Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 14
A Utopia Londrina


Notas iniciais do capítulo

1º especial do seriado! Episódio em parceria com Carollyne Veras.



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As nuvens do lado de fora do Aeroporto Internacional de Atlos estavam feias. Com cores negras e avisando que uma enorme tempestade estaria por vir. Muitas pessoas desesperadas correndo de um lado para o outro pra embarcar imediatamente, antes que cancelem os voos. Muitos ali eram empresários e milionários locais.

Bruno, Giovanna e Carol entram correndo pelas portas de vidro. Os três com cara de preocupados e desesperados. Acabam esbarrando em várias pessoas no caminho até o caixa, aonde compra as passagens.

– Moça, precisamos embarcar para Londres, AGORA! –Carol bate no pequeno balcão, berrando loucamente.

– Minha jovem, antes de vender as passagens preciso saber as idades de cada um. –A atendente diz calmamente. Ela é branca, e tem um cabelo escuro.

– Todos nós temos 14, tia! –Giovanna diz.

Carol da um tapa em seu braço.

– Desculpe, ela está delirando, temos 18. –Ela tenta consertar, o que fora o erro de Giovanna contar a verdadeira idade.

A mulher olha bem para cada um.

– Confio mais na morena. –Diz ela apontando para Giovanna.

Carol pisca para Bruno.

– Você parece do tipo que mora com vários gatos. –Bruno diz, enquanto chega mais perto do balcão.

Ele levanta o vidro e sorri para ela.

– O que... ? –Ela é interrompida quando Bruno a beija na boca.

Ele mexe em seus cabelos enquanto ainda a beija. Ela fecha os olhos e Carol pega as passagens da gaveta.

A atendente empurra Bruno e dá um tapa em sua cara.

– Eu te salvei de uma seca pior do que verão no Rio! –Bruno berra.

Ela começa a gritar chamando os seguranças.

Carol pega uma corda na mochila rosa da Giovanna e joga para Bruno, que está do outro lado do balcão, segurando a boca da mulher.

– Nossa! –Bruno se surpreende.

– Vim preparada para tudo. –Carol da de ombros.

Giovanna está por trás da mulher e da uma panelada na cabeça dela.

– Sério, uma panela!? –Bruno olha para ela.

– Eu peguei escondido da minha mãe. –Giovanna responde.

– Vamos logo com isso! Temos que embarcar logo. –Carol berra batendo no balcão.

Bruno e Giovanna amarram a mulher com a corda.

Depois, eles saem correndo em direção a entrada do avião. Mas Giovanna volta correndo até o caixa e deixa o dinheiro das passagens.

A mulher, de baixo do balcão está acordada, meio sonolenta. Ela começa a fazer barulhos para Giovanna.

– Iiiiii! –Ela afina a voz. –Tchau!

Giovanna volta correndo até seus dois amigos.

#

O interior do avião está gélido devido ao ar condicionado ligado. E havia também uma grande quantidade de pessoas lá dentro.

Os três se sentam no mesmo banco, que só daria para dois. Uma aeromoça chega perto deles e se inclina.

– Meus queridos, só pode sentar duas pessoas aí.

– Mas tia... –Giovanna fica meio sonolenta.

– Tudo bem, eu saio. –Bruno se oferece e se levanta.

A aeromoça fica quieta, mas na hora que ele se levanta ela cochicha em seu ouvido:

– Não conte a suas amigas, mas não temos lugar para você nesta parte do avião, você terá que ficar na classe A.

– Com os ricos e famosos? –Bruno pergunta com esperanças de encontrar alguém que siga no Twitter.

Ela assente com a cabeça.

Bruno dá de braços, para que Carol e Giovanna não desconfiassem para onde ele estaria indo.

Algumas horas se passaram e Bruno estava na classe A. Acomodado em uma enorme poltrona de couro, e ao lado, uma taça de vinho e a vista do céu pela janela.

Um assobio começou a vir de trás da cadeira dele. Ele procura o que estava fazendo aquilo, e nada.

Outro assobio e ele se levantou. Ao se encaminhar para trás da cadeira viu Giovanna encolhida ali. Com uma lata de Coca na boca.

– Oi. –Ela cochichou.

Bruno fica perturbado.

