Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 16
Máscaras Final de Temporada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470591/chapter/16

Os quatro jovens, Ana Clara, Jonatas, Fernanda e Giovanna rodaram pela cidade por semanas para arrecadar dinheiro para o baile de fim de ano.

Aquela época havia finalmente chegado, quando toda a escola estaria se preparando para uma festa para os alunos, professores e até para os funcionários.

As três meninas estavam indo comprar os vestidos em uma loja de roupa de gala.

– Como estou? –Cantarolou Giovanna, ao sair do provador, com um vestido azul.

– Amiga, esse tipo de azul me dói a alma. –Fernanda disse, saindo do outro provador, com um vestido vermelho brilhante. – Aonde está Ana Clara?

E do nada, Ana Clara entra na loja.

– Aonde estava? –Giovanna questiona ela, que estava com um saco de rosquinhas na mão.

– Lanchando. –Ela responde com a boca cheia e olhando para os lados confusa.

Fernanda põe a mão na cintura:

– Era pra você estar escolhendo o vestido para o baile, não acha?

– Já escolhi. –Ela diz enquanto se joga no sofá em frente as meninas. – Está ali. –Ela aponta para um cabide ao lado.

Giovanna vai até lá, pega o vestido, olha e passa pra Fernanda.

– Esse trapinho? –Fernanda fica nervosa.

– Esse trapinho é mais caro que toda a sua vestimenta. –Ana Clara responde ela. – Ah, me desculpe, -Ela respira fundo. – Eu não quis dizer isso.

– O baile não é sobre sermos a que estão com os vestidos mais caros, mas mostrar quem nós realmente somos. –Giovanna fala enquanto senta ao lado de Ana.

– Você está certa. –Ela sorri. – Moça, -Ela chama a funcionária. –Ficarei com aquele. –Ela aponta para um manequim.

#

– Você está melhor? –Jonatas pergunta, sentado ao lado da cama de hospital de Bruno.

Bruno abre os olhos aos poucos. Ele estava com o rosto ainda um pouco ferido.

– Melhor do que antes. –Ele suspira. – Aonde estão as meninas?

Jonatas olha pela janela e sorri, ao ver uma menina saindo com uma bolsa de roupas de uma loja de grife.

– Estão comprando os vestidos. –Ele responde.

Bruno olha para os lados:

– Já está no dia do baile? MEU DEUS. –Ele berra. – Preciso levantar. –Bruno se levanta mas é impedido por Jonatas.

– Mocinho, você não poderá levantar daí. –Disse a enfermeira que entrou no quarto.

– Quando eu tenho alta? –Bruno questiona ela.

– Talvez amanhã de manhã.

– Mas eu preciso estar nesse baile. É o último da nossa escola.

– O último? –Jonatas indaga.

– Sim, estamos atualmente no 9º ano do Ginásio. Ano que vem estaremos no 1º ano do ensino médio, e nossa escola atual, Atlos, não tem suporte para o ensino médio, devido ao terreno. –Bruno explica. – Então eles fundaram, a alguns anos atrás o ‘’Campus Atlos’’, onde se encontra o Ensino Médio e a Universidade conexão do nosso colégio. Sua mãe não te disse isso?

Jonatas diz que não com a cabeça.

– Converse com ela, assim poderá saber melhor. –Bruno se ajeita. – Já vi fotos de lá. É enorme. Maior que qualquer colégio que você já possa ter visto. É quase um castelo. Tem biblioteca, salas de diferentes matérias.

– Tudo bem, agora diminui a velocidade da fala, querido. –A enfermeira pede.

– E adivinha, -Diz Bruno olhando para Jonatas. – É um internato.

Jonatas pede que a enfermeira saia, e para a sua surpresa ela saiu.

– Bruno, agora quero que me diga...–Ele pede. –Tudo o que aconteceu naquela noite na sua casa.

– Eu já disse o que eu vi.

– O que você viu? –Jonatas pergunta a ele.

– V. Eu não sei se era uma mulher ou um homem. Mas era. E tinha mais alguém.

