. E nem o que é.

– Nada. Esqueça. –Catete bate nos ombros dele ainda olhando para a floresta. – Mas agora eu tenho que falar com meus amigos.

Catete saí correndo e se vira pra trás para um adeus, mas Henrique não estava mas ali.

#

Giovanna e Jonatas estavam num barco no meio do lago. Eles conversavam sobre o passeio que estavam fazendo.

– E aí. O que está achando daqui?

– É bom. –Ela responde.

Ela vira o rosto e mexe no cabelo, fazendo-o cobrir a metade do seu rosto.

– O que foi? –Jonatas pergunta, tirando o cabelo de sua frente.

– Nada. Só estava pensando em uma coisa.

Do nada, o grito de Catete interrompe a conversa:

– Gente! Voltem para cá! Quero falar com todos.

Giovanna e Jonatas se olham confusos e assentem com a cabeça.

#

Reunidos perto da fogueira, apoiados numa caminhonete vermelha, estavam Ana Clara, Jonatas, Giovanna e Catete (Na frente de todos).

– Alguém sabe sobre a Fernanda? –Catete pergunta se direcionando para todos, mas ao mesmo tempo olhando para todos os lados.

Todos dizem que não apenas no olhar.

– E pensar... Que não somos mais os mesmos do ano passado né? –Giovanna começa. – Não temos mais o Bruno, e provavelmente ele nunca voltará. Nunca. –Ela encosta a cabeça no ombro de Jonatas e choraminga.

– É. –Catete responde secamente ao comentário dela. – Tudo bem. Começaremos sem a Fernanda.

Todos prestam total atenção ao que ele fala. Catete conta sobre V está ali no acampamento, do outro lado do lago, na floresta. E que seja lá quem for V, estava os observando.

Os jovens se espantam.

– Mas, como V pode estar nos observando? –Ana Clara continua confusa. – Mesmo que estivesse aqui, mas só pode passar gente da nossa escola. Ou de outra. Desde que esteja com outro grupo.

– Espera. Então quer dizer que V pode ser um dos nossos colegas? –Giovanna diz aumentando o tom de voz.

– Sim. Pode. –Catete responde.

Assim, todos perplexos saem dali e vão cada um pro seu devido canto. Giovanna e Jonatas voltaram para o lago, onde nada aconteceu. Ana Clara foi para o refeitório e Catete continuou ali. Parado, encostado na caminhonete, olhando para o outro lado do lago. Tentando saber mais do que deveria.

#

– É isso aí, pessoal! –Grita Lanna após a apresentação de um dos campistas, na noite da fogueira. – Como vocês já sabem... Hoje temos mais apresentações na nossa calorosa fogueira.

Todos batem palma. Todos estavam ali.

Ela se põe a frente de todos, em um ângulo que era possível visualizar todo o círculo.

– Algué...? –Ela é interrompida pelo braço, de um garoto louro, levantado.

Valadão.

O mesmo que prendeu Bruno no banheiro do avião e o mesmo que flertara com Giovanna á algumas semanas.

– Gostaria de tocar para uma menina daqui. –Ele levanta e arruma a calça. – Giovanna, essa é para você! –Ele aponta para ela, e a mesma fica confusa olhando para os lados.

Na hora que Valadão vai se por a frente de todos Jonatas vai atrás dele e pula pra cima. Os dois caem no chão. Jonatas soca o nariz de Valadão, que faz sangrar muito. Eles continuam girando, um corpo pra cima do outro. Um machucando o outro.

Todos na fogueira ficam quietos.

Lanna separa os dois, e faz um discurso de que não se pode brigar com o amiguinho.

Ela disse.

#

No meio da escuridão, entre os chalés, onde o sinal de dormir já havia soado, estava Valadão andando calmamente.

– Achou que ia se safar dessa? –Jonatas aparece por trás e o surpreende com um enorme soco em seu queixo.

– Ah é? –Valadão revida no nariz.

– Eu sei que você não gosta dela! –Grita Jonatas com raiva e ódio, acertando um chute no meio de suas pernas.

Valadão caí ajoelhado no chão com a cabeça baixa. Ele levanta a cabeça e sorri debochadamente para Jonatas. Sua boca jorra sangue.

– Ela é sua? –Ele ri.

– E se eu gostar dela? –Jonatas olha nos seus olhos azuis.

– Então você está errado.

Valadão salta em uma enorme rapidez, para quem está ferido, em direção a Jonatas. Mas no momento que era pra ele agarrar Jonatas pela camisa e lança-lo no chão, uma tampa de lixeira, feita de metal, aparece na sua frente fazendo-o bater de cara e cair.

Por trás da tampa está Bruno, já com seus ferimentos menos visíveis. Ele olha para o chão e Valadão parece inconsciente. Olha para trás e vê seu melhor amigo.

Jonatas se espanta ao ver Bruno.

– O meu deus! –Jonatas berra feliz.

Os dois se abraçam e trocam gargalhadas.

– O que aconteceu? Porque está aqui? –Jonatas pergunta feliz.

– São perguntas que deverão ser respondidas depois. –Bruno responde sorrindo. – Mas agora, temos que esconder ele. – Bruno aponta para o corpo de Valadão no chão.

– Está morto? –Jonatas pergunta.

Bruno senta perto do corpo e põe a mão no pescoço dele.

– Sim.

– Mas como? Eu nem...Nem... –Jonatas se desespera.

– Calma, foi a tampa. Ela é forte e ele veio numa rapidez enorme. Machucou a cabeça dele, só pode.

– Não há outra explicação. –Jonatas se acalma.

Os dois se entre olham.

– E agora?

– Vamos esconder o corpo. –Bruno responde a Jonatas, se levantando.

– Ma-s-s-s-s aonde? –Jonatas começa a gaguejar de nervoso.

– Me siga.


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Notas finais do capítulo

Quarta-Feira, um episódio inédito.



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