– Por que está aqui? –Ele pergunta a ela, totalmente confuso, mesmo que a situação não estivesse tão assim.

– Vim pegar Coca. –Ela responde ainda encolhida. – Lá só tem Flexa.

– Cadê Carol? –Bruno questiona.

– Ali! –Ela aponta para uma poltrona, que está a 3 fileiras a frente.

Giovanna se levanta, e vai com Bruno até o assento de Carol.

– O que está fazendo aqui? –Ele puxa a beirada da camisa dela.

– Ué, você veio. Resolvi vir. –Carol responde, olhando para frente.

– Mas como...? –Bruno pergunta novamente.

– Falei para uma garota que estava sentada, que o Bieber, a um dia atrás sentou na mesma cadeira aonde eu estava. E que ainda havia uns fios de cabelo dele lá. –Ela solta uma risadinha irônica.

Giovanna solta um grito alto. Ela anda para todos os lados, indo e voltando, do mesmo jeito que fez na loja de Jonatas na Páscoa.

– BIEBEEEEEEEEEEEEEEEEEEER! –Ela berra e saí correndo atrás dos fios – de mentira – de cabelo do Justin Bieber.

Os dois olham para ela atravessando a cortina do avião.

– Esta ansiosa para desembarcar em LOOOOONDRES? –Bruno pergunta, e ao chegar na palavra Londres, começa a empurrar o braço de Carol.

– SIIIIM!!! -Ela berra.

#

‘’Senhores passageiros, por favor, desçam do avião devagar, sem correria.’’ Disse a aeromoça ao microfone.

E os passageiros, pelo o menos Giovanna, Bruno e Carol não, obedeceram. Os três saíram correndo para todos os lados, empurrando várias pessoas e indo em direção a saída.

Ao descerem a escadaria do avião, e ficarem finalmente em terra firme eles se olham e atravessam correndo, novamente, pelo saguão do Aeroporto aonde estavam, até chegarem na frente do local.

Tudo estava normal. Céu azul, pessoas falando várias línguas pelos lados, e uma grande área sem nada na frente, apenas areia.

– Estranho. –Carol comentou.

Os três estavam na frente do Aeroporto.

– O que é estranho? –Bruno perguntou.

– Aquele homem comendo hambúrguer é estranho. Aquilo é muito estranho. –Giovanna aponta com a cabeça um homem se lambuzando todo com um simples hambúrguer de duas carnes.

– Areia. –Carol falou. – Não me lembrava de ver tanta areia na internet.

Bruno dá de ombros e continua olhando para todos os lados.

– Aonde estão os táxis pretos? –Carol os procura para todos os lados.

– Não sei. Mas tem um camelo ali. –Bruno aponta para frente deles.

Vários carros começaram a passar ali, indo e voltando, até que um para na frente deles e buzina. Um homem engravatado saí dele com uma placa ‘’Adolescentes de Atlos’’.

Carol sorri.

Bruno sorri.

Giovanna ri.

– Do que está rindo? –Carol pergunta se virando para ela.

– Daquele camelo correndo atrás daquele cara que estava comendo hambúrguer! –Giovanna começa a rir novamente.

Bruno começa a rir também e os dois ficam ali, rindo, enquanto Carol tenta se manter séria.

– Aqui! –Ela berra com a mão pra cima, acenando para o homem engravatado.

– Somos nós.

– Ah sim, os jovens de Atlos. Certo? –O homem pergunta. Ele é todo barbado, e estava usando uma sandália de dedo.

Carol corre o olho de cima a baixo no homem.

– Isso. –Ela gagueja. –Nós mesmos.

#

Bruno, Carol e Giovanna estavam dentro do carro do homem. O carro era daqueles que viajavam a savanas de animais. Tinha um tom meio madeira e sem janelas de vidro.

– O que estão achando da África do Sul? –O homem pergunta.

Os três se olham.

– QUE? –Carol berra quase pulando do carro.

– QUE? –Bruno faz o mesmo. O sangue dos dois pulsando totalmente.

– Que o que, gente? –Giovanna, confusa, pergunta olhando para fora da janela. – Olha gente, uma girafa!! –Ela fica fascinada.

– MEU DEUS. –Carol olha para a girafa. – UMA GIRAFA. EM LONDRES NÃO TEM GIRAFAS SOLTAS ASSIM.