Jonatas se sente ameaçado.

– Mais alguém?

– Sim.

– Quem?

– Não sei. Mas era um menino. Eu reconheci a voz. Os dois estavam falando sobre um deles estar de volta na cidade.

– Estar de volta... –Jonatas pensa alto.

– Está pensando que pode ser alguém que a gente conheça? –Bruno fica com medo.

– Sim. Alguém que já se foi a algum tempo.

#

O baile havia finalmente começado. Tudo ali estava as mil maravilhas. Os arcos pendurados nos lugares certos, as cores bem assentadas com as decorações e muito mais.

Fernanda, Giovanna e Ana Clara entram juntas pela porta do ginásio de educação física, onde o baile estava acontecendo. Vários garotos olham para elas e cochicham coisas maliciosas.

Jonatas pega Giovanna pelo braço e continua andando com elas.

– Essa aqui tem dono. –Ele brinca com os meninos.

– Esta me chamando de cachorra? –Giovanna da um tapão no ombro dele e começa a rir. – Por onde anda Bruno?

– Anda em nenhum lugar. Só poderá sair de lá amanhã de manhã. –Jonatas responde a ela, preocupado.

Músicas começam a tocar embalando todos os jovens a dançar.

Carol Veras entra pelo portão do ginásio e saí correndo para encontrar Giovanna, que estava mais a frente, mas é impedida por um grupo de meninos baixos, magros, e de óculos.

– Olá. –Um deles fala.

Carol sorri, tentando sair daquela gaiola humana.

– Eu sou José Vitor. Presidente do Conselho Estudantil de Campus Atlos. –Um menino moreno se apresenta, apertando a mão dela.

– Ah, aquele colégio universidade? –Carol não consegue deixar que a curiosidade não a domine.

– Isso mesmo. –Ele responde, ajeitando o óculos que caia sobre o nariz pequeno. – Vi pelas suas médias estudantis...

– Calma, como sabe das minhas notas?

– Isso não vem ao caso. –Ele responde segurando uma prancheta. – O que eu queria dizer é: Acho que Campus Atlos precisa de uma jovem como você. Inteligente e sábia.

Carol fica abismada. Ela realmente queria entrar naquele colégio.

– Mas... é claro. –Ela aceita abraçando José.

Ele afasta ela.

– Não sou de abraços.

Carol solta uma risadinha.

#

No baile, a música não parava, mas no Hospital, tudo estava muito calmo.

– Sr. Bruno, tem uma pessoa querendo entrar. –A enfermeira segura a porta.

A pessoa fica fazendo força contra a porta.

– Tenho certeza que ele vai me permitir entrar! –A pessoa exclama, e finalmente consegue entrar.

– Ora, ora. –Bruno ironiza da cama. – Olha quem resolveu se bandear.

A enfermeira saí do quarto.

– Valadão. –Bruno cospe o nome dele.

– Olá, torturador. –Ele diz enquanto chega perto da cama de Bruno.

– Veio me enforcar novamente, imbecil? –Bruno joga as cartas na mesa.

– Naquele dia eu realmente não consegui. Você cravou aquela maldita faca ou colher em mim. –Valadão se senta em um sofá de frente para a cama dele. – Talvez eu queira tentar novamente.

– Não era uma colher. –Bruno afirma, se ajeitando na cama.

Um vento frio entra ali, quando Valadão abre a janela.

– Feche a janela. –Bruno ordena.

– Ou o que? –Valadão olha ele, com raiva, nos olhos. – Vai tentar me matar de novo? Como todas as vezes que me manteve naquele sótão imundo?

– Você me deu motivos. Sérios motivos.

– Eu só tentei te matar e a aquele teu amiguinho idiota. –Valadão provoca.

– Tão idiota que não era ele trancado no sótão da minha casa né? –Bruno ri.

– Você fazia questão de me manter acordado enquanto tentava me matar.

– Eu só queria saber a verdade. Eu precisava fazer você contar. –Bruno não se intimida com todas as verdades sendo jogadas em cima dele.

