Leis Renovadas: Sinta A ''Vibe'', Temporada 1 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 10
Para Que Todos Ouçam




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Um som começou e ecoou pelos corredores do colégio Atlos. O ritmo de música estava vindo de uma sala, que nunca fora aberta. Que sempre esteve em manutenção. Uma voz começou acompanhando a música. Piano, Violão e vozes. Duas vozes masculinas cantavam a música. Chegou um ponto em que uma feminina entrou. E depois outra, que logo reconheceria ser de Carol, a líder do acampamento Palms.

A música estava falando sobre como ser um perdedor. Sobre ser odiado, mas mesmo assim podendo ser uma estrela, e ver aqueles que judiavam lavando o seu carro. Ser pisado, atingido, mas nunca desistir porque tudo pode um dia mudar.

Loser Like Me, era o nome da música que estava sendo cantada por Jonatas, Giovanna, Bruno e Carol. Os quatro cantando emocionalmente a música, para outras 8 pessoas sentadas em bancos azuis.

Na porta estava escrito: CLUBE DO CORAL.

#

A sala de aula estava cheia. Todos estavam se preparando para sair para ir para o recreio. Comer, conversar, tirar fotos...

– Gente! Atenção aqui! –Giovanna grita bem alto.

Todos da turma param o barulho e se viram para frente, ao centro da sala.

– O José Pedro, o aluno novo, quer dizer alguma coisa a todos vocês. –Ela sorri, passa aos mãos no cabelo, e antes de sair dali José põe a mão no ombro dela, agradecendo.

José se põe no lugar dela, ajeita a camisa e sorri.

– Então, não quero parecer um amostrado. Mas gostaria de me eleger para líder da turma.

– Você não pode fazer isso! –Grita Jonatas no meio dos outros.

Ele o olha furioso. Metralhando-o.

– Por que não? –José fica angustiado, as meio debochado.

– Porque o Catete era o nosso líder. E ele ainda está por aí. –Jonatas começa a aumentar a voz. – Você não pode vir aqui e tentar se meter a ser o líder de nós. Você nem nos conhece direito. Como pode liderar um grupo a quem você não conhece? Está maluco? –Ele aponta o dedo na cara de José. A turma totalmente quieta. Parada.

Bruno abaixa a cabeça. Ele conhece o José, e sabe o quanto ele pode ser amigável e o quanto perigoso. Ele põe a mão no braço de Jonatas e o puxa para longe de José.

– Vamos sair daqui! –Bruno exclama.

– NÃO VOU! –Jonatas da um empurrão em Bruno, que desaba no chão.

Giovanna corre do meio das pessoas e o ajuda a levantar.

– Jonatas! Por que fez isso? –Giovanna grita com ele. – Machucando seu amigo para NADA?

Ele saí de perto de José e passa por Bruno e Giovanna, enfrentando os vários alunos dali.

Jonatas passa sem ao menos olhar. Furioso.

#

– Obrigado por vir. –Diz a diretora de Atlos. – Eu sei que sua turma está em aula de educação física, por isso te chamei agora. Para que

Jonatas senta em sua cadeira, de frente para ela, na sala da diretoria.

– Porque estou aqui? –Ele pergunta a ela.

– O aluno José disse que você o agrediu fisicamente, isso é verdade? –A diretora sabe que Jonatas não era de fazer burrices e tolices com outras pessoas da turma. Ele era esperto o suficiente para saber a causa do problema.

Ele fora chamado ali, por uma acusação falsa. De uma pessoa que estava começando a odiá-lo.

– Eu não fiz nada. –Jonatas comenta, calmo. – Ele queria ser o líder da turma e eu só questionei. Não posso mais questionar algo aqui dentro?

– Claro que pode... –Ela foi interrompida pela entrada de outro aluno na sala, sendo carregado pelo treinador de Educação Física. – O que esta acontecendo? –A diretora levanta furiosa da cadeira.

O aluno era moreno, olhos castanhos claros, magro e, por mais que não tinha notado, estudava na mesma turma de Jonatas.

– Esse aqui é o Davi. Ele disse algo ofensivo sobre o meu cabelo e eu não gostei. Aluno deve tratar o professor bem. –O treinador disse, cuspindo em sua cara. O treinador era negro, alto, forte e com cabelo até o pescoço. – E sabe como? Pior? Disse por mensagem de texto.