– Não tem mesmo, mas aqui nas nossas savanas temos. –O homem afirma.

Do nada, os três – até Giovanna – prestam atenção e veem vários animais na frente. Desde de esquilos até leões.

– Leões. Leões. Leões. –Bruno repete, respirando e inspirando.

– O que estamos fazendo na África? –Giovanna pergunta.

– Na hora em que pegamos as passagens, não vimos qual era. Entramos no primeiro voo. –Bruno pensou.

– É mesmo. –Carol confirma a suposição.

– E agora? –Giovanna começa a surtar aos poucos.

– Pelo o menos temos o dinheiro das passagens que não pagamos. –Bruno diz, inspirando.

Os dois se viram para trás e olham para Giovanna, que se encolhe no banco do carro.

– Giovanna, cadê o dinheiro? –Carol se estressa.

– Eu não sei. –Ela responde.

– Sabe sim. –Carol retruca.

– Eu deixei para a mulher que amarramos. –Giovanna fala muito rápido, nervosa.

– O QUE? –Bruno surta.

Carol surta junto.

– COMO ASSIM? –Carol berra mais alto.

– Foi desonesto fazer aquilo. –Giovanna continua se encolhendo cada vez mais.

Carol vira pra frente e respira.

O carro começa a parar aos poucos.

– Gente, má notícia. –O homem diz, enquanto tentava mover o carro no volante.

– Mais? –Bruno leva a mão ao braço.

– Estamos sem gasolina.

– Oi? –Carol pula do banco. – O dia não pode piorar.

O homem tira a mão do volante quando o carro, finalmente, parou.

– Pode. –Ele diz. – Não tem casas aqui por perto. Somente a pelo o menos raio de muita distância.

– O que seria ‘’Muita distância’’?

– Muita... –Giovanna repete e se interrompe.

#

Os três estavam no meio da savana. A pé.

– Não acredito que aquele homem COVARDE... –Carol berra. – Fez a gente andar nesse calor sozinho no meio de uma SAVANA.

– Também não. –Bruno e Giovanna falam juntos.

Eles estavam em busca de gasolina para o carro. Assim talvez, pudessem voltar para o aeroporto e dar um jeito de embarcar novamente em algum voo para Londres. Porque era lógico que eles não iriam desistir tão cedo daquilo.

Algumas horas se passaram e nenhuma casa ficava a vista. Era quase impossível andar sem medo no meio daquela Savana. Os animais pareciam não estar ali. Talvez estivessem pelas pequenas florestas se refrescando com água enquanto os três estavam ali.

Depois de pelo o menos meia hora depois disso, uma única casa ficava a um raio de pelo ao menos 1km de onde eles estavam.

– UMA CASA! –Bruno berrou ao ver a casinha no meio do nada.

– Amém. –Carol se derruba no chão e ajoelha. –Amém.

Com o passo rápido eles chegam na casa em menos de 10 minutos. Talvez 8. Eles batem a porta.

A casa era pequena e tinha um tom claro de bege. Portas de madeiras antigas e muita poeira para todo o lado.

– Alguém em casa? –Bruno pergunta enquanto bate as mãos.

– Acho que... –Giovanna é interrompida quando uma mulher morena aparece na porta.

– Posso ajudar? –Ela pergunta aos três.

– Sim. Pode. –Carol fala nervosa.

– Entrem.

O interior da casa era bonito e agradável. Os três se sentiram bem naquele ambiente.

A mulher convida eles para um chá, e claramente eles aceitaram. Depois de tanto tempo na estrada, era o mínimo a eles aceitarem ali.

Carol conta toda a história de como foram parar ali e pede gasolina. Ela diz que só o marido pode ajudar. E que ele não estava ali. Só chegaria a noite.

– Se quiserem, podem esperar aqui. –A mulher fala docemente, e eles aceitam.

#

O homem depois de muito tempo chega em casa e dá, depois de muita insistência e alguns beijos de convencimento da sua mulher, a garrafa de gasolina.

Quando os três finalmente saem da casa para ir de volta ao carro do guia, está escuro. O céu se fechou para eles. E no mesmo momento...

– Olha, a garagem da casa está aberta! –Bruno exclama.

– É. –Giovanna parece confusa. – Ta aberta?