– Qual verdade? –Valadão sorri e debocha. – Que eu sou V?

– Você não é V. –Bruno afirma. – Você só trabalha para ele ou ela.

– É, está certo. –Valadão confirma. – Pelo o menos uma coisa você soube acertar.

As verdades estavam ali. Valadão era um capanga de V. Era um. Era aquele que tentou matar Bruno e Jonatas.

– Mas por que? –Bruno pergunta. – Por que tentar nos matar?

– Não sou eu que faço as regras. Eu apenas as cumpro. –Valadão fala, enquanto bebe o café.

– Agora, uma pergunta que não me quer calar. Como saiu do sótão? –Bruno o encara.

– No dia que tentei te matar pela segunda vez, eu tinha uma pessoa para me ajudar.

– Quem?

– Se eu contar, não vai ter graça. –Valadão sorri do mesmo jeito de antes.

O telefone de Bruno toca na cabeceira ao lado da cama.

– Alô? –Bruno atende. – Jonatas, oi.

– Bruno, está tudo bem por aí? –Jonatas se preocupa. – Você está melhor? A Giovanna está um pouco preocupada. Ela diz estar tendo um pressentimento ruim.

– Está tudo bem sim. Amanhã de manhã estarei novo em folha. –Bruno responde a ele, esquecendo de tudo de ruim que já fez para proteger seus amigos.

– Que ótimo. Giovanna queria até sair daqui, pra ir pro hospital ficar com você.

– Nem pense nisso. Curta a festa com ela. Não deixe que ela venha. –Bruno sorri.

Ele desliga e põe o telefone de volta aonde estava.

– Aonde paramos? –Bruno olha com raiva.

– Paramos na parte que você não me deixou falar.

– O que é? –Bruno se esgueira.

– Eu vou embora. –Valadão fala e Bruno se intriga. – Cansei de trabalhar do jeito que V impôs. Eu não aceitei.

– Então por que fez isso tudo? –Bruno se levanta da cama.

Eles ficam frente a frente.

– Porque quando V chega e fala que você vai fazer, você vai fazer. Ou...

– Ou o que?

– Você morre. –Valadão diz seco. – Prefiro matar do que morrer. Por isso vou embora. Não quero mais matar. Não nasci para servir outra pessoa, como um escravo.

– Mas então... Você vai para onde?

– Vou para um lugar em que V não pode me encontrar. E tenho que partir logo.

– Mas então... Porque veio até aqui? –Bruno pergunta de novo, começando a se arrepender de torturar ele.

– Para ter seu perdão. –Valadão encara Bruno. – Na hora que você começa a trabalhar para V, não tem como sair. Só se V te matar.

– É loucura o que vou dizer mas...

– Você tem que acreditar em mim. –Valadão ajoelha. – Me perdoa.

– Eu te perdoo.

Valadão se levanta e abraça Bruno.

Abraço de inimigos que acabaram de se tornar nada além de paz.

– Um dia voltarei para te ajudar. Só assim irá crê no que eu disse. –Valadão sorri e saí pela porta. – E ah, sugiro que saia daqui logo. Tipo agora.

Valadão saí pela porta pela qual entrou e alguns minutos depois, ele aparece na janela que estava na frente de Bruno. Ele acena e diz adeus com os lábios.

Valadão caminha pelo gramado do Hospital, que dá de frente para uma rodovia. Neste pequeno tempo uma bomba explode no hospital e treme tudo. Logo depois, outra. E mais uma, e assim segue por mais umas cinco.

– Agora, acabou. E agora eu sei. –Bruno diz olhando para o quarto em chamas e para Valadão andando tranquilamente.

Bruno pula e quebra a janela de vidro, saí e deixa o hospital em chamas para trás.

#

No colégio Atlos, a festa continuava e a mesa de ponche enxia cada vez mais.

– Oi. –Giovanna diz para uma garota ao lado dela, enquanto pega um copo de ponche. – Qual o seu nome? –Diz ela se balançando no ritmo do música.