Davi estava com cara entediada olhando para as paredes. Aparentemente nervoso.

– Eu já disse que eu não tenho culpa! –Davi exclama, tão calmo quanto Jonatas.

Ele está ali, sentado no mesmo lugar de antes. Prestando atenção e olhando Davi reconhecendo, finalmente, ele.

– E sabe o pior de tudo, querida Diretora? –O professor fica irado. – Não reconhecendo o próprio nome. Estava escrito ‘’V’’. E eu fiquei pensando em quem poderia ser. Na mensagem disse que eu estava parecendo a Mulan. EU NÃO PAREÇO A MULAN. –Ele choraminga, fazendo Jonatas e Davi se entre olharem e rirem. – Disse que eu estava fedendo e a minha calça estava molhada na parte de trás. Eu olhei para trás e quem eu vi? Davi! –Ele grita apontando.

A diretora anda até o professor:

– Por favor, saia já daqui. O senhor está exausto. Saia.

Ele sai chorando, caindo em lágrimas.

– Meu deus. –Jonatas finalmente se manifesta rindo.

– Não ria dele. Está tendo uma semana difícil. –A diretora tenta se manter séria, mas não consegue. – Ah, sente-se. –Disse ela se direcionando para Davi.

Davi se senta ao lado de Jonatas.

– Oi. –Ele diz baixinho.

– Oi. –Jonatas fala de volta.

A diretora estava pronta para dar uma bronca enorme em Davi por ter mandado aquelas mensagens ofensivas para o treinador mas Jonatas a tempo a interrompe.

– A culpa não é dele! –Jonatas berra.

Davi e a diretora se chocam.

– Ele não é V. –Disse ele, quando uma mensagem chega no seu celular. ‘’Tem certeza que quer contar sobre mim? –V’’. – Ele engole um seco. – Quero dizer. Não sei.

– Não, não sou! –Davi exclama, gritando.

– Viu, se ele não é, para quer acusa-lo? Para que? Foi alguém de brincadeira boba e culpou o novato. Isso é um fato. –Jonatas tenta ajuda-lo.

Ao analisar os dois, a diretora sorri e diz:

– Davi, pode sair. Mas ficarei de olho. E você, Jonatas, acredito que não foi você que brigou com o José. Chamarei ele depois.

#

Jonatas foi em direção ao pátio, onde estava os alunos do 7º ano e Bruno e Giovanna. Os dois estavam sentados perto da entrada da quadra do colégio.

– Bruno, -Jonatas chegou falando baixo. Bruno levanta a cabeça. – Me perdoa? Por favor. Eu só estava exaltado.

Bruno olhou triste para ele.

– Isso não é um tipo de desculpa convincente. –Ele disse seco, para Jonatas.

Giovanna da um tapa no braço dele.

– Para de palhaçada, Bruno. Ele veio aqui se perdoar. E você acha que eu também não fiquei chateada? Um amigo meu jogando o outro no chão. –Ela se levanta e olha para Jonatas.

– Não foi por querer. Você é o meu melhor amigo. Não faria nada de ruim. –Jonatas finalmente fala as palavras certas.

Bruno se levanta e o olha, e depois pra Giovanna.

– Claro que te perdoo. –Bruno abraça ele, e depois Giovanna também os abraça. – Mas, -Bruno afasta a cabeça. – Se fizer isso te novo vou te tacar no lago! –Eles caem na gargalhada.

– Eu amo vocês! –Giovanna grita, com a cabeça pra cima.

Uma pessoa estava se aproximando deles e toca no ombro de Jonatas.

– Ei, me desculpe interromper. Mas preciso falar com você.

– Tudo bem. –Jonatas diz, se separando do abraço. – Já volto, gente.

Os dois caminharam um pouco pra longe de Bruno e Giovanna, que estavam conversando, sentados novamente.

– Por que eu tive a impressão de que você estava com medo quando ia falar quem era V? –Davi questiona-o.

– Deve ter sido. Me desculpe, tenho que voltar. –Jonatas tenta dar as costas só que Davi o segura pelo braço.

– Não foi não. O que é V? –Davi parecia realmente confuso com a situação. – É alguém da turma querendo me zoar?

– Não sei. Apenas ignore. Irá passar.

Davi olha para os lados:

– E se não passar?

– Então você está ferrado.


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