– Olhem, um carro! –Carol berra feliz.

Eles correm até a garagem e entram no carro velho e vermelho.

– O que fazemos? –Diz Bruno no volante.

– Procura a chave, ué. –Carol da de ombros olhando pela janela buscando alguém.

Giovanna se mexia no banco de trás.

– Acheeeeeeei! –Ela fica cantarolando enquanto roda a chave em seu dedo. O cabelo estava bagunçado.

Bruno pega a chave e dá a partida.

A velocidade, que ele não sabia como diminuir, fez com que a areia toda por ali voasse pelos ares. O homem e a mulher aparecem na porta da casa no mesmo momento. Logo, o homem corre atrás do carro, mas caí no meio do caminho.

Giovanna berrava nervosa:

– Será que vamos conseguir? Esse homem vai por a gente para as girafas.

– Não quero virar comida de girafa. –Bruno fica nervoso.

Carol parece ficar incomodada com o quão ridículo aquilo estava.

De repente, eles passam ao lado do guia que levou eles até lá. Ele continuava no mesmo lugar de antes, mas apoiado no capô do carro.

– Tchaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaau! –Giovanna fala com o vidro fechado.

– O vidro está fechado. –Carol continua olhando para a frente.

#

Os três finalmente chegam até o aeroporto. Mas naquele momento o plano era embarcar para Londres. E o plano estava para ser botado em prática.

Giovanna aparece saindo do banheiro com uma roupa de faxineira e com uma vassoura.

Bruno aparece vindo do outro banheiro com uma roupa de chofer de limusine.

E Carol, encontra os dois no meio do aeroporto com uma roupa de Aeromoça.

– Senhores passageiros, próxima parada: Londres. –Carol diz, rindo com eles.

#

O avião estava decolando e eles já estavam sentados na mesma área. Todos no avião estavam ouvindo música nos fones de ouvido ou lendo catálogos de moda e revistas de futebol.

Finalmente, eles estavam no lugar certo. No dia certo e no momento certo.

Carol se levanta para buscar água e na volta tropeça em uma bota preta. Ela caí no corredor do avião e molha todo o tapete.

– Me desculpa. –Disse uma voz sedutora, enquanto ela estava sendo levantada.

– Nada-a-a-a-a-a... –Carol gagueja ao ver a pessoa. Era o grande cantor e ator Jeremy Acttion. – Você-ê-ê –Ela fica nervosa, apontando para ele.

– Sim, prazer. –Ele diz desamarrotando o uniforme de Carol.

Ela olha para ele e olha para as cadeiras onde estavam Bruno e Giovanna dormindo.

– Venha aqui! –Ela grita e corre, segurando e puxando a mão dele.

Eles chegam até os dois.

Carol da um enorme grito:

– OLHA QUEM ESTÁ AQUI!

– Vó? –Giovanna tenta acordar.

– Vô? –Bruno também.

Os dois acordam com outro grito de Carol e percebem quem os cerca. Depois, eles levantam e começam a conversar e tirar fotos com Jeremy.

#

O avião desceu dos céus e aterrissou no Aeroporto Internacional de Londres.

As luzes eram lindas e tudo era como os três haviam imaginado. Eles estavam preparados para viver aquela noite ali. Com aquela várias coisas vermelhas, táxis pretos.

Haviam finalmente, chegado ao lugar certo. Mas uma coisa estava pronta para acabar com aquilo.

Vários carros de polícia cercam a frente do aeroporto. Aonde eles estavam.

– Aqui é a polícia federal. E os três estão presos por saírem e entrarem ilegalmente do país. –Um policial berra ao megafone.

Bruno, Giovanna e Carol ficam pasmos e tentam escapar, fingindo não serem eles, mesmo que só os três estivessem na frente do aeroporto.

– Virem de costas para pormos as algemas. –Ele continua dizendo enquanto vários policiais vão até eles e prendem algemas.

– Não! –Eles berram juntos.

Bruno, Carol e Giovanna acordam simultaneamente, cada um em seu quarto, em sua casa, em sua cidade. Os três respiram ofegantes enquanto estão sentados na cama. Eles estão de pijamas. Olham para os lados e deitam novamente. Logo, quando acordarem pela manhã saberão que nada aquilo foi real. Só era uma preparação para algo que poderia estar por vir.


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