– Alexandra. –Disse a garota, agora chamada Alexandra. – E o seu? –Ela também se sacudia no ritmo da música. – Certo, é Giovanna, né?

Giovanna fica perplexa com a rapidez da menina.

– Calma, estou te reconhecendo. –Ela franze a testa ao olhar para Alexandra. – Você é aquela menina da minha turma que sempre fica na última cadeira da fileira, certo?

– Sim, sou eu. –Alexandra concorda, bebericando um pouco do seu ponche rosa. – Você vai para Campus Atlos, ano que vem?

Giovanna assente com a cabeça.

– Com toda certeza. Estudo neste colégio desde nova. Não o abandonaria.

– Isso mesmo! –Alexandra exclama. – Me desculpe, mas o meu par está me chamando. Até logo.

Enquanto Alexandra saí, ela, Giovanna, continua ali na mesa do ponche observando movimentos estranhos na festa. Ela estava começando a sentir um pressentimento novamente. O mesmo de antes.

Ela avista Jonatas sentado em uma cadeira, cercado por duas pessoas.

Giovanna anda até lá.

– Oi, Jonatas! –Ela exclama dando um beijo no rosto dele.

– Olá, meu amor. –Ele diz, levantando para abraçar ela. Jonatas olha para os seus dois amigos, uma menina e um menino. – Ah me desculpem, esqueci de apresentar vocês.

– Que nada. –O garoto diz. Ele é tem uma pele branca como papel, e é possui um físico forte. – Sou Matheus. –Ele pega a mão de Giovanna e a beija. – Sou veterano do Campus Atlos. Estávamos conversando sobre o colégio.

– Incrível. –Giovanna não entende nada.

– E eu sou a Júlia Marotti. –A menina, gordinha e bonita se levanta.

– Para que dizer o nome todo? –Matheus questiona.

– Soa mais importante. –Júlia diz mexendo no cabelo. – Você não iria entender. –Ela revira os olhos. – Eu sou líder de torcida.

Giovanna sorri.

– Mas você é... –Ela é interrompida pela mão de Jonatas em sua boca. Giovanna ia dizer ‘’Gorda’’. Mas foi a coisa certa a se fazer. Poupar aquele momento.

#

Fernanda e Ana Clara estavam sentadas em uma mesa, sem nenhum garoto ao lado. O que as perturbavam.

– Tipo, estou muito entediada. –Ana Clara põe a cabeça sobre a mesa.

– Também. Somos as garotas mais quentes da festa e nenhum garoto nos chamou para dançar ainda. Estou me arrependendo. –Fernanda fala.

Ana Clara concorda.

– Me deixe fazer uma pergunta. Uma única pergunta. –Ela fica séria de repente.

– Pode falar. –Fernanda permite.

– No acampamento, em Palms, você só tinha visto Bruno? Ou teve mais alguém? –Ana muda totalmente de pessoa, ela pareceu não se importar em não ter garoto para dançar.

– Para falar a verdade. Eu vi outra pessoa. –Fernanda revela. – Mas eu não queria dizer. Iria parecer loucura.

– Quem você viu? –Ana se interessa totalmente.

– Promete não contar a ninguém? –Fernanda pergunta.

– Prometo.

– Eu vi Gouveia. –Fernanda falou, olhando para todos os lados.

Ana Clara fica perturbada com aquela revelação:

– Mas ele morreu. A um ano atrás.

– Mas eu o vi. –Fernanda tinha certeza do que falava. – Eu juro.

Ana Clara concorda.

– Não vou discordar.

– Acha que estou doida? –Fernanda se preocupa.

– Não. –Ana Clara responde.

A música no fundo foi diminuindo até não ter mais nada. Só um eco de batida de bateria.

Nevava lá fora.

– Isso está funcionando? –A diretora aparece no palco, batendo no microfone. – Caros alunos do Colégio Atlos. Venho aqui para divulgar os resultados de rei e rainha do baile. –Ela pega um envelope, encara-o, e finalmente, quando vai abri-lo, um tiro atravessa a sua barriga. E depois outro em sua cabeça.

