MESES DEPOIS

Estava frio em Atlos. As árvores pareciam tentar se juntar, para continuarem aquecidas.

Faltava apenas uma semana para o baile de fim de ano do colégio. Os jovens deviam estar se preparando. E estavam.

– Bruno, tem alguma fita adesiva pela casa? –Jonatas pergunta com uma garrafa de cola entre os dentes.

– Vou procurar.

Jonatas estava na casa de Bruno para começar os preparativos de alguns itens que embelezariam a festa. Como uma enorme faixa dizendo ‘’ATLOS TAMBÉM DANÇA!’’, com alguns desenhos de silhuetas dançando no fundo.

Giovanna chegaria um pouco mais tarde para ajudar com o ponche e ver o vestido na internet.

Bruno achou a fita adesiva e terminou de passar cola nas beiradas para colar a margem. Tudo estava indo aos conformes.

A campainha toca.

– Ding dong. –Bruno repete o som.

– Eu atendo! –Jonatas berra, já correndo até a porta de entrada da casa.

Ele abre a porta e vê Giovanna parada ali com uma cesta cheia de doces.

– Não poderia vir para a casa do Bruno sem trazer alguns doces! –Ela diz sorrindo.

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Os preparativos estavam ficando belos. Havia muito roxo em tudo. Um pouco de brilho nas letras impressas, e alguns itens de borracha.

Os três estavam descansando, e lanchando, quando de repente, a campainha toca.

– Ding don. –Giovanna repete.

– É dong. Não don. –Bruno briga.

Jonatas levanta e deixa aquela discussão um tanto ridícula para trás.

Ele abre a porta.

– Oi, gostaria de perguntar se... –Era um menino do colégio Atlos, Vinicius. Aquele que Bruno esbarrou.

Vinicius fica sem graça e esconde uma caixa de bombom atrás das costas.

– Me desculpe, casa errada. –Ele inventa algo para sair dali.

Bruno levanta e vai até a porta.

– Acho que te conheço.

– Sim. Estudamos, por mais que você não tenha percebido... –Vinicius diz mais é logo interrompido por Bruno:

– Na mesma escola. –Bruno afirma.

– Na mesma turma. –Ele termina.

Giovanna e Jonatas se olham e soltam uma risadinha abafada pela mão de cada um.

Bruno fica tão sem graça quanto Vinicius.

– Entre. –Ele oferece a casa.

– Não, obrigado... –Vinicius tenta falar mas é puxado por Jonatas para dentro. –Ah ta.

Vinicius para e observa a casa.

Ela tinha cores bem agitadas e chamativas, como vermelho e amarelo. Os móveis eram todos de madeira, e tinha uma televisão LCD. Logo atrás da sala, que fica no mesmo cômodo, era possível ver a cozinha. As duas são divididas apenas por uma bancada da cozinha.

– Sua casa é bonita. –Ele diz pra Jonatas.

– É minha. –Bruno ri.

– Desculpa, é porque foi ele quem atendeu a porta. –Vinicius tenta se explicar.

– Sem problemas.

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Vinicius acabou ficando ali, conversando e fazendo amizade com os três. Eles riram, viram TV, e fizeram mais coisas para o baile.

Bruno encaminhou todos para o seu quarto, que era depois de um corredor.

–Ei, -Jonatas se direciona para Bruno. Todos os quatro estavam sentados em um tapete no chão. –Posso buscar água?

– Eu pego. –Bruno levanta e vai até a cozinha. O sol iluminava o corredor, devido a grande janela de vidro.

Já na cozinha ele abre a geladeira e pega uma garrafa de água. Ele vai até a bancada, serve no copo e antes de ir ao quarto, checa se a porta da cozinha estava trancada. No mesmo momento, a porta é arrebentada e voa por cima dele.

Bruno caí no chão com o rosto sangrando. A porta bateu na cara dele.

Ele se revira no chão e começa a ver tudo embaçado. Uma pessoa entra pelo vão que a porta deixou. A pessoa vestia um casaco preto e um capuz preto. A pessoa chega perto de Bruno e tenta enforcá-lo, mas por sorte, quando a porta caiu, o copo de água caiu, mas não quebrou.

O copo estava do lado da cabeça de Bruno. Sem enxergar muito bem, ele mexe as mãos pelo chão, enquanto é enforcado, e procura o copo. Ele finalmente acha e quebra o copo na cabeça da pessoa.

A pessoa vira para o outro lado, deixando Bruno livre para fugir. Ele engatinha no chão até chegar na bancada da cozinha. Com a visão embaçada ele pega uma faca e caí no chão. A pessoa chega perto dele e joga-o e prende ele na parede.

Bruno consegue sentir a respiração calma da pessoa. Ele estava de frente com o maior inimigo.

– V. –Ele fala baixo.

– Acabou para você. –V diz com uma voz computadorizada.

– Não. Não acabou. –Bruno enfia a faca na barriga de V. E começa a cair sangue no chão.

V berra muito alto. E começa a correr até a porta.

Bruno corre atrás e pula nas costas do inimigo, derrubando-o no quintal.

– Agora você vai me dizer quem você é. –Bruno fica em cima de V e aperta o pescoço contra o chão.

– Isso você terá que descobrir sozinho. –V fala com a mesma voz e solta uma risada.

No mesmo momento uma bala vindo de trás, encontra o corpo de Bruno e ele caí por cima de V.

O inimigo, levanta tirando Bruno de cima dele. Quando ele fica em pé ele sorri e diz:

– Acabou sim.