Um vidro enorme que fazia parte da parede atrás dela, caí sobre o seu corpo, se estilhaçando totalmente pelo palco.

Barulhos de tiro para todos os lados. Todos os alunos correndo agoniados para os lados.

Acaba que em meio a vários esbarrões, Fernanda, Ana Clara, Giovanna e Jonatas param no mesmo lugar, juntos.

O telefone de Jonatas toca.

– Alô? –Ele põe a mão no ouvido para ouvir o outro lado. – Bruno? Como assim... –Ele fica um tempo sem dizer nada. Já estou indo para aí!

– Quem era? –Giovanna berra, tentando ser mais alta que os barulhos de tiroteio e pessoas gritando.

– Era Bruno. Ele precisa de mim. Vou até o Hospital buscar ele.

– Vamos todos nós. –Fernanda berra.

– Não podem. Estou de caminhonete. –Jonatas também grita. – Só cabem dois, eu e Bruno. Quero que vocês se escondam!

– Tudo bem. –Giovanna grita mais alto.

Jonatas saí correndo junto com a multidão, pela porta do ginásio.

As três, Fernanda, Ana e Giovanna tentam correr para a mesma saída de Jonatas, mas quando elas chegam perto, a porta se tranca.

– NÃO! –Elas socam a porta.

– Corram, meninas! –Diz um garoto em meio ao tiroteio, segurando as meninas.

– Você é o Pedro Sal da aula de Física, né? –Giovanna tenta descobrir.

– Pedro Salles! –Ele repete, corrigindo-a. – MAS NÃO HÁ TEMPO PARA APRESENTAÇÕES! –Pedro berra muito alto.

Ele empurra as meninas até de baixo da mesa de ponche. Ele entra junto com elas.

Vinícius aparece e ajoelha ali na frente, delas.

– Giovanna, cadê o Jonatas? –Ele pergunta se direcionando a ela.

O barulho dos tiros não paravam.

– Foi ver Bruno no Hospital, eu acho. –Ela responde choramingando.

Ele põe a mão no rosto e começa a gritar ‘’NÃO!’’.

– O que ouve? –Pedro grita para ele.

– Eu ouvi alguém dizer atrás do palco que não há volta para Jonatas. –Ele fala.

Giovanna começa a chorar muito.

– V. –Fernanda afirma.

Vinicius e Pedro fingem entender.

Um tiro acerta as costas de Vinicius e o derruba de frente para as meninas.

– VINICIUS! –Giovanna grita, chorando mais, segurando a sua cabeça.

Fernanda olha na direção do tiro e vê Gouveia.

– MEU DEUS É O GOUVEIA! –Ela aponta. – FOI ELE QUEM ATIROU EM VINICIUS!

Mas quando todos ali de baixo olham, ele some.

#

Jonatas guia a sua caminhonete pelas estradas geladas e cheias de neve da cidade. A noite estava vazia ali, só era possível ver, do lado do carro, um barranco cheios de árvores.

O telefone dele vibra. Ele recusa pegar. Mas quando vibra pela segunda vez, ele pega e atende.

Era Bruno.

– Não saia de onde você está. –Ele grita.

– O hospital pegou fogo, e eu não tive escolha ao sair de lá. –Bruno chora ao telefone, com a voz tremendo.

– Você fez o certo, fique calmo. –Jonatas tenta se acalmar, e ao mesmo tempo, acalmar Bruno.

– Mas aqui está muito frio. E eu não estou agueeeeeeee.....ntando mais! –Bruno chora e treme devido ao frio que a cidade estava fazendo.

– Não se desespera. –Jonatas diz calmo. – Eu já estou chegando no posto onde você está.

– Mas eu não estou eeeeeeeem posto neeeeenhum. –Ele continua tremendo.

Jonatas recua de um bicho que passa na frente do carro.

– Eu mandei você ficar no posto perto do hospital.

– Maaaaaaaaas eu não achei. –Bruno disse, chorando ainda mais. – Me perdoa, Jonatas. Era pra eu ter encontrado a droga do posto.

– Tudo bem, eu já estou chegando aí. Vai ficar tudo bem.

Do nada, Bruno para de falar.

– Bruno? Bruno? –Jonatas se desespera. No telefone só era possível ouvir o vento. – BRUNO? BRUNO!

Jonatas começa a chorar na caminhonete. Com o rosto totalmente derrotado. Ele tinha acabado de perder um amigo. O melhor que ele já tivera.

Ele põe o rosto no volante, e ouve uma buzina forte e alta, quando ele levanta a cabeça, só consegue ver uma luz amarela e uma silhueta de um caminhão, que acabara de se chocar com a caminhonete dele.

O caminhão continua correndo rapidamente pela pista, enquanto a caminhonete começava a capotar até cair barranco a baixo, batendo em várias árvores, até que chegasse no limite. Ao chegar em terra firme, o carro fica imóvel e explode, fazendo com que chamas enormes de fogo se pusessem no ar.

#

Vários policiais cercaram o colégio Atlos. Viaturas de policias eram possíveis ser vistas em vários lugares da entrada.

Ana, Giovanna, Fernanda e outras pessoas se encontravam do lado de fora dos portões da escola. Todos agasalhados com uma coberta.

Um médico do Pronto-Socorro Municipal de Atlos, chega perto do grupo de adolescentes e diz:

– Infelizmente, a diretora de vocês está morta.

Todos ficam com as caras chocadas. Ninguém esperava que um dia, a diretora morreria assim, em meio a um tiroteio dentro do ginásio.

– Doutor! –Berrou Giovanna. – E o Vinicius? O menino de óculos que estava comigo, quando o senhor nos buscou, está bem?

Ela parecia ter medo da resposta.

– Sim. –Ele respondeu.

As três meninas soaram aliviadas.

Um enorme carro branco chegou. Como uma vã, com apenas duas portas e uma enorme na sua traseira.

Ao lado do carro estava escrito ‘’Manicômio RavensDeep’’’.

Uma mulher com um corpo escultural desce da porta do passageiro. E logo depois um homem corpulento saí do motorista.

Eles andam até o grupo das três meninas.

– Quem de vocês é Fernanda? –A mulher fala, docemente.

Fernanda da um passo para frente.

– Venha conosco, querida. É para o seu próprio bem. –O homem fala.

– Para onde vão me levar? –Fernanda fica nervosa.

– É, para onde vão levar ela? –Giovanna fica firme com a voz.

– Para o Manicômio RavensDeep. O único da cidade que pode tratar gente assim. –A mulher disse.

– Assim como? –Ana fica perdida.

– Louca. –O homem fala. – Vocês consideram normal uma menina jovem que vê pessoas mortas?

Todos abaixam a cabeça.

– Ela não é louca! –Giovanna grita e pula para cima do homem, afim de tentar detê-lo, mas é uma tentativa fracassada. Ele a empurra.

– Vamos levar ela e pronto. –A mulher confirma, com seus olhos azuis hipnotizantes. – Acreditem ou não, esse é o melhor para ela.

– Vocês não podem fazer isso! –Fernanda começa a se bater enquanto os dois levam ela pelo braço até o carro.

A mulher abre a porta traseira, enquanto o homem segura Fernanda. Ela é posta para dentro do carro contra a sua vontade.

Havia uma pequena janela da altura do rosto de Fernanda. Quando o carro da a partida para ir embora, Fernanda corre e bate a cara no vidro. Ela começa a soca-lo pedindo por socorro.

– Você acha que é o certo para ela? –Ana Clara pergunta para Giovanna, enquanto vê o carro sumindo pela rua.

– Não temos o que fazer. Apenas esperar.

#

Já não havia saída nenhuma para o que tinha acontecido com Fernanda. Ana e Giovanna nunca conseguiriam impedir que levassem-na.

As ruas continuavam cheias de neves. As meninas estavam andando até o apartamento de Ana Clara, que ficava ao lado da casa de Giovanna. Elas conversavam sobre aonde poderia estar Jonatas e Bruno, ‘’Talvez na casa de um deles.’’ Sugeriu Giovanna.

– Já passa da meia-noite. Amanhã procuramos por ele. E pesquisaremos mais sobre esse Manicômio RavensDeep. –Disse Ana Clara, tentando se esquentar com o cobertor

– Está certa. –Giovanna concorda.

Elas continuam a andar e Giovanna sente o mesmo pressentimento ruim. Ela põe a mão no peito e sussurra algo.

– Disse algo? –Ana Clara pergunta.

Giovanna não responde. Enquanto ela andava ela pisou em algo e tropeçou. Caída no chão, ela olha para a coisa que a derrubou e vê o rosto de Bruno congelado na calçada.

Ela fica paralisada, e quando ela volta o seu olhar para cima, vê Gouveia.

– Fernanda era realmente muito maluquinha, não acham?

Giovanna e Ana gritam muito alto, tão alto que fizeram pássaros das árvores próximas voarem.

#

Alguns minutos depois, Ana Clara, Giovanna, Gouveia e o corpo de Bruno se encontravam no Pronto-Socorro Municipal de Atlos.

Gouveia estava com uma máscara, para que os outros da cidade não o reconhecessem. Sem motivo nenhum, o mesmo ajudou as meninas a levarem o corpo gélido de Bruno até o Pronto-Socorro.

– Quero uma bala. –Giovanna pede a Ana Clara.

– Isso fica para depois. –Ela responde.

Bruno estava deitado na cama de um dos vários quartos do Pronto-Socorro. O aparelho cardíaco estava do lado dele, sem nenhum som. Apenas uma linha computadorizada numa linha reta. Aquilo significava não vida.

Os três entram no quarto. Eles se sentam nos bancos confortáveis.

– Eu ainda não acredito no que disse! –Giovanna se direciona a Gouveia.

– O que ele disse? –Ana Clara pergunta.

– Você estava lá! –Gouveia exclama.

Ana Clara faz uma cara de nojo.

– Ele disse que forjou a morte. –Giovanna afirma.

– Ah, você está de brincadeira? –Ana Clara ironiza. – Eu quero saber o porque.

– Eu não posso falar. –Gouveia bebe um pouco do café que está no seu copo.

– Isso está relacionado a V? –Ana pergunta.

Ele assente que sim.

– Existem coisas que não podem ser ditas. Apenas vistas. –Gouveia disse.

– Mas como iremos ver algo que já passou? –Giovanna, confusa, pergunta a ele.

– Quando chegar a hora certa, falarei o que posso.

– Eu não vou esperar a hora certa. –Ana fica estressada.

– Se quiser, busca a verdade por si própria. Mas isso poderá afetar seus amigos. –Ele diz enquanto aponta para Bruno com o copo.

Giovanna vai ao lado de Bruno na cama.

– Ele está certo. As coisas estão bem ruins por aqui. –Giovanna senta na beirada do criado-mudo. – Além disso, não duvido Bruno estar aqui devido aos planos de V.

Gouveia arqueia a sobrancelha para Ana Clara:

– E vocês, pensaram que ela era a mais burrinha.

Ana leva a mão a testa.

– Quem disse que eu sou a mais burra? –Giovanna fica deprimida e fala alto, ao mesmo tempo.

– Apenas ouvi algumas coisas. –Gouveia falou, sorrindo.

Dentre todos os milagres que eles esperavam para Bruno, o maior aconteceu. O aparelho cardíaco começa a fazer sons. O que, naquela hora, significava ter vida.

Todos ali dentro comemoraram, até mesmo o médico, que tinha acabado de entrar. Ali, naquele mesmo lugar, até Gouveia se deu o motivo de sorrir de felicidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Leis Renovadas retornará daqui a alguns meses em sua nova temporada! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.